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O ministro dos Transportes de Angola, Augusto da Silva Tomás, anunciou quinta-feira a reinauguração este mês de dois aeroportos em reabilitação em Benguela (litoral-centro), uma das quatro províncias sede do Campeonato Africano das Nações (CAN) que o país vai acolher em Janeiro próximo.
Augusto Tomás, que falava à imprensa por ocasião duma visita a Benguela, garantiu estarem criadas as condições materiais e humanas para que os aeroportos 17 de Setembro e da Catumbela prestem serviço de qualidade por ocasião do CAN.
O aeroporto da Catumbela, construído na década 80, deverá ser requalificado para nível internacional depois de beneficiar actualmente duma nova aerogare, de duas pistas reabilitadas, duma sala de embarque ampliada e reequipada e dum parque de estacionamento para mais de 100 viaturas ligeiras e 20 autocarros.
Do aeroporto da Catumbela às cidades do Lobito e Benguela, numa distância de 15 quilómetros, os automobilistas gastam pouco menos de 20 minutos de estrada com quatro faixas de rodagem em boas condições.
O aeroporto da Catumbela dista a menos de oito quilómetros do Estádio Nacional de Ombaka, que albergará os jogos do grupo C do CAN 2010, que integra a Nigéria, o Egipto, o Benin e Moçambique.
Os principais aeroportos da Infraero devem registrar um crescimento de 10% na movimentação de passageiros entre os dias 15/12/09 e 15/01/10, quando ocorre o pico da alta temporada, estimulado pelas férias e festas de fim de ano. A projeção é da área de Operações da Infraero que aponta ainda, para o mês de dezembro, um aumento de 9% na movimentação de passageiros, de acordo com análise dos últimos cinco anos.
A circulação de passageiros, no entanto, já tem sido monitorada pela Infraero desde novembro com o objetivo de realizar ajustes finais nesta véspera de fim de ano e garantir conforto e tranquilidade em todos os terminais de passageiros. Os 67 aeroportos vão contar com o reforço de pessoal, que será viabilizado pelo remanejamento de férias e folgas dos empregados, além da contratação de mão de obra temporária, no caso dos motoristas dos ônibus de transporte de passageiros e do pessoal destinado aos cuidados com a limpeza de áreas públicas, como saguões, sanitários e salas de embarque e desembarque.
Também estarão em funcionamento novos equipamentos de raio-X e nova frota de ônibus, ao todo 130, comprados este ano para reforçar o transporte de passageiros entre as salas de embarque/desembarque até o pátio. O destaque na área de Operações vai para a integração com o CGNA (Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea), que em casos de congestionamento vai orientar o fluxo de aeronaves nos aeroportos, em conjunto com Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo).
A “sala de situação”, que funciona 24 horas e coordena as informações de todos os aeroportos do Brasil, terá reforço de pessoal nesta alta temporada. Com sede em Brasília, a sala auxilia os gestores a avaliarem com agilidade as situações para a tomada de decisões.
Um helicóptero de uma rede de televisão canadense caiu no começo da manhã de quarta-feira (16) perto de uma das estradas que levam a Montreal deixando dois ocupantes feridos.
Segundo fontes policiais, o helicóptero Robinson R44 Raven II, prefixo C-GDSF, da rede de televisão "TVA" de Montreal (Groupe TVA Inc.) sobrevoava a zona sul da cidade quando começou a ter problemas e tentou realizar uma aterrissagem de emergência, mas caiu.
O helicóptero é utilizado pela "TVA" para informar sobre a situação do trânsito em Montreal.
A televisão canadense "CTV" disse que, após o impacto do helicóptero contra o solo, o piloto conseguiu sair do aparelho andando, mas o repórter que o acompanhava, Rejean Leveille, ficou preso por quase uma hora no aparelho, enquanto as equipes de emergência tentavam resgatá-lo.
Levielle foi transferido para um hospital de Montreal e não se sabe a gravidade de suas lesões.
Imagens transmitidas pela televisão canadense mostram o helicóptero perto de uma estrada, gravemente danificado pelo impacto.
Fonte: EFE via iG - Foto: Paul Chiasson (Canadian Press)
Crop circles (agroglifos) aparecem em Santa Catarina
Marcas circulares que apareceram em lavouras de Santa Catarina nos dias 09 e 12 deste mês chamaram a atenção de curiosos e de ufólogos na cidade de Ipuaçu, a 511 km ao oeste de Florianópolis.
Com 19 metros de diâmetro, dois círculos idênticos formados por culturas deixadas foram encontrados em lavouras de trigo e triticale (cereal da hibridação de trigo e centeio) em duas propriedades agrícolas numa pequena comunidade rural de Toldo Velho (SC), na última quarta-feira e neste sábado.
Boatos de que objetos voadores não identificados (OVNIs) teriam passado pela cidade já correram a região. O suposto fenômeno se transformou no principal ponto turístico de Ipuaçu. Segundo informações da Polícia Militar, cerca de dois mil visitantes estiveram no local apenas nas primeiras 48 horas.
O agricultor Rovilho Biazzotto, 69 anos, dono de uma das propriedades onde as marcas apareceram, disse ter visto as manchas na tarde de domingo e pensado se tratar de uma brincadeira de crianças.
Depois percebeu que os círculos teriam formas bem definidas. “Acho que um homem não conseguiria fazer um trabalho desses”, afirmou. “Nunca vi isso antes. Derrubou todas as plantas e atingiu cerca de 300 metros quadrados”.
