quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Avião sai de SP e faz pouso forçado em fazenda de MS

Piloto seria médico e teve ferimentos leves. Segundo uma testemunha, o avião saiu de Araçatuba (SP) e estava à caminho de Cáceres (MT). Ele estava ocupado somente pelo piloto.

O avião bimotor Beechcraft Bonanza A-36, prefixo PT-LST, que caiu na zona rural de Camapuã na por volta das 7h30 da manhã desta quarta-feira (30) era ocupado apenas pelo piloto, médico e fazendeiro Donato Lemos Beraldo, de 65 anos, de Araçatuba (SP) que viajava com destino a Cáceres, no Mato Grosso, segundo moradores da Fazenda Vale do Rio Verde.

Beraldo (foto acima) foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para o hospital da cidade. Ele estava consciente.

Piloto é transferido em UTI aérea para interior de São Paulo. — Foto: Lundersson Oliveira/Imagem

A aeronave de pequeno porte caiu na área de pasto localizada na região conhecida como dos Galdinos, também nas proximidades da Pontinha do Cocho, a cerca de 50 km do centro de Camapuã – cidade a 133 km de Campo Grande.

O capataz da propriedade acionou a Polícia Militar. Além da equipe da PM, guarnições do Corpo de Bombeiros da Capital também foram deslocadas. Ainda não há informações sobre as causas do acidente.

Ana Lucia, esposa do capataz, conta que o marido viu o momento da queda do avião, a cerca de 2 km da casa deles na fazenda, e correu para prestar os primeiros socorros. “Graças a Deus não explodiu. O piloto estava com dores, mas estava bem”.

Fontes: jornaldoestadoms.com / campograndenews.com.br / 018news.com.br Fotos: Redes Sociais / Divulgação (Atualizado às 17h46, com modelo da aeronave e o nome do piloto)

História: 30 de setembro de 1949 - Fim da Ponte Aérea de Berlim

Um episódio heroico da aviação: a Ponte Aérea de Berlim

Há 72 anos, aviões cortavam o céu da cidade levando mantimentos para abastecer o lado ocidental, que havia sido isolado pelos soviéticos, que decretaram o cerco de Berlim, privando-a de alimento e energia. A saída dos Aliados foi abastecer a cidade pelo ar, na operação "Luftbrücke". Era o início de uma grande amizade. 

Berlinenses assistindo a um C-54 aterrissando no Aeroporto de Tempelhof (1948)

O Berlin Airlift terminou oficialmente em 30 de setembro de 1949, após quinze meses. No total, a Força Aérea dos Estados Unidos, a Marinha dos Estados Unidos, a Força Aérea Real e a Força Aérea Real Australiana entregaram 2.334.374 toneladas, quase dois terços das quais eram carvão, em 280.290 voos para Berlim.

Como foi

Era primavera de 1948, a Segunda Guerra Mundial acabara há três anos. O sonho de Adolf Hitler de um reino nazista milenar e sua ideologia racista custara milhões de vidas humanas. A Alemanha jazia em ruínas, e agora os sobreviventes tinham esperança de tempos melhores.

Entretanto a sombra da Guerra Fria ainda pesava sobre a reconstrução. Os Aliados ocidentais e a União Soviética (URSS) se observavam mutuamente, com desconfiança. As tensões eram especialmente sensíveis na Berlim dividida. O oeste da metrópole era administrado pelas potências vencedoras Estados Unidos, Reino Unido e França, e o leste, pela URSS.

Zonas de ocupação pelas potências aliadas da Alemanha derrotada , após 1945, com a localização de Berlim

No três setores das potências ocidentais em Berlim, viviam cerca de 2 milhões de pessoas, como numa ilha em meio ao império soviético. Tanto a Alemanha Oriental, que circundava a cidade, como o Leste Europeu estavam firmes na mão de Moscou. Berlim Ocidental só era abastecida por uma linha ferroviária, uma autoestrada e algumas vias fluviais, atravessando o território da zona comunista.

Em 20 de junho de 1948, se iniciou uma prova de força entre Leste e Oeste, quando os Aliados decidiram criar uma união monetária, introduzindo o D-Mark, o marco alemão.

Soviéticos contra o marco alemão

A intenção era estabilizar economicamente a Alemanha através de uma moeda forte. Mas a União Soviética se recusou a aceitar a introdução do marco também em Berlim Ocidental, temendo que ela consolidasse o status especial daquela parte da cidade em meio ao território soviético, como um flanco aberto para os Aliados. O conflito latente se transforma em briga declarada.

