terça-feira, 7 de maio de 2024

Hoje na História: Fundada em 7 de maio de 1927, Varig estaria completando 97 anos hoje

Fundada em 7 de maio de 1927, a Varig (Viação Aérea Rio-Grandense) completaria 96 anos hoje. Nascida no Rio Grande do Sul, durante décadas foi a principal companhia aérea do Brasil até enfrentar crises nos anos 1990 e ser vendida em 2007 para a Gol e desaparecer do mercado.

A Varig tinha como pontos fortes a variedade de suas rotas nacionais e internacionais, a utilização de aviões modernos e, principalmente, a qualidade do serviço, que chegou a ser premiado como o melhor do mundo em 1979 pela revista americana Air Transport World.

A mais importante companhia aérea brasileira foi criada por um alemão. O ex-oficial-aviador da Força Aérea Alemã Otto Ernst Meyer chegou ao Brasil para trabalhar em uma empresa têxtil em Recife (PE) e logo viu o futuro potencial da aviação no país. 

Otto tentou apoio dos governos de Pernambuco e do Rio de Janeiro para abrir uma empresa aérea, mas só encontrou ajuda no Rio Grande do Sul.

Primeiros aviões


Dornier Wal "Atlântico", o primeiro avião da Varig
Com o projeto viabilizado, Otto partiu para a Alemanha, onde fechou um acordo para que a Condor Syndikat tivesse 21% do controle da Varig em troca de aviões e manutenção das aeronaves. 

Assim, a Varig receberia seu primeiro hidroavião Dornier J-Wal, com capacidade para nove passageiros. No início, a Varig fazia apenas voos regionais dentro do Estado do Rio Grande do Sul. A primeira rota sobrevoava a Lagoa dos Patos, ligando Porto Alegre a Rio Grande (RS).

Junkers F-13 da Varig
O primeiro avião com trem de pouso foi incorporado à frota da Varig em 1932, um Junkers A-50, seguido do Junkers F-13. 

Para viabilizar as operações, a Varig construiu nas cidades para onde voava pistas de pouso e decolagem de terra.

A grande expansão da Varig começou efetivamente somente na década de 1940. 

Em meio à Segunda Guerra Mundial, a alemã Condor Syndikat já não fazia mais parte do controle acionário da Varig. 

O comando da empresa estava nas mãos de Rubem Berta, que havia sido o primeiro funcionário da Varig.

Voos internacionais

de Havilland DH-89 Dragon Rapide, nas cores da Varig, exposto no MUSAL, no Rio de Janeiro
Com o avião Havilland DH-89 Dragon Rapide, a Varig realizou em 1942 o primeiro voo comercial internacional de uma companhia aérea brasileira na rota entre Porto Alegre e Montevidéu, no Uruguai.

O fim da Segunda Guerra Mundial trouxe mais uma oportunidade de negócios para Varig. O término dos conflitos criou um excedente de aviões de guerra. Assim, a Varig adquiriu diversos aviões dos modelos Douglas DC-3 e Curtiss C-46, convertidos para uso civil. Os novos aviões permitiram que a Varig se tornasse uma empresa nacional, expandindo seus voos para todas as regiões do país.

Curtiss C-46 da Varig
A rota mais longa da companhia até então surgiria em 1955 com os aviões Lockheed Constellation. O voo ligava Porto Alegre a Nova York, nos Estados Unidos, com escalas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belém (PA) e Santo Domingo, na República Dominicana.

Em 1959, a empresa entrava na era dos jatos com a chegada dos aviões Sud Aviation Caravelle. No ano seguinte, era a vez de receber os primeiros Boeing 707. Em 1968, o 707 passou a ser utilizado para voos para Tóquio, no Japão. A rota para o Japão foi uma herança da Real Aerovias, que a Varig acabara de adquirir.

Com a compra da Real Aerovias e o fim da Panair do Brasil, a Varig passou a ter o monopólio das rotas internacionais a partir do país, medida instituída pelo governo militar. Assim, a Varig era a única companhia aérea com voos para o Japão, Estados Unidos, Europa, África e América do Sul.

Os primeiros aviões Lockheed Electra II chegaram em 1962 
Ao mesmo tempo em que investia nos jatos, a Varig ainda acreditava nos turbo-hélices para suas rotas domésticos. Em 1962, a empresa recebeu os primeiros aviões do modelo Lockheed Electra II. Eles serviram para diversas rotas nacionais, mas ficaram famosos mesmo por serem utilizados por quase 30 anos na ponte aérea Rio – São Paulo. O último voo do Electra nessa rota ocorreu somente em 1991.

Para as demais rotas, a Varig seguia investindo na modernização de sua frota de aviões, com a aquisição dos modelos Boeing 727, Boeing 737 e Douglas DC-10.

Boeing 727 da Varig
No entanto, o que fez a companhia ganhar tantos admiradores foi o seu serviço de bordo. Todos os passageiros recebiam suas refeições em louça, com talheres de metal e copos de vidro. Para os passageiros da primeira classe da Varig, era servido até mesmo caviar.

Relembre comerciais antigos da Varig





Início da crise


Os problemas da Varig começaram a surgir na década de 1980, quando o governo congelou o preço das tarifas. Nos anos de 1990, chegava ao fim o monopólio das rotas internacionais, e a empresa passou a enfrentar maior concorrência, especialmente com a TransBrasil.

Mapa de rotas internacional da Varig na década de 1980
No mercado interno, o crescimento da TAM e, mais tarde, o surgimento da Gol deixaram a situação da Varig ainda mais complicada. Em 2002, o prejuízo da companhia ultrapassou os R$ 2 bilhões. Sem condições financeiras, a Varig iniciou um processo de recuperação judicial até ser vendida para a Gol em 2007.

Aviões da GOL e da Varig, lado a lado
No início, a Gol ainda voava com diversos aviões pintados com a marca da Varig. A imagem da companhia, no entanto, foi ficando cada vez mais desgastada até desaparecer completamente.

Momentos marcantes


Como principal companhia aérea brasileira, era natural que a Varig estivesse presente em importantes momentos da história do Brasil. Entre presidentes da República, artistas e atletas, o passageiro mais importante que já viajou em um avião da Varig foi o papa João Paulo 2º.

O papa João Paulo II cumprimenta o Comandante da Varig Fredy Kurt Wiedemeyer
Naquela época, a companhia aérea italiana Alitalia era a responsável por transportar o Papa na saída de Roma. A volta para casa, no entanto, era realizada por uma companhia do país que o papa estava visitando. Nas vezes em que visitou o Brasil, foi a bordo de um avião da Varig que João Paulo 2º retornou para casa.

