Atualmente a Jet Blue ocupa o sétimo lugar entre as aéreas dos Estados Unidos, serve 60 destinos em 20 Estados do país, Porto Rico e 11 países do Caribe e da América Latina.
Fonte: Portal Panrotas - Imagem: Divulgação/Jet Blue
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O vento espalhava pequenos flocos de neve na manhã fria de início de inverno enquanto eu observava a estrada desde um estreito pedaço de terra em Kachemak Bay, em Homer, no Alasca. O campo de gelo de Harding estava bem próximo, ao nordeste. A 16 quilômetros, na mesma direção, ursos praticamente posavam para as fotos durante sua pescaria de salmões em desova.
Tudo muito perto, mas, ao mesmo tempo, muito distante. Há poucas rodovias nos mais de 1 mil quilômetros quadrados de superfície do Alasca. Ou seja: pelos meios de transporte convencionais, um turista não chega muito longe. Bastou caminhar até o fim da Homer Spit para alcançar o fim da via. E com tempo para observar parte do pavimento cair no mar, bem na minha frente.
Felizmente, havia outra opção: pelo ar. O Alasca tem aproximadamente um piloto registrado para cada 58 moradores e 14 vezes mais aviões per capita que o resto dos Estados Unidos. Os voos panorâmicos costumam ser feitos em aeronaves pequenas, apertadas e capazes de pousar em qualquer terreno. Do ar, a rara visão do alto de um glaciar se torna democrática, sem ser exclusiva apenas a adeptos de esportes radicais. Uma vez no solo, animais reclusos se apresentam como figurinhas fáceis para as lentes das câmeras e riachos para pesca estão a poucos passos de distância.
Outra opção, os navios de cruzeiro, afirmam oferecer acesso único ao Alasca. Mas a vista do deque não revela muitos detalhes. Nas embarcações, apesar de poder chegar aos pés das montanhas, você fica impedido de ver as joias ocultas entre os penhascos: lagos coloridos, tingidos de um verde fosforescente graças aos minérios que se desprendem das rochas quando o gelo derrete.
Zack Tappan, piloto-chefe da Homer Air, voa sobre as nuvens de fumaça de quatro vulcões ativos para chegar a um campo repleto de ursos. Depois de aterrissar em uma praia do outro lado de Kachemak Bay, Tappan deixa os visitantes a apenas 100 metros de um destes animais. "Não digo que temos uma relação. Mas ele já nos viu o suficiente para nos entender", diz.
O pequeno Caíque foi um dos primeiros a deixar o avião presidencial. Correu em disparada ao saguão do complexo da aeronáutica, e pulou primeiro no colo do pai, depois no da avó. E chorou muito.
No momento do forte tremor, eles estavam no aeroporto de Santiago, à espera da hora do embarque para São Paulo. “Ficou tudo destruído. Não tinha para onde ir. Sem dinheiro, passei fome e frio. Andei pelo aeroporto e pelas ruas”, contou. “Só comemos lanche”, acrescentou.
Dormiu num carro
Cláudia disse que contou com a ajuda de um policial para superar as dificuldades do primeiro dia pós-tremor. “Ele arranjou um carro para que eu pudesse aquecer meu filho e dormir um pouco. Depois, um brasileiro nos levou a um hotel. De lá seguimos para o prédio da Embaixada Brasileira, e fomos escolhidos para voltar ao Brasil.
A engenheira Daniella Castelucci, de 27 anos, também estava no grupo que retornou ao país nesta terça. Diabética, contou que a equipe da Embaixada do Brasil no Chile lhe arranjou a medicação necessária e a colocou no avião da Presidência da República.
Desespero para voltar
Ela afirmou que os brasileiros que ainda estão em território chileno contam as horas para voltar ao Brasil. “A situação dos brasileiros lá está muito difícil, está ficando bem complicada. Os brasileiros estão desesperados para sair de lá. Alguns já fazem planos para cruzar a cordilheira de carro, e ir até Mendoza (Argentina). De lá, seguiriam viagem de volta ao Brasil”, relatou.
Daniella disse que foi jogada ao chão quando a terra tremeu. “Estava dormindo. O tremor me derrubou da cama. A TV e um espelho caíram sobre mim. Eu não sabia para onde correr”, contou.
Madrugada de terror
Nas ruas, Daniella viu um cenário de guerra, de terra de ninguém. “Havia pessoas seminuas sob um frio de 8 graus. Me deu dó ver a cidade destruída. Foi uma madrugada de terror”, resumiu.
‘Quero beber água limpa’
Depois de rever e abraçar o marido, Rafael, de 23 anos, e os pais, seus próximos passos no Brasil eram simples e curtos. “Quero colocar roupas limpas, fazer uma refeição decente e beber água limpa”.
Dentro de um liquidificador
O médico João Irion, de 80 anos, foi ao Chile fazer turismo. Na companhia da mulher, a professora aposentada Márcia, 74, sentiu os efeitos do terremoto pouco depois de deixar um cassino. “Parecia que estava dentro de um liquidificador. Era como se eu estivesse num colchão no dorso de um cavalo”, afirmou.
Fonte e fotos: Sérgio Lorena (G1)
Preocupado com a família após o terremoto de 8,8 graus que atingiu o Chile no sábado (27), o médico Patrício Gonzáles, de 55 anos, não via a hora de embarcar em um avião que o levasse do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, para seu país natal. O chileno, que tinha voo previsto para a manhã de sábado (27), foi o último passageiro a embarcar em uma aeronave que irá ao Chile na manhã desta terça-feira (2). O voo partiu às 9h45, com 221 passageiros, sendo 120 embarcados no Rio de Janeiro.