"Assim ocorreu um racha entre as três potências ocupadoras ocidentais e o lado soviético", conta Bernd von Kostka, do Museu do Aliados, na capital alemã. "Uma política conjunta para a Alemanha se tornou impossível com a união monetária."

O Muro de Berlim

Na madrugada de 24 de junho, os soviéticos barraram todos os acessos à parte oeste. Como 75% da eletricidade vinha das regiões circundantes, logo as luzes se apagaram. O Bloco Comunista planejava desmoralizar os habitantes, a fim de expulsar os Aliados da metrópole dividida.

"Ninguém sabia o que estava acontecendo, nem os americanos, nem nós", lembra o berlinense Gerhard Bürger, cujas recordações, assim como de outras testemunhas da época, estão disponíveis no website do projeto Memória da Nação, da Fundação Haus der Geschichte (Casa da História).

"O medo de que os americanos nos abandonassem, de que nós, por assim dizer, fôssemos cair nas mãos dos russos, era enorme", relata.

Aliados defendem bastião contra comunismo

Os Aliados resolveram defender seus postos, ainda que se tratasse da antiga capital do inimigo recém derrotado, que levara morte e devastação a tantas partes do mundo. Os EUA viam Berlim Ocidental como posto avançado da liberdade, um bastião contra o comunismo a ser defendido.

Como os Aliados não haviam fechado nenhum contrato com a URSS sobre a utilização das vias de acesso, não dispunham de nenhum recurso jurídico contra o bloqueio. Uma opção militar não entrava seriamente em cogitação, devido ao alto risco envolvido.

Americanos e britânicos se uniram na missão de abastecer Berlim pelo ar. Franceses se juntaram mais tarde

Os únicos três corredores aéreos possíveis até Berlim

Por outro lado, americanos, ingleses e franceses dispunham de três corredores aéreos garantidos. O tempo urgia, com os berlinenses ocidentais sob ameaça de morrer de fome.

"Logo começou a ser mais racionado ainda, além do racionamento normal. Era uma ingerência na vida que não podia ter um efeito mais dramático", recorda o cidadão Eberhard Schönknecht.

Americanos e britânicos se uniram na missão de abastecer Berlim pelo ar. Franceses se juntaram mais tarde

De comum acordo com seus aliados, o então presidente dos EUA, Harry S. Truman, decidiu realizar uma espetacular operação de salvamento: abastecer inteiramente por via aérea uma cidade daquelas proporções, com 2 milhões de habitantes, em meio à reconstrução sobre as ruínas de uma guerra mundial.


Plano mirabolante

O plano de estabelecer uma tão monumental Luftbrücke (ponte aérea) provisória foi apoiado "com ressalvas", relata Von Kostka. Mas não havia alternativa.

Em 26 de junho, os primeiros aviões da Força Aérea americana partiram de Frankfurt e Wiesbaden para Berlim. Os franceses, que acabavam de sofrer sob a ocupação alemã, precisaram de mais tempo para se decidir a favor da assistência aérea.

A felicidade das crianças ao ver um dos aviões chegando com mantimentos

Contudo, em breve os aviões de transporte estavam voando ininterruptamente. A intervalos de 90 segundos, aterrissavam no aeroporto Tempelhof, no setor americano; Gatow, no britânico; e, a partir de dezembro de 1948, no aeroporto Tegel, recém ampliado pelos franceses.

A parte sitiada de Berlim precisava diariamente, em média, de pelo menos 5 mil a 6 mil toneladas de gêneros alimentícios e carvão. A maior operação transcorreu entre 15 e 16 de abril de 1949, quando, no espaço de 24 horas, 1.400 aviões entregaram quase 13 mil toneladas de carga.

Itens do pacote de suprimentos

Os pilotos da ponte aérea estavam mobilizados constantemente, muitas vezes esgotados, arriscando a vida para aterrissar na cidade sitiada, independentemente das condições meteorológicas. 

Carregamento de leite em um avião para Berlim Ocidental

Algumas máquinas sofreram acidentes. As movidas a hélices, apelidadas pelos berlinenses de Rosinenbomber (bombardeiros de uvas-passas), sobrevoavam a cidade tão baixo ao aterrissar, que tripulação e cidadãos podiam trocar acenos.

"Bombardeiros de uvas-passas" voavam tão baixo que pilotos e berlinenses trocavam acenos

Com paraquedas improvisados, os pilotos jogavam chocolates e chicletes para as crianças. "Na época, o sentimento em relação à Luftbrücke entre nós, jovens, era fantástico", recorda o berlinense Günter Schliepdiek. "A simpatia pelos americanos no nosso meio era, sem dúvida, muito, muito grande."

De onde vem o nome de “Rosinenbomber”?