O radialista Ivo Luís, da Rede Princesa, esteve no local e destacou que o que mais chama a atenção é que os dois círculos estão localizados a cerca de 25 metros do asfalto. “Não existem marcas ou qualquer rastro de pneu até o local onde estão as formas”, afirmou.
“Os círculos eram delimitados por uma faixa com plantas de pé, sem sinais de qualquer amassamento, seguidas por outra faixa de plantas amassadas, derrubadas de maneira uniforme e em sentido horário”, completou.
Até crianças de uma escola de Ipuaçu foram levadas ao local para ver as circunferências. Na tarde desta terça-feira, um ufólogo de Curitiba (PR) estará no local para avaliar o que pode ter ocorrido nas lavouras.
As estranhas marcas geométricas em plantações, também chamadas de agroglifos, ou “crop-circles” ou ainda “círculos ingleses”, foram registradas em áreas rurais da Inglaterra na década de 1980 e também em campos de trigo da Argentina.
Fontes: Fabrício Escandiuzzi (Terra) / Área 51 (iG) - Fotos: Ivo Hugo
Mesmo com esquemas especiais, a Infraestrutura do sistema aeroportuário segue sendo o gargalo
Na véspera do Natal e do Ano-Novo, as companhias aéreas prepararam esquemas especiais para atender o aumento da demanda e evitar transtornos. Embora não haja previsão de caos, especialistas alertam para que os passageiros cheguem com antecedência maior do que a habitual. O motivo: os aeroportos devem estar lotados, preveem.
Mesmo com incremento de 20% na comparação com o ano passado, a oferta das empresas não consegue suprir toda a procura por passagens aéreas nesse período. A retomada econômica e as políticas adotadas pelas empresas de promoções diferenciadas e financiamentos em parceria com bancos são alguns dos fatores que estão levando os brasileiros a voar mais, segundo o consultor André Castellini, sócio da Bain & Company.
– A demanda está bastante aquecida, principalmente nas semanas que antecedem o Natal e o Ano-Novo. As pessoas vão encontrar filas, e o sistema estará operando no seu limite – destaca.
Na contramão do crescimento da demanda e da oferta, o sistema aeroportuário não acompanha o ritmo e segue sendo o gargalo das operações. Para o período entre a última terça-feira até 15 de janeiro, a previsão é de um crescimento de 10% na movimentação de passageiros, conforme a Infraero. No aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, as companhias colocaram à disposição 35 voos nacionais adicionais de partidas e 26 de chegadas, totalizando 61 voos a mais.
– Neste final de ano, a demanda aumentou 30% em relação ao fim de ano passado e o grande problema continua sendo os aeroportos. Então, a dica é chegar antes e ter paciência – diz Carmem Marun, diretora da Associação Brasileira de Agência de Viagens (Abav).
Fonte: Alice Rodrigues (Zero Hora) - Foto: Folha Imagem
A Agência de Aviação Civil certificou o aeroporto de São Pedro, na Ilha de São Vicente, em Cabo Verde, na categoria de aeroporto internacional, facto que deixa radiante o presidente do Conselho de Administração da ASA - empresa de Aeroportos e Segurança Aérea, Mário Paixão.
Conforme refere Mário Paixão, a certificação do Aeroporto Internacional de São Vicente, permitindo a operacionalidade de voos internacionais, "é o culminar de um desafio", que envolveu várias instituições nacionais e estrangeiras ligadas ao sector da aviação civil.
"Este certificado tem um sabor especial. É o resultado de muito trabalho de equipa e empenho de muita gente. Uma prenda para Cabo Verde, São Vicente e a ASA", diz, numa alusão à época festiva de Natal.
O voo inaugural será realizado no dia 22 do corrente mês, com a chegada do Boeing dos TACV, proveniente da Praia, fazendo depois ligação entre São Vicente/Fortaleza, transportando passageiros e carga.
Entretanto Mário Paixão assegura que a partir deste momento o aeroporto poderá receber aviões provenientes do estrangeiro, prevendo-se para hoje e amanhã a chegada de um voo cargueiro 737.
Assim Cabo Verde passa a contar com quatro aeroportos internacionais, respectivamente nas ilhas do Sal, Santiago, Boa Vista e São Vicente.
Fonte: OJE/Inforpress
Nota do Autor:
Agradeço ao leitor que corrigiu a informação postada anteriormente sobre a localização correta do Aeroporto de São Pedro.
A ANA (Aeroportos de Portugal S.A.) quer chamar ao Aeroporto de Beja "Aeroporto do Alentejo" e não se compromete com uma data para a entrada em funcionamento da infra-estrutura. Dado adquirido é que não vão existir voos nocturnos e a manutenção de aeronaves vai ser o sector mais importante no arranque do projecto.
Não é possível garantir que o aeroporto de Beja vai começar a funcionar daqui por nove meses, pode ser mais cedo ou, mais tarde, porque aparecem imprevistos e depende muito das exigências no terreno. A ideia foi manifestada por Jorge Arruda, responsável da ANA-Aeroportos de Portugal para liderar o aeroporto de Beja. Ainda segundo Jorge Arruda as obras vão estar concluídas no início de 2010, segue-se a instalação de equipamentos depois tudo depende do proceso de certificação do aeroporto.
Jorge Arruda esteve ontem na cidade Pax-Júlia na apresentação do Plano de Markting para o aeroporto de Beja, realizado pela ANA-Aeroportos de Portugal.
