Engenheiros australianos desenvolveram um novo sensor de velocidade do ar a laser, que deverá ajudar a evitar colisões de aeronaves.
Os sensores existentes - conhecidos como tubos de Pitot - têm sido considerados como possíveis causas para vários acidentes aéreos fatais. Em junho de 2009, o Airbus A320 da Air France, realizando um voo entre o Rio de Janeiro e Paris, caiu no Oceano Atlântico, ao largo da costa do Brasil, matando seus 228 ocupantes.
A investigação oficial do acidente aéreo concluiu que uma das causas prováveis foi o acúmulo de gelo nos tubos de Pitot, que afetam as leituras que chegam ao piloto automático da aeronave.
O Dr. Sean O'Byrne e o Dr. Sven Wittig da Universidade de New South Wales estavam desenvolvendo sensores de velocidade hipersônica de ar para monitorar o fluxo de ar nos motores scramjet, como parte de uma pesquisa de doutorado de Wittig, quando o acidente da Air France ocorreu.
"Tubos de Pitot são simples, baratos e confiáveis, mas podem dar falsas leituras se obstruídas por acúmulo de sujeira, pássaros, insetos ou gelo em más condições meteorológicas", diz O'Byrne.
"Você, então, necessita recorrer a backups, como GPS, que podem não fazer o trabalho de maneira eficiente durante as tempestades."
O novo dispositivo calcula a velocidade do ar usando lasers baseados nos encontrado em um mouse de computador. "Como nós estamos usando apenas a luz do laser, não existem componentes físicos interferindo no ar", diz O'Byrne. Já testado em túneis de vento, o próximo passo é reduzir a dimensão do aparato e testá-lo em voo.
Embora não seja projetado para substituir os tubos de Pitot, O'Byrne afirma que seria uma medida de baixo custo para auxiliar os tubos, dando aos pilotos mais confiança em suas leituras e ajudando a proteger as aeronaves contra acidentes com vítimas fatais.
Fonte: Stuart Gary (ABC) via Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) - Imagem: Sven Wittig (UNSW Canberra)