Quem foi Edméa Dezonne?
Brevê definitivo e carreira promissora
Náufragos do Ar
Irmã da autora de Sinhá Moça
Matéria publicada origialmente no site Memória Santista, em 13.12.2020
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Matéria publicada origialmente no site Memória Santista, em 13.12.2020
Sob o Emblema Aeroflot, do artista A. Kirillova. Capa da Revista Aeroflot, novembro de 1962 |
Aeroflot. Em viagens de negócios de avião. Folheto de informações, início dos anos 1960 |
Aeroflot. Voe – rápido, vantajoso e conveniente. (Consultas e venda de passagens em todos os aeroportos e postos da Aeroflot na URSS e exterior). Calendário de bolso representando um Il-18, 1961 |
“Em 1939, em uma transmissão de rádio da BBC, Winston Churchill descreveu a Rússia Soviética como ‘uma charada envolta em um mistério dentro de um enigma’. O mesmo pode ser dito da Aeroflot, a única companhia aérea da União Soviética, que até certo ponto serviu como um microcosmo do próprio país”, escreve Vandermueren.
Criada pela Revolução de Outubro. Cartaz para celebrar o 60º aniversário da Revolução de 1917, por volta de 1977 |
Calendário da Aeroflot para 1954 com imagem do aeroporto Vnúkovo, em Moscou |
Jovens, subam nos aviões! Pôster do artista G. Klutsis, 1934 |
Glória aos Heróis da Grande Guerra Patriótica! Glória aos Falcões Stalinistas! Pôster dos artistas L. Toritch e P. Vandichev do início da Segunda Guerra Mundial, 1941 |
Economize tempo! Use transporte aéreo. Anúncio na revista semanal Ogoniok, 1949 |
Folheto de vendas bilíngue russo-inglês para o Tu-104B, 1958 |
Os engenheiros soviéticos forneciam novos modelos regularmente, melhorando a velocidade e o conforto da aeronave. Na década de 1950, a indústria da aviação civil ganhou novo impulso, e os aviões, ainda mais popularidade. Em 1958, o volume de passageiros transportados pela Aeroflot superou o da American Airlines, então líder mundial, enquanto o slogan comercial da empresa russa focava em “economizar tempo”.
IL-86. Folheto promocional do Escritório de Projetos Iliuchin, 1980 |
Aeroflot. Cartão postal com a ilustração de um Mil Mi-4 sobrevoando um dos edifícios das Sete Irmãs de Moscou, 1960 |
A Aeroflot irá levá-lo a qualquer canto do país. Retratando o protótipo de An-24, 1962 |
Capa do livro de Vandermueren |
Um soldado ucraniano examina um fragmento de um jato Su-25 da Força Aérea Russa após uma batalha recente na vila de Kolonshchyna, Ucrânia, no dia 21 de abril de 2022 (Foto: AP/Efrem Lukatsky) |
Ukraine has shot down a Russian general flying a ground attack aircraft over Luhansk. Three Russian sources confirming Major General Kanamat Botashev was killed by a stinger missile while piloting an Su-25. https://t.co/pEYq3DSyhw
— Maxim Tucker (@MaxRTucker) May 24, 2022
Ukrainian sources are claiming a Russian Su-25 was shot down in Luhansk Oblast. https://t.co/bmLR8P2Ph0 pic.twitter.com/lMvECQwVWX
— Rob Lee (@RALee85) May 22, 2022
Wagner Group shares a video of a Su-25 attacking 🇺🇦 positions in Popasna. However, they claim this is not 🇷🇺 Air Force. The cryptic message hints at 'mercenary' (?) plane which has also been seen in Africa. Three translations with a TG message chain below linking to the Group.🧵 pic.twitter.com/F1odpwJNpW
— Dmitri (@wartranslated) May 10, 2022
(Imagem: NASA/JPL-Caltech) |
Over the weekend, the #MarsHelicopter completed Flight 37! Ingenuity traveled 203 feet (62 meters) above the Martian surface for 55.16 seconds at a max altitude of 33 feet (10 meters) to reposition itself and test new flight software capabilities. https://t.co/1CXIWefLCQ pic.twitter.com/bmNrEtzqss
— NASA JPL (@NASAJPL) December 20, 2022
Um Vickers 827 Viscount da VASP (Foto: Christian Volpati (AirlineFan.com) |
O FokkerT-21, FAB 0775, similar ao acidentado em Ramos, no Rio de Janeiro, RJ (Foto: Wikipédia via defesaaereanaval.com.br) |
Clareira aberta pelos destroços do Viscount na Rua Peçanha Póvoas, no bairro de Ramos |
Rua Peçanha Povoas, em Ramos, onde em 1959 caiu o avião (Foto: Raphael Fernandes/Diário do Rio) |
Em 22 de dezembro de 1972, às 7h30min, os primos Daniel Fernandez e Eduardo Strauch sintonizaram um pequeno rádio. Entre chiados, interferência e um vento forte, escutaram apenas "Fernando Parrado e Roberto Canessa ...". Sem saber se deveriam comemorar ou chorar, ficaram mudos. A notícia poderia ser "foram encontrados vivos" ou "foram encontrados mortos".