Luís Taborda, um dos responsáveis do estudo, revelou que daqui por um ano é possível que já esteja em Beja um operador da área da manutenção aeronáutica e que este vai ser o sector com mais importância no arranque do projecto. Só depois virá o transporte de cargas e de pessoas, as estimativas é que em 2011, cerca de 12 mil passageiros passem pelo aeroporto de Beja e cerca de 21 mil em 2014.
Na apresentação do Plano de Markting ficou ainda a saber-se que não vão haver voos nocturnos por dificuldades técnicas de adaptação de iluminação da pista. Ainda assim, Luís Taborda afirmou que esta é uma questão em aberto porque se houver um grande interesse por parte dos operadores de carga aérea terá que ser encontrada uma solução.
Foi também divulgado que “Aeroporto do Alentejo” é a designação que a ANA pretende dar à infra-estrutura. Uma proposta aplaudida por Maria Leal Monteiro, presidente da CCDRA e rejeitada por Jorge Pulido Valente, autarca de Beja.
Entretanto, em nota de imprensa, tendo por base as declarações da deputada do PS, Ana Paula Vitorimo, de que o aeroporto de Beja só entraria em funcionamento em Setembro de 2010, os vereadores da CDU na autarquia de Beja manifestam o seu inconformismo pelo protelamento, mais uma vez, da entrada em funcionamento desta infra-estrutura.
O Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães está recolhendo doações para serem entregues a creches, orfanatos e outras instituições filantrópicas neste final de ano.
As doações podem ser de alimentos não perecíveis ou de brinquedos. Os interessados em contribuir devem ir até o Balcão de Informações Infraero, no 2° andar, e entregar os donativos, até o dia 29 de dezembro.
Investigação do A330 apura 9 casos semelhantes com aviões vindos do Brasil; queda do Air France ainda é 'mistério'
O segundo relatório sobre a tragédia do voo 447 da Air France, divulgado ontem pelo órgão francês de investigação de acidentes aeronáuticos (BEA), lançou novas suspeitas sobre a confiabilidade dos sensores de velocidade (sondas pitot) nos modelos A330 e A340 da Airbus. Entre 12 de novembro de 2003 e 7 de agosto deste ano, os peritos identificaram 36 incidentes - nove deles com aeronaves que faziam a rota entre o Brasil e a Europa ou Estados Unidos - provocados pela obstrução das sondas pitot por gelo.
Todos os casos ocorreram em condições meteorológicas adversas e desencadearam "sintomas" idênticos aos registrados pelas mensagens automáticas (Acars) emitidas pelo voo 447 na noite de 31 de maio: medição incorreta da velocidade e desconexão do piloto automático. Das 36 ocorrências analisadas, 34 surgiram na fase de cruzeiro, quando o avião está estabilizado em altitudes elevadas (geralmente acima de 9 quilômetros) e em alta velocidade (em torno de 900 km/h). Assim como o jato da Air France, 30 das aeronaves que apresentaram problemas estavam equipadas com sensores da fabricante francesa Thales.
As coincidências entre o voo 447 e os demais incidentes terminam neste ponto. Peritos verificaram que, mesmo com a pane dos sensores, o sistema de proteção por "envelopes", desenvolvido pela Airbus para evitar que eventuais falhas coloquem o avião em risco, permaneceu em funcionamento. No voo 447, verificou-se uma rápida perda desses computadores.
Outro ponto que ainda intriga os investigadores é o tempo de duração da pane. A análise dos 36 incidentes ocorridos antes e depois do acidente com o voo 447 mostra que a duração máxima das falhas foi de 3 minutos e 20 segundos. O avião da Air France enviou mensagens de erro por 5 minutos, um indício de que a eventual pane das sondas foi precedida por outros problemas, sejam eles do avião ou da tripulação.
"Em todos os outros eventos, a situação foi controlada pelo piloto. Os aviões continuavam pilotáveis mesmo com isso", afirmou Jean-Paul Troadec, chefe do BEA. O desafio dos investigadores franceses é desvendar por que os pilotos do voo 447 não tiveram o mesmo êxito. Por enquanto, diz Troadec, o órgão não trabalha com a possibilidade de erro humano. A estratégia é tentar novamente recuperar as caixas-pretas do avião. As buscas terão início em fevereiro e devem contar com o auxílio de peritos e especialistas da Alemanha, Brasil, França, Estados Unidos, Reino Unido e Rússia. Durante 60 dias, as equipes voltarão a vasculhar o fundo do Oceano Atlântico.
CAUSA INDETERMINADA
Embora as informações reunidas até agora apontem para uma falha dos sensores de velocidade, o BEA não atribui a eles a causa do acidente. O segundo relatório confirma constatações anteriores, indicando que o avião bateu "violentamente" na superfície da água, com o nariz ligeiramente levantado e não apresentando inclinação. No entanto, a aeronave estava "intacta" e pressurizada no momento do impacto. Os 50 corpos retirados do mar estavam distribuídos por todo o interior da cabine e apresentavam ferimentos compatíveis com choque de baixo para cima.
ROTAS BRASILEIRAS
12/11/2003 - Turbulência e erro de medição em voo SP-Paris
27/07/2006 - Indicação falha de velocidade em voo Lisboa-SP
10/09/2008 - Indicação falha de velocidade e perda de sistema eletrônico em um voo Lisboa-Rio
30/03/2009 - Medição falha de velocidade, perda de sistemas e de sustentação em voo SP-Paris
14/04/2009 - Acionamento de computador reserva em um voo entre São Paulo e Lisboa
16/04/2009 - Falha em computadores de voo Rio-Lisboa
21/05/2009 - Desconexão do piloto automático: voo Miami-SP
26/05/2009 - Desconexão do piloto e perda de sistemas em voo entre Rio e Paris
25/06/2009 - Indicação falha de velocidade em voo Natal-Lisboa
Fonte: Bruno Tavares e Gabriel Brust (Agência Estado)
A Helibras e o governo de Minas Gerais anunciaram investimentos da ordem de R$ 420 milhões para ampliação da fábrica da empresa em Itajubá, no sul do estado.