Diversos presidentes da República também faziam seus deslocamentos em viagens nacionais e internacionais com a Varig. Apesar de ser uma empresa privada, ao longo da sua vida a Varig sempre recebeu muito apoio e incentivos do governo.

Durante anos, a Varig também foi a patrocinadora da seleção brasileira de futebol, transportando os atletas e comissão técnica em diversas copas do mundo. Em 1994, ao chegar com o time tetracampeão do mundo, o jogador Romário apareceu na janela do piloto segurando a bandeira do Brasil.

Ronaldo e Romário na janela do avião em 1994
Oito anos depois, o gesto de Romário seria repetido em um avião da Varig pelo técnico Luis Felipe Scolari e pelo capitão Cafu na volta da seleção com o pentacampeonato na bagagem.

Acidentes


Ao longo de sua história, a Varig teve 20 acidentes fatais que causaram a morte de 440 pessoas. O primeiro aconteceu em um voo de carga em 1931 entre Rio Grande e Porto Alegre. O copiloto morreu e o comandante teve uma perna amputada.

O primeiro acidente de grandes proporções aconteceu em Bagé (RS) no dia 7 de abril de 1957. Após a decolagem, teve início um incêndio no trem de pouso do avião modelo Curtiss C-46A-45 CU Commando. O piloto pensou que o fogo fosse no motor e tentou retornar para o pouso. Como o trem não baixou, arremeteu o avião. Na manobra, a asa esquerda quebrou e o avião caiu, matando todos as 40 pessoas a bordo.

O acidente de Bagé seria superado no dia 27 de novembro de 1962. Um Boeing 707 da Varig fazia a rota entre Rio de Janeiro e Los Angeles, com escalas em Lima, no Peru, Bogotá, na Colômbia, e Cidade do México. Já na primeira escala, no entanto, um erro na aproximação para o pouso fez com que o avião se chocasse com Pico La Cruz, a 25 km do aeroporto. O avião explodiu e todos os 80 passageiros e 17 tripulantes morreram no acidente.

A maior tragédia da história da Varig aconteceu em 11 de julho de 1973 próximo ao aeroporto de Orly, em Paris, na França. Quando se aproximava para o pouso, teve início um incêndio a bordo do Boeing 707. O fogo começou no lixo de um dos banheiros no fundo do avião. As investigações concluíram que ele foi causado por uma bituca de cigarro acesa. O piloto conseguiu fazer um pouso de emergência em uma plantação de cebola, mas a fumaça tóxica que tomou conta da cabine matou 116 passageiros e sete tripulantes. Sobreviveram um passageiro e dez tripulantes.

Entre os sobreviventes, estava o comandante Gilberto Araújo da Silva, que seis anos depois estaria em outra tragédia com um Boeing 707 da Varig. No 30 de janeiro de 1979, o comandante Gilberto pilotava o avião que desapareceu no Oceano Pacífico 33 minutos após a decolagem do aeroporto de Narita, em Tóquio, no Japão. O avião fazia um voo cargueiro com seis tripulantes a bordo. O Boeing 707 e os corpos das vítimas nunca foram encontrados. Entre os itens da carga, estavam mais de 50 quadros do pintor Manabu Mabe, que retornavam de uma exposição no Japão.

O último acidente de grandes proporções ocorreu em 3 de setembro de 1989, quando um Boeing 737 que fazia o voo entre Marabá (PA) e Belém (PA) se perdeu quando sobrevoava a floresta amazônica. Em vez de seguir o rumo 027 (para o norte), o comandante Cézar Augusto de Pádua Garcez direcionou o avião para o rumo 270 (para oeste). Perdido e sem combustível, o avião fez um pouso na mata. Das 54 pessoas a bordo, 12 morreram.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu - Imagens: varig-airlines.com

O que são briefings piloto e por que são importantes?

Em uma aeronave de tripulação múltipla, espera-se que os pilotos informem os outros pilotos sobre o que eles farão nas fases críticas do voo.

(Imagem: ainonline.com)
As cuecas são um elemento essencial quando se trata de pilotar aeronaves. Em uma aeronave de tripulação múltipla, espera-se que os pilotos informem os outros sobre o que farão nas fases críticas do voo. Na maioria das companhias aéreas, existem dois tipos principais de briefings. São eles:
  • Briefings de partida
  • Briefings de chegada
Um briefing de partida é realizado assim que a aeronave é preparada para o voo, e o briefing de chegada ocorre logo antes de a tripulação iniciar a descida. Às vezes, um briefing de cruzeiro também pode ser necessário se procedimentos especiais estiverem envolvidos durante essa fase do voo.

O que é um briefing e por que ele é importante?


Um briefing é realizado para garantir que ambos os pilotos tenham um modelo mental compartilhado do processo ou operação que será realizada. Como em uma aeronave multitripulação, há dois pilotos, e é fundamental que tanto o Pilot Flying (PF) quanto o Pilot Monitoring (PM) tenham uma visão clara ou uma ideia do que vai acontecer. Se ambos os pilotos não estiverem na mesma página em relação aos procedimentos operacionais, pode haver confusão no cockpit durante o voo, levando a uma situação perigosa e insegura.

Pilotos trabalhando em um Airbus A320 da Thai (Foto: Pattharapong Sittirach)
Hoje em dia, os briefings são altamente interativos. Ou seja, ambos os pilotos estão envolvidos no briefing. Tradicionalmente, a PF informa ao PM como irá pilotar a aeronave. Houve pouco ou nenhum envolvimento ativo do PM no processo de briefing. Nos briefings modernos, PM e PF têm seus respectivos pontos de discussão e preocupações que serão levantadas.

Isso consegue duas coisas. Uma delas é que dá aos pilotos mais liberdade sobre o que dizer durante o briefing, em vez de seguir um briefing pré-aprendido do manual. Em segundo lugar, como o PM tem uma palavra a dizer no briefing, é necessária boa escuta de ambas as partes durante a realização do briefing, para que comentários ou perguntas possam ser feitos.

Como humanos, tendemos a ficar entediados, esquecer as coisas e nos tornar complacentes, especialmente se não estivermos fazendo algo fisicamente. Um briefing que envolve dois pilotos evita que tais coisas aconteçam.

A integração do gerenciamento de ameaças e erros (TEM) é um aspecto significativo dos briefings modernos. Um TEM adequado requer a observação das várias ameaças que podem afetar a segurança do voo em um determinado momento, além de encontrar maneiras de combatê-las ou mitigá-las.

