No dia 20 de Agosto de 1998 as agências secretas americanas localizaram Osama Bin Laden num campo de treino da Al-Qaeda no Afeganistão. Aos comandos políticos e militares abria-se uma oportunidade praticamente 'irrepetível' para eliminar aquele que, muito antes do 11 de Setembro, era já um dos principais inimigos da América. Estacionado no mar Arábico, o USS Abraham Lincoln recebe ordens para lançar mísseis cruzeiro Tomahawk. A viagem (mesmo à velocidade de 880 quilômetros hora) demorou duas horas e quando os Tomahawk começaram a roncar nos céus afegãos já Bin Laden se tinha evaporado.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgK1wGwu8by1wqAHAi1dwOTkHTvcTiev4pWpnvKBwXDzcDbcSMxAkUEnN-EJv_74jAn9Pn_6VmCTFD5tZ4NTVJIzlBTG2FzpKMI3Z28BryzsUOanyd6a6sNiXS_3euuiTVKjnTOJ7eeVEB7/s400/X-51_WaveRider.jpg)
Nos Estados Unidos nenhum estrategista militar esquece o episódio de 1998. Por isto, e também por estar comprometida com um mundo livre do nuclear militar, a administração Obama está a trabalhar numa nova classe de armas convencionais capazes de atingir qualquer ponto do globo em menos de 60 minutos - ao mesmo tempo que mantém o poder de dissuasão americano.
"No papel estamos perante uma evolução tecnológica brutal. Mas os 'ses' só começam a aparecer na vertente operacional", explica ao i Francisco Galamas, investigador na área do armamento. De acordo com o Pentágono, este sistema nunca estará operacional antes de 2015 e o mais provável é que o seu desenvolvimento se prolongue até 2020. A nova arma pode ser lançada de um bombardeiro B-52 e é capaz de estilhaçar uma central nuclear iraniana ou norte-coreana, destruir um navio carregado de armamento no Médio Oriente ou ainda rebentar com o esconderijo de Bin Laden. Tudo com precisão extrema, em poucos minutos e com uma potência localizada equiparada à de uma bomba nuclear - sem a chacina inerente a uma bomba radiológica.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1YmXsC8CviaUZJsKJA1vN38EOf3JGCXsncDrx2AxyZq7ocVnDTPG4uSIiQvdaP4S1W99mFTFOKlOkLP5e3DKj5YwnRiVGePb1qnjQPRBo2Sd5p2k8vd9EUtjQvwXSFZ7ASLE8XQsSnAAI/s400/X-51A+WaveRider_1.jpg)
Na força aérea americana espera-se que o X-51 seja mesmo uma realidade. "Tenho imensa confiança que vai funcionar", diz Mark Lewis, o cientista chefe da força aérea.
Apoio político, à partida, não faltará. Robert Gates, o secretário da Defesa, expressou na ABC o "acolhimento" que a administração deu ao Prompt Global Strike. Prova disso são os 250 milhões de dólares que Obama pediu ao Congresso para explorar esta alternativa, que combina tecnologia militar e aeroespacial de topo. John McCain, candidato presidencial republicano em 2008, também já manifestou o seu apoio a um programa que tem tanto de "caro como de essencial".
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBRwpIBR5K9gn_Xpd6CoRDtKAjgOns5stmEbdEvRCAhT23aVB5VlG2hOJ70_kzdw4zH06XbpdQCkzxwIYXKjG8-HxK_rFrew-yCDf2aueO-O8xpvb4I8m-vje5jGuFBv7lG382B0ZQhhel/s400/wave1a.jpg)
Fonte: Gonçalo Venâncio e Joana Azevedo Viana (i-online - Portugal) via Blog Hangar do Vinna - Imagens: Divulgação