A expansão irá gerar 400 novos empregos diretos e 3 mil indiretos e permitirá a produção do modelo de helicóptero de grande porte EC 725, cujas unidades serão fornecidas às Forças Armadas, que assinou no ano passado um contrato para a compra de 50 helicópteros por 1,89 milhão de euros.
O Governo de Minas detém 25% do capital votante da Helibras. Os outros sócios são os grupos Eurocopter e Bueninvest.
Janelas são fotocromáticas e podem ser escurecidas ao toque de um botão.
Piloto vê informações projetadas na altura do para-brisa.
A mais nova maravilha tecnológica da aviação voou pela primeira vez na última terça-feira (15), nos Estados Unidos. A grande novidade é tentar fazer com que os passageiros a bordo se sintam bem próximos do chão. Em um lugar com tanta tecnologia por metro quadrado o trabalho é artesanal. O Boeing 787 Dreamliner tem o jeitão de um pássaro, e foi apresentado como um elemento revolucionário na aviação.
A fuselagem é o que chama atenção primeiro: 50% são compostos de fibra de carbono, e 20%, de alumínio - algo inédito. Isso significa que o Dreamliner é bem mais leve. Por isso, usa uma quantidade menor de combustível e polui menos.
Um diretor da companhia levou o “Jornal da Globo” a um passeio por uma réplica do avião. Assim foi possível conhecer o que muda para o passageiro.
“Os materiais compostos não corroem, não ficam fatigados, como acontece com o alumínio. Isso nos permite colocar mais pressão e mais umidade na cabine de passageiros”, afirmou o diretor da Boeing, Ken Price.
Pressurização
Nos aviões atuais, a pressurização faz com que o passageiro se sinta em uma altitude de 2.400 mil metros. É mais ou menos como caminhar pela cidade de Bogotá, na Colômbia.
O 787 pode simular uma altitude menor: 1.800 metros, e uma cabine mais bem pressurizada é melhor para o corpo humano.
“A baixa pressão pode causar rigidez muscular e dores de cabeça. Então, nós fizemos muita pesquisa para escolher a pressão e o nível de umidade ideais”, disse Ken Price.
Janelas
Há tecnologia também nas janelas. Não por causa do tamanho - elas são bem maiores e dão a sensação para o passageiro de mais espaço -, mas pela intensidade de luz dentro da cabine. O passageiro faz o controle apertando apenas um botãozinho. Ela não tem aquela tradicional tapadeira. São janelas feitas com vidros fotocromáticos, que ficam escuros quando recebem muita luz.
“Quando você deixa a janela escura, ainda pode enxergar do lado de fora, curtindo a experiência de voar”, observou o diretor da Boeing.
A iluminação é um fator importante durante o voo. Não só pelo bem estar do passageiro, mas pelo consumo de energia do avião. A companhia apostou na tecnologia das lampadas led.
Elas consomem menos, esquentam menos, exigem menos do ar-condicionado e dão um efeito especial: são centenas de combinações de cores, que podem simular, por exemplo, o pôr do sol, levando os viajantes a um sono mais tranquilo.
Os assentos são mais finos, mas confortáveis. Já o bagageiro, basta um toque para conferir. “O nosso objetivo é que os passageiros possam colocar quatro malas dessas grandes”, observou Ken Price.
O 787 caiu no gosto da freguesia. Em 2008, as companhias aéreas já tinham encomendado 910 unidades, mas falhas no projeto inicial e sucessivos atrasos no cronograma espantaram a clientela. Em 2009, o número de encomendas caiu para 840. Essa semana, finalmente, o projeto decolou.
Temperatura abaixo de zero, céu nublado, pista molhada no aeroporto de Paine Field, cidade de Everett, Estado de Washington, norte dos EUA. Depois de décadas, o maior projeto de uma das principais de fabricantes de avião do mundo, o Boeing 787 Dreamliner, decolou para o seu primeiro voo.
Cockpit
Rapidamente ele some no meio das nuvens e lá em cima apenas dois pilotos de testes. À frente deles, um cockpit com seis monitores de LCD. Mas a ideia é que o piloto nem precise olhar para eles, pois as principais informações serão projetadas na altura do para-brisa.
O novo colosso dos ares tem 60 metros de envergadura, 56 de comprimento e quase 17 de altura. A capacidade vai de 210 a 330 passageiros.
Duas poderosas turbinas empurram o avião. Outro ponto inovador: pela primeira vez na aviação comercial um avião vai poder ser equipado com motores de marcas diferentes. No caso do Dreamliner com reatores General Eletric ou Rolls Royce.
Depois de três horas e meia no ar, ele deu as caras e pousou, debaixo de chuva, na pista do Aeroporto de King County, em Seatlle.
“O avião se comportou como o esperado. Nós vimos naqueles grandes monitores todo tipo de informação e acontecia tudo que concebemos anos atrás”, constatou o piloto de testes Randy Neville.
“Nós temos um grande avião e podemos dizer que estamos esperando todas as ligações dos clientes com a suas encomendas”, completou o coordenador do projeto, Scott Fancher.
