As 37 companhias aéreas estrangeiras que atuam no País continuam a apostar em nosso mercado, e mesmo com a crise econômica internacional, apostam na recuperação de suas taxas de ocupação em 2009, que no final do ano passado, caíram mais de 10% por conta da oscilação do dólar e a corrida atual dos turistas para os roteiros regionais. Prova desta tendência, é entrada da israelense El Al, que ligará São Paulo a Tel Aviv, a partir de maio.
Apesar das dificuldades vividas pelo setor aéreo mundial, empresas como a American Airlines e a TAP de Portugal, líderes locais na emissão de passageiros para os Estados Unidos e a Europa, respectivamente, podem retomar facilidades como tarifas promocionais e formas diferenciadas de pagamento, após o fim da alta temporada. Companhias como a Air France KLM também prometem vantagens aos clientes, enquanto a Lufthansa reafirma atenção ao potencial regional.
Enquanto preparam-se para acirrar a disputa por clientes no Brasil, as aéreas de fora aguardam a gradual liberação de descontos tarifários proposta pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas que foi brecada por uma ação do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), responsável pela defesa das empresas nacionais, entre elas, a TAM Linhas Aéreas, que ontem confirmou a liderança absoluta nas rotas internacionais entre as brasileiras, ao divulgar deter 85,5% do market share. Há alguns anos, o cenário era outro, a Varig detinha mais de 75% do deste nicho, e com sua reestruturação, as estrangeiras tomaram o espaço, que a TAM tenta hoje recuperar.
De olho na decisão do imbróglio, a TAP crê que conseguirá recuperar a queda de ocupação registrada nesta temporada. "Na temporada passada, nossa taxa de ocupação era de mais de 75% no final do ano, mas depois da crise, ela caiu para a casa dos 70%, neste final de ano", calculou Mário Carvalho, diretor da TAP para o Brasil, que complementou que "Mesmo com a diminuição do ritmo, acreditamos que vamos crescer 10% no País este ano", disse.
Mesmo sem planos de aumentar o número de assentos, a empresa acredita que ao elevar a ocupação garantirá o avanço. Os negócios brasileiros são importantes para a TAP, aproximadamente 30% do volume total da companhia. Daqui, saem 64 vôos semanais com destino a Europa, de sete estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Natal e o Distrito Federal. "Antes de ampliar as rotas, vamos nos consolidar nesses estados, pois acabamos de chegar a Belo Horizonte. O País, fora de Portugal, é nosso maior mercado", falou o diretor. A partir de Lisboa, a TAP que abrir voos para Varsóvia e Moscou, ainda na metade deste ano.
Em relação ao freio colocado à tentativa da Anac em flexibilizar os preços dos bilhetes, Carvalho explicou que o mercado brasileiro tem um peso grande e, apesar da situação atual não permitir maiores descontos nos bilhetes, considera ser positiva uma liberdade maior de preços. O executivo comentou que talvez a liberdade tarifária pudesse ser colocada em consulta pública.
Estados Unidos
Na ponta das conexões entre o Brasil e os Estados Unidos, a American Airlines também deseja consolidar as rotas que acaba de conquistar. "Iniciaremos voos definitivos para Belo Horizonte, e pretendemos estimular a ocupação das rotas para Salvador e Recife, que começamos em novembro do ano passado", falou Dílson Verçosa, representante-geral da American Airlines.
A companhia aérea, que reveza com a TAP a liderança em voos para o Brasil, mantém hoje 69 frequências para terras norte-americanas e garante ser líder destas ligações com a América Latina.
Verçosa revelou que os voos da alta temporada anterior a crise, saiam com mais de 90% da lotação preenchida e que hoje, essa ocupação total está na casa dos 70%, mas disse que, por outro lado, as novas rotas estão enchendo até 76% das aeronaves. Ele salientou que a maioria das pessoas não têm cancelado os bilhetes comprados com antecedência, antes da turbulência econômica.
"Dentro do que é possível, estamos estudando alternativas como milhagens adicionais e outras vantagens para garantir os negócios", avaliou o executivo da American. Segundo ele, os negócios estão sendo afetados pela crise, mas começam a surgir alternativas, como o mercado de lazer norte-americano, que começou a reduzir tarifas de hotéis e parques para atrair mais demanda.
Para o representante da American Airlines, as companhias começarão a ajustar as tarifas assim que terminar a alta temporada. Ele considerou que a "liberação é sempre positiva para o mercado", e que não necessariamente o setor se tornará agressivo por conta disso. A American voa no Brasil para cidades como Salvador, Recife, Belo Horizonte e os aeroportos internacionais de São Paulo e do Rio de Janeiro.
IsraelenseAtenta ao potencial do mercado brasileiro, a companhia israelense El Al, escolheu o País como seu primeiro destino na América do Sul. "Queremos elevar a demanda local de 30 mil para 50 mil passageiros", comentou Priscila Golczewski, diretora de marketing da El Al. Apesar da instabilidade política que vive seu país, a empresa tem planos de incrementar as atividades na região. "Começaremos com três frequências semanais, de São Paulo que será nosso hub (centro do distribuição de voos), na região", falou a diretora. A companhia israelense voa hoje para Europa, América do Norte, Ásia e Oriente Médio.
Outra empresa que tenta estimular as viagens internacionais é a Air France KLM, que anunciou que até o final da alta temporada oferecerá condições especiais para o parcelamento de passagens por cartão de crédito em emissões realizadas por aqui para os cerca de 250 destinos oferecidos pela empresa.
Já a Lufthansa, continua com os olhos abertos para oportunidades na América Latina. Ano passado, integrou seu programa de passageiros frequentes com a TAM Linhas Aéreas. Bernd Hoffmann, diretor para a América Latina, comenta que "a ideia é crescer na América Latina e no Brasil".
As companhias aéreas estrangeiras aumentaram a disputa pelas rotas brasileiras, interessadas no aumento do número de passageiros em voos para o exterior, que cresceu mais de 25% em 2008, na comparação com o ano anterior, no embarque das concorrentes brasileiras TAM e Gol. Na outra ponta, o transporte no mercado doméstico avançou pouco mais de 7%.
Prova de que o céu brasileiro chama a atenção das estrangeiras é que ontem a israelense El Al anunciou sua entrada no mercado nacional, e passará a ligar São Paulo a Tel Aviv, a partir de maio. É a primeira ação da companhia aérea em território sul-americano. Antes, ela só operava para os mercados dos Estados Unidos e para a Europa.
Apesar das dificuldades vividas pelo setor aéreo mundial, a American Airlines e a portuguesa TAP , líderes locais no embarque de passageiros para os Estados Unidos e a Europa, anunciam planos de retomar ofertas como tarifas promocionais e formas diferenciadas de pagamento, após o fim da alta temporada. Companhias como a Air France KLM também prometem vantagens aos clientes, enquanto a Lufthansa reafirma atenção ao potencial do mercado brasileiro.
Mário Carvalho, diretor da TAP para o Brasil, diz que "vivemos um momento diferenciado por conta do cenário conturbado da economia mundial", mas ainda assim acredita que a empresa deverá crescer 10% no País este ano.
Fonte: DCI