Um Airbus A350 pousando no aeroporto de Helsinque (Foto: Dzerkach Viktar/Shutterstock)
Então, o que são ameaças? O clima pode ser uma ameaça; um novo aeroporto pode ser uma ameaça; pressões de cronograma, fadiga, atrasos, etc., podem ameaçar a operação. Compreender esses perigos e falar sobre eles pode ajudar a mitigá-los. Por exemplo, se você estiver cansado, pode avisar o outro piloto para que ele fique de olho no seu desempenho. Isso aumenta a segurança da operação.

Quais são os tipos de briefing?


Briefing de partida

O briefing de partida é realizado antes da decolagem . E a primeira parte envolve a discussão de gráficos. Os gráficos necessários para uma partida específica incluem os gráficos de táxi e Partida por instrumento padrão (SID). Normalmente, a PF discute o quadro com o PM. Durante a discussão do gráfico, o número do gráfico, a data efetiva e o SID designado ou esperado devem ser incluídos. Todas as restrições de altitude nos vários waypoints do SID também devem ser verificadas para garantir que as altitudes e waypoints do gráfico correspondam ao que foi inserido no sistema de gerenciamento de voo.

Ao verificar a tabela de táxis, as áreas de perigo particular devem ser observadas se estiverem presentes na rota de táxi esperada ou liberada. Essas áreas são chamadas de pontos quentes e são marcadas nas cartas pelas autoridades aeroportuárias. Isso garante que ambos os pilotos estejam vigilantes ao passar por essas áreas.

(Foto: Thiago B Trevisan/Shutterstock)
Os pilotos também devem discutir qualquer necessidade extra de combustível e tempo. Além disso, eles devem elaborar um plano sobre o que fazer se ocorrer uma falha logo após a decolagem. Isso pode envolver o retorno ao aeroporto ou a diversificação para outro aeródromo adequado. Aqui, o peso da aeronave torna-se importante, pois dependendo da natureza da falha, pode ser necessário realizar um pouso com excesso de peso.

Por último, quaisquer operações especiais devem ser observadas. Uma operação especial pode se referir a qualquer coisa fora da norma. Por exemplo, um item adiado pode exigir que os pilotos façam algo que normalmente não fariam em um voo. Um exemplo pode ser um gerador elétrico inoperante que requer operação de APU durante todo o voo.

Após todos os pontos acima terem sido informados e compreendidos, a tripulação de voo pode discutir quaisquer ameaças adicionais e formas de evitá-las.

Dois pilotos trabalhando na cabine de comando (Foto: Yakobchuk Viacheslav/Shutterstock)
Briefing de chegada

O objetivo do briefing de chegada é discutir a aproximação e o pouso da aeronave. Semelhante ao briefing de partida, o primeiro assunto para briefings de chegada é olhar para gráficos específicos. Muitos aeroportos têm cartas de rota padrão de chegada ao terminal (STAR) que mostram como uma aeronave pode se juntar para a aproximação. Juntamente com uma carta STAR, deve ser analisada a carta de aproximação, que é específica para cada pista e tipo de aproximação. Por fim, os pilotos devem ler atentamente a carta de táxi do aeródromo de destino.

Uma carta de aproximação LPV para a pista 08 do aeroporto de Paris (Gráfico de Jeppesen)
Itens críticos durante um briefing de chegada incluem uma discussão sobre o tipo de aproximação e pista de pouso – por exemplo, a aproximação VOR para a pista 32. Em seguida, a tripulação de voo deve confirmar o mínimo de aproximação do gráfico e discutir a trajetória de arremetida.

Quando se trata de necessidades de aeronaves, deve-se destacar a configuração de flap , empuxo reverso e nível de freio automático (se disponível). Os pilotos também devem observar o comprimento restante da pista após o lançamento do pouso.

Pouso do Airbus A330neo da Delta Air Lines (Foto: viper-zero/Shutterstock)
Quanto ao táxi, a tripulação deve considerar a saída planejada da pista. E como o briefing de partida, todos os pontos quentes devem ser anotados. Semelhante ao briefing de partida, qualquer operação não normal ou especial deve ser discutida antes do pouso.

Finalmente, os pilotos devem reconhecer quaisquer ameaças e sua mitigação durante a aproximação e pouso.

Briefing de cruzeiro

Um briefing de cruzeiro pode ser necessário se procedimentos específicos forem necessários durante o voo. Um exemplo pode ser um voo sobre um terreno elevado. Nesses casos, uma falha como despressurização ou falha de motor pode exigir que a aeronave siga uma rota de fuga pré-planejada para um destino adequado para evitar terreno durante a descida para um nível mais baixo, obrigatório para pressurização ou falhas de motor.

Uma aeronave se aproximando para um pouso com montanhas ao fundo (Foto: Aeroporto Internacional de Ontário)
Com informações do Simple Flyiing

4 barulhos que os aviões fazem e que assustam os passageiros desavisados – Descubra o que são!

Medo de voar de avião é muito comum e é agravado quando se escuta diversos barulhos durante a viagem. Por isso, para te despreocupar, trouxemos alguns dos sons comuns que a sua aeronave faz.


Quando você tem medo de algo ou está assustado, qualquer coisa pode acabar te pegando de surpresa, principalmente dentro de uma estrutura de metal que está “flutuando” a vários pés de altitude. Sabendo disso, para tranquilizá-lo, listamos alguns sons normais do avião durante as viagens e suas causas. Confira a seguir.

1 - “Puff” de ar na entrada

Os aviões apresentam dois sistemas de ar e energia, um interno e outro externo. O primeiro, chamado de unidade auxiliar de energia, é aquele que o avião usará enquanto estiver voando. Já o segundo, ou terrestre, é usado enquanto estão no solo para economizar dinheiro. Ou seja, antes de decolar, o avião precisa trocar de um sistema para o outro.

Aquele “puff” que você escuta, logo no início da movimentação da aeronave, nada mais é do que essa mudança. Mesmo tendo aquela sensação de “falha”, com as luzes internas piscando, é completamente normal para o preparo do início da decolagem.

2 - Ranger das asas do avião

Esperando a liberação da torre de controle para começar as manobras de aterrissagem, por exemplo, o avião começa a ranger dos dois lados.

Calma, é normal! Esse barulho equivale à movimentação dos flaps, que são paletas auxiliares das asas. Eles ajudam tanto na decolagem quanto na aterrissagem, aumentando a envergadura e, depois, se retraindo, então não se assuste!

3 - “Bang” na barriga

Você já sentiu aquela sensação de destravamento de alguma estrutura pelos seus pés e ficou com a sensação de que o avião deixou cair alguma peça?

Essa sensação, na verdade, é a abertura do trem de pouso. As rodas ficam recolhidas durante o voo para não interferir na aerodinâmica da aeronave e a abertura pode ser acompanhada por um estrondo.