Mais do que botar a Boeing na briga com a Airbus pela disputa do mercado mundial de aviação comercial esse pouso seguro foi prova de uma eficiência tecnológica sem tamanho.
Dois franceses também foram presos e esperam decisão de juiz para voltar.
Eles tiveram passaporte retido e querem passar fim de ano na França.
A segunda visita ao Brasil está sendo traumática para a francesa de 54 anos que ficou presa por cinco dias em São Paulo após confusão em um voo da TAM. Ela aguarda decisão da Justiça para voltar a Paris e passar as festas de fim de ano com os dois filhos e netos. “Não entendo o que se passa. Tenho um trabalho que me espera e estou aqui esperando me liberarem. Torço por um milagre”, contou ela, ao G1 nesta sexta-feira (18).
A francesa, gerente em uma empresa do ramo alimentício, não quis se identificar. Ela e os outros dois turistas da França, também presos em flagrante no início do mês pela Polícia Federal por atentado à segurança de voo, resistência e desobediência à ação policial, estão em uma casa de repouso para franceses na capital paulista. Além deles, um casal de brasileiros também foi preso e enquadrado nos mesmos crimes, mas já estão em liberdade.
O problema ocorreu no domingo (6), dentro do avião que faria o voo JJ 8096 São Paulo-Paris, no terminal de Cumbica, em Guarulhos, Grande São Paulo. O cônsul-geral da França na capital, Sylvain Itte, disse na quinta-feira (17) que os passageiros tiveram de esperar “por mais de três horas” e, ainda assim, a aeronave não decolou. Isso teria irritado um grupo de turistas.
A Polícia Federal foi chamada e diz que os mais exaltados tentaram invadir a cabine do piloto. Itte nega. A francesa não quis contar detalhes do que ocorreu. Disse apenas esperar que o juiz se sensibilize. Como a Justiça Federal entra em recesso nesta sexta, é possível que ele só se manifeste em janeiro, fazendo com que os três franceses presos só voltem para a casa no ano que vem.
“Não tenho escolha. Se tiver que ficar, vou ficar, mas não tem nenhum motivo forte contra nós”, afirmou ela, em tom de resignação. A turista e um outro francês foram presos só na segunda-feira (7), depois de chamados para depor. Eles teriam sido indicados por tripulantes da TAM com participantes da confusão. No dia do tumulto, só um francês foi preso. Ele saiu algemado e praticamente foi arrastado pelos agentes para fora da aeronave. A cena foi filmada e colocada no Youtube.
O trio foi solto na sexta (11), está com liberdade provisória e teve o passaporte retido pela PF. Apesar do incômodo de passar quase uma semana presa, a francesa, que voltava a Paris após um cruzeiro que começou na Itália e terminou em Santos (Litoral Sul paulista), não negou que possa voltar ao Brasil outras vezes. “Não é porque eu tive um problema aqui que não voltarei mais. Isso pode ocorrer em qualquer lugar”, afirmou.
A assessoria da PF informou que o inquérito já foi encerrado e entregue ao Ministério Público Federal (MPF). Procurado, o órgão não havia dado uma resposta até as 19h30.
O norueguês preso em Fortaleza pela PF foi autuado com base no artigo 261 do Código Penal Brasileiro
Está preso na sede da Polícia Federal (PF) em Fortaleza um dos passageiros de nacionalidade norueguesa envolvidos na briga que ocorreu no interior da aeronave da empresa Transportes Aéreos Portugueses (TAP), que precisou fazer um pouso de emergência no Aeroporto Internacional Pinto Martins por conta da confusão. O fato ocorrido na noite da última quarta-feira, 16, envolveu um voo que partiu do Rio de Janeiro e tinha como destino Lisboa, em Portugal.
Conforme informou a Polícia Federal, o homem preso foi autuado com base no artigo 261 do Código Penal Brasileiro (CPP), que trata da exposição a perigo de embarcação ou aeronave, ou prática de qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea. A pena prevista para o crime é de reclusão de dois a cinco anos.
Segundo a PF, a prisão foi comunicada à representação diplomática da Noruega no Ceará e o homem detido na sede da PF está à disposição da Justiça, devendo esperar o pronunciamento do Judiciário. Já o outro passageiro envolvido na briga foi ouvido em depoimento, sendo liberado em seguida.
A Polícia não apresentou a identificação deles, mas informou que ambos apresentavam embriaguez, com o detido se mostrando muito violento. O homem preso é acusado de agressão a uma passageira do mesmo voo, mas a mulher teria preferido seguir viagem.
De acordo com a Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o avião permaneceu no aeroporto Pinto Martins por cerca de uma hora. O pouso foi registrado às 22 horas, e a decolagem às 23h10min. A Infraero informou não ter tomado conhecimento de qualquer agressão à passageira do voo, uma vez que nenhuma queixa nesse sentido teria sido registrada. Conforme ainda a empresa, o tempo em que a aeronave da TAP permaneceu em solo foi suficiente apenas para a retirada dos passageiros que causaram o tumulto, o que foi feito por policiais federais, e a apresentação do relatório da ocorrência pelo comandante do voo.
O POVO apurou com funcionários da TAP no aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, que o voo que fez o pouso não programado em Fortaleza partiu de lá às 18h25mim de quarta-feira. Quanto a outras informações relativas à ocorrência, a informação dada foi a de que somente poderia ser obtida junto a sede da empresa em Portugal, onde não foi possível o contato ontem à noite.
