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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Kinzhal: como é o míssil hipersônico que a Rússia alega ter usado na Ucrânia

Lançado do ar por um caça MiG-31K ou um bombardeiro Tu-22M3, artefato é uma adaptação de um míssil balístico e teria capacidade de atingir Mach 10.

O MiG-31 com o enorme míssil Kinzhal: novas missões para o antigo caça (Foto TASS/Alexei Nikolsky)
A Rússia afirmou ter disparado mísseis hipersônicos Kinzhal na sexta-feira, 18, em direção a um armazém de armamentos na parte ocidental da Ucrânia, numa clara demonstração de intimidação contra as forças de defesa do país e a OTAN.

Transportado por um imenso caça MiG-31K ou um bombardeiro Tu-22M3, o Kinzhal, também conhecido pela designação Kh-47M2, é uma adaptação do míssil balístico Iskander-M, de curto alcance.

Ele é transportado sob o MiG-31K e tem cerca de 8 metros de comprimento e um metro de diâmetro. A Rússia projetou o artefato como uma arma capaz de atingir alvos de grande importância como instalações militares, embarcações já que ele pode transportar uma ogiva nuclear – o país insinua que o Kinzhal poderia ser usado até para derrubar satélites no espaço.

Kinzhal: o míssil hipersônico usado pela Rússia na Ucrânia
Graças a sua enorme velocidade, de Mach 10 (10 vezes a velocidade do som), o Kinzhal pode em tese driblar defesas anti-aéreas por não permitir tempo hábil para uma reação.

Desde 2018, a Força Aérea da Rússia demonstra o míssil em voo, que teria um alcance de até 2.000 km se disparado do MiG-31 ou de 3.000 km se for transportado pelo Tu-22M3.

Falso míssil hipersônico


A despeito de ser classificado pela Rússia como um míssil ar-terra “hipersônico”, para muitos analistas ocidentais o Kinzhal é uma arma mais simples, cujo desempenho é o mesmo de mísseis balísticos, projetados para atingir altas velocidades.

Um míssil hipersônico moderno utiliza um sistema de propulsão “scramjet”, em que o motor queima uma mistura de combustível com ar comprimido em alta temperatura em vez de usar um propulsor semelhante a um foguete.

O míssil balístico Iskander-M, que teria dado origem ao Kinzhal
Seja como for, é uma arma a ser temida e que demonstra a intenção de Vladimir Putin de continuar a escalar o conflito.

'Aceleração de tirar o fôlego': como são jatos que podem chegar à Ucrânia

Caça russo MiG-31, com o míssil hipersônico Kinzhal, faz exibição de voo em maio de 2018,
em Moscou; em março de 2022, ele foi usado para atacar a Ucrânia (Foto: AFP)
O debate sobre se o Ocidente deve ou não fornecer jatos à Ucrânia em meio à guerra com a Rússia está em alta. Os modelos em questão seriam o F-16 ou o MiG-29. Mas, afinal, qual deles seria o mais adequado?

A decisão depende de para qual finalidade os caças seriam utilizados. Deve ser considerado se os alvos seriam em solo ou em ar, além do tempo de treinamento necessário para pilotar cada modelo.

F-16
  • Foi desenvolvido nos Estados Unidos na década de 1970 para ser vendido a nações parceiras como um jato de baixo custo.
  • É considerado um avião de combate multimissão.
  • É o atual caça a jato com mais unidades em operação no mundo.
  • Ainda é produzido nos EUA e está em constante aperfeiçoamento.
MiG-29
  • Entrou em operação em 1983, com o objetivo de proteger as fronteiras do Pacto de Varsóvia contra caças da Otan.
  • Foi uma resposta soviética ao F-16.
  • Pode decolar e atingir seu alvo rapidamente.
  • É extremamente manobrável em combate aéreo, podendo até ficar verticalmente no ar por curtos períodos.
  • Sua versão inicial conseguia levar pouco combustível para poupar peso.
"A aceleração é de tirar o fôlego"

É assim que o ex-piloto da Força Aérea alemã, Joachim Vergin, descreveu à Deutsche Welle a sensação de pilotar um caça.

De maneira geral, os aviões a jato são altamente móveis e, portanto, podem proteger áreas maiores e derrubar mísseis de cruzeiro.

O treinamento para um piloto poder comandar esse tipo de aeronave, no entanto, dura de cinco a seis anos e custa 5 milhões de euros (R$ 27,8 milhões) por pessoa.

Via UOL

sábado, 18 de fevereiro de 2023

Do que caças como F-16 e MiG-29 são capazes?

Jatos como o F-16 ou o MiG-29 podem mudar uma guerra, e é por isso que a Ucrânia gostaria de tê-los. Mas como funcionam e quais as diferenças entre eles?


Nas curvas, a pressão do corpo contra o assento é gigantesca. Somente pessoas com o mais alto nível de preparo físico conseguem aguentar. Além disso, é preciso vestir calças especiais que permitam a circulação do sangue nas pernas e evitem que o piloto perca a consciência. O voo raramente tem velocidade inferior a 900 km/h.

