Todo mundo acompanhou a novela do cãozinho Pinpoo, que sumiu no aeroporto de Porto Alegre em março, ao ser despachado de avião para o Espírito Santo. Como o animal jamais chegou ao destino, chegaram a entregar um cachorro similar, mas a dona não se convenceu. Até que um mês depois um sargento capturou Pinpoo à noite no próprio aeroporto, tornando-se manchete nacional.
Mas nem sempre o transporte aéreo de animais termina bem. Em agosto de 2010 dezenove pessoas morreram na queda de um avião no Congo. Um sobrevivente contou que um crocodilo que viajava como clandestino escapou da bolsa para dar uma voltinha na cabine. Apavorados, todos correram ao mesmo tempo para frente, o que desestabilizou a aeronave, causando o mergulho fatal para quase todos. Exceto o crocodilo, estraçalhado a facão pela equipe de socorro. Em dezembro, em um vôo nos Estados Unidos, um cachorrinho estressado saiu da gaiola e mordeu um passageiro, o que obrigou o comandante a um pouso de emergência em Pitsburg. É raro, mas bichos costumam desaparecer durante vôos, como o gato Bastian, que em maio do ano passado sumiu de seu compartimento durante um vôo da American Airlines numa conexão no gigantesco aeroporto de Dallas Fort Wort. Nunca mais foi visto, mesmo depois da farta distribuição de fotos de Bastian pelos arredores.
Gatos costumam provocar alergia em 10% dos passageiros, e por isto as companhias aéreas limitam a sua presença a dez por vôo. Um alarmante estudo suíço identificou alergênicos deixados por felinos a bordo em 100% dos assentos de aviões testados, o suficiente para causar graves reações em pessoas mais sensíveis. Os problemas não param em alergias, mas podem até provocar incidentes como o relatado por um passageiro asmático. Ele conta a experiência há dois anos com um gato do viajante da poltrona ao lado que sofreu desarranjo intestinal devido a manobras radicais do comandante diante de turbulências e tempestade, na aproximação com Mineapolis. Um cheiro nauseante de fezes em queda livre sobre os assentos, vindas de um bichano que emitia sons horripilantes, tomou conta do ambiente. Já em terra, as vítimas questionaram a presença de animais domésticos na cabine de passageiros, mesmo dentro de gaiolas. Souberam que isto é possível mediante uma taxa de cem dólares.
Por esta e outras é que em 2009 surgiu a Pet Airways, não por acaso nos Estados Unidos, onde há 72 milhões de cachorros e 82 milhões como animais de estimação. Especializada em transportar bichinhos, a companhia aérea oferece acomodações na cabine principal com cabine pressurizada e ar condicionado. Um serviço de bordo inclui visitas dos atendentes a cada quinze minutos. Voando para dez aeroportos dentro do país e a passagem por 150 dólares, o sucesso pode ser medido pala decisão de quase triplicar este ano as cidades atendidas. Após o check in, os “passageiros fazem uma caminhada com direito a pipi antes de embarcar. Para evitar seu sumiço, os proprietários podem acompanhar pela internet o progresso da viagem.