Em nota, o presidente da Abdib, Paulo Godoy, manifestou preocupação com a forma como as obras de infraestrutura dos aeroportos brasileiros estão sendo conduzidas. Para a entidade, a Copa de 2014 estaria sob risco devido à falta de “perspectiva concreta de investimentos em ampliação da capacidade, modernização dos sistemas e melhoria na gestão e nos procedimentos” dos aeroportos brasileiros.
O comunicado afirma que os aeroportos do país estão cada vez mais congestionados, devido ao aumento de 12,8% na movimentação de passageiros em 2009, na comparação com 2008. Segundo o texto, em dezembro do ano passado os terminais registraram 25% a mais de passageiros em relação ao mesmo mês do ano anterior.
De acordo com a Infraero, o planejamento da empresa não se baseia apenas em eventos pontuais, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Segundo a estatal, o cronograma proposto até 2014 está sendo cumprido e parte das obras já está em execução. Até o ano da Copa, a Infraero investirá R$ 4,6 bilhões na construção e modernização de 16 aeroportos relacionados às 12 cidades-sede da Copa do Mundo.
A Abdib argumenta que estudos e projetos não conseguem vencer o trâmite de licitação e controle da administração pública: “Enquanto as autoridades públicas decidem se o investimento e a operação do sistema aeroportuário brasileiro devem ser feitos pelo setor público ou pela iniciativa privada, os usuários continuam a trilhar um périplo demorado por diversos guichês, a brigar por espaço nas escadas rolantes e a esperar muito mais tempo do que o razoável por simples carrinhos de bagagens e táxis disponíveis”, disse Godoy.
Segundo a Infraero, diversas licitações estão em curso, o que pode ser verificado no próprio site da empresa (www.infraero.gov.br). A estatal ressalta que já assinou um termo de cooperação com o Departamento de Engenharia do Exército Brasileiro para agilizar projetos e obras em diversos aeroportos.
A empresa pretende instalar também módulos operacionais em alguns aeroportos para aumentar o número de passageiros a serem transportados. Só no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, esse módulo ampliará em 1 milhão de passageiros por ano a capacidade operacional.
A Abdib criticou também as limitações dos aeroportos na capital paulista nos períodos de chuva. “Em São Paulo, principal polo distribuidor de voos e passageiros do Brasil, virou regra transferir os passageiros para aeroportos como Guarulhos, Campinas e Ribeirão Preto, como efeito cascata das chuvas.”
A Infraero argumenta que, no que se refere a períodos de chuva e à consequente alteração de voos, essa é uma questão de segurança de tráfego aéreo e não de falta de infraestrutura aeroportuária.
Fonte: 24 horasnews