"A aceleração é de tirar o fôlego." É assim que o ex-piloto da Força Aérea alemã Joachim Vergin descreve a sensação de pilotar um caça. Talvez ela seja comparável a de andar numa montanha-russa – mas com forças duas vezes maiores, ou até mais.

É um desafio complexo, que implica também saber utilizar um vasto leque de armas. Lutar, desviar, defender-se. Em caso de problemas, a questão é sempre de vida ou morte – e tudo isso muitas vezes na velocidade do som.

Motor forte e armas


Atualmente, está em debate se o Ocidente deve ou não fornecer jatos à Ucrânia, como os modelos F-16 ou MiG-29. Mas qual deles seria o mais adequado?

Os caças a jato foram usados ​​pela primeira vez no final da Segunda Guerra Mundial. Com seus motores, voavam muito mais rápido do que os aviões a hélice usados ​​até então.

Um motor a jato funciona da seguinte forma: o ar é sugado para dentro do propulsor e comprimido. O combustível é então pulverizado no agora altamente comprimido ar e inflamado.

Como resultado, o ar é empurrado de forma "extremamente forte" para fora do motor, como explica Robert Kluge, especialista em aviação do Deutsches Museum, em Bonn, na Alemanha. Esse ar, então, empurra contra a resistência, seja a pista ou o ar circundante, acelerando a aeronave.

Os caças podem atacar alvos tanto no ar quanto no solo. Para batalhas aéreas, são equipados com mísseis ar-ar, que podem ser lançados durante o voo e destruir alvos que também estejam voando. Para alvos terrestres, usam projéteis ar-terra ou bombas de queda livre, explica à DW Leonhard Houben, historiador do Museu de História Militar Berlin-Gatow.

No momento da construção, são ponderados aspectos como se a intenção é utilizá-los para lutar contra outras aeronaves – e se elas podem revidar – ou se o plano é atacar alvos no solo. Essas considerações estratégicas também são importantes ao usar a tecnologia. O avião tem que ser leve e rápido para o combate aéreo ou tem que ser equipado com grandes tanques de combustível para voos mais longos?

MiG: ágil e leve


O MiG-29, um dos aviões cogitados para envio à Ucrânia, entrou em operação com um objetivo bastante claro: proteger as fronteiras do Pacto de Varsóvia contra caças da Otan. Isso significa que esse interceptador, que entrou em serviço em 1983, pode decolar e atingir seu alvo rapidamente.

Devido ao seu design, o MiG-29 é extremamente manobrável em combate aéreo: pode até ficar verticalmente no ar por curtos períodos de tempo. Contudo, sua versão inicial levava pouco combustível, para poupar peso.

F-16: polivalente


A maioria dos caças modernos combina uma variedade de capacidades. Segundo Houben, é mais econômico construir os chamados aviões de combate multimissão porque podem ser fabricados em grande número em apenas uma linha de produção.

O F-16 é um desses polivalentes produzidos em massa. Foi desenvolvido nos EUA na década de 1970 para ser vendido a nações parceiras como um jato multifuncional de baixo custo. O F-16 é o atual caça a jato com mais unidades em operação no mundo. Ainda é produzido nos EUA e está em constante aperfeiçoamento.

Houben diz que indiscutivelmente "os F-16 construídos há 20 anos estão no mesmo nível dos jatos russos construídos há três ou cinco anos". Uma das razões é que o desenvolvimento da tecnologia de jatos de combate foi interrompido na Rússia na década de 1990 e muitos talentos emigraram.

Devido ao seu design, o MiG-29 é extremamente manobrável em combate aéreo
(Foto: Roman Pilipey/dpa/picture alliance)

O papel das armas


Além da tecnologia, o armamento é crucial. Sem ele, um avião é apenas "uma casca, como um caminhão de bombeiros sem uma escada magirus", compara Kluge. Como outros especialistas, ele está convencido de que, se as aeronaves forem entregues à Ucrânia, serão equipadas com um pacote moderno de armas, porque só assim os ucranianos poderiam usar esses aviões para proteger seu espaço aéreo.

Ao contrário dos mísseis antiaéreos que são disparados do solo, os aviões a jato são altamente móveis e, portanto, podem proteger áreas maiores e derrubar mísseis de cruzeiro com projéteis ar-ar. Houben, no entanto, vê combates aéreos ao estilo de Hollywood entre aviões russos e ucranianos como improváveis, uma vez que as aeronaves modernas atacam-se a partir de grandes distâncias, sem estarem em contato próximo.

É um pouco semelhante aos tanques de guerra: quem atira primeiro e acerta, vence. Mísseis ar-ar modernos, uma vez lançados, aproximam-se sorrateiramente do alvo e aparecem no radar pouco antes do impacto. Muitas vezes, é tarde demais para evitar a explosão. Geralmente há pouco espaço para reviravoltas, tiros de metralhadora e coisas que comumente aparecem nos filmes.