O tenente norte-americano Gail Seymour Halvorsen (foto acima) jogou do avião pacotinhos com balas e chocolates, para dar um pouco de alegria às crianças da Berlim destruída. Outros pilotos imitaram esse gesto. Até o fim do bloqueio, devem ter chovido sobre Berlim cerca de 23 toneladas de doces.

Berlinenses determinados

Não apenas a façanha logística dos Aliados foi decisiva, mas também a força de vontade dos sitiados. Na página multimídia do projeto Memória da Nação, o historiador suíço Walther Hofer descreve a situação no inverno, quando cada casa só tinha uma hora de eletricidade a cada 24 horas, pois era preciso trazer pelos ares o carvão para as usinas elétricas.

"O horário mudava de semana para semana, de forma que, dependendo do caso, só dava para cozinhar a única refeição quente do dia à 1h da manhã." Não se podia sequer falar de calefação. "Foram privações inacreditáveis que a população teve que aguentar", avalia Hofer, docente da Universidade Livre de Berlim nos anos 50.

Um transporte Skytrain Douglas C-47 na abordagem para Flughafen Berlin-Templhof, por volta de 1948

Um Douglas C-54 Skymaster se aproxima do final da pista de tapete de aço perfurado em Berlim, por volta de 1949

Um Douglas C-54 Skymaster na aproximação final para Flughafen Berlin-Tempelhof

Em 9 de setembro, num discurso histórico, o prefeito de Berlim Ocidental, Ernst Reuter, apelou às potências ocidentais para que não deixassem a cidade à sua sorte.

"Povos do mundo, povos da América, da Inglaterra, da França: olhem para esta cidade e reconheçam que vocês não devem, não podem entregar esta cidade e este povo", apelava o social-democrata ao microfone, diante das ruínas do parlamento, o Reichstag.

A cada dia em que mantinham a ponte aérea, os Aliados ocidentais conquistavam mais simpatia da opinião pública internacional, enquanto caía a reputação dos soviéticos. Por fim, o ditador Josef Stalin reconheceu não ter como vencer aquele pôquer de poder.

Aeronaves americanas descarregando no aeroporto de Tempelhof, Berlim Ocidental, em 1948

Em 12 de maio de 1949, o bloqueio foi suspenso, após negociações secretas com Washington. Até então, as Forças Aliadas haviam levado mais de 2,1 milhões de gêneros de primeira necessidade à cidade, em cerca de 260 mil voos, numa verdadeira proeza de logística. Não só para os berlinenses, mas para todos os alemães ocidentais, a ponte aérea tinha um enorme significado simbólico e psicológico.

101 aviadores perderam a vida nesse ato de heroísmo.

Monumento em memória da Ponte Aérea, no aeroporto de Tempelhof. Dois equivalentes em Frankfurt e Celle

Fontes: deutschland.de / dw.com / thisdayinaviation.com - Fotos: Força Aérea dos EUA / Revista Life / DPA / Aviões e Músicas - Edição de texto e imagens: Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Vídeos: A história do Boeing da Vasp que seria jogado no Palácio do Planalto

Aconteceu em 29 de setembro de 1988: Sequestro de avião da Vasp que tinha como alvo o Palácio do Planalto


Há 32 anos, o Brasil vivia mais uma de suas crises econômicas. O maranhense Raimundo Nonato Alves da Conceição culpava o então presidente José Sarney, também maranhense, por estar desempregado e pretendia se vingar pessoalmente, mesmo que isso custasse a sua própria vida e a de outras 104 pessoas que estavam a bordo do Boeing 737-317, prefixo PP-SNT, que fazia o voo Vasp 375 em 29 de setembro de 1988, uma quinta-feira. O plano de Raimundo Nonato era sequestrar o avião e jogá-lo sobre o Palácio do Planalto, em Brasília, para matar Sarney.

O maranhense embarcou armado no aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), por volta das 10h, com destino ao Rio de Janeiro. Naquela época, o aeroporto de Confins ainda não tinha máquinas de raio-x ou detectores de metais.

Cerca de 20 minutos após a decolagem, resolveu colocar seu plano em prática.

Levantou-se do seu assento e foi em direção à cabine de comando. Antes de chegar à porta, o comissário de bordo Ronaldo Dias tentou impedir sua aproximação. Raimundo reagiu, dando um tiro, que pegou de raspão na orelha do comissário.

Capa do Globo de 30 de setembro de 1988 - Imagem: Acervo O Globo

O barulho foi suficiente para que os pilotos percebessem que algo errado se passava dentro do avião e, rapidamente, trancaram a porta da cabine. O sequestrador começou a atirar contra a porta –naquela época, elas ainda não eram blindadas.

