terça-feira, 10 de agosto de 2021

Como estão os protocolos sanitários nos aeroportos do Brasil?

Do check-in ao desembarque, leitores relatam desrespeito ao distanciamento social e
uso incorreto da máscara (Crédito: Aeroporto de Guarulhos/Facebook/Divulgação)
O totem de álcool em gel, o medidor de temperatura à distância, os adesivos que demarcam o distanciamento social e as placas sinalizando a obrigatoriedade do uso de máscara se tornaram objetos tão comuns neste último um ano e meio que, agora, a sua ausência em um estabelecimento é imediatamente sentida.

Com a retomada das viagens nacionais e internacionais, quem ficou desde o início da pandemia sem viajar de avião também pode ter sentido um certo estranhamento ao pisar novamente em um aeroporto. Por esse motivo, perguntamos para os nossos seguidores no Instagram como havia sido a sua última experiência em um aeroporto brasileiro no que diz respeito aos protocolos de segurança sanitária.

Como não poderia ser diferente, as respostas dos leitores demonstram que as medidas adotadas pelas autoridades aeroportuárias variam de acordo com a cidade, estado ou região do país. Ainda assim, foi possível constatar um incômodo geral com a falta de distanciamento social nas filas, nos portões de embarque, nos ônibus que circulam dentro dos aeroportos e dentro das próprias aeronaves.

“Na área do raio-X do Aeroporto de Porto Alegre, achei um absurdo a aglomeração promovida justamente pelos agentes de segurança, que ficam pedindo para os passageiros grudarem uns nos outros. Eu me neguei: disse que manteria distância do passageiro à minha frente. Nisso o agente mandou, aos gritos, duas pessoas entrarem entre ele e eu. Chamei o supervisor, disse que estavam infringindo a lei e ele me respondeu que tinha que ser assim porque precisavam cumprir uma cota x de passageiros por hora. Um absurdo sem tamanho. Denunciei à polícia” – @luxnunes

“Viajei em dezembro e passei pelos aeroportos de Guarulhos, Recife e Congonhas. O único ponto de aglomeração foi na fila do check-in. Percebi que a maioria das pessoas não faz o check-in online, causando filas. Nas salas de embarque, não havia muitas cadeiras bloqueadas para garantir o distanciamento social – o que eu entendo, porque pessoas mais velhas e crianças, por exemplo, não podem ficar muito tempo de pé. No voo, por fim, todos estavam de máscara e respeitaram o desembarque por fileira. Meu sonho é que esse hábito permaneça” – @tatimichail

“Muito difícil implantar procedimentos de segurança se os maiores interessados os desrespeitam. Os aeroportos e as companhias seguem os protocolos, mas passageiros não respeitam o distanciamento, ficam grudados quando tentam organizar as filas de embarque, sentam em assentos que estão proibidos….” – @denizetta

“Ano passado fui para Maceió e esse ano, para Fortaleza. Em nenhum aeroporto mediram a temperatura, mas havia álcool gel e todos os passageiros utilizavam máscara. Na minha opinião, está tranquilo viajar” – @marciogomes62

“Embarquei em Guarulhos e estava tudo uma bagunça. O aeroporto estava lotado e não tinha ninguém controlando nada, muito menos o distanciamento nas filas. No aeroporto de Florianópolis, por outro lado, estava tudo muito organizado” – @carol_bonfadalagnol

“Fui para Fernando de Noronha e até pensei que não houvesse mais pandemia. Me decepcionei. Penso que de nada adianta RT-PCR para entrar em Noronha se o trajeto até lá está super propício ao contágio” – @riziaraujo

Muitos leitores relataram que não tiveram a sua temperatura corporal medida no aeroporto. No entanto, em alguns casos essa impressão pode ter sido causada pelo uso de câmeras térmicas, que medem a temperatura de todas as pessoas que passam diante dela à distância e sinalizam caso alguém esteja com febre. A tecnologia evita as filas que se formariam caso os funcionários do aeroporto tivessem que fazer a medição passageiro por passageiro.

“Estive nos aeroportos de Campinas, Santos Dumont e Salvador. Em nenhum mediram a temperatura. Recebemos álcool gel somente dentro do avião”- @patiwegner

“Viajei para a Bahia e para o Paraná, desde São Paulo. Em nenhum aeroporto que fui mediram minha temperatura. Havia distanciamento na fila, mas depois nos enfiaram em um ônibus lotado a caminho do portão de desembarque” – @suellen_st

“O Aeroporto de Brasília e Santos Dumont estavam lotados. Não há medição de temperatura nem distanciamento nas filas. Também não me lembro de ter visto álcool em gel. Isso sem falar nos aviões completamente cheios e das pessoas que insistem em não usar a máscara corretamente.” – @renatacrippa

“Em Porto Alegre há um sensor térmico que mostra a temperatura corporal em uma tela” – @mariamonica.pereira

A obrigatoriedade do uso de máscara, por outro lado, parece estar sendo respeitada na maioria dos casos, apesar de alguns seguidores terem reclamado do uso indevido do acessório por parte dos próprios passageiros.

“Viajei do Santos Dumont para Congonhas e fiquei vigiando todos na fila de embarque da Gol. Chamei atenção da funcionária a cada esperto que tentava entrar no avião com a máscara fora do lugar e tive até que dar uma máscara descartável para uma passageira cuja máscara caía sem parar! Fiquei chocada com a quantidade de passageiros com máscaras da pior qualidade. Ao meu ver, as companhias aéreas deveriam obrigar todos a viajarem com PFF2. Quem tem dinheiro pra comprar uma passagem, pode comprar uma máscara que custa R$ 6,90” – @dclannes

“No aeroporto do Galeão e no de Porto Alegre os funcionários cobravam o uso correto da máscara, mas o maior problema são as pessoas sem noção dentro do voo. Vi várias pessoas com a máscara pendurada da boca para baixo, como se o nariz não fizesse parte do rosto. A comissária teve que chamar a atenção cinco vezes de um mesmo passageiro” – @danimanzino

“Não adianta o aeroporto seguir as normas se dentro do avião todo mundo está junto e sem usar máscara com boa proteção. As empresas deviam entregar ao menos uma máscara cirúrgica para cada passageiro” – @tatiana.bulhoes

“O Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, está com uma organização regular, mas vi alguns funcionários do próprio aeroporto com a máscara embaixo do nariz” – @krolreis6779

“Em um voo da Latam, vi algumas pessoas tirarem a máscara dentro do avião para beber água ou mandar áudios no celular. Acho que os comissários de bordo deveriam circular para fiscalizar o uso de máscara e chamar a atenção de quem não estiver usando” – @mariana_carnauba1

“Saindo de São Paulo, fui para o Mato Grosso do Sul, Paraná, Maranhão e Colômbia. A temperatura não foi medida, o distanciamento na fila não foi respeitado e não havia álcool em gel à vista, mas nos aviões todos estavam usando máscara. Quando alguém tirava, os comissários chamavam a atenção” – @thaisa_rodolpho

Veja todos os comentários dos seguidores aqui.

Por Bárbara Ligero (Viagem e Turismo)

Comissário da GOL insinua que carrapato em voo estava no cabelo de homem negro

Segundo Bruno Gomes, durante o voo, um comissário de bordo teria dito que carrapatos encontrados no avião poderiam ter caído do cabelo dele.

