O jato dará à empresa uma vantagem sobre seus competidores em um momento em que companhias aéreas ao redor do mundo estão enfrentando preços recordes de combustíveis. A Bombardier afirma que o avião tem um consumo de combustível 20 por cento menor que jatos comparáveis atualmente no mercado, bem como um custo operacional 15 por cento menor.
O projeto do jato de longo alcance é direcionado ao mercado de aeronaves de 100 a 149 passageiros, e pode impulsionar a Bombardier em mercados hoje dominados pelas rivais de maior porte: Boeing e Airbus .
Tanto Boeing quanto Airbus ainda não manifestaram interesse em desenvolver um avião que competiria com o CSeries.
"Eles também são ajudados, de acordo com o que vem sendo escrito até agora, pelo fato de que é altamente improvável que a Boeing ou a Airbus oferecerão uma aeronave menor e mais eficiente no consumo até 2018 ou 2020", disse Richard Stoneman, analista da Dundee Capital Markets em Toronto. "Isso deixa uma janela aberta para a Bombardier."
Mas antes de seguir em frente na produção do novo modelo, a Bombardier tem dito que precisa ter pedidos firmes entre 50 a 100 unidades da aeronave.
Condições fracas dos mercados de crédito, combinadas com preços em disparada dos combustíveis podem tornar difícil para a Bombardier obter pedidos firmes suficientes.
Lufthansa, Qatar Airways e International Lease Finance Corp já manifestaram interesse no aparelho, informou a Bombardier.
A companhia canadense também estava negociando com a Northwest Airlines até a fusão dela com a Delta Air Lines.
NOVO NICHO
O CSeries marcará uma saída da Bombardier de suas atuais linhas de jatos regionais e turboélice, que são capazes de transportar até 100 e 80 passageiros, respectivamente.
As principais aeronaves que competiriam contra o CSeries seriam o 737-600 e 737-700, da Boeing, e o A318 e o A319 da Airbus. O analista Jacques Kavafian, analista da Research Capital em Toronto, escreveu em nota que as economias de combustível comparadas com o Boeing 373-700 são estimadas em 2,7 milhões de dólares por ano, assumindo 4 mil horas de vôo.
O CSeries também competiria com o ERJ190 da brasileira Embraer, principal rival da Bombardier. Stoneman disse que a tecnologia por trás do CSeries é mais nova que a do E-jet, dando ao aparelho uma vantagem.
A Bombardier, que também é a maior fabricante de trens do mundo, tem até 31 de janeiro para decidir se seguirá com o lançamento do jato, um prazo que colocaria o avião em serviço em 2013.
Analistas continuam incertos se a Bombardier anunciará o CSeries na feira de Farnborough, a mais prestigiada da indústria de aviação. Os especialistas dão uma chance de 50 por cento de um anúncio ser feito.
Fontes: Reuters / Brasil Online - Imagem: Divulgação (Bombardier)