As balas atravessaram a porta e atingiram alguns equipamentos do painel do avião. Uma delas acertou a perna de um tripulante extra que acompanhava o voo. Temendo que os pilotos fossem atingidos, o comandante Fernando Murilo de Lima e Silva decidiu abrir a porta da cabine.

Desvio de rota para Brasília e copiloto assassinado

Assim que entrou na cabine, Raimundo Nonato mandou o comandante desviar desviar o Vasp 375 para Brasília. Com a rota mais longa, havia um risco adicional: não ter combustível suficiente para seguir até a capital federal.

O comandante conseguiu acionar o código 7500 no transponder do avião. Esse é um código internacional usado para avisar aos órgãos de controle de tráfego aéreo de que o avião está sob "interferência ilícita". Com o alerta, um caça Mirage da FAB (Força Aérea Brasileira) decolou da base aérea de Anápolis (GO) para acompanhar o voo.

Ainda sem saber as reais intenções do sequestrador, o comandante seguiu as orientações dele e mudou o rumo da aeronave. O controle de tráfego aéreo entrou em contato pelo rádio para confirmar a mudança de rota, sem mencionar que já havia recebido o alerta do comandante.

O co-piloto Salvador Evangelista com sua filha, Wendy - Foto de arquivo pessoal

Quando o copiloto Salvador Evangelista se abaixou para pegar o rádio e confirmar a mudança de rota, Raimundo Nonato colocou o revólver em sua cabeça e atirou. Evangelista caiu morto sobre o manche do Boeing 737.

Brasília 'escondida' pelas nuvens

Com o copiloto morto a seu lado, o comandante precisou manter-se calmo e controlar o consumo de combustível do avião. O Boeing 737 passou a voar com velocidade reduzida e na altitude máxima. Quando se aproximava de Brasília, o sequestrador avisou que o comandante deveria se dirigir ao Palácio do Planalto. Nesse momento, o Vasp 375 era acompanhado de perto por um caça Mirage da FAB. O presidente José Sarney foi avisado do sequestro.

O dia estava nublado e, na altitude máxima, o Vasp 375 voava acima das nuvens. O comandante tentava não se aproximar muito de Brasília para evitar que Raimundo Nonato pudesse avistar o Palácio do Planalto, e disse a ele que não havia condições de descer na capital federal. Raimundo acreditou, e concordou em desviar o voo.

Os tanques do Boeing 737 estavam cada vez mais vazios, e restavam poucos minutos até os motores pararem por pane seca. O comandante escolheu como destino o aeroporto mais próximo, em Anápolis (GO).

Nova mudança de rota e manobras de acrobacia

Quando o avião iniciou a descida para o pouso em Anápolis, o sequestrador mandou o comandante desviar novamente o voo, dessa vez para Goiânia. Fernando Murilo tentou argumentar que o combustível poderia não ser suficiente, mas não conseguiu convencer Raimundo Nonato. Como fazia o voo em descida, gastando bem menos combustível, o Boeing 737 tinha condições de chegar até Goiânia no limite.

O desespero do comandante Fernando Murilo veio quando o sequestrador ordenou uma nova mudança de rota. Agora, ele queria seguir para São Paulo.

Com a arma apontada para sua cabeça, o comandante precisava se livrar do sequestrador para conseguir pousar no aeroporto de Goiânia. Decidiu fazer uma manobra extremamente arriscada para derrubar Raimundo Nonato.

Mesmo sem saber se a estrutura do avião aguentaria a execução da manobra, o comandante executou um "tonneau", inclinando as asas lateralmente até o Boeing 737 dar um giro completo de 360 graus. Porém, Raimundo Nonato manteve-se firme, em pé, apontando a arma para o comandante.

Fernando Murilo decidiu fazer, então, uma manobra ainda mais perigosa. Colocou o nariz do avião para baixo e começou a descer em parafuso, girando sobre o próprio eixo. Dessa vez, Raimundo Nonato não conseguiu se segurar e caiu no chão do Boeing 737.

Quando terminou a manobra, Fernando Murilo avistou a pista do aeroporto de Goiânia logo à sua frente. Enquanto o sequestrador tentava se levantar, o comandante conseguiu, finalmente, pousar o Vasp 375 em segurança.

Durante todo o voo, o caça apenas acompanhou o Boeing 737 da Vasp, sem tomar nenhuma providência. Apesar do pânico a bordo, os passageiros permaneceram sentados em seus lugares. Havia o medo de que, se reagissem, o sequestrador poderia matar o comandante.

