Cinco agentes da polícia da Indonésia morreram nesta quarta-feira (27) após a queda de um avião que havia acabado de entregar ajuda humanitária aos afetados pelas inundações na Província de Papua, que ocupa a parte ocidental da ilha de Nova Guiné.
Os corpos dos agentes foram encontrados em estado irreconhecível pelas equipes de resgate em Wami, na cidade de Nabire.
O avião, um
PZL-Mielec M28-05PI Skytruck, da
Polícia da Indonésia (similar ao da foto acima), havia reabastecido no aeroporto de Nabire e retornava a Jacarta na quarta-feira quando se chocou contra uma árvore durante uma aterrissagem forçada.
O porta-voz da Polícia Nacional, Iskandar Hassan, explicou à imprensa que graças aos aldeães do lugar localizaram os restos da aeronave na manhã desta quinta-feira e culpou o mau tempo pelo acidente.
Mais de cem pessoas já morreram nas inundações de Papua desde o início de outubro.
Vulcão e TsunamiAlém das inundações em Papua, a Indonésia vive um momento trágico, tendo sido atingida nesta semana por um tsunami, nas ilhas Mentawai, e tendo registrado também a erupção do vulcão Merapi, na ilha de Java. Juntas as duas tragédias já deixaram ao menos 343 mortos.
As autoridades da Indonésia elevaram nesta quinta-feira para 32 o número de mortes em decorrência da erupção, na última terça-feira, do vulcão Merapi na ilha de Java, enquanto o número de feridos ronda os 100 e os desabrigados já são mais de 50 mil, informaram fontes oficiais.
A erupção do vulcão, cujo nome significa "Montanha de Fogo", aconteceu um dia depois do terremoto seguido de tsunami.
O governo local também elevou para 311 o número de mortos após a passagem de um tsunami no arquipélago de Mentawai, arquipélago de Mentawai.
Agus Prayitno, responsável pela Agência Nacional de Gestão de Desastres em Sumatra Ocidental, acrescentou que "outras 379 pessoas estão desaparecidas".
MerapiDas 32 mortes, 25 ocorreram na encosta do Merapi, um dos vulcões mais ativos do arquipélago. As outras sete vítimas morreram no hospital devido aos graves ferimentos, indicou Agustinus, porta-voz policial da cidade de Yogyakarta.
Os mais de 50 mil desabrigados se aglomeram nas imediações de Yogyakarta, principal cidade da ilha de Java. Outros moradores locais decidiram voltar ao entorno do vulcão, apesar do perigo.
"O vulcão esteve relativamente em calma. Sua atividade se desacelerou desde a erupção. Temos de avaliar sua atividade nos próximos dias", explicou Subandrio, do Centro de Vulcanologia da Indonésia.
Um manto de cinzas cobre as casas, árvores e plantações que não chegaram a ser atingidos pela lava do Merapi, cuja altitude é de 2.914 metros.
A maioria dos corpos resgatados está parcialmente carbonizada. Já os feridos sofrem problemas respiratórios e queimaduras.
Entre os mortos está um bebê de três meses, que morreu de asfixia, um jornalista e o guarda espiritual da montanha do vulcão, o respeitado Mbah (avô) Maridjan, que morreu enquanto orava pelo fim da erupção em sua casa, numa aldeia a quatro quilômetros da cratera.
Soldados, policiais e voluntários usando máscaras brancas de proteção participam das operações de busca por sobreviventes.
TsunamiAlém dos 311 mortos pela onde de 600 metros, cerca de 4.000 pessoas perderam suas casas nas ilhas Mentawai, situadas próximo ao litoral de Sumatra.
Um grande número de desabrigados passou a última noite sem teto, diante da falta de barracas na região.
A falha onde aconteceu o terremoto é a mesma que, em 26 de dezembro de 2004, causou o tremor de magnitude 9,1 seguido de tsunami, que destruiu localidades litorâneas de nações banhadas pelo Oceano Índico e matou 226 mil pessoas.
A Indonésia fica situada sobre o chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma região de grande atividade sísmica, onde cerca de 129 dos mais de 400 vulcões estão ativos. Além de ser uma zona de grande atividade sísmica e vulcânica que é atingida por cerca de 7.000 tremores anualmente, a maioria de baixa magnitude e não sentida pela população.
Fontes: EFE via Folha.com / ASN - Fotos: The Jakarta Globe / Adek Berry (AFP)