Proprietário deve chegar em Ilhéus entre hoje (27) e sexta-feira (28).
Aeronave que ia para Brasília desapareceu na segunda após levantar voo.
A delegacia da cidade de Illhéus, na Bahia, confirmou no fim da manhã desta quinta-feira (27) que o dono da aeronave que desapareceu após levantar voo na Bahia, Bruno de Sá Martins de Araújo, irá prestar depoimento na unidade policial. A previsão é que o proprietário do bimotor chegue à Bahia entre a tarde desta quinta e a manhã desta sexta-feira (28).
Além do proprietário da aeronave, um irmão e um cunhado do advogado de 57 anos que estava no avião irão acompanhar as buscas na Bahia. Eles devem chegar à Ilhéus na tarde desta quinta-feira.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, a região está com o tempo nublado, o que não favorece nas buscas, que continuam.
Processo
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou na tarde da quarta-feira (26) que abriu processo administrativo contra o proprietário e operador do avião bimotor. Há a suspeita de que o piloto que conduzia o avião não era o mesmo registrado no plano de voo autorizado pelo órgão.
Bruno de Sá Martins de Araújo, proprietário da aeronave, segundo a Anac, será alvo do processo junto com o piloto Amilcar de Carvalho Jacobina, que havia recebido autorização para o plano de voo. O G1 não conseguiu contato com Araújo e Jacobina.
De acordo com a Anac, há uma divergência entre o piloto autorizado a voar e o que supostamente comandava o avião. O corpo do piloto identificado como a pessoa que estava no comando do avião no momento do acidente, Joas Cardoso Ribeiro, foi encontrado na manhã da quarta por pescadores 17 km ao norte de Ilhéus.
A Anac informou que Ribeiro tinha habilitação regular, mas incompatível com a aeronave usada – um bimotor Sêneca EMB-810.
Se constatadas as irregularidades, a Anac poderá aplicar multa, suspensão ou cassação de licenças e certificados emitidas ao piloto autorizado a fazer o voo e ao operador da aeronave.
O avião trazia o corpo de uma mulher que morreu afogada durante as férias na Bahia. Além do piloto, estava no avião o viúvo da mulher, o advogado José Nilton. De acordo com o irmão de Nilton, o enfermeiro José Ednilton, outro irmão e um cunhado do advogado embarcarão para Ilhéus na manhã desta quinta (27) para acompanhar as buscas. A viagem estava programa para esta quarta, mas os familiares não encontraram voo com vagas.
Veja a nota da Anac
"Anac detecta indícios de irregularidade em voo de Ilhéus
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) abriu processo administrativo contra Bruno de Sá Martins de Araújo, proprietário e operador da aeronave EMB 810 Sêneca, matrícula PT-RDG, que decolou de Ilhéus (BA) às 22h50 da última terça-feira (24/09), com destino à Brasília (DF), e contra o piloto Amilcar de Carvalho Jacobina. A Agência vai apurar indícios de que a operação da aeronave aconteceu por piloto não qualificado e de realização de serviço aéreo público sem a devida autorização da ANAC.
A Agência, por meio do Sistema Decolagem Certa (DCerta), verificou divergência entre o nome do piloto que recebeu autorização para o plano de voo da aeronave e os documentos localizados por equipe da Força Aérea Brasileira às 6h55 desta manhã (26/09), quando também foram resgatados um corpo e destroços de urna funerária.
No plano de voo apresentado à Aeronáutica, o Código Anac informado foi o do piloto Amilcar de Carvalho Jacobina, entretanto, há indícios de que o voo tenha sido realizado pelo piloto Joas Cardoso Ribeiro, cuja habilitação, apesar de regular, era incompatível com o modelo de aeronave utilizado.
Ao final do processo, se constatadas as irregularidades, as sanções administrativas aplicadas pela Anac poderão ser multa, suspensão ou cassação de licenças e certificados emitidas pela Agência ao piloto cujo Código ANAC foi utilizado e ao operador da aeronave.
Sistema DCerta - Desde dezembro de 2010, a ANAC aprimorou o sistema DCerta e os pilotos passaram a receber por e-mail a informação do plano de voo solicitado com seu código, além deixar disponível, no sítio da Agência, o relatório de todos os voos realizados.
Se encontrar divergência, ou seja, se verificar que algum voo foi realizado indevidamente com seu Código, o piloto deve informar imediatamente à Agência. Encontra-se em audiência pública na Agência a revisão de norma na qual está sendo proposto o envio dessa informação aos operadores de aeronaves, para que possam acompanhar a utilização de suas aeronaves nos voos realizados, também com a responsabilidade de comunicar inconsistências de informação imediatamente ao órgão regulador.
O DCERTA, criado em 2009, faz do Brasil o único país do mundo a contar com uma ferramenta de segurança operacional de tal porte voltada especificamente para a aviação geral, tendo alcançado um patamar extremamente elevado em termos de vigilância continuada e monitoramento em seus voos."
Fonte: G1 BA - Foto: Leonardo Henrique Oliveira de Souza/VC no G1