Troca de tiros na pista

Logo após tocar a pista do aeroporto, o motor direito do Boeing 737 desligou por falta de combustível. Pelo rádio, Raimundo Nonato exigia outro avião para seguir a Brasília. Ele queria um caça. Após horas de negociação, as autoridades resolveram enviar um avião Bandeirante para a pista de Goiânia.

Não havia, no entanto, nenhuma intenção de decolar novamente com o sequestrador. O Bandeirante era apenas uma armadilha. Na parte interna, uma cortina preta escondia um atirador de elite. Assim que Raimundo Nonato subisse a bordo, seria executado. O que ninguém poderia esperar era que o tiro não atingiria o alvo.

Policiais na pista do aeroporto de Goiânia junto ao avião sequestrado - Foto de Luiz Antonio/Agência O Globo

O sequestrador havia descido do Boeing 737 levando o comandante e dois comissários como reféns. Quando estava entrando no Bandeirante, o atirador disparou, mas errou o alvo. Os comissários conseguiram correr para um matagal ao lado da pista. O sequestrador descarregou seu revólver na direção do comandante, que acabou atingido na perna. Outros policiais que estavam no local atiraram contra Raimundo Nonato, que foi atingido três vezes. Nenhum tiro foi fatal.

Policiais Federais colocam o sequestrador Raimundo Nonato numa maca após tiroteio - Foto de Jamil Bittar/ Agência O Globo

O sequestrador Raimundo Nonato preso ao leito do hospital por uma algema - Foto de Luiz Antonio/Agência O Globo

Raimundo Nonato foi levado ao hospital, passou por uma cirurgia e não corria risco de morrer, segundo o boletim médico daquela noite. No dia seguinte, foi transferido da UTI para um quarto normal. No domingo, após prestar depoimento à Polícia Federal, Raimundo Nonato morreu na cama do hospital.

Passageiros apreensivos no aeroporto de Goiânia esperando desfecho do sequestro - Foto de Jamil Bittar/ Agência

Os médicos do hospital e os legistas de Goiânia se recusaram a assinar o atestado de óbito. A Polícia Federal convocou, então, o legista da Unicamp (Universidade de Campinas) Fortunato Badan Palhares, o mesmo que anos mais tarde assinaria o óbito de PC Farias, ex-tesoureiro de Fernando Collor. Segundo o atestado de Badan Palhares, Raimundo Nonato morreu em decorrência de um quadro infeccioso por ser portador de anemia falciforme, uma doença congênita.

Anos mais tarde, o comandante Fernando Murilo declarou em diversas entrevistas que nunca recebeu um agradecimento do ex-presidente José Sarney.

Leia, também: Morre comandante do avião da Vasp sequestrado em 1988.

Fontes: UOL / Estado de Minas / ASN - Edição: Jorge Tadeu

Notícias do Dia

Empresa cria aeronave que gasta até 10 vezes menos combustível

Protocolos estão garantindo segurança nos voos, dizem empresas aéreas

Companhias aéreas revisam previsão de tráfego para baixo

Latam Brasil vai devolver o primeiro Airbus A350 da sua frota

MPF investiga uso de avião da FAB para transportar garimpeiros do Pará para Brasília

Vídeo mostra esquadrões de Super Tucano da FAB durante missão de defesa aérea

Funcionários se juntam para realizar a compra da South African Express

Airbus A380 vira restaurante e aérea cria delivery de comida da 1ª classe

Portugal: Hangar para manutenção de aviões em Beja começa a funcionar em outubro

Harvard: máscaras faciais usadas durante toda a viagem oferecem grande proteção contra a Covid-19

Você pode se hospedar no helicóptero de Hobbs & Shaw

Drone voa por mais de 15km para levar rim para transplante nos EUA

Drones portugueses dão cartas no mundo

Fabricante chinês apresenta carro voador no Salão do Automóvel de Pequim

'Traje voador' de paramédicos é testado na Inglaterra para reduzir tempo de atendimento

Segundo especialista, Su-25 armênio foi abatido por MiG-29 do Azerbaijão

A Lua tem níveis altos de radiação, e isso é má notícia para astronautas

Vídeo: Mayday Desastres Aéreos - O Acidente da Gol 1907


Fonte: Cavok Vídeos

Aconteceu em 29 de setembro de 2006: Voo Gol 1907 - Rota de Colisão


O Voo Gol 1907 era uma rota comercial doméstica, operada pela Gol Linhas Aéreas, utilizando um Boeing 737-8EH. Em 29 de setembro de 2006, a aeronave partiu do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, com destino ao Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, e previsão de uma escala no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. 
Enquanto sobrevoava o Estado de Mato Grosso, colidiu no ar com um Embraer Legacy 600. 