Treinamento leva anos


No entanto, um piloto de caça também deve ser capaz de fazer combate corpo a corpo se todos os mísseis forem disparados. Ou seja: precisa ser multitarefa em condições extremas. Por isso, os pilotos não se formam da noite para o dia: para o Eurofighter usado na Alemanha, o treinamento dura de cinco a seis anos e custa 5 milhões de euros por piloto.

No primeiro voo, o ex-piloto Joachim Vergin teve um grande problema: um dos motores falhou. Embora estivesse com muito medo, soube reagir graças aos exercícios a que foi submetido, manteve a calma e pousou em segurança.

É frequente que um piloto aprenda a pilotar apenas um tipo de caça e o retreinamento para outro leve muito tempo. Quando Vergin fez a transição do modelo Phantom para o Tornado, teve que se preparar por sete meses.

É precisamente nesse ponto que todos os especialistas ouvidos pela DW veem o maior desafio para os pilotos ucranianos. Todos os manuais, todos os botões das aeronaves da Otan estão em inglês – e não é fácil manipulá-los quando se é alfabetizado em cirílico. Além disso, os números são expressos em pés e milhas, enquanto os da antiga União Soviética usam valores métricos.

Jato como mito


Na guerra, no entanto, os caças são mais do que a soma de suas capacidades técnicas. Kluge descreve o avião como um "mito" porque, ao contrário dos humanos, ele também pode se mover para o alto e para baixo.

Um caça a jato pode ser visto como um símbolo que pode aumentar a moral das tropas. E sua mera presença pode fazer os inimigos pensarem duas vezes antes de se aventurar a atacar um país.

Via Lukas Stock (DW)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Hoje na História: 6 de fevereiro de 2022 - O último voo do gigante Antonov An-225


Em 4 de fevereiro de 2022, o Antonov An-225 Mriya, prefixo UR-82060, da Antonov Airlines, realizou sua última missão, retornando ao Aeroporto de Hostomel, na Ucrânia.


Quando da Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, mais precisamente no dia 27 de fevereiro de 2022, o único exemplar do Antonov An-225 Mriya foi destruído por um ataque russo no hangar do aeroporto de Hostomel, próximo a Kiev, onde a aeronave estava, durante a Batalha do Aeroporto Antonov.


O gigantesco cargueiro de 33 anos da era da Guerra Fria, movido por seis motores turbofan, foi originalmente planejado para transportar o ônibus espacial soviético Buran. Na década de 1990, a Antonov Company redefiniu a missão única do jato, transformando-o em um transporte comercial de carga.


O avião de duas caudas com envergadura de 290 pés era movido por seis motores turbofan Ivchenko Progress D-18 e podia voar até 250 toneladas por pelo menos 4.000 km (2.159 milhas náuticas) em cerca de cinco horas. Tornou-se conhecido por seu apelido, Mriya, uma palavra ucraniana para “sonho”. Durante décadas, o avião único circulou o globo, estabelecendo recordes de cargas pesadas.

Por Jorge Tadeu com Wikipedia

domingo, 22 de janeiro de 2023

Veículo aéreo não tripulado de reconhecimento da Rússia é abatido por forças da Ucrânia


O Comando da Força Aérea das Forças Armadas da Ucrânia diz que seu braço de defesa aérea destruiu o drone operacional-tático Orlan-10, de registro 1111, da Força Aérea da Rússia, na sexta-feira (20).


O Orlan-10 é um veículo aéreo não tripulado de reconhecimento desenvolvido pelo Centro de Tecnologia Especial em São Petersburgo para as Forças Armadas Russas. O Orlan-10 possui um casco composto que reduz sua assinatura de radar.

Um Orlan-10 na catapulta de lançamento
O Orlan-10, embora não seja sofisticado, é barato e simples de operar. Ele voa alto demais para ser vulnerável a defesas aéreas de curto alcance, mas é muito barato para justificar o uso de defesas de longo alcance caras. Ele fornece uma visão suficiente do campo de batalha para identificar os alvos.

Um Orlan-10 em exibição em 2022
Via ASN e Wikipedia

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Oito lições que as forças aéreas estão aprendendo com a guerra na Ucrânia


Dez meses e meio se passaram desde que a Rússia iniciou sua invasão em grande escala da Ucrânia. A guerra resultante tornou-se o conflito mais intenso e de grande escala das últimas décadas, e aquele que subverteu muitas expectativas de ambos os lados.

Recentemente, tem havido uma infinidade de relatórios e análises, investigando vários detalhes de campanhas aéreas travadas pela Rússia e pela Ucrânia.

Vamos tentar extrair e resumir as observações feitas pelos analistas. Algumas de suas percepções já tiveram efeito sobre os gastos com defesa, treinamento e desenvolvimento de armas em todo o mundo. Outros ainda precisam ser considerados, ou talvez sejam descartados devido à rápida mudança da situação.

