"Em 2009 atingimos praticamente o equilíbrio nas contas da empresa [TAP - Manutenção e Engenharia Brasil]. E foi um dos anos mais difíceis, por causa da crise, para o negócio da manutenção aérea. Muitas empresas pararam os aviões e aviões parados não fazem manutenção", disse o presidente da TAP, Fernando Pinto, em entrevista à agência Lusa.
O presidente da empresa admite que estes números animadores incluem "alguns resultados extraordinários", mas "também perdas extraordinárias. E as projeções são de iniciar o retorno a partir de 2010 ou 2011. Ou seja começamos a ter resultados consistentes", frisou.
A performance da ex-VEM - que nos últimos anos foi uma 'ferida' nas contas da empresa, que registou prejuízos de 280 milhões de euros em 2008 - fez com que a TAP, que era a 15º companhia mundial em serviços de manutenção passasse para a sétima posição.
As sinergias com a divisão brasileira são visíveis e o responsável da TAP acredita que vão intensificar-se.
"Muitas vezes temos um avião que vai fazer manutenção no Brasil e a revisão dos motores é feita aqui, pela TAP Portugal. Componentes vão daqui para lá e há uma troca muito grande entre as oficinas", disse Fernando Pinto.
"Alguns contratos feitos no Brasil já prevêem o serviço nos motores feito aqui, sendo que nos motores é que se ganha mais", concluiu.
Em termos globais, Fernando Pinto mostra-se "optimista com os resultados de 2009" da TAP, SA.
"As indicações são boas, na TAP, SA continuamos com a expectativa de que vamos apresentar resultados positivos", sublinhou o presidente, acrescentando que "do grupo, a Groundforce é a única que ainda nos traz perdas".
Apesar de ter transportado "bem menos passageiros em 2009 face a 2008", Fernando Pinto diz que a TAP transportou "com mais eficiência". "Reduzimos voos, adaptamos a operação e tivemos custos menores de combustível", completou o mesmo responsável.
Por outro lado, ressalvou, "número de passageiros não quer dizer proveitos, porque há uma tendência de as tarifas ficarem mais baixas e isso influi na posição de tesouraria".
"Por isso é preciso pesar os dois lados, mas o movimento de passageiros [no início de 2010] está muito bom", adiantou.
Quanto ao tráfego nas diferentes rotas, Fernando Pinto disse que "há um crescimento principalmente no mercado Brasil, Brasil-Europa e em África, onde há um crescimento forte, com mais ofertas".
O presidente da TAP afastou, por outro lado, investimento em novos aviões. "Não estamos a prever para os próximos dois anos novos investimentos em compra de novos aviões, nem na TAP nem da Portugália", revelou.
Fonte: Nuno Vinha e Mónica Freilão (Agência Lusa) via Jornal de Notícias