Todos os 154 passageiros e tripulantes a bordo do Boeing 737 morreram após a aeronave se despedaçar no ar e cair em uma área de mata fechada, enquanto o Legacy, apesar de ter sofrido danos graves na sua asa e estabilizador horizontal esquerdo, pousou em segurança com seus sete ocupantes não lesionados, na base Aérea do Cachimbo.

Leia o relato completo com fotos, gráficos e vídeos AQUI.



Aconteceu em 29 de setembro de 1959: Falha estrutural no voo 542 da Braniff Airways

Na terça-feira, 29 de setembro de 1959, o voo 542 da Braniff International Airways, operado pelo  Lockheed L-188A Electra, prefixo N9705C, decolou da pista do Aeroporto Internacional de Houston, no Texas (EUA), às 22h37, 22 minutos atrasado, em direção ao Aeroporto de Dallas, também no Texas. A bordo estavam seis tripulantes e 28 passageiros.

Um Electra similar ao acidentado

A partida atrasada foi devido a uma discrepância mecânica envolvendo o motor nº 3. Este motor estava inoperante na chegada do N9705C em Houston. Antes da partida de Houston, os reguladores de tensão nº 3 e 4 foram trocados. 

O tempo estimado a caminho de Dallas era de 41 minutos. O Electra recebeu autorização IFR que foi para o Leona omni, via Victor Airway 13 oeste para a interseção da Costa do Golfo, direto para Leona, para manter 2.300 pés de altitude até a Costa do Golfo, então subir e manter 9.000. 

Aproximadamente às 22h40 o voo foi liberado para decolagem e às 22h44 a tripulação relatou estar no ar.

Após a decolagem, o controle de partida do Houston informou que tinha o voo em contato por radar e solicitou que ele reportasse quando estabelecida sua saída na radial de 345 graus da omni de Houston.

O voo 542 obedeceu e, subsequentemente, foi liberado para 9.000 pés e aconselhado a entrar em contato com o San Antonio Center ao passar pelo cruzamento da Costa do Golfo.

Aproximadamente às 22:52, o voo 542 reportou ao San Antonio Center como estando na interseção da Costa do Golfo a 9.000 pés. 

O voo então recebeu autorização de destino para o aeroporto de Dallas e foi liberado para subir à altitude de cruzeiro de 15.000 pés. 

Depois que o Electra passou por Leona às 23h05, a tripulação contatou o rádio da empresa com uma mensagem para manutenção, informando que os geradores estavam OK, mas que não havia tempo suficiente para a manutenção para isolar a tira terminal da hélice nº 3 em Houston e gostaria que fosse feito em Dallas.

Às 23h09, a asa esquerda e a hélice da caixa de velocidades nº 1 separaram-se. O estabilizador horizontal então se partiu com o impacto de peças vindas da asa; partes da ponta da asa direita ficaram soltas; o motor nº 4 se soltou; e o motor de popa da asa direita se desprendeu. 

Todos esses eventos aconteceram em um curto período de tempo. Um pouco mais tarde, em altitudes muito mais baixas, a fuselagem quebrou em duas partes separadas em um ponto na metade do caminho para trás perto da estação de fuselagem nº 570.

Descrição dos danos nas asas da aeronave

A fuselagem continuou a se despedaçar enquanto caía do céu. Aqueles que não morreram durante o desmembramento inicial da aeronave foram ejetados da fuselagem ou presos dentro dela durante a queda. O acidente não sobreviveu. 

Os destroços da aeronave se espalharam por 13.900 pés (4.200 m), com muitas das seções maiores da aeronave pousando em um campo de batatas a sudeste de Buffalo, Texas.

Todos os 34 a bordo morreram no acidente.


Em 17 de março de 1960, enquanto a investigação sobre o acidente ainda estava em andamento, um segundo Lockheed Electra caiu sob circunstâncias semelhantes perto de Cannelton, Indiana.

Foi apontada como causa provável, uma falha estrutural da asa esquerda resultante de forças geradas pelo modo turbilhão da hélice não amortecida.

Foto da asa de um Electra

Fontes: ASN / FAA - Imagens: Reprodução

O mistério do avião que levantou voo no aeroporto de Vitória e nunca mais foi encontrado

Em 19 de dezembro de 1949 o avião Douglas C-47A-30-DK Dakota III, de prefixo PP-AXG, da empresa Aerovias Brasil, batizado como "Amazonas", levantou voo no Aeroporto de Vitória para um voo de treinamento com seis pessoas a bordo. 

O comandante Carlos Gomes do Rego, um dos mais experientes da companhia, pilotava a aeronave "Amazonas" de maneira experimental para testar reparos no motor.