Antes de receber autorização para pousar no Pinto Martins, o piloto da TAP sobrevoou várias vezes em círculos uma área do bairro Messejana, o que deixou moradores da região assustados.
3 turistas foram presos em Cumbica, mas ganharam liberdade provisória.
Tumulto de domingo foi gravado e postado na internet; Justiça decide caso.
Três franceses aguardam decisão da Justiça brasileira até esta sexta-feira (18), último dia antes do recesso na Justiça Federal, para que possam voltar à França e esquecer a semana que passaram em São Paulo. Eles foram presos após confusão em um voo da TAM, no domingo (6) à noite, em Guarulhos, na Grande São Paulo, com destino a Paris. Posteriormente, os estrangeiros foram postos em liberdade provisória, mas tiveram os seus passaportes retidos. O G1 não conseguiu localizá-los para comentar o assunto.
A reportagem, no entanto, entrou em contato com o cônsul-geral da França em São Paulo, Sylvain Itte. Segundo ele, os três franceses estão com medo de que a sentença do juiz demore e eles tenham que passar o fim de ano em território brasileiro. A assessoria de imprensa da Justiça Federal diz que as atividades só voltam em 7 de janeiro. Somente casos urgentes, como de pessoas presas, serão julgados em esquema de plantão.
O tumulto começou por volta das 23h de domingo, dentro da aeronave do voo JJ 8096, no terminal de Cumbica. Em entrevista na quinta-feira (17), Itte contou que os passageiros esperaram “por três horas e meia” e, ainda assim, o avião não tinha decolado. Ele admitiu que “houve discussão” porque as pessoas se revoltaram com a demora em partir. A Polícia Federal foi chamada.
Os três (todos com mais de 50 anos) acabaram presos. Segundo o cônsul, um turista saiu algemado do avião porque resistiu à prisão. Uma imagem postada no Youtube mostra o momento em que o estrangeiro é arrastado pelos agentes para fora da aeronave. Diante da cena, os passageiros gritavam em francês: “Vergonhoso!”. O outro homem e a mulher foram presos pela PF na segunda (7), dia seguinte ao caso, no hotel em que estavam. Itte contou que eles foram "indicados" pela tripulação também como causadores da confusão.
Crimes
A assessoria da Polícia Federal informou que a prisão foi em flagrante por atentado à segurança de voo, resistência e desobediência à ação policial. Os policiais dizem que os turistas tentaram invadir a cabine do piloto, o que Itte negou. “A tripulação não deixou. Eles não passaram da classe econômica.”
A TAM informou que ocorreu “um problema técnico” na aeronave, mas que ele foi resolvido e só não houve decolagem porque a torre de controle e a PF pediram para que a tripulação descesse e prestasse esclarecimentos sobre o episódio. Os três franceses só foram liberados após pagamento de R$ 1.400 de fiança (cada um) na sexta (11). A TAM acabou cancelando aquele voo.
Na prisão
Os dois homens ficaram no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros e a mulher passou a semana na delegacia do aeroporto. Na sexta, ela chegou a ser transferida para o presídio feminino em Santana (Zona Norte), mas saiu no mesmo dia. Apesar de presos, Itte contou que os dois turistas “foram bem tratados” no CDP.
“O dono da cela separou colchões para eles, deixou que tomassem banho. Não queria que eles ficassem com uma imagem ruim do Brasil. Isso é extraordinário”, afirmou o cônsul, lembrando que outros 30 detentos dividiam o cubículo. Já a turista não teve a mesma sorte. “Ela ficou todos esses dias sem tomar banho.”
Agora, o trio está acomodado em uma casa para aposentados franceses em São Paulo. “Se o juiz não se decidir até esta sexta, eles serão obrigados a ficar aqui no Natal e no réveillon. E não querem isso, têm família na França. Eles querem voltar”, afirmou o cônsul.
No avião, havia pelo menos cem turistas da França. Todos retornavam de um cruzeiro que começou na Itália, passou pelo Recife e terminou em Santos, no litoral sul de São Paulo.
O Fokker F-16AM Fighting Falcon "Sting 1" da Força Aérea da Holanda cruzando o céu a 2 mil pés, próximo da Base Aérea Volkel (UDE/EHVK), em Uden, na Holanda, na noite de 01 de dezembro de 2009.
Histórico e turístico município de Penedo (foto abaixo), a 184 km de Maceió, possui desde 1954 uma área de pouso
Audiência de conciliação que estava marcada para o dia 12 de janeiro de 2010, foi transferida para o dia 14 de janeiro, às 14 horas, na 3ª Vara da Justiça Federal em Alagoas, em Maceió. O objetivo é reunir os ocupantes da área do Aeroporto de Penedo (Aeroporto Freitas Melro) para, por emio de acordo, tentar desocupar pacificamente o local. O aeroporto deverá integrar a Rede Estadual de Aeroportos após ser reformado por convênio do Governo do Estado e Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
O histórico e turístico município de Penedo, a 184 km de Maceió, possui desde 1954 uma área de aeroporto com 1.247.259,53 m2, doada pela prefeitura local e por particulares à União Federal para o funcionamento de um aeroporto. Em 1993, o Ministério da Aeronáutica, representado pelo Departamento de Aviação Civil (DAC, hoje ANAC) assinou convênio com o município para administrar, manter, operacionalizar e explorar o Aeroporto de Penedo. Em 2000, invasões de 74 famílias à área foram constatadas.
Para resolver o impasse, a prefeitura solicitou desmembramento de 183.602,02 m2 do aeroporto para realocar essas famílias. Não houve a desocupação por não aceitarem sair sem indenização das casas que construíram. Em janeiro desse ano, foi solicitada a retirada dos invasores.