4 - “Cantar” das rodas do avião

Para finalizar, já no pouso, quando se escuta aquele “screech” alto e falhado das rodas, como se o avião não estivesse conseguindo frear direito, é comum ficarmos desesperados.

Mas podem ficar tranquilos! Os freios não precisam ser trocados, lembrem-se que o avião atinge velocidades muito altas e não pode, em hipótese alguma, ser freado de vez.

Hospedagem exótica: Veja 3 aviões que se transformaram em hotéis incríveis

Luxuosidade e modernidade resumem esses hotéis de aeronaves.


Depois de certo tempo, algumas aeronaves já não são mais capazes de voar. No entanto, isso não significa que elas perdem a sua utilidade quando estacionadas em terra firme. Seguindo essa lógica, existem alguns aviões que viraram hotéis, com bastante conforto, modernidade e luxo.

Para conhecer algumas opções e, quem sabe, passar uma noite acomodado em um deles ao redor do mundo, continue a leitura desta matéria.

Quando uma aeronave encerra seu tempo de vida útil, ela passa por alguns processos até que se defina sua destinação. Então, a companhia aérea devolve a aeronave ao fabricante ou à empresa que a alugou após determinar que ela não voará mais.

Após isso, o avião segue para um aeroporto de armazenamento onde aguarda até que haja uma decisão definitiva do seu fim. No caso desses aviões que viraram hotéis, assim que a decisão (e compra) foi efetivada, eles foram levados até o local onde permaneceram e as reformas foram feitas para incrementar luxo e comodidade.

Ilyushin-18


Suíte de aeronaves Teuge

(Crédito: Booking.com)
Uma suíte na aeronave construída em 1960, localizada na Holanda, é uma das coisas mais luxuosas que você vai ver na sua vida. Feita para duas pessoas, o lugar tem quase 40 metros de comprimento e, do seu quarto, você visualiza toda a pista do aeroporto internacional de Teuge.

Boeing 737-200


Aerotel – Aviador Boutique Hotel

(Crédito: www.thesouthafrican.com)
Pessoas restauraram completamente o avião resgatado, que estava prestes a ser descartado, e transformaram-no em um dos hotéis de aeronaves mais elegantes. Assim, localizado no sul da África, o Boeing possui camas queen-size, banheiro privativo, geladeira, Wi-Fi e muitos outros recursos.

Boeing 747 Jumbo Jet


Hotel Jumbo Stay

(Crédito: Booking.com)
Equipado com mais de 30 quartos, em Estocolmo, Arlanda, na Suécia, o super-hotel de aeronaves possui atualmente mais de 70 camas, um restaurante e muito luxo. Tudo decorado em memória à antiga rotina do hotel: aviação.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

O segundo Antonov An-225 inacabado: 5 fatores-chave para determinar seu futuro

Com a guerra em curso, a Ucrânia está determinada a construir um segundo An-225, mas o seu futuro permanece incerto.


A Ucrânia está na vanguarda da aviação militar há anos - Antonov e grande parte da indústria da aviação da URSS estavam baseadas na RSS da Ucrânia. A maior aeronave militar do mundo , a famosa ponte aérea estratégica de carga Antonov 225 Mriya, foi construída na RSS da Ucrânia e tem sido uma marca de orgulho nacional para a nação ucraniana independente. No entanto, a URSS entrou em colapso no início da produção do programa, deixando um completo e outro parcialmente construído.

Em Fevereiro de 2022, a Rússia lançou a sua invasão em grande escala da Ucrânia. Os russos lançaram uma grande campanha para capturar o aeroporto de Hostomel e a capital, Kiev. Enquanto os russos foram derrotados e rechaçados pelos ucranianos, o Antonov 225 Mriya foi destruído . Agora, há um debate sobre a conclusão do inacabado Antonov 225, mas desafios precisam ser superados para tornar isso uma realidade.

1. Vitória ucraniana


É necessária uma vitória ucraniana para construir o Anontov 225 e a guerra não dá sinais de acabar tão cedo.
  • Situação de guerra: em andamento
  • Duração da guerra: 24 de fevereiro de 2022 até o momento
  • Resultado: A definir
Talvez o fator mais importante para decidir se a Ucrânia construirá outro Antonov 225 seja a guerra em curso. Enquanto a guerra durar, as fábricas ucranianas forem bombardeadas e a economia da Ucrânia continuar totalmente mobilizada para apoiar o esforço de guerra, não há qualquer possibilidade de a segunda Myria ser construída na Ucrânia.

(Foto via Timur Maslov)
Qualquer discussão sobre a construção do segundo Antonov 225 pela Ucrânia depende da vitória da Ucrânia na guerra. A guerra continua violenta e não mostra sinais de terminar tão cedo. A Ucrânia pode ter conseguido conter a invasão russa no leste e no sul do país. Mas o resultado final da guerra poderá ser qualquer coisa, desde um completo colapso militar russo, num extremo, até um colapso completo da Ucrânia, no outro.

2. Financiamento de projetos


A Ucrânia pode precisar de financiamento externo para arcar com o enorme custo de construção de outro An-225.
  • Custo: estimado em US$ 500 milhões pelo NY Times
  • Custo: estimado em US$ 3 bilhões pela Antonov
  • Tempo necessário: pelo menos cinco anos
Construir o Antonov 225 será caro. O site Meer relata que as estimativas de preço variam de US$ 120 milhões a US$ 3 bilhões (o que o tornaria mais caro do que o avião mais caro da Força Aérea dos EUA, o B-2 Spirit). O New York Times estima o valor em torno de US$ 500 milhões. A CNN informou que Antonov deu o valor mais alto de US$ 3 bilhões. Mesmo que a Ucrânia saia vitoriosa da guerra, muito provavelmente ficará sem dinheiro e poderá não ter os fundos disponíveis para tal projecto.

O An-225 com o ônibus espacial soviético Buran (Foto: Spotters/Wikipedia Commons)
A Ucrânia poderá precisar de financiadores para ajudar no projeto. Felizmente, muitas pessoas em todo o mundo simpatizam profundamente com a causa ucraniana. O NY Times informou que o bilionário, empresário e entusiasta da aviação britânico Richard Branson visitou o An-225 destruído e declarou quando ficaria animado para ajudar em sua restauração quando chegar a hora.

3. O segundo An-225


Em 2020, o CEO da Antonov disse que o segundo An-225 não era econômico para ser concluído.
  • Estado: 60-70% concluído
  • Peças disponíveis: 30%
  • Custo para concluir: US$ 460 milhões (estimativa de 2012)
O An-225 fazia parte do programa espacial soviético. A União Soviética inicialmente encomendou três An-225 para transportar seus orbitadores e propulsores. Posteriormente, foi reduzido para uma ordem de dois, e a União Soviética entrou em colapso quando o segundo An-225 estava cerca de 60-70% concluído. Este trabalho incluiu grande parte do trabalho estrutural, incluindo fuselagem, asas, cauda, ​​​​nariz e trem de pouso. A Anotov afirmou ter 30% das peças necessárias para construir o próximo An-225.