O avião levantou voo às 12h24 e, 20 minutos depois, perdeu o contato com a torre de controle. Contato que nunca mais seria restabelecido. O avião nunca foi encontrado e seu desaparecimento permanece um mistério até hoje.

O Douglas DC3 PPAXG fazia a linha Natal - Rio de Janeiro e pousou em Vitória acusando grave defeito num dos motores. Jornais da época informaram que outro avião passou a fazer a linha para que o Douglas fosse consertado. De São Paulo, a empresa enviou um motor, que foi devidamente trocado.

No voo de experiência estavam, além do comandante, o co-piloto Luiz Gutierrez, o radio-operador Egídio Cardoso, o mecânico J. Brasiliano e ainda Antonio Gomes Filho e Albino de Tai, dois funcionários da administração do Porto de Vitória, que insistiram em fazer o "passeio".

A aeromoça Elvira Antunes de Sousa e dois mecânicos da tripulação permaneceram em terra e escaparam do misterioso destino do avião.

As buscas

A Aerovias Brasil providenciou trabalhos de pesquisa para a descoberta do avião. A Força Aérea Brasileira (FAB) deslocou duas aeronaves para realizar as buscas, que continuaram insistentemente por quase duas semanas, somando por fim cinco aviões e várias embarcações, já que a principal suspeita era de que o avião tivesse caído no litoral do Estado.


Os jornais da época se recusavam a acreditar numa tragédia, creditando à experiência do piloto um possível pouso em praias capixabas. "Dada a perícia do piloto, imaginou-se que o avião tivesse pousado na praia. O piloto era um dos mais experientes da Aerovias . Portanto, contavam com isso", descreve um periódico.

O mistério ficou marcado na história da aviação também por ter sido o primeiro acidente da companhia Aerovias Brasil, uma das poucas que fazia trajetos estrangeiros em 1949.

A fundação Flight Safety, por meio do site Aviation Safety Newtwork, cataloga de maneira atualizada aeronaves e seu paradeiro. Uma consulta recente realizada pela reportagem observa que o avião continua desaparecido e o destino presumido é uma queda no mar. Os seis tripulantes da aeronave são dados como mortos.

O avião

A aeronave "Amazonas", um Douglas C-47A-30-DK Dakota III (similar ao da foto acima), voou pela primeira vez em 1944. O modelo teve uma produção de 13 mil unidades e utilizava a propulsão de dois motores. O avião pesava 12.700 quilos.

O avião podia transportar até 34 passageiros e era utilizado pela Aerovias Brasil para realizar transporte de cargas e de passageiros utilizando a rota Natal, no Rio Grande do Norte, até a Capital do Rio de Janeiro.

Esta Capixapédia foi produzida com o auxílio técnico do Centro de Documentação do jornal A Gazeta - Edição: Jorge Tadeu

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Vídeo: Mayday Desastres Aéreos - Pakistan 268 - Em Busca de Respostas

Fonte: Cavok Vídeos

Aconteceu em 28 de setembro de 1992: Voo PIA 268 - 167 mortos em colisão contra montanha no Nepal

Na segunda-feira, 28 de setembro de 1992, o Airbus A300B4-203, prefixo AP-BCP, da PIA (Pakistan International Airlines), partiu às 11h13 (hora local) para realizar o voo 268, de Karachi, no Paquistão, com destino a Kathmandu, no Nepal. 

A bordo da aeronave estavam 19 tripulantes e 148 passageiros. O capitão era Iftikhar Janjua, de 49 anos, que havia realizado 13.192 horas de voo, incluindo 6.260 horas no Airbus A300. O primeiro oficial era Hassan Akhtar, de 38 anos, que tinha 5.849 horas de voo, sendo 1.469 delas no Airbus A300.

Havia dois engenheiros de voo a bordo (em vez de um), um operando e outro observando. O engenheiro de voo operacional era um homem de 40 anos (não identificado) que tinha 5.289 horas de voo, sendo 2.516 delas no Airbus A300. O engenheiro de voo observador era Muhammad Ashraf, de 42 anos, que havia feito 8.220 horas de voo, incluindo 4.503 horas no Airbus A300.

A parte do voo em rota transcorreu sem intercorrências e a aeronave foi liberada para uma abordagem de 'Sierra' para a pista 02 de Kathmandu. 

Perfil de abordagem Sierra

O voo foi instruído a manter 11.500 pés e reportar a 16 DME (16 milhas do farol VOR/DME, que está localizado 0 , 6 nm antes da pista). 

A abordagem de Kathmandu é muito difícil, uma vez que o aeroporto está localizado em um vale de formato oval cercado por montanhas de até 9.665 pés. A elevação da pista é de 4.313 pés. 