O aeródromo de Penedo foi selecionado para compor a Rede Estadual de Aeroportos, pelo potencial turístico da região, mas qualquer obra depende da desocupação da área. A União Federal pediu na Justiça Federal em Alagoas a reintegração de posse. Por tratar-se de posse velha, de mais de ano e dia, mais precisamente de nove anos, não houve concessão de liminar para reintegração de posse imediata pelo juiz federal titular da 3ª Vara Federal, Paulo Machado Cordeiro, conforme os artigos. 508 e 924 do Código Civil, apesar do direito à propriedade da União Federal.
Para tentar resolver o problema, o juiz Paulo Cordeiro determinou uma audiência de conciliação para o dia 12 de janeiro de 2010, às 14 horas na 3ª Vara Federal com os invasores. Segundo o magistrado, o perigo da demora em resolver o impasse estaria na medida em que o Estado de Alagoas está prestes a realizar convênio com a ANAC para reformar o aeroporto de Penedo.
A Webjet Linhas Aéreas iniciou na terça-feira (15), o atendimento e embarque de passageiros no Terminal 2, Asa C, do Aeroporto Internacional de Guarulhos. O novo espaço permite a ampliação do número de posições de check-in para seis fixas, podendo ultrapassar nove guichês em sistema de compartilhamento.
A empresa também está inaugurando, no Terminal 2, Asa C, uma loja para venda de passagens e atendimento aos clientes Webjet. E ainda há outras novidades, como balcões de check-in avançado na calçada, que também atenderão aos voos fretados.
Com a incorporação de quatro aviões no mês de dezembro, a Webjet ampliou o número de voos e sua frota da Webjet passou a contar com 20 aeronaves Boeing 737-300, praticamente dobrando sua frota desde o início de 2009. A oferta de assentos por quilômetro oferecidos pela companhia cresce 45% com os novos voos.
Novas buscas não buscarão apenas as caixas-pretas da aeronave e utilizará robôs automáticos durante os trabalhos
Os responsáveis pela investigação francesa afirmam que a terceira etapa de buscas do Airbus A330, que custará cerca de 10 milhões de euros (R$ 25,47 milhões) e começará em fevereiro, será decisiva para avançar nas investigações da tragédia do voo 447 (Rio-Paris). "Um acidente normal, que dispõe de registros da caixa-preta, pode demandar até dois anos de investigação. Neste, como não temos os registros, é ainda mais complicado", defendeu-se Alain Bouillard, chefe da investigação no escritório francês (BEA).
As novas buscas nas águas do Atlântico não rastrearão apenas as caixas-pretas - para resgatá-las, aliás, será preciso mobilizar sondas automáticas, pequenos robôs de mergulho especialmente planejados para esse trabalho. Caso elas não sejam encontradas, a carcaça do avião poderá ser útil para os investigadores. No entanto, encontrar a carcaça também se revelou tarefa difícil, após as duas primeiras etapas de pesquisa, que compreenderam 22 mil quilômetros quadrados.
A operação contará agora com um grupo de órgãos de pesquisa multinacional para tentar estudar e estabelecer uma área de busca. Estão previstos inicialmente dois meses de operação.
O BEA também procura o auxílio de uma empresa especializada em rastrear o fundo do mar, sobretudo áreas com mais de 4 mil metros de profundidade. Um dos principais complicadores da busca pela carcaça, segundo os especialistas, é o solo extremamente irregular do Oceano Atlântico naquela região, apresentando grandes diferenças de profundidade.
Uma das dificuldades está em estabelecer o local exato da queda do Air France. Até o último ponto de reporte de posição transmitido automaticamente pelas mensagens eletrônicas Acars não ocorreu desvio maior que 1 milha náutica na rota prevista para o avião. Uma eventual alteração da rota, segundo as investigações, só pode ter ocorrido nos últimos cinco minutos de voo.
Importância
Sem as caixas-pretas, investigadores podem nunca conseguir determinar o que ocorreu com o Airbus A330. A segunda e mais recente busca pelos materiais foi encerrada em agosto. A nova pesquisa terá o apoio da Marinha dos Estados Unidos e da National Transportation Safety Board (NTSB), organização americana independente que é indicada pelo Congresso para investigar acidentes na aviação civil dos EUA. Também participarão especialistas de Reino Unido, Alemanha, Rússia e Brasil, além de companhias privadas.
John Clemes, que perdeu um irmão no acidente, critica o fato de os investigadores não terem contratado, em novembro, especialistas para determinar qual trecho do mar será vasculhado na próxima busca. Ele, ressalta, porém, a transparência das autoridades no caso. Familiares brasileiros das vítimas já reclamaram que não recebiam informações suficientes sobre essa parte da investigação.
Robert Soulas, que perdeu a filha e o genro na tragédia do 447, e faz parte de uma associação que representa familiares de 54 das vítimas, questionou o tempo que vem sendo gasto na definição das buscas. Para ele, a investigação do BEA está atrasada nas buscas pelos destroços, capitaneada por Jean-Paul Troadec, que substituiu Paul-Louis Arslanian em outubro como chefe do órgão francês. "Por que estamos esperando tanto?", questionou Soulas. "Quanto mais esperamos mais fica provável que as caixas-pretas se deteriorem."