Bruno Gomes, vítima de racismo em avião (Foto: Arquivo Pessoal)
Um homem negro, morador de Vicente Pires, no Distrito Federal, denuncia ter sido vítima de racismo em um avião da Gol, que saía de Marabá (PA) para Brasília, em junho deste ano. O biólogo Bruno Henrique Dias Gomes, 25 anos, conta que, durante o voo, caíram carrapatos em cima dele e da passageira ao lado. Ao acionar o comissário de bordo, porém, ele relata ter sido constrangido: “Falou que poderia ter caído do meu cabelo”.

Segundo Bruno, ele viajou para o Pará para fazer um concurso da Polícia Miliar, ocorrido em 6 de junho. No dia seguinte, voltou para Brasília, onde vive com a esposa.

Durante o voo, ele assistia uma série no celular, quando um carrapato caiu em cima do telefone. “Eu estava sentado na poltrona ao lado do corredor. Do nada, caiu uma coisa em cima do celular. Eu e a passageira ao lado ficamos observando e, depois, ele caiu no chão. Passou uns três, quatro minutos e caiu outro, no ombro dela. Eu tirei, com a mão mesmo, coloquei sobre a bancada e chamei o comissário. Falei que já era o segundo que caía, aí ele: ‘Você tem certeza?’ Eu mostrei o que estava na minha mão, aí ele saiu e voltou”, narra.

Carrapato encontrado no avião
“Mais uns cinco minutos e caiu outro na minha mesa. Fui tentar pegar e ele caiu no chão. Chamei o comissário de novo e começou um burburinho na aeronave, porque na minha poltrona e na da frente todo mundo levantou para ver se tinha caído sobre os bancos. Quando chegaram esses dois comissários, eles trocaram um pessoal [de assento] e eu continuei na minha poltrona. Aí, nesse momento, um deles falou assim: ‘Pode ter caído de qualquer lugar, até do seu cabelo’. Meu cabelo é afro”, completa.

De acordo com Bruno, após desembarcar, ele procurou um guichê da companhia aérea, mas não conseguiu registrar reclamação. “Eu estava meio atordoado com os carrapatos caindo e não guardei a fisionomia do comissário”, diz.

“A moça falou: ‘Isso não dá nada, não, pode acontecer porque [o carrapato] pode vir em bagagem de cliente’. Aí eu falei: ‘Mas eu fui constrangido’. E ela disse: ‘Infelizmente, não temos o que fazer’. Aí, voltei para casa, mas como eu estava atordoado com essa questão do concurso, nem pensei em registrar ocorrência. Depois, eu estava conversando com a minha tia e ela alertou: ‘Isso é racismo'”, conta.

Ele, então, fez uma reclamação no site da Gol, no consumidor.gov.br e no Reclame Aqui. Porém, diz que não teve retorno pelo site da companhia aérea.

Através do consumidor.gov.br, Bruno recebeu contato da Gol, oferecendo bônus de R$ 500 para compra de outra passagem. Contudo, ele não conseguiu usar, uma vez que o prazo de validade era até 31 de julho.

“Eles mandaram essa mensagem falando que dariam o bônus. Mas isso não repara. Eu falei para eles que não queria dinheiro, queria um pedido de desculpas pelo constrangimento que passei”, comenta.

Confira a troca de mensagens entre Bruno e a companhia aérea após a reclamação do passageiro:

Segundo Bruno, após a viagem de avião, ainda levou um tempo para ele entender o que havia acontecido e, então, tomar alguma medida. “Eu tive Covid no início, por 15 dias. Depois disso, foi quando tive contato com a minha tia, conversei com ela, e abri a reclamação no site. Quando tive um retorno deles (da Gol), aí eu entendi que, se eles assumiram o erro e pagaram (o bônus), eles sabem que fizeram uma coisa errada”, afirma. “Pensei que, se foi difícil para mim entender, outras pessoas podem passar pela mesma coisa também sem perceber”, acrescenta o biólogo.

Nos próximos dias, Bruno pretende denunciar o caso à polícia. “Sou de religião de matriz africana e tem uma época do ano em que não posso chegar em aeroporto ou rodoviária. Então, por conta da minha religião, não posso ir agora ao aeroporto nos próximos dias. Daqui 10 dias eu vou lá na Polícia Federal (ao lado do Aeroporto de Brasília) fazer a ocorrência”, finaliza.

O que diz a Gol


Procurada, a GOL informou que recebeu relatos de carrapatos durante o voo G3 1884, no dia 7 de junho na rota Marabá-Brasília, e acredita que os insetos possam ter sido transportados acidentalmente em alguma mala de mão.

“Todas as aeronaves da Companhia passam por procedimentos diários e rigorosos de sanitização, e a dedetização das aeronaves é realizada periodicamente, em curtos intervalos de tempo, como parte da rotina mandatória de manutenção”.

Como forma de compensação a Bruno, a companhia aérea ofereceu crédito disponível para uso até 31/07/2022.

Sobre a reclamação de racismo do biólogo, a GOL disse “que não compactua com quaisquer atitudes discriminatórias, preza pelo respeito e pela valorização das pessoas, e vai apurar o ocorrido”.

Por Ana Karolline Rodrigues (Metropoles)

Cobra é retirada de dentro de avião após se enrolar em estrutura

Cobra em avião em aeroporto da Índia (Imagem: Reprodução/Youtube)
Uma cobra foi encontrada no porão de carga de um avião que partia de Calcutá para Mumbai (ambos na Índia) na quinta-feira (5) minutos antes da decolagem.

Foi um funcionário perspicaz da companhia aérea IndiGo quem evitou um provável caos na aeronave durante a travessia. Segundo o jornal Times of India, o funcionário notou a presença do réptil enquanto carregava uma mala para a carga.

Conforme mostra um vídeo compartilhado nas redes sociais, o caso foi resolvido pelos funcionários, que antes tiveram um pouco de trabalho para capturar a habilidosa cobra-rato, não peçonhenta.

Sites locais lembraram do filme "Serpentes a Bordo", de 2006, no qual cobras aterrorizam passageiros a bordo de uma aeronave. O longa-metragem só não se repetiu por conta da eficácia do carregador de bagagens.

Em nota ao site local, a companhia aérea disse que o animal está em segurança e o voo chegou ao destino moderadamente atrasado.

Via UOL

Três vítimas de queda de avião em MT recebem alta de hospital e um continua internado após cirurgia

George da Costa Melo, de 39 anos, foi transferido do HMC para um hospital particular. Os demais colegas já se recuperaram dos ferimentos e foram liberados.

Avião ficou destruído após queda em Poconé (MT) (Foto: Corpo de Bombeiros)
Três pessoas que estavam no avião que caiu em Poconé, a 103 km de Cuiabá, na manhã de domingo (8), receberam alta médica nesta segunda-feira (9). A quarta vítima, o médico George da Costa Melo, de 39 anos, passou por uma cirurgia e continua internado.

O grupo foi para a região de Poconé para pescar neste fim de semana, no entanto, por causa da falta de combustível, a aeronave caiu e os quatro foram encaminhados com ferimentos a unidades de saúde.

De acordo com a equipe de resgate que os atendeu, a situação mais grave é a de George. Ele teve um corte na região da barriga e fratura exposta no ombro no momento da queda.

Ainda nesse domingo, o médico passou por uma cirurgia no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Já nesta segunda-feira foi transferido para um hospital particular.

Por G1 MT

Com apagão de engenheiros, Boeing perde talentos para Bezos e Musk

Mais de 3.000 profissionais deixaram o centro de fabricação de aviões da empresa em Seattle desde o início do ano passado.

