O relatório deve ser entregue nesta semana à Casa Branca, mas só será divulgado publicamente a partir de meados de setembro.
A comissão concluiu também que o orçamento anual da Nasa, de US$ 18 bilhões - aproximadamente metade para projetos tripulados-, está cerca de US$ 3 bilhões aquém do que seria necessário para realizar a iniciativa Constellation depois da aposentadoria dos ônibus espaciais e da estação. O objetivo do Constellation é levar o homem de volta à Lua, e de lá para Marte.
- A Nasa precisa da ISS (Estação Espacial Internacional) - disse a cientista Julie Robinson. - Uma permanência de seis meses na estação espacial será a melhor analogia que poderemos fazer para um trânsito de seis meses na microgravidade até Marte no futuro.
De acordo com ela, as pesquisas sobre exposição a radiação, perda óssea e outros efeitos das longas viagens espaciais exigem que a estação funcione pelo menos até 2020. Só assim, de acordo com a cientista, será possível concluir que "o próximo passo além da órbita baixa da Terra (será) um passo seguro para a humanidade."
A Nasa pretende gastar cerca de US$ 2,5 bilhões por ano nas operações da estação espacial até 2015.
Em audiências públicas recentes, membros da Comissão de Planos para os Voos Espaciais Humanos disseram que o encerramento do projeto apenas cinco anos depois do fim da sua construção criaria atritos com os sócios Rússia, Europa, Japão e Canadá, que investiram muito no programa e esperam recompensas.
A ex-astronauta Sally Ride, presidente dessa subcomissão, disse que o grupo notou um amplo apoio à continuidade e até ampliação do programa da estação espacial em 2016 e além.
- Não começamos com essa perspectiva - disse Ride. - Não achamos que tirar a ISS em 2016 faça sentido.
Enquanto a Nasa e a Casa Branca começam a avaliar as recomendações da comissão, os 13 tripulantes da Estação e do ônibus Discovery começam em breve a descarregar mais de sete toneladas de novos equipamentos de laboratórios, mantimentos e peças de reposição para o complexo orbital.
Fonte: Reuters via O Globo - Foto: NASA