Gonzáles contou ao G1 antes de entrar na sala de embarque que o prédio onde vive com a família, em Viña del Mar, cidade turística abalada pelo tremor, está interditado. “Conseguiram tirar algumas coisas lá de dentro”, disse, aliviado por saber que sua família está bem. Ao menos 723 pessoas morreram por causa da tragédia no país sulamericano.
Decidido a embarcar o mais rápido possível, o médico resolveu que ficaria no aeroporto o tempo que fosse. “Já deixei meu telefone com a companhia e nada de me retornarem. Não adianta ser civilizado.” Logo após reclamar, recebeu, com entusiasmo, a notícia de que uma aeronave vinda do Rio tinha ainda um lugar. “Agora poderei voltar para a minha família”, disse, sorrindo.
Contatada, a Lan informou que nesta terça haveria apenas um voo para a capital chilena, Santiago. As empresas Gol e TAM, que também fazem viagens para o Chile, não tinham voos programados para o país nesta terça.
Entre as dezenas de pessoas que aguardavam informações próximas ao guichê da Lan, na asa D do aeroporto, havia um grupo de brasileiros que residem no Chile e não viam a hora de voltar para casa.
O comerciante Samir de Paula, de 31 anos, está desde sábado apreensivo. Após passar férias em São Bernardo do Campo, onde vivem seus pais, ele foi no fim de semana a Cumbica para voltar ao Chile, país onde vive há nove anos. “Estava já na fila de embarque quando me perguntaram meu destino”. Ao dizer “Santiago”, foi chamado para conversar em particular com um funcionário do aeroporto. “Foi nessa hora que fiquei sabendo do terremoto. Tentei ligar para o Chile, mas os telefones não pegavam. Foi um desespero”, lembrou.
Depois de recuperar o fôlego por conta do susto, de Paula ligou para o amigo Antonio Donizete Castilho, médico brasileiro de 54 anos que vive há três na capital chilena e que também veio a passeio para o Brasil. “Acordei e falei: ‘Não era para você estar voando?’”, afirmou o médico. Ao ser informado da tragédia, tentou contatar conhecidos.
“Conversei com uma vizinha que contou que nosso prédio está inteiro. Mas acho que o interior do apartamento foi destruído. Foi muito forte o terremoto. Chacoalhou tudo”, afirmou. “Mas pelo menos que ninguém que conhecemos morreu”, comemorou.
Brasileiros
Nesta terça, o comerciante de Paula, sua noiva, o médico Castilho, seus dois filhos, a esposa e o cãozinho maltês Budy, de 8 meses, esperavam, com malas prontas, uma oportunidade num outro voo. “Esperamos pegar o próximo avião”, disse.
Funcionários da Lan afirmaram que, na quarta-feira (3), outros dois aviões devem partir para a capital chilena, mas ainda não há previsão dos horários de partida dos voos, nem mesmo se eles sairão de São Paulo ou do Rio de Janeiro. O excesso de passageiros se deve ao grande número de voos cancelados desde sábado por conta do terremoto. Nos guichês das companhias aéreas brasileiras TAM e Gol, a informação é que até quarta-feira (3) não estão previstos quaisquer voos entre o Brasil e o Chile.
Fonte e fotos: Paulo Toledo Piza (G1)
Turistas chilenos ouvem instruções de funcionária da companhia aérea Lan Chile no Aeroporto de Guarulhos
Um canto da asa D do Aeroporto Internacional de Guarulhos era tudo que restava na noite desta segunda-feira (1º) para cerca de 40 turistas chilenos que não conseguiram regressar a seu país, atingido por um terremoto no sábado (27). Sentados no chão, eles reclamavam da falta de comida, de assistência médica e de pelo menos um local mais confortável para passar a noite. Por volta das 19h30, uma funcionária da companhia aérea avisou que eles devem ganhar a companhia de outros 120 passageiros que haviam saído do Rio de Janeiro.
A assessoria da companhia aérea Lan Chile afirma que, assim como outras companhias, não se responsabiliza pela acomodação dos passageiros. Dois voos partiram para o Chile desde o terremoto. Uma funcionária avisou que o próximo voo partirá na manhã desta terça-feira, mas a companhia não confirma a informação.
No chão, Daniela, Rosa, Maria José e Paulina, que esperavam embarque para Santiago na noite de segunda-feira
Egressas da Bahia e com embarque em Guarulhos marcado para domingo, as estudantes Rosa Campos, de 25 anos, Maria José Venegas, de 24, Paulina Campos, de 24 anos e Daniela Miranda, de 25 anos, aguardavam sentadas no chão e com as cabeças apoiadas em carrinhos de bagagem o momento de embarcar. "Não temos dinheiro para nada, nem para um telefonema. Vamos passar a noite aqui e não temos nem o que comer", disse Rosa. "Procuramos o consulado, mas ninguém consegue nos atender", afirma.
Todas estão preocupadas com os parentes. "A maioria de nós não consegue falar com a família. Não há celular, não há telefone, não há nada", diz Paulina.
Ximena Lillo de Mendez perde a paciência e faz um desabafo: "Não temos comida, não temos nada. Há pessoas que estão há três dias comendo amendoim. Não têm dinheiro para ligar para suas casas nem sequer um lugar para ficar", afirmou.
Fonte e fotos: Roney Domingos (G1)
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo - Foto: Grupo Tortura Nunca Mais/RJ - Imagem/Carta: mafuadohpa.blogspot.com