Então, que lições de aviação militar podem ser aprendidas com esta guerra?

1. Nem todas as guerras são travadas pelo poder aéreo


A aviação está no centro da doutrina militar da OTAN. Mesmo antes do início da Guerra Fria, os EUA e muitos de seus aliados tentaram criar uma vantagem quantitativa e qualitativa do poder aéreo e confiar nela como a ponta da lança em suas campanhas militares.

Durante os primeiros dias da invasão da Ucrânia pela Rússia, falava-se que o exército russo era principalmente um exército de artilharia. Esse recurso foi rápido para se revelar. Quando as linhas de frente se estabilizaram, a Rússia então em avanço começou a gastar quantidades estupendas de projéteis, efetivamente nivelando cidades inteiras antes de capturá-las. A Ucrânia não teve escolha a não ser responder com suas próprias barragens de artilharia, embora mais precisas.

As instalações do hospital da cidade após um incêndio causado pelo bombardeio da artilharia russa em Kharkiv, 1º de agosto de 2022 (Foto de Mykhaylo Palinchak/SOPA Images/Sipa USA/Reuters)
Ataques aéreos em grande escala, como os conduzidos pelos EUA durante a Guerra do Golfo de 1990-1991, não foram vistos em lugar nenhum. Isso mais uma vez nos lembra que o poder aéreo esmagador não é a única maneira de fazer a guerra, e isso deve ser levado em consideração. Alguns analistas militares pediram esforços para reverter a “atrofia” da artilharia da OTAN, outros criticaram tal abordagem como ineficiente. Seja qual for o lado que tomemos, não há como negar que a guerra na Ucrânia aumentou a consciência de uma visão de guerra não centrada na aviação.

2. As defesas aéreas terrestres são importantes


Durante a Guerra Fria, incapaz de responder à vantagem da aviação da OTAN, a União Soviética despejou seus recursos no desenvolvimento de sistemas eficazes de defesa aérea terrestre (GBAD). Décadas depois, alguns desses sistemas – como o S-300 e o Buk – ainda formam a espinha dorsal das defesas aéreas da Rússia e da Ucrânia.

Eles têm sido altamente eficazes, criando uma espécie de negação mútua da superioridade aérea: nem as aeronaves russas nem as ucranianas tiveram sucesso em romper essas defesas desde que as redes GBAD foram estabelecidas em março de 2022.

Lançadores de mísseis croatas (Foto: David Monniaux via Wikimedia Commons)
A proeminência do GBAD, e não apenas do poder aéreo, refletiu-se nos esforços da OTAN para fornecer esses sistemas à Ucrânia e nos pedidos de seus membros por mais baterias antiaéreas no flanco oriental da aliança.

No entanto, a dependência doutrinária do poder aéreo deixou os sistemas de defesa aérea da OTAN sobrecarregados. Representantes de defesa dos Estados Unidos e de países europeus admitiram que suas capacidades são limitadas. Numerosos países – incluindo os da OTAN e não pertencentes à OTAN – anunciaram que estavam aumentando seus gastos com novos sistemas GBAD, citando as lições da Ucrânia como uma influência direta.

3. Os recursos de SEAD/DEAD não devem ser subestimados


A supressão das defesas aéreas inimigas (SEAD) e a destruição das defesas aéreas inimigas (DEAD) são duas partes da forma como a OTAN lida com o armamento antiaéreo inimigo. São operações complexas e perigosas que visam sistemas GBAD com armas e táticas especiais.

Guerras passadas, como a Operação Tempestade no Deserto, tiveram extensas campanhas SEAD/DEAD como parte de seu ato de abertura. A invasão da Ucrânia pela Rússia não teve nada disso, sugerindo que as Forças Aeroespaciais Russas (VKS) têm apenas capacidades limitadas para atingir defesas aéreas avançadas. A Ucrânia também teve sucesso limitado nessa tarefa, apesar de ser abastecida com mísseis anti-radar fabricados nos Estados Unidos.

“A lição imediata é que o fracasso da Rússia e a incapacidade da Ucrânia de conduzir operações bem-sucedidas de supressão e/ou destruição das defesas aéreas inimigas (SEAD/DEAD) prejudicaram a eficácia no campo de batalha de ambas as forças aéreas. É vital entender isso porque, atualmente, nenhuma força aérea ocidental além da Força Aérea dos EUA tem qualquer capacidade SEAD/DEAD séria – apesar de, em muitos casos, ter acesso a aeronaves e armas projetadas expressamente para a tarefa”, um relatório do Royal United Services Institute (RUSI), um proeminente think-tank de defesa do Reino Unido, afirma.

A base do futuro Rafale SEAD será provavelmente a versão de dois lugares, onde o assento traseiro se tornará o "escritório" do operador do complexo sistema de guerra eletrônica necessário para realizar essas missões perigosas (Foto: Dassault)
A Força Aérea Francesa foi a primeira a reagir a isso e iniciou o desenvolvimento de uma versão do Dassault Rafale dedicada ao SEAD/DEAD. Desenvolvimentos semelhantes são esperados no futuro.