O Boeing 737 Max foi proibido de voar em março de 2019 por 20 meses após
dois acidentes fatais na Indonésia e na Etiópia (Foto: Reuters)
A Boeing colocará sua reputação de engenharia em risco novamente nesta semana, quando sua espaçonave Starliner decolar da Flórida com uma carga de suprimentos para a Estação Espacial Internacional. A missão é uma reformulação de uma viagem de 2019 que quase terminou em tragédia, e um ensaio geral para o primeiro vôo da cápsula da Boeing com astronautas ainda este ano.

Se a viagem da Starliner for bem-sucedida, diminuiria a lacuna com uma rival em ascensão, a SpaceX, de Elon Musk, e responderia aos mais recentes feitos espaciais dos bilionários fundadores da Blue Origin, Jeff Bezos, e da Virgin Galactic, Richard Branson.

Um tour de force da Starliner também pode ajudar a desviar a atenção de um problema potencial que a Boeing está enfrentando na Terra: o êxodo de alguns dos engenheiros mais experientes da empresa, que tenta se recuperar de uma trajetória conturbada que inclui o encalhe de seus jatos 737 Max após dois acidentes fatais e queda nas viagens aéreas globais em meio à disseminação da Covid-19.

— É difícil superestimar a importância disso — disse Andrew Aldrin, diretor do Aldrin Space Institute, do Instituto de Tecnologia da Flórida.

A Boeing e uma nova crise no ar


Mais de 3.200 engenheiros e técnicos deixaram o centro de fabricação de aviões da empresa em Seattle desde o início do ano passado, cerca de 18% do sindicato que os representa. Ao todo, a Boeing pretende cortar 23 mil funcionários — do seu comitê executivo ao chão de fábrica — por meio de iniciativas como eliminação de postos de trabalho, programas de demissão voluntários e incentivo à aposentadoria que foram lançados no ano passado, quando a companhia registrou perdas recordes.

Os engenheiros deixaram um empregador que havia se afastado do espírito de apostar na empresa, a companhia que deu ao mundo o jumbo 747 e o foguete Saturn, da era Apollo. Na última década, executivos da Boeing, obcecados por custos, impressionaram Wall Street investindo mais de US$ 40 bilhões em recompras de ações. A estratégia fez da Boeing o melhor desempenho no Dow Jones Industrial Average por um período, mas deixou o fabricante mal preparado para tempos mais difíceis e novas ameaças competitivas.

Agora, com uma nova era da corrida espacial despontando e a aviação começando a se recuperar provisoriamente da pandemia, a posição da empresa centenária como proeminente campeã aeroespacial americana está em xeque.

Dave Calhoun assumiu o cargo de CEO da Boeing em janeiro de 2020, depois que o predecessor Dennis Muilenburg foi afastado por causa do desastre do 737 Max (Foto: Christopher Goodney/Bloomberg)
O novo CEO da Boeing, Dave Calhoun, prometeu retornar o titã da aviação às suas raízes como uma empresa centrada na engenharia, enquanto reinicia sua estratégia para uma era de restrições à pandemia.

Houve um aumento nas contratações para compensar os talentos perdidos e resolver as deficiências de software, mas uma onda de defeitos de produção no 787 Dreamliner, a joia da coroa, obscureceu essa iniciativa.

— Nós nos perguntamos se a Boeing está sofrendo uma fuga de cérebros da engenharia, já que potencialmente muitos engenheiros seniores deixaram a empresa nos últimos anos enquanto as tendências recentes de contratação não preencheram a lacuna — advertiu Ron Epstein, analista do Bank of America, que era um cientista da Boeing no início de sua carreira.

O fabricante protegeu suas unidades espacial e de defesa, que são financiadas pelo governo, do corte de pessoal e continuou a contratar durante a pior recessão do ano passado, incluindo engenheiros. Quando o 737 Max foi liberado para voar novamente e as viagens aéreas se recuperaram nos EUA, a empresa com sede em Chicago reduziu suas metas de corte de empregos em pelo menos três mil posições — metas que poderiam diminuir novamente conforme as condições de negócios melhorassem.

A gigante americana de aviação realizou uma feira virtual de carreiras neste mês para recrutar engenheiros de produção e de sistemas de aviões para suas instalações em Seattle.

Ainda assim, a Boeing enfrenta uma reviravolta de anos e uma competição intensificada em seu negócio de jatos comerciais da arquirrival Airbus, que construiu uma liderança de vendas. Com as vendas de aeronaves diminuindo mais rápido do que o esperado e aumentando a pressão para lançar um novo jato de médio porte, a Boeing logo descobrirá se os cortes foram longe demais.

A atração dos concorrentes


A Boeing perdeu muitos trabalhadores para empresas mais jovens, como a Amazon e a SpaceX, que estão promovendo avanços tecnológicos a uma velocidade vertiginosa. Cerca de 1.100 ex-funcionários da Boeing agora trabalham para a gigante do comércio eletrônico com sede em Seattle, segundo uma análise dos dados do LinkedIn, e pelo menos 200 estão no empreendimento espacial de Elon Musk. Microsoft, Northrop Grumman e Lockheed Martin também atraíram ex-colaboradores da Boeing.

Aqueles que se juntam à SpaceX e suportam suas exaustivas jornadas de trabalho diárias de 20 horas são freqüentemente movidos pelo idealismo, disse Aldrin. Afinal, Musk fundou a empresa com o objetivo grandioso de estabelecer viagens interplanetárias que um dia poderiam salvar a raça humana.

Com a Amazon, a atração geralmente vem do dinheiro. Os profissionais da Boeing na área de Seattle podem potencialmente obter um aumento significativo de salário se mantendo perto de suas famílias ao se juntarem ao time da gigante do e-commerce, dizem duas fontes familiarizadas com o assunto. Não é de se admirar: a Amazon, como a SpaceX, é um prodígio da nova economia.

A Amazon tem contratado funcionários da Boeing com profunda experiência em operações para seus negócios, onde humanos e robôs trabalham juntos em armazéns gigantes.

Walt Odisho, por exemplo, liderou os esforços para tornar a fábrica de 737 da Boeing mais eficiente. Ele se aposentou da Boeing em março e ingressou na Amazon semanas depois como vice-presidente, de acordo com seu perfil no LinkedIn.

Outro veterano da Boeing, David Carbon, liderou as operações da empresa na Carolina do Sul e apresentou o modelo 787 Dreamliner para o mundo. Atualmente, ele está supervisionando a unidade da Amazon que está criando uma frota de drones para atender aos pedidos aos clientes.

Carbon comemorou quando um ex-colega, Bob Whittington, se tornou vice-presidente de tecnologia e engenharia da Prime Air, em novembro. Whittington, que havia sido o engenheiro-chefe do programa do 787, estava entre a primeira leva de trabalhadores a deixar a Boeing no ano passado, enquanto a pandemia dizimou as vendas. MAs ele não ficou aposentado por muito tempo, ingressando na Amazon meses depois, mostra o LinkedIn.

"Bob é uma lenda no mundo da aviação" — disse Carbon on-line sobre o veterano de 33 anos da Boeing.

Com Whittington, a Amazon havia atraído alguém que praticamente tinha aviação nas veias. Seu pai, também chamado Bob Whittington, foi um dos engenheiros da Boeing que esboçou o projeto para o bombardeiro B-52 ao longo de um fim de semana, em 1948.

“Há muitas pessoas inteligentes que trabalham aqui que poderiam escolher ganhar dinheiro fazendo outra coisa. Mas eles adoram aviões”, disse o jovem Whittington em um perfil publicado em 2013 por uma revista da empresa. “Quando um avião sobrevoa, todos olham para cima.”

