O presidente da TAM, David Barioni Neto, esteve na noite deste sábado (19) no encontro dos familiares das vítimas do vôo JJ 3054, que acontece neste fim de semana em um hotel na Zona Sul de São Paulo. De acordo com a assessoria da TAM, ele tirou dúvidas dos familiares sobre as indenizações e o andamento das investigações. O acidente ocorrido em 17 de julho de 2007 matou 199 pessoas.
Barioni chegou ao hotel por volta das 18h30 deste sábado (19). A intenção do presidente, de acordo com a assessoria da TAM, era estreitar relações com os familiares das vítimas, já que ele assumiu o cargo no final do ano. Ele ouviu queixas dos familiares e pediu que fosse iniciada uma nova etapa entre as partes.
Um dos pontos de discussão foi a criação da Câmara de Conciliação de Negociação das Indenizações, uma das reivindicações das famílias. O presidente da TAM disse julgar interessante a proposta, cujas negociações estariam adiantadas. Para a instalação, faltariam apenas detalhes técnicos, de acordo com a empresa. O presidente da TAM também explicou que a companhia aérea pagará as indenizações a todos os familiares, independente se houve culpa por parte dela no acidente.
De acordo com a Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo TAMJJ3054 (Afavitam), os familiares cobraram do presidente maior segurança nos vôos. David Barioni Neto respondeu, ainda segundo a associação, que uma prova da preocupação com a segurança é que o presidente da empresa é um comandante de aeronaves.
Investigações
O foco principal do 5º encontro organizado pelos familiares de vítimas do acidente da TAM será o andamento das investigações. Passados seis meses desde que o Airbus A-320 se chocou contra um prédio após pouso frustrado, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a polícia ainda não apontou os possíveis culpados pela maior tragédia da aviação brasileira.
“Vamos discutir o que fazer para que a Anac, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e a Infraero entreguem os documentos que faltam à polícia. O governo federal se acha no direito de ignorar ordens judiciais expedidas por magistrados de São Paulo”, afirmou Christophe Haddad, referindo-se aos pedidos da Justiça de relatórios e informações sobre o caso.
Haddad, que perdeu a filha Rebeca, de 14 anos, é o primeiro-secretário da Associação dos Familiares e Amigos de Vítimas do Vôo TAM JJ 3054 (Afavitam). Segundo ele, até os parentes dos 199 mortos no acidente estão ajudando na investigação, buscando, inclusive, dados no exterior.
“Buscamos lá fora, na França, os manuais do Airbus A-320. A própria polícia pediu que pressionássemos as autoridades”, disse Haddad. Uma deputada francesa se interessou pelo caso e também se dispôs a auxiliar o grupo.
Fonte: G1