Antonov An-225 (Foto: OPIS Zagreb/Shutterstock)
Não está claro quanto trabalho nesta segunda aeronave poderá continuar de onde parou há mais de 30 anos. Também não está claro quanto das peças recuperadas do An-225 destruído podem ser reutilizadas para completá-lo. Antes da destruição do Myria, havia muito debate sobre a conclusão desta aeronave inacabada. No entanto, em 2020, o CEO da Antonov afirmou que a conclusão do An-225 era inviável.

4. Um papel específico


O An-225 foi otimizado para transportar o ônibus espacial soviético Buran e não carga.
  • Finalidade original: transportar o ônibus espacial soviético Buran
  • Concorrente principal: An-124 (também de origem ucraniana)
  • Custo por missão: Mais de US$ 1 milhão
Um problema com o An-225 é que, embora seja legal e inspirador, não é necessariamente tão econômico. Em 2020, o CEO da Antonov afirmou que o Mriya não era contratado com tanta frequência quanto o An-124 Ruslans (outro enorme avião de carga de transporte estratégico de construção ucraniana/soviética). O An-225 foi projetado especificamente para transportar o ônibus espacial soviético Buran – não foi projetado para transportar carga humanitária.

Antonov An-225 (Foto: Arsgera/Shutterstock)
Ele observou que 35% dos aeroportos não conseguem fornecer o espaço de pouso necessário. Quando o Mriya estava em serviço, ele não realizava tantos voos e custava pelo menos US$ 1 milhão por operação. Embora houvesse missões ocasionais que apenas o Myria poderia cumprir, o menor An-124 era suficiente na maioria das vezes.

5. Orgulho nacional


A Ucrânia tem orgulho da aeronave e a vê como uma entidade nacional.
  • Política do governo da Ucrânia: reconstruir o An-225 independentemente do custo
  • Data da declaração que iria reconstruir: 20 de maio de 2022
  • Status do projeto: desconhecido (possivelmente em espera)
O orgulho nacional é importante e poderoso. A missão lunar dos Estados Unidos custou uma quantia exorbitante de dinheiro, mas o prestígio de colocar o primeiro homem na Lua é inegável. O An-225 é uma fonte de orgulho nacional para a nação ucraniana. Uma Ucrânia vitoriosa poderá prosseguir com o An-225, mesmo que os seus fundos limitados sejam mais bem gastos noutros locais. Como afirma o NY Times: “Se algo tão gigantesco e complexo como este avião pode ser restaurado, dizem, o resto do país também pode”.

Antonov An-225 partindo de Leipzig (Foto: Mike Fuchslocher/Shutterstock)
Em 20 de maio de 2022, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que o segundo An-225 seria construído para substituir a aeronave destruída. Ele afirmou: "Neste caso, não é uma questão de dinheiro; é uma questão de ambição. Fomos abordados por 'Ukroboronprom', a equipe Antonov. Esta é uma questão da imagem do nosso país e de todos os maravilhosos pilotos profissionais que morreram neste guerra."

Com informações de Simple Flying

Vídeo: Documentário - Desastre de Hindenburg - Novas Evidências

O primeiro comissário de bordo do mundo teve uma escapada de sorte no Hindenburg

O Hindenburg era uma visão e tanto uma vez que ficava sobre Nova York (Foto: Getty Images)
Já se passaram 84 anos desde o desastre de Hindenburg. Este acidente foi um dos eventos mais infames da história da aviação. O incêndio e o acidente causaram 36 mortes. No entanto, um sobrevivente foi Heinrich Kubis, que detém o título de primeiro comissário de bordo do mundo.

Kubis nasceu em 1888. A carreira do alemão na área de hospitalidade começou no cenário europeu de hotéis de luxo. Ele trabalhou em estabelecimentos luxuosos como o Hotel Ritz, Paris e o Carlton Hotel, em Londres. O garçom logo levaria seus serviços para o ar.

“A primeira pessoa a atuar como comissário ou comissário de bordo em uma aeronave foi Heinrich Kubis, que começou a atender os passageiros a bordo do DELAG Zeppelin LZ-10 Schwaben em março de 1912”, compartilha o Guinness World Records .

“Kubis inicialmente trabalhou sozinho nos voos, mas mais tarde foi apoiado por um comissário assistente a bordo do LZ-127 Graf Zeppelin para 20 passageiros.”

Heinrich Kubis (linha de trás, quarto da direita), com outros sobreviventes do desastre de Hindenburg - Kubis confiscou isqueiros e fósforos dos que estavam embarcando na aeronave antes do acidente (Foto: Associated Press via Wikimedia Commons)
Kubis seria o comissário-chefe do LZ-129 Hindenburg, onde liderou uma equipe de assistentes. Esta aeronave realizou seu primeiro voo em 4 de maio de 1936. Era uma maravilha na época, sendo a maior aeronave em volume de envelope.

O dirigível poderia cruzar o Oceano Atlântico em apenas 43 horas, reduzindo significativamente a duração da viagem transatlântica. Até então, os passageiros em grande parte dependiam de soluções náuticas.

O Hindenburg não funcionaria por muito tempo. Em 6 de maio de 1937, o dirigível pegou fogo pouco mais de um ano após seu primeiro voo. O dirigível foi então destruído enquanto tentava atracar na Naval Air Station Lakehurst, New Jersey.

No total, 35 pessoas passaram a bordo no acidente. Este número está dividido entre 13 passageiros e 22 tripulantes. Houve também outra fatalidade no terreno.

Nem todos a bordo do Hindenburg morreram. Dos que voaram, 36 convidados e 61 membros da equipe sobreviveram. Um trabalhador era Kubis, que estava na sala de jantar da aeronave quando ela explodiu em chamas. Ele evitou a morte pulando da janela enquanto a cabana se aproximava do solo. Antes de dar o salto de fé, ele incentivou outros a fazerem o mesmo.

O Hindenburg foi fabricado entre 1931 e 1936 (Foto: Getty Images)
Kubis não sofreu ferimentos. Notavelmente, ele testemunhou durante a investigação do desastre. De acordo com o Airships.net, Kubis compartilhou que ouviu ou sentiu uma explosão "aproximadamente no momento em que o navio fez uma inclinação acentuada". O colega assistente Severin Klein acrescentou que, quando o navio estava quase parado, ele sentiu uma sacudida repentina.

