Peças seriam usadas num restaurante com decoração de cabine de avião.
Área foi interditada e os equipamentos serão levados para Goiás.
Técnicos analisam sucata de avião onde foram encontradas duas peças
com material radioativo - Foto: TV Globo/Reprodução
Técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) localizaram na quinta-feira (3) duas peças de avião contendo material radioativo num terreno comercial de Taguatinga, no Distrito Federal. A área foi interditada e as peças deverão ser levadas para Abadia (GO) onde funciona um depósito da CNEN para armazenamento de materiais radioativos.
O técnico do órgão federal que esteve no terreno Adriano Lobo de Souza diz que as duas peças do avião continham Amerício-241 que é radioativo e pode causar graves danos à saúde. Os donos do terreno disseram ao técnico da CNEN que adquiririam as peças num leilão junto com outros equipamentos retirados de sucatas de aviões.
Os empresários pretendem construir no local um restaurante e querem montar o estabelecimento dentro de uma cabine de avião. Souza afirma que os dois equipamentos com material radioativo são normalmente utilizados nas asas dos aviões e servem para indicar a densidade do combustível que está sendo colocado na aeronave.
"Um piloto de avião esteve nesse terreno recentemente e visitou o local onde estavam as peças. Ele imediatamente denunciou o caso no site da CNEN. Assim que essa denúncia chegou até a nossa unidade, fomos até o local", disse Souza.
O técnico afirma que o risco de contaminação varia de acordo com a quantidade do material e também da proximidade com o elemento químico. "Se ingerido ou mesmo inalado, [o Amerício-241] é perigosíssimo. Se por acaso ninguém fala nada, se constroem as mesas do restaurante sobre essas peças os clientes poderiam câncer", afirma o técnico da CNEN.
Segundo Souza, a Secretaria de Segurança Pública do DF e a Presidência da República foram comunicados do incidente. O técnico disse que é proibida a utilização de material radioativo sem autorização da CNEN. Ele conclui dizendo que a Polícia Civil vai investigar a conduta dos empresários e tentar saber que companhia aérea forneceu as peças.
Fonte: Ricardo Moreira (G1 DF)