Nada menos que 32 engenheiros da Boeing ''desembarcaram'' no serviço de carga por drones Prime-Air, da Amazon, a maioria deles contratados nos últimos dois anos. Na verdade, a Amazon ultrapassou a Boeing como a maior empregadora de Washington no ano passado, com o aumento das vendas, mostram os dados do estado.

"Há um número enorme de oportunidades para especialistas em aeroespacial, ciência, robótica e engenharia na Prime Air que envolvem inovações de ponta", disse um porta-voz do varejista on-line em um comunicado. A Amazon se recusou a disponibilizar ex-executivos da Boeing para um entrevista.

Competição por talentos esquenta


A competição por talentos está esquentando à medida que a indústria se ajusta a um mundo alterado pela pandemia. A indústria aeroespacial está entrando em "uma grande fase de contratação", disse Paul Smith, vice-presidente sênior de desenvolvimento de negócios da PEAK Technical Staffing, uma empresa de headhunting especializada em engenharia:

— Estamos gastando mais tempo recrutando para engenharia agora do que gastamos anteriormente nesses mercados porque eles estão realmente começando a querer roubar pessoas.

A Boeing conquistou algumas vitórias na guerra de talentos. Em novembro, criou uma nova função de vice-presidente para Jinnah Hosein, um veterano da SpaceX, Tesla Inc., Google e, mais recentemente, Aurora, uma empresa de veículos autônomos.

Erros de design e de codificação de software levaram repetidamente a quedas de desempenho, como o sistema defeituoso que fez o 737 Max cair, falhas de abastecimento do tanque KC-46 e atrasos na estreia do jato 777X. Eles também fizeram com que a cápsula Starliner perdesse um encontro com a Estação Espacial Internacional em seu primeiro voo, em 2019.

Em sua nova função, Hosein traça a estratégia e lidera uma nova unidade de engenharia centralizada que ajuda as três principais divisões da Boeing a desenvolver software embutido nos produtos do fabricante .

A turbulência também foi uma bênção para aqueles que pretendem ingressar nos cargos de engenharia da Boeing. A empresa concedeu a 264 funcionários a tão procurada designação de bolsista técnico este ano, uma honra que os marca como especialistas de alto calibre e muitas vezes significa um aumento no salário. Em alguns anos, apenas uma dúzia ou mais de pessoas conseguem se classificar. O fabricante de aviões perdeu 275 desses especialistas no êxodo do ano passado.

— Eu não tive escrúpulos quando deixei a Boeing em dezembro passado, depois de mais de 35 anos com a empresa— disse Todd Zarfos, um vice-presidente de engenharia aposentado. —Eu considerei nosso pipeline de talentos de engenharia muito robusto e algo em que eu e outros líderes investimos para garantir a continuidade com a próxima geração de líderes.

Parte do conhecimento perdido


Nem todo mundo compartilha de seu otimismo. A rotatividade inevitavelmente significou a perda de parte do conhecimento adquirido ao longo de décadas de projeto e construção de aviões a jato altamente complicados.

— Presumo que eles achem que têm planos para garantir que o conhecimento não seja perdido — afirmou Ray Goforth, diretor executivo do sindicato que representa os engenheiros da Boeing. — Eu não tenho a mesma confiança.

A Boeing ainda tem acesso às melhores escolas de engenharia do país, e o nome da empresa em um currículo pode abrir portas. Mesmo com suas dificuldades recentes, o fabricante de aviões está entre os 10 maiores empregadores de 2021 graduados da Washington State University. Mas o destino número um para as aulas deste ano é a Amazon.

Decisões difíceis


A Boeing cortou profundamente sua força de trabalho ao longo dos anos para sobreviver aos choques da indústria. Muitas vezes chamou de volta trabalhadores e recontratou aposentados como consultores quando a recuperação subsequente a deixou sem mão de obra.

— Essa é apenas a tendência de despedir muitos, muito cedo — disse Tom McCarty, um engenheiro aposentado e ex-presidente da Sociedade de Empregados Profissionais de Engenharia aeroespacial, um sindicato de engenheiros.

A Boeing transferiu toda a sua fabricação do 787 para a Carolina do Sul no início deste ano
(Foto: Travis Dove/Bloomberg)
O analista aeroespacial Seth Seifman diz que a empresa ainda está nos estágios "do início ao meio" de uma transição sob o CEO Calhoun, que assumiu o cargo principal em janeiro de 2020 depois que o predecessor Dennis Muilenburg foi afastado por causa do desastre do 737 Max.

Brian West, um tenente de Calhoun de longa data, está substituindo o recém-aposentado Greg Smith como diretor financeiro e arquiteto-chave da reforma da Boeing.

Calhoun, um ex-executivo da GE que mais recentemente administrou o portfólio de private equity da Blackstone, prometeu acertar o básico — engenharia básica, segurança e qualidade de fabricação.

Ele tomou algumas decisões difíceis, incluindo o fechamento de uma linha de fabricação do 787 Dreamliner na área de Seattle e a transferência do trabalho para uma fábrica não sindicalizada na Carolina do Sul.

Com o agravamento da crise no ano passado, Calhoun também descartou as investidas futurísticas da Boeing. O primeiro a sair foi um jato de médio porte conhecido como NMA, seguido pela aquisição da Embraer SA pela Boeing por US$ 4,2 bilhões.

Mais tarde, a Boeing fechou unidades que haviam se envolvido com capital de risco. Ela optou por não apoiar a extinta fabricante de jatos supersônicos Aerion Corp., depois de gastar cerca de US$ 300 milhões em uma participação acionária, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.

A Boeing cortou seus gastos gerais com pesquisa e desenvolvimento em 23% no ano passado em relação ao ano anterior.

Para uma empresa tão fortemente dependente da inovação, isso era o equivalente a um agricultor comendo a semente de milho necessária para plantar a safra do próximo ano, disse Richard Aboulafia, analista aeroespacial do Teal Group.

Ainda assim, Calhoun disse que a Boeing não economizou nos projetos que são mais vitais para seu futuro.

— Sabemos que estamos ficando mais eficientes e acreditamos que podemos sustentar todos os investimentos importantes com os quais acredito que os investidores estão contando com a Boeing Company — disse ele no mês passado.

Via Bloomber / O Globo

Cortina aberta ou fechada: como janelas do avião devem ficar no pouso e decolagem?

A cortina das janelas dos aviões devem estar abertas ou fechadas de acordo com as
instruções de cada empresa por motivos de segurança (Imagem: Divulgação/Airbus)
Durante as instruções dos comissários antes e durante o voo, é comum receber orientações sobre como as cortinas dos aviões devem ficar. Sejam abertas ou fechadas, isso tem a ver com a segurança.

Com pequenas diferenças no procedimento, uma coisa é certa: os comissários têm de conseguir ver partes estratégicas do avião no pouso e na decolagem caso ocorra uma emergência.

Se houver fogo próximo a uma das saídas do avião, esta não poderá ser aberta, e todos a bordo terão de se direcionar a outra porta. Também, se for feita uma amerissagem (ou amaragem, ou seja, pouso na água), é preciso observar se a água não está acima do nível do batente da porta.

Sempre aberta é melhor?


Comissária de bordo observa exterior do avião por meio de janela instalada na
porta da aeronave (Imagem: Divulgação/Jürg Stuker)
Com essa questão da visibilidade, pode parecer que o melhor seja que as cortinas estejam sempre abertas, mas não é bem assim. A escolha varia entre cada empresa e modelo de avião.

