Segundo executivo, empresa pode participar de licitação por aeroportos.
Companhia vai iniciar operações no país em dezembro.
A companhia aérea Azul pretende estrear suas operações no Brasil em dezembro e já manifesta interesse na privatização dos aeroportos Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, e de Viracopos, em Campinas (SP), segundo afirmou nesta quarta-feira (17) seu executivo-chefe David Neeleman.
O executivo-chefe da Azul, David Neeleman (esq.), posa ao lado do presidente da companhia, Pedro Janot, em frente a um dos jatos da empresa
A empresa poderia buscar parceiros internacionais para participar da licitação dos dois aeroportos que pode ocorrer ano que vem.
"Há muitos empresas internacionais que gostariam de ter esses aeroportos. Vão ter muitas pessoas querendo entrar", disse Neeleman, após a cerimônia de batismo do primeiro avião da Azul.
Oportunidades
O executivo é fundador da JetBlue, companhia aérea norte-americana de baixo custo que, segundo Neeleman, tem experiência na administração privada de aeroportos. A companhia construiu terminais temporários em Long Beach, na Califórnia, e no JFK, em Nova York.
"Lá o provisório ficou quase como definitivo", declarou o diretor de marketing da Azul, Gianfranco Beting. "Se derem oportunidade vamos analisar a possibilidade de tirar os gargalos logísticos que existem no Brasil", acrescentou o executivo.
Operações
A Azul vai receber até o fim do ano cinco aviões Embraer para iniciar suas operações no Brasil. Até o ano que vem, a empresa espera estar operando com 16 aviões sendo que a carteira de contratações firmes da companhia prevê 36 aeronaves para os próximos anos. O pedido de cerca de US$ 1,4 bilhão pode chegar a US$ 3 bilhões, se as 40 opções de compra forem exercidas pela empresa aérea.
As rotas da nova companhia ainda não foram definidas, mas a empresa pretende usar o aeroporto de Santos Dumont (no Rio de Janeiro) como uma das suas bases. A companhia negocia também com a Infraero ficar com o hangar da Vasp em Congonhas, em São Paulo.
"Identificamos 27 mercados com grande potencial no Brasil e apenas 20 por cento contam com o serviço", declarou Neeleman.
Filé mignon
O executivo disse que no futuro a Azul pretende operar no "filé mignon" aéreo brasileiro, a ponte-aérea Rio-São Paulo, mas o foco inicial são empresas com médio e grande porte que não são bem atendidas.
"A ponte é o quarto melhor mercado do mundo, com um fluxo de 6 mil passageiros indo e 6 mil vindo por dia em 78 vôos", declarou Neeleman. "Não é bom ter um aeroporto central como Congonhas (em São Paulo) com 90% nas mãos de duas empresas", disse o executivo em referência às companhias TAM e Gol . "A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) disse que tem plano para outros competidores e a gente quer slots em Congonhas", acrescentou Neeleman.
O executivo informou, sem dar muitos detalhes, que a Azul recebeu um investimento adicional de US$ 50 milhões de dólares e garantiu que nenhum dos investidores, a maioria fundos de investimento, foi abalado pela crise no mercado financeiro internacional.
Fonte: Reuters