Dentro do avião, de acordo com as primeiras informações dos agentes que foram a campo confirmar a informação dos índios, foram encontrados corpos de três homens com identidade boliviana, uma grande quantidade de cocaína, armas e dinheiro. Foi também achada uma informação considerada valiosa e que deverá desencadear um operação de combate ao tráfico de droga na região: o plano que o piloto deveria seguir ára efetuar a entrega das drogas. O local está o avião é de difícil acesso.
A possibilidade de que o avião boliviano – que pode ser também uma das muitas aeronaves brasileiras que são roubadas na região de fronteira e levada para o país vizinho – teria caído em terras brasileira mobilizou uma grande quantidade de agentes. De Brasília vieram helicópteros da Polícia Federal para ajudar nas buscas. O grupo ficou baseado na cidade de Nova Lacerda. Helicóptero da Polícia Militar também está na região das buscas. “Tudo indica que o excesso de peso fez o avião apresentar problemas e cair” – informou a fonte de 24 Horas News na PF de Cáceres.
O caso revelou mais uma vez a facilidade com que traficantes encontram para entrar no Brasil com entorpecentes produzidos na Colômbia e na própria Bolívia, berço do plantio da folha de coca, um dos principais componentes da droga. A chamada “linha seca” que divide os dois países tem sido constantemente invadida pelo narcotráfico. Havia temores de que pessoas a serviço dos traficantes pudessem tentar resgatar a droga e as armas, mas, o avião caiu um pouco distante da linha que divide os dois países.
No final do mês, militares bolivianos ocuparam alguns pontos da fronteira da Bolívia com o Brasil considerados rotas para os tráficos de drogas e de armas. O ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, admitiu que a região, que envolve as cidades de de San Matías, Roboré, Puerto Suárez, San Ignacio de Velasco e San José de Chiquitos, vizinhos dos estados brasileiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, vem registrando intenso movimento de narcotraficantes. "Todos os efetivos militares deslocados de diferentes pontos do país para o departamento de Santa Cruz (leste) já se encontram em suas unidades de destino e têm a ordem de iniciar seu trabalho normalmente a partir desta segunda-feira" – informou.
Além de drogas, a fronteira de Mato Grosso com a Bolívia tem registrado grande fluxo de tráfico de armas e de veículos e comércio ilegal de recursos naturais. Ao dar a notícia da ação na fronteira, civis do Estado de Santa Cruz manifestaram descontentamento, já que as atividades criminosas é considerada um dos propulsores econômicos da região. "É uma nova agressão do governo aos departamentos do oriente, já haviam feito em Pando. Isto se chama militarização" - protestou na ocasião o presidente da Câmara dos Senadores, Oscar Ortiz, de Santa Cruz.
A fronteira Brasil-Bolívia na parte que envolve Mato Grosso tem produzido situação consideradas medonhas do ponto de vista da segurança pública. A Polícia Federal confirma que cada vez mais a situação está se tornando mais tensa e o índice de violência se elevado assustadoramente. No mês passado, corpos supostamente de brasileiros foram encontrados enterrados numa vala, numa estrada para frente de San Matias em direção a Santa Cruz de La Sierra. A chacina teria sido determinada a mando de narcotraficantes.
Fonte: João Arruda (24Horas News)