Ainda é comum companhias aéreas orientarem para as janelas serem mantidas abertas, já que isso facilitaria a visualização do exterior da aeronave e, em caso de resgate, os socorristas teriam uma visão melhor do lado de dentro do avião.

Em alguns modelos mais antigos, como o Fokker 100, que foi operado pela Latam e pela Avianca no Brasil, era solicitado que as janelas fossem mantidas abertas durante o pouso e decolagem, por exemplo.

Segundo Derick Barboza, gerente de Serviço a Bordo da Latam Brasil, isso ocorria porque o local onde os comissários ficavam nesse avião não tinha uma boa visibilidade do exterior do equipamento. Dessa forma, tripulantes teriam uma melhor visibilidade do que se passava do lado de fora e poderiam tomar alguma decisão de maneira mais rápida em caso de emergência..

Barboza lembra que não há uma norma específica para isso, e que as empresas se adaptam à realidade de cada operação. Hoje, na Latam, as cortinas dos locais onde os comissários ficam e das saídas de emergência têm de ficar abertas durante o pouso e a decolagem. Já quanto às dos demais passageiros, isso é opcional.

Isso se deve ao fato de que a empresa opera aviões mais modernos, das famílias A320 (Airbus), 767 e 777 (Boeing). Nesses casos, as janelas que ficam nas portas são diferenciadas, como um prisma ou uma lente olho de peixe, que ampliam o campo de visão do lado de fora, diz Barboza.

Assim, é facultativo aos passageiros deixar as janelas abertas ou fechadas fora dessas situações e, onde é necessário estar aberta, ela pode ser fechada fora do pouso e da decolagem, segundo a operação da empresa.

Pouso na água


Passageiros aguardam resgate nas asas de avião que teve que fazer um pouso no rio Hudson,
em Nova York, em 2009 (Imagem: Brendan McDermid/15.01.2009/Reuters)
Caso haja risco de inundação, como em um pouso no mar ou em um rio, aquela saída do avião que permitirá a entrada de água não deverá ser aberta. Os tripulantes observam pela janela, seja a dos passageiros, seja a da porta, o lado de fora do avião para definir se é seguro abrir a porta ou não.

Caso seja aberta em condições adversas, pode acelerar a inundação e impedir que a evacuação do avião seja feita a tempo, por isso a importância em se observar o lado de fora antes de abrir a porta.

No pouso realizado no rio Hudson, em Nova York (EUA) em 2009 (veja aqui a simulação feita pelo UOL), a tripulação conseguiu evitar que a aeronave afundasse mais rápido após observarem o exterior do avião antes de liberar a evacuação da aeronave.

Os comissários observaram que a traseira do avião que realizava o voo 1549 da US Airways estava parcialmente submersa, e aquela porta não poderia ser aberta. Com isso, os passageiros foram direcionados para a saída da frente do avião para abandonar o local.

Controle climático e sono


Porta dos aviões mais modernos conta com uma janela que permite observar o
exterior da aeronave (Imagem: Alexandre Saconi)
Ainda segundo Barboza, manter as janelas fechadas auxilia no controle climático do avião. De acordo com o gerente da Latam Brasil, as cortinas abaixadas podem reduzir em cerca de 1,5º C a 2º C a temperatura interna da aeronave em locais mais quentes do planeta, já que diminuiria a incidência solar e melhoraria a eficiência do ar-condicionado.

Outra situação na qual é solicitado que as janelas sejam fechadas durante a decolagem em operações da Latam Brasil é nos voos que partem para a Europa.

Um voo noturno com destino à Londres sai de São Paulo por volta das 22h, por exemplo. Às 3h, no horário de Brasília, o sol já está nascendo durante o voo, e a cabine ficaria iluminada, atrapalhando o sono das pessoas.

De qualquer maneira, após a decolagem o passageiro escolhe se a janela fica aberta ou fechada, mesmo as localizadas na saída de emergência, afirma Barboza.

Por isso e por outros fatores, é importante prestar atenção nas instruções de segurança e respeitar os tripulantes quando eles fazem esse pedido, afinal, tem a ver com a segurança de todos.

Por Alexandre Saconi (UOL)

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Hoje na História: 9 de agosto de 1945 - Há 76 anos, a bomba Fat Man era lançada em direção a Nagasaki

O B-29 responsável pelo lançamento da bomba atômica sobre Nagasaki
Em 9 de agosto de 1945, três dias depois de uma bomba atômica ter sido usada contra a cidade industrial japonesa de Hiroshima, um segundo ataque foi feito em Nagasaki. O Major Charles W. Sweeney, no comando do Boeing Superfortress B-29-35-MO, prefixo 44-27297, chamado 'Bockscar', partiu da Ilha Tinian no Grupo Marshal às 03h47, e voou para Iwo Jima, onde era para encontro com dois outros B-29s, The Great Artiste e The Big Stink , a instrumentação e a aeronave fotográfica para esta missão.

Como seu irmão, o um Boeing Superfortress “Silverplate” B-29, prefixo 44-27297, batizado 'Enola Gay', era  especialmente modificado. Os Silverplate B-29s diferiam dos bombardeiros de produção padrão em muitos aspectos. Eles eram aproximadamente 6.000 libras (2.722 kg) mais leves. 

O bombardeiro não carregava armadura. Tanques de combustível adicionais foram instalados no compartimento de bombas traseiro. As portas do compartimento de bombas eram operadas por sistemas pneumáticos de ação rápida. O mecanismo de lançamento de bombas no compartimento de bombas avançado foi substituído por um lançamento de ponto único, como foi usado em bombardeiros Lancaster especiais britânicos. Uma estação de controle de weaponeer foi adicionada à cabine para monitorar os sistemas de bombas especiais.

Com exceção da posição do artilheiro de cauda, ​​todos os armamentos defensivos - quatro torres de canhão operadas remotamente com dez metralhadoras calibre .50 - foram excluídos. Suas posições de avistamento remoto também foram removidas. O Enola Gay carregava 1.000 cartuchos de munição para cada uma das duas metralhadoras Browning AN-M2 .50 restantes na cauda.

Com essas mudanças, o Silverplate B-29s poderia voar mais alto e mais rápido do que um B-29 padrão, e os motores R-3350-41 com injeção de combustível eram mais confiáveis. O Bockscar tinha uma velocidade de cruzeiro de 220 milhas por hora (354 quilômetros por hora) e uma velocidade máxima de 365 milhas por hora (587 quilômetros por hora). Seu teto de serviço era de 31.850 pés (9.708 metros) e seu raio de combate era de 2.900 milhas (4.667 quilômetros).

Superfortress B-29-35-MO, 44-27297, Bockscar, em voo. Observe o código da cauda
do "Triângulo N" (Foto: Força Aérea dos Estados Unidos)
O 44-27297, Victor 7, foi atribuído ao comandante da aeronave Capitão Frederick C. Bock e sua tripulação. O Major Sweeney e sua tripulação normalmente voavam no The Great Artiste. O B-29 de Sweeney tinha sido a aeronave de instrumentação para a missão de Hiroshima e não houve tempo para remover esse equipamento e reinstalá-lo a bordo do bombardeiro de Bock, então as tripulações trocaram de avião. 

Para segurança operacional, a identificação normal de Bockscar foi alterada do número 7 na fuselagem para 77. O código da cauda do 509º de um círculo em torno de uma seta apontando para frente foi alterado para a identificação do “Triângulo N” de outra unidade.