4. Missões aéreas de grande escala são difíceis


O treinamento aéreo e o combate da OTAN geralmente envolvem centenas de aeronaves trabalhando em coordenação, ao mesmo tempo realizando várias missões que incluem reconhecimento, superioridade aérea, ataque ao solo e muito mais – com o apoio de reabastecimento aéreo e gerenciamento de missão aérea.

A Rússia não realizou tais missões na Ucrânia, apesar de ostensivamente ter a capacidade. De acordo com o relatório RUSI acima mencionado, a principal razão para isso foi a incapacidade da Rússia de organizar operações de reabastecimento aéreo em massa que exigem disponibilidade de tanques, treinamento rigoroso de pilotos e altos níveis de coordenação.

Um Sukhoi Su-25SM3 foi abatido em 3 de março de 2022 (Foto: Ministério da Defesa da Ucrânia) 
“A maioria de suas frotas de caças [russas] não tem apoio de petroleiros na maior parte do tempo”, disse Justin Bronk, analista de aviação de combate da RUSI, em entrevista ao podcast Geopolitics Decanted. “Isso realmente ajuda a explicar essa falta de capacidade de sequenciar grandes e complexos pacotes de ataque, da maneira como o Ocidente faz o poder aéreo quando tenta entrar em um espaço aéreo contestado.”

Bronk elaborou esse argumento em um artigo anterior, destacando a importância de exercícios de grande escala, como o Red Flag, para manter a capacidade de conduzir missões de grande escala.

5. A guerra de armas combinadas não deve ser tomada como garantida


O combate de armas combinadas é uma estratégia que enfatiza a integração de todos os tipos de armas – como infantaria, unidades blindadas, artilharia e força aérea – umas com as outras e utilizando-as de modo que as fraquezas de qualquer uma das armas sejam compensadas pelas forças das outras.

É a forma preferida de lutar para a maioria dos exércitos modernos e, pelo menos no papel, a Rússia demonstrou excelência nisso durante grandes exercícios militares organizados nos últimos anos. Quando se trata de demonstrar armas combinadas na Ucrânia, o desempenho dos militares russos foi decididamente abaixo do esperado.

“Em vez de um único comandante operacional e quartel-general de compensação, as forças russas contam com uma rede bizantina C2 [comando e controle] que é incapaz de combinar armas efetivamente no nível da força conjunta ou sincronizar operações, estimulando assim operações russas sequenciais que carecem do benefícios sinérgicos de armas combinadas”, diz um relatório da AUSA, um think-tank militar com sede nos EUA.

A ordem de batalha do VKS inclui uma ampla gama de aeronaves, como o Su-34 'Fullback',
que foi observado operando sobre a Ucrânia (Foto: Ministério da Defesa da Rússia)
Muitos relatórios semelhantes destacaram as comunicações vacilantes entre as forças terrestres e aéreas como uma das principais razões para essa falha. Desde os primeiros dias, quando a aviação tática russa falhou em fornecer apoio aéreo próximo à força invasora, até a incapacidade da Força Aérea Russa de lutar durante os avanços ucranianos no outono, a falta de comunicação e coordenação tem sido constantemente exibida.

Alguns relatórios argumentaram que a falta de treinamento está no centro desse problema, já que nem as unidades terrestres nem as aéreas russas tinham prática suficiente na execução de manobras de armas combinadas. Outros culparam a falta de equipamentos de comunicação necessários. E outros disseram que problemas procedimentais – como formas inflexíveis e ineficazes de selecionar e priorizar alvos – são os culpados.

Seja qual for o caso, a guerra mostrou que mesmo os exércitos que pensam que podem empregar efetivamente o poder aéreo em operações de armas combinadas podem ter dificuldades quando confrontados com as condições do mundo real.

6. As armas de precisão devem ser fabricadas em quantidades adequadas


Assim como a última lição, esta não é exclusiva das Forças Aéreas. A falta de capacidade de produção de munições indiscutivelmente tem um impacto ainda maior na artilharia, já que tanto a Rússia quanto a Ucrânia gastam quantidades insustentáveis ​​de projéteis, disparando a taxa de produção de um ano em um mês. Mas esse problema é igualmente agudo para as forças aéreas russas e ucranianas.

As ruínas de um obus russo MSTA 2S19 em Trostyanets, Ucrânia, em 21 de abril (Foto: Gaelle Girbes)
“Os russos esgotaram em grande parte seus suprimentos de mísseis e bombas guiadas com precisão. Então, como resultado, eles se voltaram para o Irã e disseram 'poderíamos comprar alguns de seus drones?' Na minha opinião, este é o sinal da fraqueza da Rússia agora”, explicou Kurt Volker, ex-embaixador dos EUA na OTAN e ex-representante especial dos EUA na Ucrânia, em entrevista ao AeroTime. “Não fizemos o suficiente pela Força Aérea da Ucrânia.” Ex-embaixador dos EUA na OTAN

Desde então, a Rússia tentou iniciar a fabricação doméstica de mísseis de cruzeiro em grande parte graças à aquisição de eletrônicos no mercado negro, afirmam os últimos relatórios. A luta destaca a ideia que muitos relatórios exploraram desde o início da guerra: que os exércitos modernos, voltados para guerras expedicionárias de pequena escala, muitas vezes lutam para acompanhar um conflito de grande escala quando se trata de gastos com munições.