Após a investigação, Kubis voltou para a Alemanha. Ele viveu lá até sua morte em 1979, depois de conseguir escapar da morte mais de quatro décadas antes.

O desastre de Hindenburg abalou a confiança em dirigíveis gigantes, pondo fim a uma era única. Nos anos subsequentes, aeronaves menores dominariam o espaço aéreo, fazendo a transição do papel de comissário. No entanto, pode haver um futuro para aeronaves neste próximo capítulo da aviação.

Aconteceu em 6 de maio de 1988: Acidente de Torghatten A queda do voo Widerøe 710 na Noruega


O acidente no voo Widerøe 710, comumente conhecido como "Acidente de Torghatten", foi uma colisão contra a montanha de Torghatten em Brønnøy, na Noruega. O de Havilland Canada Dash 7, operado pela Widerøe, caiu em 6 de maio de 1988, às 20h29, durante a aproximação ao Aeroporto de Brønnøysund, em Brønnøy. Todas as 36 pessoas a bordo do avião morreram.

Voo e o acidente


A aeronave acidentada era o quadrimotor de Havilland Canada DHC-7-102 (Dash 7), prefixo LN-WFN, da Widerøe, construído em 1980. Foi comprado usado por Widerøe em 1985 e seu Certificado de Aeronavegabilidade foi renovado pela última vez em 4 de novembro de 1987, com validade até 30 de novembro de 1988. A aeronave havia operado 16.934 horas e 32.347 ciclos antes de seu último voo. A última manutenção havia ocorrido em 15 de abril de 1988, após o qual a aeronave voou 147 horas e 30 ciclos.

O avião envolvido no acidente
O capitão era Bjørn Hanssen, 58 anos de Bodø. Ele possuía um certificado D emitido em 8 de abril de 1981 e foi renovado pela última vez em 11 de dezembro de 1987. Ele tirou sua licença inicial em 1949 e trabalhava como piloto em Widerøe desde 1 de abril de 1960. Na época de sua última renovação, ele havia voado 19.886 horas, das quais 2.849 horas foram com o Dash 7. Ele completou o treinamento de vôo periódico com o Dash 7 em 8 de março de 1988. Ele tinha acabado de voltar de uma férias de seis semanas na Espanha.

O primeiro oficial foi Johannes Andal, 31 anos de Florø. Ele possuía um certificado C que o limitava a ser primeiro oficial no Dash 7. O certificado foi emitido em 5 de janeiro de 1987 e era válido para o Dash 7 desde 23 de fevereiro de 1988. Ele havia começado seu treinamento de voo em 1977 e havia concluído nos Estados Unidos em 1979. Ele foi contratado como piloto de Widerøe em 6 de fevereiro de 1986, onde havia servido originalmente no de Havilland Canada DHC-6 Twin Otter . Ele foi verificado como primeiro oficial no Dash 7 em fevereiro de 1988. Ele tinha um tempo total de voo de 6.458 horas, das quais 85 no Dash 7. O comissário de bordo tinha 28 anos e trabalhava para a Widerøe desde então 1983.

A aeronave foi usada durante a manhã de 6 de maio em um voo de várias etapas do aeroporto de Bodø para o aeroporto de Trondheim, Værnes e vice-versa. Em seguida, voou de volta para Trondheim, onde mudou de tripulação. Eles chegaram a Trondheim com um vôo às 18h50 do dia 5 de maio e deixaram o hotel em Trondheim às 16h15 do dia 6 de maio. 

O voo 710 estava programado para voar de Trondheim via Aeroporto de Namsos, Høknesøra; Aeroporto de Brønnøysund, Brønnøy; e Aeroporto Sandnessjøen, Stokka. Partiu de Værnes às 19h23, uma hora e meia depois do previsto, devido a problemas técnicos com outra aeronave. 

O voo 710 tinha uma tripulação de três pessoas: um capitão, um primeiro oficial e um comissário de bordo. A aeronave estava lotada e, portanto, um assento auxiliar na cabine foi usado por um passageiro, elevando o número de pessoas a bordo para 52.

A aeronave fez escala em Namsos, onde desembarcaram dezesseis passageiros. Isso reduziu o número de passageiros a bordo para trinta e três, mas o passageiro que ocupava o assento auxiliar continuou sentado na perna seguinte. O capitão era o piloto voador do segmento. 

A aeronave partiu de Namsos às 20h07 e contatou o Centro de Controle de Tráfego Aéreo de Trondheim (ATCC) às 20h13 para receber permissão para subir ao nível de voo 90 (FL 90), que foi recebido. 

Durante o voo, o passageiro da poltrona conversou com o comandante e fez várias perguntas sobre as operações. O primeiro oficial não participou das discussões e foi ele quem fez contato por rádio com o controle de tráfego aéreo e o centro de operações da companhia aérea.

O primeiro oficial entrou em contato com a companhia aérea às 20h16 e informou que esperava chegar às 20h32. Às 20h20min29s, a aeronave pediu permissão ao Trondheim ATCC para mudar para o Brønnøysund Aerodrome Flight Information Service (AFIS), que foi concedida. 

Aeroporto Brønnøysund
A tripulação anunciou às 20h20min42s, que iniciaria a descida e mudaria para Brønnøysund AFIS. O contato foi feito às 20h22min34s, momento em que a aeronave anunciou que estava a 46 km (29 milhas) do aeroporto e no FL 80. O AFIS informou que não havia aeronaves reportadas na área e que a pista 22 estava em uso. O vento estava a 5 nós (9 km/ h; 6 mph) de sudeste, 5 milhas náuticas (9 km; 6 mi) de visibilidade, uma chuva leve e 6° C (43° F). 

Às 20h23min22s, o primeiro oficial teve uma conversa de 62 segundos com a companhia aérea, pedindo um táxi para um dos passageiros para que ele pudesse chegar à sua balsa de conexão.

O capitão solicitou a lista de verificação de descida às 20h24min24s. O sinal de apertar o cinto de segurança foi ligado e o comissário iniciou o processo de preparação da cabine para o pouso. 

Às 20h24min46s, o capitão, como parte da lista de verificação, informou ao primeiro oficial que eles iriam descer para 1.500 pés em Torghatten e depois para 550 pés. Isso foi seguido primeiro por uma conversa parcialmente intelegível entre o capitão e os primeiros oficiais, que incluiu se eles deveriam abastecer, e então uma conversa inintelegível entre o capitão e o passageiro do assento traseiro. 

