O F/A-18 Hornet foi basicamente desenvolvido da união de dois projetos: uma nova aeronave da Northrop, o P530 Cobra, que visava suceder o F-5 como caça leve (LWF), dentro do mesmo contexto do F-5 (venda de aeronaves norte-americanas à 'aliados', época da Guerra Fria), o que acabou não acontecendo pois a Northrop entrou como concorrente no requerimento da USAF para um novo LWF.
A USAF selecionou dois projetos, o YF-16 (401) da General Dynamics e o YF-17 (P-600) da Northrop. Após os testes, o escolhido foi o protótipo da General Dynamics, principalmente devido à sua maior velocidade e utilização da mesma turbina utilizada pelo F-15. Nesta mesma época, a US Navy e USMC (Marines) procurava adquirir uma nova aeronave para uso embarcado e de baixo custo como complemento ao F-14, poderoso interceptador mas de custo muito alto e como substituto da aeronave de ataque Vought A-7 Corsair II.
O programa NACF (Navy Air Combat Fighter) analisou os dois finalistas do programa LWF, e desta vez o escolhido foi o programa da Northrop. Entre as maiores vantagens do YF-17 eram suas maiores dimensões, podendo acomodar as modificações necessárias à uma aeronave operar em porta-aviões, além da incorporação de equipamentos e aviônicos que o YF-16 não possuía, como por exemplo um radar com capacidade BVR.
Apesar de vencer essa concorrência, o YF-17 tinha que superar alguns problemas, como a falta de experiência da Northrop em aeronaves navais. A parceria que a Northrop fez com a McDonnell Douglas eliminou muitos defeitos, quando comparada com os primeiros protótipos do programa LWF da USAF.
Após a escolha, a aeronave recebeu a designação oficial de F-18A, e originalmente previa-se duas versões: F-18A para substituir os F-4 Phantom do USMC e US Navy; A-18 como aeronave de ataque para substituir os A-6 Intruder (US Navy e USMC) e A-7 Corsair II (US Navy). A versatilidade da aeronave acabou juntando as duas versões e sendo adotada a designação F/A-18.
A história do desenvolvimento do F/A-18 não encerrou após a escolha no programa da US Navy. O desentendimento dos parceiros Northrop e McDD no programa acabou por deflagrar uma briga que levou até a justiça. A Northrop iniciou o desenvolvimento de uma versão baseada em terra (F-18L Cobra), mais leve e com menor custo da versão naval, para comercializar a versão às nações amigas dos EUA, da mesma forma que o F-5, e tentando alcançar o sucesso obtido pelo mesmo.
A McDD também fez a mesma coisa, só que com o F-18A, o que acabou levando a justiça e em 1985, com vitória da McDonnell Douglas (que teve de pagar à Northrop US$ 50 milhões), já que a empresa ficou com o controle total do programa. Mesmo antes, o F/A-18A já havia conseguido suas primeiras exportações: Canadá (138), Austrália (75) e Espanha (inicialmente 62, mais tarde 24 de segunda mão).
O F/A-18 tornou-se operacional primeiramente pelos Marines em janeiro de 1983. Já em 1986, os Hornets tiveram seu batismo de fogo contra a Líbia, com enorme sucesso.
Enquanto o F/A-18 já tinha sua primeira ação de combate real, a McDD já trabalhava na nova versão do Hornet, o F/A-18C/D, fazendo-o decolar em setembro do mesmo ano. A entrada em serviço na US Navy ocorreu cerca de um ano após o vôo. A nova aeronave reunia muitos aperfeiçoamentos: novo computador central, assento ejetável NACES, motor F-404-GE-402, capacidade de suportar 9G's e voar qualquer-tempo, novo CRT, RHAWS, entre outros.
A Guerra do Golfo, em 1991, veio confirmar a incrível versatilidade da aeronave. Durante uma missão de ataque, quatro F/A-18C, pertencentes ao VFA-81 embarcado no USS Saratoga, demonstraram a capacidade do Hornet, engajando e abatendo dois caças F-7A (versão chinesa do MiG-21 'Fishbed') pertencentes a Al Quawwat al Jawwiya al Traqiya (Força Aérea do Iraque) com seus mísseis AIM-9L Sidewinder e AIM-7F Sparrow, logo depois prosseguindo para a missão de bombardeio a um aeródromo iraquiano. Na verdade, os dois F-7A foram as únicas aeronaves abatidas pela US Navy durante o conflito (um F-14 abateu um helicóptero).
O principal programa do Hornet, o F/A-18E/F Super Hornet, foi firmado em 1992 após o cancelamento do A-12 Avenger, que seria a nova aeronave de ataque da Marinha norte-americana nesse século. A versão multi-missão F/A-18E/F Super Hornet é quase um novo avião quando comparado ao F/A-18A/B. O F/A-18E/F tem uma área de asa 25% maior, leva 33% a mais de combustível interno que aumentará o alcance de combate efetivamente em 41%, um novo motor, o F414-GE-400 tem 35% a mais de potência.
O Super Hornet também incorpora duas estações subalares adicionais. A adição permite um aumento da flexibilidade de carga útil, permitindo um mix compatível de carga ar-ar e ar-superfície. A aeronave também pode levar "armas inteligentes", inclusive as mais novas como JDAM e JSOW.
EspecificaçõesTipo: Caça Embarcado Multi-função
Ano (operacional): 1983
Operadores:Austrália, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, Kuwait, Malásia, Suíça e Tailândia
Motor:
2 turbofans F404-GE-402 com pós-combustor
Empuxo estático 8.027 kgf(cada)
Pesos:
Vazio 10.810 kg
Máximo na decolagem 25.401 kg
Máximo de combustível interno 4.926 kg
Máximo de combustível externo 4.245 kg
Dimensões:
Altura 4,66 m
Envergadura 11,43 m
Envergadura com mísseis na ponta das asas 12,31 m
Envergadura com asas dobradas 8,38 m
Comprimento 17,07 m
Superfície alar 37,16 m²
Performances:
Vel. máxima Mach 1.8+
Carga G máxima +9/-3
Velocidade de aproximação 134 nós
Aceleração de 460 para 920 nós à 10.670 m abaixo de 2 minutos
Teto de serviço 15.240 m
Decolagem (mín) menos que 427 m
Vento mínimo para catapultagem 35 nós
Vento mínimo para enganchamento 19 nós
Autonomia:
Perfil "HI-LO-LO-HI" (interdição) 290 mn
Tempo de vôo em missão CAP, a 150 mn do NAe 1 h 45 min
Translado, sem REVO +1.889 Km
Armamentos:
Ar-ar
Mísseis ar-ar de curto alcance guiados por IR AIM-9 Sidewinder e ASRAAM, mísseis ar-ar de médio alcance AIM-7 Sparrow e AIM-120 AMRAAM
Ar-superfície
Mísseis anti-radar Sidearm, Shrike e AGM-88 HARM; mísseis anti-navio Harpoon, mísseis ar-solo AGM-65 Maverick, SLAM, SLAM-ER, Walleye, bombas guiadas, não-guiadas, foguetes, JSOW, JDAM
Outros
1 canhão M61A1/A2 Vulcan de 20 mm; 3 pontos ventrais; 4 pontos sob cada asa e 2 trilhos de ponta de asa. Carga bélica máxima de 7.031 kg.
Fonte: livremanobrar/aeronaves