Os preços das passagens aéreas acumularam no ano passado alta de 31,88%, superior à inflação apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que alcançou 4,31% no período.
Em 2008, segundo o IBGE, as passagens aéreas subiram 12,17% para uma inflação de 5,9%. No ano anterior, as tarifas cobradas pelas empresas do setor aéreo ficaram abaixo da inflação acumulada de 4,46%, mostrando alta de 3,14%.
O IBGE revelou que no mês de dezembro de 2009, as tarifas aéreas apresentaram variação de 46,91%, ante uma inflação mensal de 0,37% medida pelo IPCA. Os destaques foram as regiões metropolitanas de São Paulo e Brasília, onde as passagens aéreas tiveram alta de 98,52% e 52,53%, respectivamente. A região de menor impacto das tarifas de aviação foi Fortaleza (CE), com expansão de 23,95%.
Com base no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Getulio Vargas, entretanto, houve alta de 5,53% no preço das passagens aéreas em dezembro de 2009, depois de elevação de 2,37% em novembro. Dezembro já sinalizava aquecimento da demanda devido à época, disse o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV. Ele revelou que o item pesquisado sofreu queda de 11,88% em janeiro de 2010, relacionada ao período de baixa temporada.
A alta observada em dezembro, segundo Braz, é natural.
— É natural que suba devido à demanda. No fim do ano, a população já está um pouco mais otimista, o crédito vem voltando. A situação da economia já incentiva o consumo, porque as famílias não estão com medo de perder o emprego repentinamente, porque há uma expectativa de crescimento de 5% da economia nacional.
Para o economista, a retração observada em janeiro no preço das passagens aéreas ocorre porque as pessoas já viajaram e estão de volta ao país. No ano de 2009, a FGV apurou queda de 25,36% no preço das passagens aéreas, refletindo a crise internacional e os efeitos que estavam sendo aguardados sobre a economia brasileira. Segundo Braz, mesmo o dólar depreciado ante o real não levou as famílias a ampliar o consumo em 2009.
— As pessoas ficam receosas em viajar porque a questão não é pagar, mas, se perder o emprego, depois como vai fazer? — indagou.
A queda mais intensa no preço das passagens aéreas (- 13,96%) foi observada em abril de 2009 e é explicada pela baixa temporada.
O economista da FGV acredita que a perspectiva não é de elevação das tarifas aéreas no decorrer de 2010.
— Os preços já estão tendendo a retomar a normalidade, após aquele período de maior demanda.
Fonte: Agência Brasil via Zero Hora