Todas essas mudanças de última hora resultaram em confusão nos relatórios contemporâneos sobre qual B-29 havia realmente largado Fat Man em Nagasaki.

Foto da tripulação do Boeing B-29 tirada em 11 de agosto de 1945, dois dias após a missão
de Nagasaki. Observe que não há arte no nariz da aeronave (Foto: Força Aérea dos EUA)
No compartimento de bombas avançado de Bockscar havia uma bomba de 10.213 libras (4.632 kg) chamada Fat Man. Era uma arma completamente diferente e muito mais complexa do que a bomba atômica Little Boy (Mark I) lançada pelo Enola Gay do coronel Paul Tibbet em 6 de agosto. 

Designada como Mark III, a arma em forma de ovo continha uma esfera de 6,2 kg (14 libras) de plutônio Pu 239, cercada por uma carga altamente explosiva. Os explosivos foram formados em “lentes” que direcionariam a força para dentro de uma maneira muito precisa. O objetivo era comprimir - ou implodir - o plutônio a uma densidade muito maior, resultando em uma "massa crítica".

A bomba Mark III “Fat Man” sendo carregada em seu porta-aviões, em 8 de agosto de 1945
Na condução desta missão, o Major Sweeney cometeu uma série de erros graves que quase fizeram a missão falhar e podem muito bem ter levado à perda do bombardeiro e de sua tripulação.

Antes da decolagem, o chefe da tripulação do B-29 informou a Sweeney que uma bomba de transferência de combustível estava inoperante, o que tornava impossível transferir 625 galões (2.366 litros) de combustível de um tanque de combustível. Isso significava que quase 9% da carga total de combustível de 7.250 galões (27.444 litros) estava inutilizável. Chuck Sweeney decidiu ir mesmo assim.

Em seguida, embora sob ordens diretas do comandante do 509º Grupo Composto, Coronel Paul Tibbets, para esperar no encontro não mais que 15 minutos, quando o Grande Fedor não chegou no horário, Sweeney decidiu ficar 30 minutos além disso.

Enquanto isso, os dois B-29s de reconhecimento meteorológico, Enola Gay e Laggin 'Dragon, estavam sobre Kokura, o alvo principal, e o secundário, Nagasaki. O clima nas duas cidades estava dentro dos parâmetros da missão.

XX Carta de Alvos do Comando de Bombardeiros para a Área de Nagasaki (Arquivo Nacional)
Durante os 45 minutos que Sweeney esperou no encontro, o clima em Kokura piorou. Quando Bockscar chegou lá em cima, as nuvens cobriram a cidade. O bombardeiro fez três tentativas de bombardear a cidade em um período de 50 minutos, mas o bombardeiro não conseguiu ver o alvo.

Agora com uma hora e vinte minutos de atraso, Sweeney desviou para o alvo secundário, Nagasaki. Por causa dos atrasos e do combustível inutilizável como resultado da falha na bomba de combustível, Sweeney reduziu a potência do motor para tentar economizar combustível durante o voo de 20 minutos até o alvo alternativo. Mas o tempo lá também havia piorado.

Sweeney decidiu que eles deveriam bombardear através das nuvens usando radar, mas no último minuto, o bombardeiro foi capaz de ver o ponto de mira. O Fat Man foi lançado de 30.000 pés (9.144 metros) às 11:01. Depois de cair por 43 segundos, a bomba atômica detonou a uma altitude de 1.950 pés (594,4 metros). Ele errou o alvo pretendido por quase 2,4 quilômetros e explodiu sobre o Vale Urakami, a meio caminho entre a Mitsubishi Steel and Arms Works e a Mitsubishi-Urakami Ordnance Works.

Nagasaki, 9 de agosto de 1945, fotografado por Joe Kosstatscher, da Marinha dos Estados Unidos.
A força estimada da explosão foi de 21 quilotons - equivalente à força explosiva de 21.000 toneladas de TNT (19.050 toneladas métricas) - quase 20% maior do que a bomba de Hiroshima. 

As colinas circundantes contiveram a explosão, protegendo grande parte da cidade. Ainda assim, aproximadamente 60% de Nagasaki foi destruída e 70.000 pessoas foram mortas. Pássaros queimaram em pleno vôo; cadáveres transformados em cinzas continuaram de pé. Cérebros, olhos e intestinos explodiram com o calor.

Nuvem Pyrocumulus subindo sobre Nagasaki, Japão, aproximadamente 20 minutos após a detonação, em 9 de agosto de 1945, fotografada em Koyagi-jima, uma pequena ilha a sudoeste de Nagasaki (Foto: Hiromichi Matsuda)
Agora com pouco combustível e incapaz de alcançar o campo de recuperação de emergência do B-29 em Iwo Jima, Sweeney se dirigiu aos campos de aviação de Okinawa. Quando o Bockscar pousou na pista, um motor parou devido à falta de combustível. Quando eles saíram da pista, um segundo motor ficou sem combustível. Charles Sweeney o cortou muito, muito perto.

O B-29, 44-27297, na Ilha Tinian, em agosto de 1945. A arte do nariz foi aplicada ao avião após
a missão de bombardeio de 9 de agosto de 1945 (Foto: Força Aérea dos Estados Unidos)
Cinco dias após o bombardeio de Nagasaki, o imperador do Japão - reconhecendo que seu país agora enfrentava a destruição total - concordou em se render. A Segunda Guerra Mundial acabou.

Nagasaki antes e após o ataque
De acordo com a maior parte das estimativas, cerca de 40 mil dos 240 mil habitantes de Nagasaki foram mortos instantaneamente, e entre 25 mil e 60 mil ficaram feridos. 

No entanto, crê-se que o número total de habitantes mortos poderá ter atingido os 80 mil, incluindo aqueles que morreram, nos meses posteriores, devido a envenenamento radiativo.

Depois da guerra ficou claro que o design implosivo era o mais eficiente, então melhoraram o fosso, impregnaram a técnica do fosso levitado, deixaram mais fácil de se fabricar, entre outras modificações e então criaram a arma sucessora do Fat Man: a Mark 4.

O Boeing B-29 Superfortress “Bockscar” no Museu Nacional da Força Aérea dos Estados Unidos,
em Dayton, Ohio (Foto da Força Aérea dos EUA)
Em 1946, o Bockscar foi colocado em armazenamento no Campo Aéreo do Exército Davis-Monthan, Tucson, Arizona. Em 26 de setembro de 1961, o B-29 voou para o Museu Nacional da Força Aérea dos Estados Unidos, Base Aérea de Wright-Patterson, em Dayton, Ohio, onde permanece na coleção de aeronaves históricas do museu.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Com Wikipedia, This Day in Aviation e Aventuras na História)

Vídeo: Mayday Desastres Aéreos - Air Moorea voo 1121 - Terror no Paraíso


Aconteceu em 9 de agosto de 2007: A queda do voo 1121 da Air Moorea no Oceâno Pacífico - Terror no Paraíso

No dia 9 de agosto de 2007, um dos voos mais curtos do mundo terminou em desastre quando um Air Moorea de Havilland Canadá DHC-6 Twin Otter repentinamente mergulhou no Oceano Pacífico, matando todas as 20 pessoas a bordo. 

O acidente na rota mais popular da Polinésia Francesa desencadeou uma investigação de anos que acabou descobrindo várias ameaças que afetam não apenas o Twin Otter, mas todos os pequenos aviões operando em um grande aeroporto.