7. As armas de precisão devem ser mais baratas


A insustentabilidade do uso em massa de armas caras de alta tecnologia, como mísseis guiados por laser, tem sido destacada por décadas. Entre o uso pela Ucrânia dos mais recentes sistemas de defesa aérea contra drones iranianos de baixa tecnologia e o gasto russo de mísseis de cruzeiro em alvos táticos, fica clara a ideia de que as armas de precisão realmente deveriam ser mais baratas.

Um fragmento de um míssil Tochka-U visto após um ataque a uma estação ferroviária
em Kramatorsk, Ucrânia, em 8 de abril de 2022 (Foto: Andriy Andriyenko/AP)
A alternativa é recorrer a armas não guiadas, ou as chamadas 'bombas burras', que também são amplamente utilizadas na Ucrânia e são muito menos eficazes, além de resultar em imensos danos colaterais.

Várias iniciativas para desenvolver ou produzir armas de precisão mais baratas – e até entregá-las à Ucrânia – foram propostas. O Pentágono começou a avaliar a produção do GLSDB, uma onipresente bomba GBU-39 modificada com um motor de foguete. O Reino Unido incluiu o desenvolvimento de um míssil de cruzeiro de baixo custo nos planos de produção de armas. Os argumentos de ambos os casos citaram a guerra da Ucrânia como uma grande influência.

8. Drones têm seu lugar e hora


O uso intenso de veículos aéreos não tripulados tem sido uma característica proeminente de muitos conflitos armados nas décadas anteriores. A guerra na Ucrânia aumentou ainda mais essa tendência. De imagens granuladas de ataques de Bayraktar TB2 a vídeos de DJI Mavics se envolvendo em combates aéreos , os drones estão no centro das atenções desde o início da guerra.

Rastreador de armas da Ucrânia (Imagem via Twitter)
Os investimentos em tecnologias não tripuladas dispararam: Baykar admitiu lutar para acompanhar o fluxo de pedidos para o TB2, enquanto a produção de munições ociosas aumentou dramaticamente. Alguns analistas até prevêem que as compras militares se tornarão o principal impulsionador do mercado de drones comerciais.

No entanto, o fato de os drones serem importantes é uma lição que os militares aprenderam décadas atrás. A invasão da Ucrânia pela Rússia complementou essa lição com outra: é importante usar os drones com sabedoria.

De acordo com Volker, os Bayraktars foram altamente eficazes durante a fase inicial da guerra, enquanto as redes GBAD ainda não foram estabelecidas - no entanto, a eficácia dessas máquinas lentas e de baixo custo diminuiu desde então. Bronk concorda com isso e acrescenta que a Rússia experimentou a mesma luta com seus drones Orlan igualmente baratos, que só são eficazes se as defesas aéreas do inimigo não estiverem bem configuradas – caso contrário, a vida útil de qualquer drone convencional torna-se muito curta.

Há muito se sabe que os drones não furtivos e não autônomos têm aplicabilidade limitada em um campo de batalha onde as defesas aéreas estão ativas, e a guerra na Ucrânia ilustrou isso mais uma vez. A autonomia, a capacidade de compensação e outras medidas podem mitigar isso até certo ponto, argumentam os analistas, mas deve-se notar que os drones por si só não são uma tecnologia mágica que mudará a maneira como as guerras são travadas.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu - Com informações do Aerotime

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Queda de helicóptero mata ministro do Interior da Ucrânia e outras 14 pessoas


O helicóptero Eurocopter EC225LP Super Puma, prefixo 54 Blue, do Serviço de Estado de Emergência da Ucrânia, que transportava funcionários de alto escalão do governo ucraniano caiu hoje, por volta das 10h30 (5h30 no horário de Brasília). Além do ministro do Interior, Denys Monastyrsky, estavam a bordo seu vice-ministro do Interior, Yevhen Yenin, e o secretário de Estado do Ministério de Assuntos Internos, Yuriy Lubkovych. Todos morreram.

A queda aconteceu perto de uma creche e de um prédio residencial na cidade de Brovary, nos arredores da capital Kiev. Veja o balanço preliminar divulgado por autoridades locais:

  • Pelo menos 15 pessoas morreram, incluindo três crianças e nove ocupantes do helicóptero;
  • Inicialmente o governo ucraniano tinha comunicado a morte de 18 pessoas. O número foi atualizado em um segundo boletim;
  • Há 29 pessoas feridas, sendo 15 crianças;
  • Não há confirmação oficial se a queda está relacionada a um acidente ou a um ataque russo.

