Após uma decisão anunciada pelo próprio presidente Emmanuel Macron, quatro caças Dassault Rafale F3-R chegaram hoje (25 de novembro) à Šiauliai, na Lituânia, região onde a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) faz fronteira com a Rússia. É a primeira vez que os F3-R são enviados para tarefa: entre abril e agosto, estiveram por lá jatos Mirage 2000-5.
Essa versão do Rafale atingiu capacidade operacional plena apenas no ano passado e se destaca por ter um novo radar RBE2, do tipo AESA, o pod de designação Talios, uma versão aprimorada do sistema de guerra eletrônica Spectra e a integração com o míssil Meteor, além de portar as versões guiadas por radar e por infravermelho do MICA.
Os quatro Rafale F3-R vão participar da missão Baltic Air Policing, um revezamento de forças da OTAN realizado desde 2004 para proteger o espaço aéreo da Estônia, Letônia e Lituânia. Com o acirramento das tensões com a Rússia, após a invasão na Ucrânia, a tarefa tem tido um maior nível de tensão e um crescente número de interceptações.
O contingente francês deve substituir quatro caças JAS-39C da Hungria que está em Šiauliai desde o início de agosto. Quatro F-16C da Polônia também estão por lá. Em Ämari, na Estônia, estão seis F-16C da Bélgica e em Malbork, na Polônia, quatro Eurofighter Typhoon italianos.
Míssil ar-ar mais letal do mundo
Os detalhes específicos do míssil Meteor não são revelados nem pelos operadores nem pela empresa fabricante, a MBDA, mas sabe-se que é o míssil mais letal do mundo na atualidade. É capaz de voar a quatro vezes a velocidade do som e tem a maior “no escape zone” já alcançada por uma arma ar-ar: 60 km. Isso quer dizer que qualquer alvo a até 60 km de distância do avião lançador será destruído. Nem adianta tentar fugir ou fazer manobras. O desempenho seria três vezes maior que a “no escape zone” do AIM-120 AMRAAM.
O feito do Meteor é alcançado por meio da motorização. Os mísseis convencionais são equipados com um foguete, que os aceleram a velocidades supersônicas mas, que com o passar dos segundos, vão perdendo potência. Assim, a capacidade de o míssil alterar sua rota em busca do alvo ou de fazer manobras vai se perdendo. Já o Meteor mantém o uso do foguete no lançamento, mas conta também com um motor “scramjet”, que faz com que ele até ganhe velocidade durante o voo. O novo míssil pode, inclusive, acelerar ao chegar mais próximo do alvo, tornando qualquer tentativa de manobra da presa completamente inútil.
Ainda que esse dado não tenha sido revelado em detalhes até hoje, fala-se que ele supera os 100 km de distância. Outra informação apontada por especialistas é que o Meteor tem uma manobrabilidade até seis vezes maior que a apresentada pelo AIM-120 AMRAAM norte-americano. Mísseis russos também devem ser superados. Não por acaso, a Índia já avaliou a possibilidade de integrá-los aos caças Sukhoi Su-30, enquanto os EUA avaliam uma nova versão do AMRAAM para conseguir fazer frente ao concorrente europeu.
O sistema de guiagem também traz inovações. Primeiro, o Meteor utiliza dados da aeronave lançadora. Depois, utiliza um sistema de navegação inercial para posteriormente acionar seu próprio radar ativo. Há, também, a integração com o caça via datalink: o avião pode atualizar quaisquer dados sobre o alvo e, no caso do Gripen, os dados coletados pelo radar do míssil também serão enviados para a aeronave.
Uma vantagem é que, apesar das inovações, o míssil não é grande: são 3,7 metros de comprimento e 190 kg de massa, o que o torna possível levá-lo sob as asas da maioria das aeronaves de combate atuais. Um AIM-120, por exemplo, tem 3,7 metros e 152 kg. São praticamente os mesmos números do russo R-77.
Via Revista Asas
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