Air Moorea era uma pequena transportadora aérea com sede na ilha de Moorea, na Polinésia Francesa. Ele se especializou em voos curtos entre as ilhas espalhadas do arquipélago usando sua frota de quatro aviões a hélice de Havilland Canada DHC-6 Twin Otter, que podiam transportar 19 passageiros e um piloto. 

O voo 1121 foi a rota mais movimentada da Air Moorea, de Moorea a Faa'a, na ilha vizinha de Taiti. Esse voo durou apenas sete minutos e a Air Moorea o executou mais de 40 vezes por dia. 


O Twin Otter possui controles de voo totalmente manuais que são conectados diretamente ao manche do piloto por meio de cabos de aço. O Twin Otter operando este voo foi adquirido separadamente das outras três aeronaves da Air Moorea, e havia uma pequena, aparentemente insignificante diferença entre eles: enquanto os outros Twin Otter tinham cabos de controle de aço carbono, este Twin Otter tinha cabos de controle de aço inoxidável. 

De acordo com o fabricante, os dois tipos deveriam ser tratados de forma idêntica, e a única indicação de que essa aeronave possuía cabos de aço inoxidável era um único número de referência nas montanhas de documentação que o acompanhava. Como resultado, a Air Moorea não tinha ideia de que este avião era diferente. 

No entanto, na verdade, havia uma diferença entre os dois tipos de cabos. A razão original para usar o aço inoxidável era que ele sofria muito menos corrosão do que o aço carbono. Mas houve uma compensação: os cabos de aço inoxidável sofreram mais desgaste por atrito do que os de aço carbono. Cada vez que um piloto move as superfícies de controle, os cabos atritam-se contra várias polias e orifícios-guia, fazendo com que se desgastem com o tempo.

O fabricante parecia não saber nada sobre essa tendência, nem havia sido solicitado a testá-la. Como resultado, as companhias aéreas descobriram, independentemente, durante as inspeções, que os cabos de aço inoxidável de seus Twin Otters se desgastaram surpreendentemente rápido e os substituíram antes do tempo, sem informar o fabricante.  


No entanto, como o fabricante não ofereceu orientação sobre a diferença entre cabos de carbono e aço inoxidável e porque a Air Moorea não sabia que tinha os dois tipos em sua frota, ela substituiu todos os seus cabos de controle no intervalo especificado para cabos de aço carbono - cerca de uma vez por ano.

Os cabos específicos de interesse neste incidente são os cabos do elevador. O sistema de controle do elevador do Twin Otter consiste em um cabo “pitch up” e um cabo “pitch down” que formam um circuito fechado, permitindo que os elevadores se movam para cima ou para baixo quando o cabo apropriado está sob tensão. 

No Twin Otter da Air Moorea com cabos de aço inoxidável, o cabo do profundor passou a se desgastar contra um orifício guia, ponto onde o cabo passa pela estrutura interna do avião. O cabo é composto por sete fios entrelaçados, cada um dos quais composto por 19 fios individuais. 

Em agosto de 2007, 72 dos 133 fios totais haviam se desgastado. No entanto, permaneceu resistência suficiente para o cabo continuar a suportar todas as cargas normais associadas ao voo. Isto é, até que uma infeliz coincidência o levou ao ponto de ruptura.

Diagrama das possíveis posições da aeronave acidentada e de um Airbus A340
Na noite anterior ao voo 1121, o Twin Otter ficou estacionado durante a noite no Aeroporto Internacional Papeete-Faa'a, a principal porta de entrada internacional para a Polinésia Francesa. O ancoradouro mais externo na Área de Estacionamento G, onde a Air Moorea armazenava seus Twin Otters, estava localizado próximo a um portão usado pelos maciços Airbus A340 da Air France. 

Quando os motores a jato disparam, eles martelam tudo atrás deles com uma poderosa rajada de vento chamada explosão de jato. No final das contas, se um A340 se afastasse um pouco demais desse portão, o avião estacionado no berço mais afastado da Área de Estacionamento G poderia ser atingido por sua explosão de jato, sujeitando-o a ventos de até 162 km/h. 

É altamente provável que o mencionado Twin Otter com o cabo do elevador muito gasto tenha sido atingida por uma explosão semelhante naquela noite. A explosão do jato colocou uma enorme pressão no elevador, que transferiu o estresse para o cabo. O cabo não conseguiu se mover para aliviar o estresse, porém, porque foi mantido no lugar pela gust lock, um dispositivo que impede o vento de mover os elevadores enquanto o avião está estacionado. 

Um cabo normal não seria seriamente danificado por tal explosão, mas, neste caso, o cabo severamente desgastado tinha uma capacidade reduzida de suportar a tensão e vários fios quebraram na área desgastada. O cabo do elevador foi deixado com apenas um de seus sete fios originais intactos. 

O avião envolvido no acidente
Essa última vertente foi suficiente para os elevadores continuarem funcionando até pouco antes do meio-dia do dia seguinte, quando o piloto do de Havilland DHC-6 Twin Otter, prefixo F-OIQI, da Air Moorea (foto acima), levou 19 passageiros para o voo 1121 de Moorea de volta ao Taiti. 

No comando estava o piloto Michel Santeurenne, que acabara de se mudar com a família para a Polinésia Francesa três meses antes, onde começou seu emprego dos sonhos voando para a Air Moorea. 

Antes da decolagem, Santeurenne realizou as verificações padrão do elevador, e os elevadores funcionaram normalmente. O voo 1121 logo foi liberado para decolar e alçou voo logo após as 12h, escalando o Oceano Pacífico, passando por praias populares e resorts turísticos. 

Cerca de meio caminho para a altitude de cruzeiro do voo de 600 pés, Santeurenne retraiu os flaps, que aumentam a sustentação na decolagem e aterrissagem, mas devem ser retraídos em velocidades mais altas. A tendência do Twin Otter com os flaps retraídos nesse estágio do voo era cair, então quando ele retraiu os flaps, Santeurenne naturalmente puxou os elevadores para continuar subindo.


Essa foi a maior força aplicada ao cabo de inclinação do elevador criticamente danificado naquele dia, e ele se mostrou incapaz de lidar com o estresse. O cabo do pitch up estalou, fazendo com que o avião sucumbisse ao seu desejo natural de cair.

Santeurenne puxou com força, mas não houve resposta dos elevadores. Ele proferiu um palavrão, a única palavra gravada no gravador de voz da cabine, enquanto o avião entrava em um mergulho cada vez mais íngreme em direção à água. 

Em instantes, Santeurenne ficou sem opções. Apenas onze segundos depois que o cabo se rompeu, o voo 1121 da Air Moorea mergulhou de ponta-cabeça no canal entre Moorea e o Taiti, destruindo a aeronave e matando instantaneamente todas as 20 pessoas a bordo. 


O acidente ocorreu à vista de várias testemunhas em terra, e as equipes de resgate correram imediatamente para o local do acidente em busca de sobreviventes. Em vez disso, eles encontraram apenas corpos flutuantes e detritos leves; os destroços principais já haviam afundado no mar, levando consigo vários de seus passageiros. 

A tragédia atingiu duramente a comunidade local e deixou os polinésios franceses se perguntando se algo poderia estar errado com um dos aviões mais populares da ilha.

A investigação do acidente pela autoridade investigativa da França enfrentou grandes obstáculos no início do processo. Os destroços pararam em uma encosta submarina íngreme 700 metros abaixo da superfície, e um navio de busca especializado teve que navegar mais de 4.000 quilômetros da Nova Caledônia para recuperar o avião. 