Ilustração

As próximas correções de abordagem para o voo PK268 foram em 13 DME (a 10.500 pés), 10 DME (a 9.500 pés) e 8 DME (a 8.200 pés). Alguns segundos após reportar 10 DME (abordagem que permite que as aeronaves passem sobre a cordilheira Mahabharat, diretamente ao sul de Katmandu, cuja crista está localizada ao norte do ponto de referência da 'Sierra', em uma altitude segura). 

Pouco depois de reportar às 10 DME, às 14h30, a aeronave desceu para aproximadamente 7.300 pés (2.200 m) na lateral da montanha de 8.250 pés (2.524 m) em Bhattedanda, chocando-se contra ela e desintegrando-se no impacto, matando instantaneamente todos a bordo. A barbatana caudal separou-se e caiu na floresta na base da encosta da montanha.

Este acidente ocorreu 59 dias após o voo 311 da Thai Airways ter caído ao norte de Kathmandu.

Os investigadores determinaram que o acidente foi causado principalmente por erro do piloto. A visibilidade era fraca devido ao nublado e o sistema de alerta de proximidade do solo não teria sido acionado a tempo por causa do terreno íngreme. 

As placas de abordagem de Katmandu emitidas para os pilotos da PIA também foram determinadas como obscuras, e os controladores de tráfego aéreo do Nepal foram considerados tímidos e relutantes em intervir no que consideravam questões de pilotagem, como separação de terreno. 

Perfil da abordagem realizada

O relatório recomendou que a ICAO revisasse os mapas de navegação e encorajasse sua padronização, e que a abordagem do Aeroporto de Kathmandu fosse alterada para ser menos complexa.

A PIA pagou e mantém o Parque Memorial Lele PIA em Lele , no sopé de uma montanha cerca de 10 km ao norte do local do acidente.

Fontes: ASN / Wikipedia / Site Desastres Aéreos

Colisão entre urubu e aeronave provoca pouso de emergência em Regente Feijó (SP)

Avião de pequeno porte tinha quatro tripulantes; todos foram levados a hospitais de Presidente Prudente e já liberados.

Uma aeronave de pequeno porte precisou fazer um pouso de emergência no aeroclube de Regente Feijó (SP), às margens da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), após um urubu bater contra o para-brisa do avião. Quatro pessoas estavam a bordo, mas ninguém se feriu gravemente.

De acordo com a Polícia Civil, a aeronave R-10 (Van's Aircraft), prefixo PP-ZJJ, havia saído do Estado do Paraná e seguia para Regente Feijó, no interior de São Paulo, onde utilizaria a pista do AeroPark como destino final. 

Quando o piloto fazia a aproximação, a cerca de 16 km de distância da pista de pouso, o para-brisas do avião foi atingido por um urubu. Devido ao impacto, a ave transpassou o vidro e adentrou na cabine.

Conforme informou a Polícia Civil, os estilhaços e fragmentos da ave, aparentemente, causaram lesões na tripulação. 


Quando os bombeiros chegaram ao local, o piloto, 57 anos, e a esposa, 56 anos, já haviam sido socorridos pelo filho à Santa Casa de Presidente Prudente. Conforme o hospital, ambos foram liberados após receberem atendimento médico.

Outras duas vítimas, um homem e uma mulher, de 47 e 48 anos, respectivamente, foram conduzidos pelas equipes de emergência ao HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, em Presidente Prudente.


Apesar de a hipótese levantada sobre o acidente, as circunstâncias serão analisadas pela Polícia Técnico-Científica.

Fontes: O Imparcial / G1 - Fotos: Corpo de Bombeiros

Três mortos em um acidente com pequeno avião na França

Um acidente de avião ocorreu na manhã desta segunda-feira (28) entre Gennes e La Chevillotte, no Doubs, na França. 


A pequena aeronave Cirrus SR22 SE Turbo, prefixo N918SE, com três pessoas a bordo (dois homens e uma mulher), caiu por volta das 10h30 (hora local). 

Ela estava vindo de Caen e deveria pousar no aeródromo de La Vèze bem próximo ao local do acidente.

As três pessoas morreram , segundo os policiais mobilizados no local.

Foi um fazendeiro vizinho que viu o acidente e ligou para o prefeito de Gennes, Jean Simondon. Uma falha no motor foi ouvida por residentes vizinhos

De acordo com esses primeiros depoimentos, o o avião já vinha com problemas em voo e, ao cair, sofreu uma grande explosão. 

Algumas pessoas pensaram ter visto uma pessoa num paraquedas, mas era o paraquedas do próprio avião Cirrus (foto acima).

Fontes: ASN / francebleu.fr - Fotos: © Radio France - Christophe Mey