O novo presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Murilo Marques Barboza, tomou posse do cargo na tarde desta quinta-feira prometendo não romper com a linha de trabalho de seus antecessores. "Não esperem nenhum choque de gestão. Venho para dar continuidade ao competente trabalho de meus antecessores", afirmou ele em seu discurso de posse.
Ao reconhecer "os enormes desafios" que terá que enfrentar, Barbosa garantiu que a Infraero conseguirá atender em tempo hábil às exigências de melhoria da infraestrutura aeroportuária que o País precisa cumprir até o início da Copa do Mundo, em 2014. Para ele, é necessário ampliar a malha aeroviária nas regiões Centro-Oeste e Norte, sem descuidar dos equipamentos já existentes nas regiões Sul e Sudeste.
Perguntado sobre os projetos de abertura de capital da empresa e de concessão de aeroportos hoje administrados pela estatal à iniciativa privada, Barbosa disse que essa é uma decisão de governo e que não cabe aos gestores da Infraero questionar. Lembrado de que o ex-presidente da empresa, Sergio Gaudenzi, teria deixado o cargo por discordar da concessão de aeroportos, que considerava prejudicial às contas da estatal, Barbosa disse confiar que o governo tomará a melhor decisão para a Infraero.
"A abertura de capital está sendo estudada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), e nós cumpriremos os objetivos que o governo determinar", afirmou Barbosa. "A mesma coisa para a concessão de aeroportos. Tenho confiança no trabalho que está sendo feito pela Anac e, certamente, se o presidente da República decidir por determinada linha política, vamos atendê-la pois isso certamente será o melhor para a empresa", completou.
Presente à cerimônia de posse, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a intenção do governo é limitar a 49% a abertura do capital da empresa para garantir que o governo detenha a maior parte das ações da estatal.
De acordo com Jobim, Barbosa terá que preparar a infraestrutura necessária para abrigar o crescimento do número de usuários de transportes aéreos, levando em conta a demanda extra por ocasião de grandes eventos esportivos. A jornalistas, o ministro afirmou que o setor tem "gargalos", mencionando os aeroportos de Guarulhos (SP), Vitória (ES), Goiânia (GO) e Brasília (DF), que "já está saturado". Em tom de brincadeira, Jobim disse para Barbosa que "se ele não trabalhar direito, sai".
Engenheiro eletricista, Barboza ocupava a chefia de gabinete do Ministério da Defesa desde julho de 2007. Antes, já havia sido assessor dos ministros José Viegas (2003/2004) e Waldir Pires (2006/2007) e do vice-presidente da República, José Alencar, durante o período em ele comandou a pasta, entre novembro de 2004 e março de 2006. Barboza também presidia o Conselho Fiscal da Infraero.
"Minha experiência no ministério me propiciou um contato com a complexidade da aviação civil brasileira e um convívio com autoridades do setor. O período que estive à frente do Conselho Fiscal da Infraero me propiciou conhecer sua missão, sua organização e seus desafios", disse Barboza.
Fonte: Agência Brasil via Terra