A direção da faixa de rádio omnidirecional VHF (VOR) e do equipamento de medição de distância (DME) em Brønnøysund foi verificada às 20h26min37s. A lista de verificação de aproximação foi iniciada às 20h27min01s, quando a altitude da aeronave atingiu 500 metros (1.500 pés). O primeiro ponto da lista de verificação não era legível, mas os três últimos sim. 

Às 20h27min32s, o comandante pediu flaps e trem de pouso, que foram imediatamente acionados pelo primeiro oficial e fizeram com que a aeronave ganhasse 70 metros (200 pés) de altitude. Os trens de pouso foram confirmados bloqueados às 20h28. Quatro segundos depois, o passageiro perguntou ao capitão se havia sistemas de reserva que poderiam ser usados ​​caso o trem de pouso não fosse acionado corretamente. Neste ponto, a aeronave iniciou a descida de 500 metros (1.500 pés).

O AFIS perguntou a posição da aeronave às 20h28min10s, e o primeiro oficial respondeu às 20h28min13s que estava a 15 km (9 mi) de distância. Ele pediu ao AFIS uma verificação do vento, e o AFIS respondeu que era de 220 graus e 8 nós (15 km/h; 9 mph). 

A tripulação confirmou a informação às 20h28min24s. A aeronave atingiu 170 metros (550 pés) de altitude e permaneceu nessa altura pelo restante do voo. Uma curta conversa foi iniciada pelo passageiro às 20h28min55s. Três segundos depois, o capitão pediu "flaps de 25 graus e props totalmente perfeitos". Isso foi confirmado pelo primeiro oficial dois segundos depois. A lista de verificação pré-pouso foi concluída entre 20h29min04s.

O piloto automático foi usado 25 segundos após a decolagem de Namsos e foi usado para o restante do voo. A partir de 20h29min21s, todos os quatro motores mostraram aumento de torque e, imediatamente, a aeronave mudou seu ângulo de -2,5 graus para 5 graus. Às 20:29:29 o sistema de alerta de proximidade do solo mostrou 'mínimo'. 

A aeronave voou para a montanha em um ângulo de 15 a 20 graus, com o lado estibordo voltado para a montanha. A aeronave estava subindo em um ângulo de sete graus, mais/menos um grau. A ponta da asa de estibordo foi a primeira a atingir a montanha, seguida pelo motor número quatro (o mais à direita).


O motor foi imediatamente arrancado e a aeronave começou a girar. A aeronave começou a ser rasgada na costela posterior da asa de estibordo. Então, o nariz e a asa de bombordo do motor número dois (o interno) atingiram uma depressão na face da montanha, fazendo com que o motor número um se soltasse de sua nacela e a asa de bombordo quebrasse entre os motores. 

Ao mesmo tempo, o corpo da aeronave foi quebrado em dois. O movimento para a frente da aeronave parou, os destroços giraram com oestabilizador vertical longe do lado da montanha, a asa de bombordo pegou fogo e explodiu e o resto da aeronave caiu ladeira abaixo. Na descida, a asa de estibordo pegou fogo.

A aeronave caiu no lado oeste de Torghatten às 20h29min30s a 170 metros (560 pés) de altitude, matando todos os seus 36 ocupantes.


Causa


A comissão concluiu que a causa do acidente foi que a abordagem foi iniciada 4 milhas náuticas (7 km; 5 mi) muito cedo e que, portanto, a aeronave ficou abaixo da altura do terreno. Nenhuma razão específica para a abordagem inicial foi encontrada, embora tenha havido várias não-conformidades por parte dos membros da tripulação com os regulamentos e procedimentos. 

Especificamente, a comissão apontou para a falta de controle interno que teria identificado as deficiências de operação e a falta de procedimentos adequados de cockpit, especialmente no que diz respeito às chamadas. Não houve falhas técnicas na aeronave, e os pilotos tinham total controle da aeronave no momento da colisão, tornando-o um voo controlado no terreno.


Entrevistas com pilotos aleatórios em Widerøe mostraram que a companhia aérea tinha deficiências em seus procedimentos de treinamento, em parte porque faltava um simulador Dash 7. Havia uma cultura na companhia aérea de se desviar dos procedimentos e da cooperação da cabine de comando. Os planos de voo muitas vezes tornavam os procedimentos de controle mútuo de procedimentos impraticáveis ​​e eram comumente ignorados. 

A comissão teve a impressão de que a transição da Widerøe de uma companhia aérea exclusivamente Twin Otter para também operar o Dash 7 mais exigente não foi realizada de forma adequada, o que resultou em deficiências nos procedimentos de treinamento e operação. Todas as listas de verificação durante o voo foram seguidas corretamente. No entanto, os pilotos não elegeram um método de duplo controle de descida e aproximação, como o uso de briefings e callouts.

Torghatten, o local do acidente
Os pilotos tiveram várias não conformidades com os regulamentos em sua descida. Isso incluiu o uso de "Torghatten" durante as instruções do capitão, apesar de não haver marcação no mapa com esse nome, nem de estar localizado perto da montanha. 

A aeronave deveria ter planado a 750 metros (2.500 pés), mas em vez disso ocorreu a 500 metros (1.500 pés). A próxima descida foi iniciada a 8 milhas náuticas (15 km; 9 mi) em vez de 4 milhas náuticas (7 km; 5 mi) do aeroporto e a aeronave ficou sob a altitude permitida.

A aeronave estava usando regras de voo por instrumentos (IFR) e Torghatten estava coberto de névoa. A visibilidade estava dentro da faixa permitida de IFR. A comissão encontrou cinco erros nos mapas de Widerøe que podem ter influenciado o acidente. Isso incluía uma formulação que dava a impressão de que DMR não estava em uso; um farol marcador "Torget" fechado ainda estava nos mapas; um plano de voo vertical de Lekan não foi incluído; as limitações de altura na área do acidente foram observadas por meio de comentários, e não por meio de uma apresentação gráfica; e confusão sobre quando o momento da abordagem final deve começar. 

A comissão também criticou a companhia aérea por suas listas de verificação instruindo os pilotos a um dos VHFcanais para a frequência da empresa durante a descida, em um momento em que a comunicação não relacionada à segurança é indesejada.


Como a aeronave estava lotada, o passageiro foi autorizado a sentar-se no assento auxiliar da cabine. O passageiro não tinha ligação com a companhia aérea, mas obteve permissão do comandante por meio de um conhecido da companhia aérea. 

Vários dos outros passageiros eram funcionários em Widerøe e deveriam - de acordo com as regras da companhia aérea - ter se sentado lá. De Namsos a Brønnøysund, havia assentos disponíveis na cabine, mas o passageiro do assento auxiliar continuou sentado na cabine. 