Foi só várias semanas após o acidente que os investigadores finalmente viram os cabos do elevador e notaram os danos. Mesmo assim, a história completa estava longe de ser óbvia. Os testes mostraram que o desgaste do cabo por si só era insuficiente para causar sua falha. Sem o encontro coincidente com a explosão do jato, o cabo provavelmente teria durado até a próxima inspeção, momento em que teria sido substituído.

Os investigadores também encontraram vários pontos nos quais o acidente poderia ter sido evitado. Na verdade, o estacionamento de Faa'a costumava ter uma cerca destinada a proteger os aviões estacionados do efeito da explosão do jato, mas foi retirada em 2004 para dar lugar a uma nova pista de taxiamento. 

E o mais importante, a falta de orientação separada do fabricante com relação aos cabos de controle de aço inoxidável representava uma deficiência de segurança flagrante. O fabricante original, de Havilland Canada, há muito havia cedido os direitos de produção da aeronave ao produtor canadense de aeronaves Viking Air, e a Viking Air não havia realizado nenhum teste de taxa de desgaste em cabos de aço inoxidável, aparentemente assumindo que o intervalo de substituição existente seria suficiente. 

As companhias aéreas que operam o Twin Otter em campo descobriram um desgaste significativo durante as inspeções, mas não o repassaram para a Viking Air ou outras companhias aéreas, impedindo que essa descoberta crítica fosse disseminada para todos que precisavam saber sobre ela. 

A Air Moorea também inspecionava regularmente seus cabos de controle, mas como o dano ao cabo de aumento do elevador estava em um local difícil de ver, não foi descoberto a tempo. 

Ficou claro que um sistema baseado na localização e substituição de cabos danificados durante as inspeções de rotina era insuficiente e que um intervalo de substituição obrigatória mais curto era necessário. Se a Air Moorea tivesse substituído seus cabos de aço inoxidável neste Twin Otter no mesmo intervalo que as companhias aéreas que sabiam do problema, o acidente nunca teria acontecido.


Um último elemento trágico da história foi que, se Michel Santeurenne soubesse o que estava enfrentando, ele poderia ter salvado seu avião. Testes ao vivo em um Twin Otter real mostraram que se Santeurenne tivesse usado o estabilizador para inclinar o avião três segundos após a falha, o voo 1121 teria se recuperado antes de atingir a água. 

Mas não era razoável esperar que ele fosse capaz de agir tão rapidamente, especialmente considerando que ele não havia sido treinado sobre como reagir a falhas dos controles de voo primários. Em seu relatório final, os investigadores recomendaram que os pilotos Twin Otter fossem treinados para reagir a tais falhas.


Depois de estreitar a causa, a BEA francesa descobriu um desgaste semelhante em outros Twin Otters com cabos de controle de aço inoxidável e emitiu uma recomendação urgente para a Transport Canada e a European Aviation Safety Agency solicitando inspeções de todos esses cabos. 

Em seu relatório final, o BEA deu um passo adiante, recomendando que os cabos de controle de aço inoxidável fossem proibidos no Twin Otter até que a pesquisa sobre o desgaste fosse realizada e novas diretrizes de manutenção fossem criadas. 

Ele também pediu estudos de outras aeronaves com cabos de controle de aço inoxidável para ver se eles também poderiam ser vulneráveis. Recomendaram também que a Direção-Geral da Aviação Civil francesa encoraje a comunicação entre as companhias aéreas e os fabricantes sobre questões recorrentes de manutenção e que os aeroportos sejam informados dos riscos de explosões de jacto para as aeronaves estacionadas. 

Finalmente, o BEA aproveitou a oportunidade para corrigir outra deficiência antes que se tornasse um problema. Na França, aeronaves pequenas como o Twin Otter não eram obrigadas a ter gravadores de voz na cabine, mas a Air Moorea havia instalado um de qualquer maneira. Isso se revelou inestimável para os investigadores, portanto, para fins de investigações futuras, eles recomendaram que todos os aviões com capacidade para 9 ou mais passageiros fossem equipados com um CVR.
 
Memorial às vítimas do acidente
Esse acidente ilustrou várias áreas em que as regulamentações de segurança para aviões pequenos ficavam aquém das exigidas para jatos grandes. Para aqueles familiarizados com aeronaves grandes, pode parecer inconcebível que o fabricante não conhecesse os riscos associados aos seus próprios cabos de controle, ou que um avião de passageiros em 2007 não fosse obrigado a ter nenhuma caixa preta. 

Mas esses tipos de deficiências se estendem, e até certo ponto ainda se estendem, muito além da Air Moorea e da Twin Otter. Felizmente, o BEA tomou várias medidas para garantir que essa lacuna de segurança seja fechada o mais rápido possível.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

Com Admiral Cloudberg, ASN, Wikipedia - Imagens: BEA, Paul Spijkers, Google, baaa-acro, La Dépêche e Werner Fischdick. Clipes de vídeo cortesia de Mayday (Cineflix).

Aconteceu em 9 de agosto de 1995: Colisão do voo 901 da Aviateca contra um vulcão em El Salvador


Em 9 de agosto de 1995, o Boeing 737-2H6, prefixo N125GU, da Aviateca (foto abaixo), decolou para o voo 901, um voo noturno a partir de Aeroporto Internacional La Aurora, na Cidade da Guatemala, na Guatemala, para o Aeroporto Internacional de El Salvador, em San Salvador, em El Salvador. 


A bordo havia 58 passageiros e sete tripulantes. A tripulação de voo era composta pelo capitão Axel Miranda, de 39 anos, o primeiro oficial Victor Salguero, de 36 anos, e cinco comissários de bordo.

Após um voo de 20 minutos, a tripulação do voo 901 entrou em contato com o controle de tráfego aéreo de seu destino, o Aeroporto Internacional de El Salvador. O controlador informou que havia uma tempestade com forte chuva sobre o aeroporto e os instruiu a sobrevoar a tempestade e iniciar a aproximação a favor do vento para pousar na Pista 07. 

Porém, os pilotos e o controle de tráfego aéreo ficaram confusos quanto à posição da aeronave. Assim que começou a se aproximar, a aeronave entrou com o mesmo mau tempo em que havia sobrevoado. 

Quando estava a 5.000 pés (1.524 m), o Sistema de Alerta de Proximidade do Solo soou; mais potência foi aplicada pela tripulação, mas era tarde demais. Às 20h14, hora local, o voo 901 bateu na lateral do vulcão San Vicente, a 24 km (15 mls) a NE de San Salvador e explodiu em chamas. Todos os 65 passageiros e tripulantes a bordo morreram.


A Dirección General De Transporte Aéreo determinou que a causa provável do acidente foi a falta de consciência situacional da tripulação de voo em relação à obstrução de 7.159 pés, a decisão da tripulação de descer abaixo do MSA enquanto se desvia de uma transição ou abordagem publicada e a ambiguidade das informações de posição entre a tripulação de voo e o controlador de tráfego aéreo, o que resultou na emissão do controlador de uma atribuição de altitude que não fornecia autorização de terreno.


Contribuiu para o acidente a falha do Primeiro Oficial em direcionar sua preocupação com relação às posições relatadas ao Capitão de uma maneira mais direta e assertiva e a falha do controlador em reconhecer a posição relatada da aeronave em relação a obstruções e dar instruções e avisos apropriados. Foi o desastre de aviação mais mortal a ocorrer em El Salvador.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN e baaa-acro)