Os primos estavam junto aos destroços do avião Fairchild da Força Aérea Uruguaia, a 3,5 mil metros de altitude, no gélido Valle de las Lágrimas, na fronteira entre Chile e Argentina. A aeronave caíra havia 71 dias. Dos 45 passageiros e tripulantes, 29 morreram. Fernández, Strauch e outros 12 sobreviventes esperavam por notícias de Fernando Parrado e Roberto Canessa, que tinham se arriscado pelos paredões de neve em busca de resgate. Levavam punhados de carne humana congelada.
O desempenho da dupla, que partira havia 10 dias após duas tentativas frustradas, significava vida ou morte para os demais, debilitados e abrigados na traiçoeira fuselagem do avião. A eles, restava preservar os corpos dos colegas - única fonte de nutrientes do grupo - com a neve que logo derreteria com a chegada do verão.
- Sempre que recebíamos um sim, havia um grande não por trás. Então, não alertamos os demais - recorda Fernández, que relatou trechos de sua experiência a Zero Hora, por telefone desde Montevidéu, onde moram 14 protagonistas do chamado Milagre nos Andes.
Em outra emissora, escutaram Ave Maria. Era um sinal, comentaram. Em seguida, veio a confirmação: Parrado e Canessa estavam vivos, e ajuda estava a caminho. A dupla havia resistido à epopeia do local do acidente até a localidade chilena de Los Maitenes.
Na montanha, houve festa. Coletaram objetos como suvenires da sociedade que criaram para sobreviver, como plaquinhas de "Exit" (saída) do avião, que fitavam à noite e durante os três dias presos após uma avalanche.
- Às 12h30min, escutamos o ruído dos helicópteros. Ruído que tanto tínhamos imaginado - descreve Strauch. Ele ainda embarga a voz pela emoção, 40 anos depois:
- Lembro de tudo como se fosse ontem. Estávamos muito perto do Natal, e era insuportável pensar em passar o Natal lá.
A operação de resgate foi delicada. Os helicópteros despontaram de baixo para cima, esquivando-se dos picos da cordilheira por uma estreita passagem. Metade do grupo embarcou. O restante aguardou até o dia seguinte.
A região virou atração turística. Há expedições nos meses de verão partindo de um lugarejo próximo a San Rafael, na Argentina. São três a quatro dias a cavalo para avistar vestígios do avião e a cruz onde, mais tarde, os restos dos que morreram foram enterrados. Strauch voltará pela 13ª vez ao local em janeiro para "se conectar com a montanha", conforme relata.
Hoje, 22 de dezembro, como fazem todos os anos, o grupo terá um novo reencontro. Já não são 16, mas 160, com familiares. Fernández, que como os demais viaja o mundo contando o que aprendeu nos Andes, descreve o sentimento ainda vivo da "sociedade da montanha", na qual ninguém se salvaria sozinho:
- Não somos nem amigos nem irmãos. Somos mais do que as duas coisas juntas.
Por Jorge Tadeu (com gauchazh)