Se não bastassem as milhares de árvores e bugigangas utilizadas no mundo inteiro para celebrar o Natal, parece que as estrelas também resolveram participar da festa. A ESO, agência espacial européia, divulgou imagens de um fenômeno visual raro em que um conjunto de estrelas, conhecido como NGC 2264, formou uma espécie de "árvore natalina" no espaço, com um astro mais brilhante na ponta e os tradicionais adornos azuis brilhantes. O fenômeno se localiza na Constelação de Monoceros (o Unicórnio), a 2,6 mil anos-luz de distância da Terra.
Assim como as pessoas vivem em condomínios fechados, as estrelas também se juntam em aglomerações conhecidas como "metrópoles estelares". Uma delas, a M13, foi identificada pelo telescópio espacial Hubble, da Nasa, agência espacial americana, na constelação de Hércules, a 25 mil anos-luz da Terra. A M13 possui mais de 100 mil corpos celestes que se mantêm juntos pela ação da gravidade e lá passam todo o período de sua existência se locomovendo em torno do pólo, como um redemoinho. Aos olhos do ser humano, o fenômeno se assemelha a uma bola de neve, como se as estrelas fossem os flocos, devido ao forte brilho gerado.
Definitivamente não é somente a Terra que precisa se preocupar com fenômenos naturais que varrem tudo aquilo que está no caminho. Um "tsunami solar", evidentemente muito mais forte que o da Indonésia em dezembro de 2004, foi detectado pelas lentes das espaçonaves gêmeas Stereo, da Nasa, varrendo a atmosfera do Sol a mais de 1 milhão de km/h. Este tipo de tsunami - que naturalmente não envolve água, mas uma onda de pressão - é causado por uma explosão próxima ao Sol, que faz com que um pulso se propague em padrão circular.
Embora as pesquisas espaciais tenham se concentrado este ano na descoberta de água e na busca de vida em Marte, algumas imagens incríveis do espaço não saíram do planeta vermelho. As principais agências espaciais mundiais também apontaram as câmeras para os planetas menos famosos e alguns até desconhecidos.
No início de dezembro, os três astros mais brilhantes durante a noite - os planetas Vênus e Júpiter e a Lua - proporcionaram um espetáculo astronômico raro de ser observado a olho nu. Eles entraram em conjunção após o pôr-do-Sol, que consiste na lenta aproximação dos três astros até o momento final em que ficam totalmente alinhados, deixando visível da Terra apenas a Lua.
O WASP-12b, que orbita em torno de uma espécie de bola de fogo - na verdade uma estrela anfitriã -, possui números de assustar qualquer terráqueo. Alem de atingir a incrível marca de 2.250°C, quase a metade da temperatura do Sol (5.500°C), o "infernal" planeta é pouco mais que uma vez maior que Júpiter (maior planeta do Sistema Solar). WASP-12b ficou com o título de planeta mais quente já descoberto.
A exemplo do planeta mais quente, também foi registrada pelas lentes dos telescópios espaciais Hubble e Spitzer o que pode ser uma das galáxias mais distantes já vistas no universo. A formação, chamada A1689-zD1, foi constituída há mais de 12,8 bilhões de anos.
O ano foi marcado também pelo importante registro da formação de um planeta no interior de um disco de poeira e de gás. O novo corpo celeste não orbita ao redor do Sol, mas em torno de uma jovem estrela com idade entre 8 e 10 milhões de anos.
Após oito anos de buscas, um astrônomo americano conseguiu fotografar um exoplaneta pela primeira vez, com uma câmera do telescópio espacial Hubble, a 25 anos-luz do Sistema Solar. No meio de um mar de poeira cósmica vermelha impera solitário o Fomalhaut b, que orbita a estrela Fomalhaut na constelação de Piscis austrinus (Peixe Austral), situada quatro vezes a distância que separa Netuno do Sol.
Como seria?
Já imaginou se a Terra se envolvesse em uma violenta colisão planetária? Pesquisadores americanos conseguiram responder a pergunta por meio de uma imagem. A fotografia traz dois planetas da constelação de Áries, semelhantes ao nosso, se chocando e provocando enormes massas de pó flutuante. A poeira cósmica carregou os destroços dos planetas e eles desapareceram em meio à onda de energia produzida pela colisão.
Supernova "recém-nascida"
A "bebê" das supernovas - corpos celestes oriundos de grandes explosões estelares -, com apenas 140 anos, foi descoberta este ano pelas lentes de astrônomos americanos. Chamada de G1.9+0.3, a supernova teria causado um flash brilhante quando explodiu há 140 anos que foi visto por causa de poeira. O objeto, que havia sido identificado pela primeira vez em 1985, abre a oportunidade inédita aos cientistas de ver uma estrela morrendo.
Veja as fotos:
01/12/2008 07:12 - Júpiter (esq.) e Vênus ficaram ocultados pela Lua em fenômeno raro, chamado de conjunção - Foto: Reuters
20/09/2008 10:09 - Arte reproduz uma violenta colisão planetária entre astros do sistema binário na distante constelação de Áries - Foto: Reuters
14/05/2008 05:05 - A supernova G1.9+0.3 é um "bebê" de apenas 140 anos - Foto: AP
13/11/2008 07:11 - O novo planeta orbita a estrela Fomalhaut, na constelação de Piscis austrinus (Peixe Austral) - Foto: NASA, ESA and P. Kalas (University of California, Berkeley)
22/12/2008 01:12 - A "árvore espacial" possui os adornos azuis e uma estrela mais brilhante no topo - Foto: ESO
23/12/2008 07:12 - A aglomeração M13 tem mais de 100 mil estrelas e fica na constelação de Hércules, a 25 mil anoz-luz da Terra - Foto: Nasa
02/04/2008 06:04 - O tsunami solar foi registrado por câmeras das espaçonaves gêmeas Stereo - Foto: Nasa
15/10/2008 04:10 - O novo planeta WASP-12b atinge temperaturas de até 2.250°C - Foto: ESA
13/02/2008 07:02 - Imagem obtida pelo Hubble mostra uma das mais jovens e brilhantes galáxias já observadas - Foto: Nasa
30/12/2008 07:12 - O novo planeta não orbita ao redor do Sol, mas em torno de uma jovem estrela com idade entre 8 e 10 milhões de anos, a TW Hydrae
Fonte: Terra