Um morador afirmou à BBC que no momento do acidente havia muita neblina e os prédios estavam escuros porque a região está sem eletricidade.

"Tinham crianças e funcionários no berçário no momento desta tragédia. Neste momento, todos já foram retirados.", declarou Oleksiy Kuleba, governador da região de Kiev.


O vice-chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Kyrylo Tymoshenko, disse que o ministro do Interior estava a caminho de uma "área de tensão" da guerra quando seu helicóptero caiu.

Ainda não está claro se a queda do helicóptero foi provocada por um ataque russo ou se foi um acidente. A guerra na Ucrânia completará um ano em 24 de fevereiro.

O chefe da polícia nacional, Ihor Klymenko, informou que o helicóptero pertencia ao serviço de emergência do estado da Ucrânia.


Quem são os funcionários do governo que morreram?


Os três mortos eram as principais figuras do Ministério do Interior da Ucrânia, segundo informações da BBC. O helicóptero levava seis funcionários do governo e três tripulantes.

O ministro Denys Monastyrsky, de 42 anos, é a vítima ucraniana de maior visibilidade desde o início da guerra. Ele era responsável por atualizar o público sobre as baixas causadas por ataques russos.

Nesta foto de arquivo tirada em 5 de abril de 2022, o Ministro de Assuntos Internos da Ucrânia, Denys Monastyrsky, fala a jornalistas em Bucha, perto da capital Kiev (Foto: Genya Savilov/AFP)
O secretário de Estado Yurii Lubkovich organizava o trabalho da pasta. O vice-ministro Yevhen Yenin ajudou a representar o governo da Ucrânia no exterior antes de ser realocado no Ministério do Interior.


O assessor do Ministério do Interior, Anton Gerashchenko, disse que os três eram amigos e estadistas que trabalharam para tornar a Ucrânia mais forte.

"Sempre nos lembraremos de vocês. Cuidaremos das suas famílias", afirmou ele no Facebook.


Via ASN, UOL, Daily Mail - Fotos: Agências Internacionais

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Vídeo: Helicópteros de ataque Kamov Ka-52 faz ataque com foguetes contra forças ucranianas


Vídeo divulgado pelo Ministério da Desfesa da Rússia, mostra o trabalho de combate e reconhecimento das tripulações dos helicópteros de ataque Ka-52 das Forças Aeroespaciais Russas.

Tripulações de helicópteros de ataque Ka-52 causam danos com mísseis não guiados de 80 mm em posições fortificadas, equipamentos e mão de obra das Forças Armadas da Ucrânia.


Ao realizar um ataque com míssil, os pilotos de helicóptero usam o elemento acrobático “Gorka“, que permite desferir um ataque com míssil a longa distância com um acerto preciso no alvo.

Além disso, as tripulações voam em altitudes extremamente baixas, contornando o terreno, a fim de escapar dos sistemas de defesa aérea inimigos.


No vídeo o comandante do helicóptero disse que por vezes a altura de voo pode chegar a um metro acima do nível do solo.

Ao retornar aos locais de base, a equipe técnica e de engenharia prepara o equipamento de aviação para o trabalho de combate posterior.

Kamov Ka-52


Kamov Ka-52
O Ka-52 é um helicóptero de ataque de fabricação russa, produzido pela empresa Kamov. Foi baseado no Ka-50 desenvolvido na década de 1980 e introduzido no serviço ativo nas Forças Armadas da Rússia em 1995. Em 2008, a versão atualizada, chamada Ka-52, foi lançada pela Kamov.

Considerado um dos helicópteros mais avançados do seu tipo, ele é armado com um canhão automático de 30 mm no nariz, além de lançadores de mísseis ar-terra, também sendo capaz de atingir alvos no ar. Cada unidade desta aeronave custa em média US$ 16 milhões de dólares. Possui uma velocidade de cruzeiro de 270 km/h e um alcance operacional de 545 km.

É utilizado como helicóptero de ataque e escolta pesado, com forte blindagem e uma variedade de armamentos. Seus dois rotores coaxiais lhe dão muita estabilidade e manobrabilidade.

Via IstoÉ - Vídeo e fotos: Reprodução telegram Ministério da Desfesa da Rússia

sábado, 14 de janeiro de 2023

Rússia intensifica uso de drone kamizake: como funciona arma 'suicida'?

Drone kamikaze derrubado pela Ucrânia (Imagem: Ministério da Defesa da Ucrânia)
Os russos estão usando drones "suicidas" para aterrorizar os civis da Ucrânia. Fabricados no Irã e com custo baixo, essas armas impõem desafios para as defesas da Ucrânia, já ocupadas com os campos de batalha. Eles vêm principalmente à noite. Os moradores de cidades ucranianas vêm ouvindo as explosões dos drones kamikazes russos com mais frequência.

Como funciona?