O diretor do Escritório de Investigação e Análises da França (BEA, na sigla em francês), Jean-Paul Trouadec, afirmou nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, que a hipótese de erro humano no acidente com o voo 447 da Air France ainda não é levada em conta pelo órgão. Nesta manhã, o BEA divulgou um relatório afirmando que ainda desconhece as causas do acidente. Uma falha nas sondas pitot - responsáveis pela medição da velocidade da aeronave - pode ter contribuído com a queda do Airbus A330, que transportava 228 pessoas, mas não é a única causa, segundo o relatório.
"No momento, não trabalhamos com essa hipótese (de falha humana)", afirmou o diretor do BEA, Jean-Paul Trouadec, antes de dizer que "nada está descartado". O Airbus A330 caiu no fim da noite do dia 31 de maio (horário de Brasília) depois de partir do Rio de Janeiro com destino a Paris, na França.
As conclusões do relatório do BEA se baseiam nas informações enviadas automaticamente pelo sistema do A330 à sede da Air France - as chamadas mensagens Acars. Segundo o escritório, a primeira mensagem é "ligada a um problema de velocidade foi enviada às 2h10, ao mesmo tempo em que foi enviada a última mensagem de posição" da aeronave.
Apesar de apontar que as sondas Pitot são um dos fatores da queda, o relatório do BEA esclarece que este tipo de problema foi encontrado em diversos outros voos de longa distância. O problema seria tão frequente que os pilotos nem mesmo informavam as companhias aéreas sobre incidentes de incoerência na medida de velocidade dos aviões.
Após cinco meses de investigações dos destroços encontrados no Oceano Atlântico durante os primeiros trabalhos de buscas, o BEA também concluiu que o Airbus A330 "bateu violentamente na superfície da água, com o nariz ligeiramente levantado e não apresentando inclinação". O relatório também informa que o avião estava pressurizado e "intacto no momento do impacto (...), com as asas em posição de cruzeiro".
"Essas são as únicas informações que temos até o momento. Hoje, o acidente continua inexplicável", afirmou Trocard, durante entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira. Para os especialistas do BEA, somente as caixas-pretas poderão revelar o que realmente aconteceu com o voo AF 447. "Nós já tiramos todas as informações que podíamos tirar dos destroços encontrados", disse Allan Boullard, responsável pelas investigações sobre o acidente, ao anunciar uma nova fase de buscas.
Essa nova fase, a terceira, deve começar em fevereiro de 2010, após o resultado de uma licitação internacional para escolher a empresa que será responsável pelos trabalhos. "A operação vai durar três meses", disse Trocard. O perímetro das buscas deve ser decidido após o resultado de cálculos sobre as correntes marinhas na região, que poderiam ter deslocado o avião do lugar onde aconteceu a tragédia.
"Será uma grande operação", disse Allan Bouillard, responsável pelas investigações do acidente, acrescentando que a terceira fase de buscas custará 10 milhões de euros.
Além de confirmar algumas suspeitas sobre a queda do AF 447, o BEA também fez duas recomendações às companhias aéreas para evitar futuros acidentes. A primeira delas pede uma melhora nos "equipamentos de localização dos aviões e a coleta de dados gravados para a análise dos acidentes aéreos, quando esses se produzam no mar". A segunda diz respeito a questões meteorológicas e visa "tipificar melhor a composição das massas nebulosas de grande altitude nas quais navegam os aviões de longa distância".
Para o Sindicato de Pilotos da Air France (SPAF), as recomendações não bastam. "Estamos decepcionados. As recomendações são fracas", afirmou, Gérard Arnoux, presidente do sindicato, em entrevista ao Terra. "Nós queremos um sistema como ADS-B (Automatic Dependent Surveillance - Broadcast), que já é utilizado no oceano Pacífico e permite que haja comunicação entre comando aéreo e piloto em zonas sem cobertura de radar", disse, ao lembrar o "buraco negro" existente nos radares em alguns pontos do oceano Atlântico.
O sindicato também exige recomendações para que a tripulação receba mapas das condições climáticas feitos por satélite, que, segundo Arnoux, "são os únicos que funcionam".
Entre os familiares de vítimas, que foram recebidos pelos responsáveis pela investigação nesta manhã, o relatório foi recebido com um misto de alívio e preocupação. "Finalmente o BEA nos mostra mais transparência", afirmou John Clemes, vice-presidente da associação Entraide e Solidarité AF 447, composta por familiares e amigos das vítimas. "O problema, é que as recomendações irão demorar a ser adotadas. Nós deploramos a falta de recomendações imediatas, que poderiam evitar novos acidentes", disse Clemes, que perdeu o irmão na queda do AF 447.
Em tempos nada simpáticos para as companhias aéreas mundiais, com empresas a falir semana sim, semana sim, a maior agência de apostas da Irlanda (que, "online", existe em inglês e espanhol) lançou uma nova e curiosa aposta: "Qual a próxima companhia aérea a falir?". E o jogo é capaz de fazer tremer algumas companhias...
Os jogadores lançaram as suas apostas e, no fecho, a escocesa FlyGlobeSpan liderava o top das companhias condenadas (pagava 2 para 1), seguida pela Spanair e a Air Berlin. O top 10 incluía, por ordem, a Finnair, Jet2, SkyEurope, Wizz Air, Sterling, Thomas Cook Airlines e Thomsonfly/First Choice.
Como não podia deixar de ser, não faltava uma pitada de humor sórdido: podia apostar-se também na Air Force One (o avião que transporta o presidente dos EUA - pagava 1.000 para 1).
E deixou logo de aceitar apostas na companhia que liderava o campeonato de probabilidades de falência até à semana passada, a Alitalia.