A comissão considerou que a conversa do passageiro com o capitão desviou sua atenção e concentração de suas funções em um ponto crítico do voo. Isso também interrompeu a comunicação entre os dois pilotos, resultando na interrupção do controle mútuo.

Resgate


A aeronave caiu em Torghatten, que está localizado a 9 km (6 mi) a sudoeste do aeroporto de Brønnøysund. A montanha tem 271 metros (888 pés) de altura e é uma altura distinta em uma área que é bastante plana. 

A aeronave atingiu o lado oeste da montanha em um ponto onde o terreno é íngreme de quarenta graus. A linha central da rota de voo é de 800 metros (2.600 pés) de Torghatten. O naufrágio se espalhou por uma área de 60 a 100 metros (200 a 330 pés) abaixo do ponto de impacto.

O AFIS fez várias tentativas para chamar a aeronave. Ele recebeu uma ligação de um residente próximo a Torghatten que disse ter ouvido barulho de aeronave seguido de um acidente. 

O Corpo de Bombeiros de Brønnøysund e um helicóptero de ambulância com um médico foram enviados para Torghatten. O trabalho de resgate foi dificultado por nuvens baixas, pequenos incêndios e explosões. O terreno era difícil e a falta de luz do dia dificultava o atendimento da situação.


Um helicóptero com equipe médica e direto do aeroporto chegou às 21h25, enquanto um ponto de encontro para os parentes mais próximos era estabelecido no aeroporto. Às 23h30, a polícia afirmou que não havia esperança de encontrar sobreviventes e a cena mudou de uma busca para uma cena de investigação. Devido ao nevoeiro, não foi possível verificar se todas as pessoas foram mortas até ao dia seguinte. Setenta e cinco soldados da Guarda Nacional participaram do resgate.

Investigação


O Conselho de Investigação de Acidentes da Noruega foi informado sobre o acidente às 21h10. Quatro membros da comissão de investigação foram nomeados, consistindo do líder Tenente General Wilhelm Mohr, Piloto Hallvard Vikholt, Tenente Coronel Asbjørn Stein e Chefe de Polícia Arnstein Øverkil. Devido às más condições meteorológicas, a comissão não foi reunida em Brønnøy até às 15h00 de 7 de maio. No mesmo dia, o Serviço Nacional de Investigação Criminal chegou para ajudar a AIBN. 

Seis pessoas indicadas pelo Conselho Canadense de Segurança da Aviação, incluindo representantes de Havilland Canada e Pratt & Whitney Canada, foram enviados para auxiliar na investigação. Quatro representantes de Widerøe estavam disponíveis para consultas com a comissão. A comissão de investigação foi posteriormente complementada pela psicóloga Grethe Myhre e Øverkil substituído por Arne Huuse.


O sistema VOR/DME foi testado pela Administração da Aviação Civil em 7 de maio e estava funcionando corretamente. A AIBN estabeleceu uma base de operações no hangar no Aeroporto de Brønnøysund e usou um helicóptero para transportar os pedaços dos destroços e os corpos para o Hospital Universitário de Trondheim para identificação. 

As investigações técnicas começaram em 9 de maio. A aeronave era equipada com um gravador de dados de voo e um gravador de voz da cabine. Ambos foram encontrados intactos e decodificados no Departamento de Investigação de Acidentes Aéreos no Reino Unido. O uso inadequado do microfone dificultou a escuta da voz do capitão, mas foi possível reconstituir as conversas e o desenrolar dos acontecimentos. 

Um serviço memorial foi realizado em 10 de maio e contou com a presença da primeira-ministra Gro Harlem Brundtland. O último pessoal da Guarda Doméstica concluiu seu trabalho em 11 de maio e a polícia concluiu suas investigações em Torghatten em 13 de maio.


Em maio de 2013, a comissão de investigação foi informada de que dois passageiros estavam com o seu telefone móvel Mobira NMT-450 cada um nos voos. Como isso não havia sido mencionado no relatório original, a AIBN fez uma revisão do assunto e principalmente se os telefones poderiam ter influenciado a navegação vertical. Eles concluíram em dezembro que não era esse o caso, pois não havia indícios de interferências e que não havia casos em que a interferência eletromagnética tenha contribuído para um acidente de aviação.

Consequências


O voo 710 foi o segundo acidente fatal de um Dash 7 e continua sendo o mais mortal. Na época, foi o terceiro acidente de aviação mais mortal da história da Noruega, depois do acidente do Holtaheia Vickers Viking em 1961 e do voo Braathens SAFE 239 em 1972. Desde então, tornou-se o quarto acidente mais mortal da Vnukovo Airlines Flight 2801. Continua a ser o acidente mais mortal no norte da Noruega.


A comissão recomendou que Widerøe atualizasse seus mapas para Brønnøysund, revisasse e melhorasse seus procedimentos de pouso, melhorasse seus procedimentos de controle interno para garantir que os pilotos seguissem os regulamentos de operação de voo da companhia aérea e que introduzissem a regra do cockpit estéril. 

A comissão recomendou que a Administração da Aviação Civil alterasse as rotas de voo em Brønnøysund para aumentar a altitude em torno de Torghatten. O voo 710 foi o segundo de quatro acidentes fatais de Widerøe que ocorreram entre 1982 e 1993. No primeiro acidente, o voo 933, uma cultura pobre da cabine também foi descoberta, mas pouco foi seguido, em parte por causa de uma teoria da conspiração que surgiu a respeito de uma colisão com um caça a jato. Também nos dois principais acidentes de Widerøe a seguir, o voo 893 em 1990 e o voo 744 em 1993, a investigação descobriu deficiências operacionais.

A imprensa fez uma cobertura agressiva do acidente. Várias organizações de imprensa importantes compareceram ao serviço fúnebre, e os jornais publicaram fotos em close de parentes chorando em suas primeiras páginas. A Comissão de Reclamações da Imprensa Norueguesa, um comitê nomeado pelos próprios jornais, absolveu o Dagbladet após uma denúncia pelo uso agressivo de sua imagem. 

No entanto, a cobertura de acidentes iniciou um debate interno entre os jornalistas sobre sua cobertura de acidentes graves. A conclusão foi que o sofrimento privado não deveria ser coberto pela mídia e, desde então, eles tiveram uma auto-aplicação estrita dessa política.

O Aeroporto de Brønnøysund instalou o sistema de pouso baseado em satélite SCAT-I em 29 de outubro de 2007. Steinar Hamar da Avinor afirmou na cerimônia de abertura que o sistema teria impedido o voo 710 e o voo 744 no aeroporto de Namsos em 1993. O roll-out, ocorrendo na maioria dos aeroportos regionais de AVINOR, estava programado para terminar em 2013.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipedia, ASN e baaa-acro