  • O mais usado na Ucrânia é o Shahed-136. Ele é fabricado no Irã, embora a Rússia e o Irã neguem estarem negociando os equipamentos.
  • O Shahed-136 tem cerca de 3,5 metros de comprimento com asas que se estendem por 2,5 metros e pode transportar 50 kg de explosivos. Ainda conta com uma hélice traseira movida a gasolina para propulsão.
  • Sua velocidade máxima de 200 quilômetros por hora é relativamente baixa.
  • Tem um alcance, no entanto, de até 2 mil km. Ou seja, podem alcançar todas as cidades ucranianas a partir da Rússia.

Como funciona o ataque?


Ao contrário dos drones kamikaze Switchblade de fabricação americana, um alvo deve ser inserido no Shahed-136 com antecedência. O drone voa em direção ao alvo por conta própria e ele não pode ser alterado retroativamente. A partir daí, o drone opera de forma totalmente autônoma.

Os drones kamikaze são muitas vezes referidos como "munições de vadiagem" porque eles vagam em torno de áreas-alvo por algum tempo e atacam apenas quando um alvo é localizado.

Outros drones como o Switchblade podem pairar sobre uma área específica antes que um operador no solo atribua um alvo. Os alvos podem até ser móveis. O drone então voa em direção ao alvo após um comando e é destruído durante o ataque.

Vale a pena derrubar drones kamikaze?


O Shahed-136 não tem chance contra a moderna tecnologia de defesa aérea. Especialistas militares também argumentam que ele não é adequado para uso nas linhas de frente.

O uso dos drones kamikaze tem claramente outro objetivo: destruir infraestruturas civis e edifícios residenciais para espalhar o medo entre a população.

Com um preço de cerca de US$ 20.000 cada, os drones Shahed kamikaze são relativamente baratos. Como suas peças também são fáceis de encontrar, levanta-se o dilema se a implantação de um sistema de defesa antimísseis moderno contra eles faz sentido, considerando que cada míssil individual custa várias vezes mais do que um drone kamikaze.

Para complicar ainda mais, os russos têm usado "enxames" de drones Shahed. Mesmo que alguns deles sejam abatidos, outros ainda atingem seus alvos. Pior ainda, lutar contra os drones mantém as defesas militares e aéreas da Ucrânia ocupadas, afastando-as da frente de batalha onde são mais necessárias. Isso também parece fazer parte da estratégia da Rússia.

Especialistas militares ocidentais acreditam que os drones kamikazes servem como um substituto para os mísseis de cruzeiro, muito mais caros, que estão cada vez mais escassos na Rússia.

Termo enganador


Os ataques Kamikaze foram missões suicidas realizadas durante a Segunda Guerra Mundial por jovens pilotos japoneses que colidiam com suas aeronaves contra navios aliados para causar o máximo de dano possível. A morte do piloto era parte intrínseca de todo o conceito.

Os drones, por outro lado, não têm pilotos humanos. O termo "de uso único" seria mais adequado, porque, ao contrário dos drones Bayraktar turcos, que retornam após ataques ou voos de reconhecimento, os chamados drones kamikazes são destruídos durante os ataques.

Via UOL

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Veículo aéreo não tripulado de combate atinge rede elétrica e cai na Rússia


O UAV russo Forpost-RU produzido na Rússia sob licença da Israel Aerospace Industries, armado com uma bomba KAB-20, caiu nesta quarta-feira (11) a noite após colidir com linhas de energia perto da vila de Severny, região de Belgorod, na Rússia.

Esse tipo de Veículo Aéreo Não Tripulado de Combate (UCAV) vem sendo utilizado pela Rússia nos combates na Guerra da Ucrânia.


Via liveuamap.com e Clash Report

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Ucrânia já perdeu 30% da sua frota de caças MiG-29

Mig-29
Em quase 10 meses de conflito militar com a Rússia, a Ucrânia já perdeu pelo menos 15 dos 51 aviões de caças MiG-29 em serviço no país antes do início da guerra. É o que aponta um levantamento independente feito pelo site de defesa Oryx, com base em evidências visuais.

O avião supersônico é atualmente a principal aeronave de combate da Ucrânia. Ainda remanescentes da União Soviética, os caças não passaram por modernização como os “29” em serviço na Rússia, o que colocam os ucranianos em grande desvantagem no ar.

Mesmo assim, os MiG-29 ucranianos têm enfrentado – ainda que de maneira limitada, por conta dos números – os russos, além de terem sido adaptados para lançar mísseis antirradar americanos AGM-88 HARM contra as defesas antiaéreas do adversário.


Sem respostas para o pedido de aviões de caça de geração mais moderna dos aliados ocidentais, a expectativa na Ucrânia é pela chegada de 11 unidades do MiG-29 operadas pela Eslováquia e que passaram por um processo de modernização nos anos 2000.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Destroços de drone ucraniano matam três militares na Rússia, diz ministério


A Rússia informou nesta segunda-feira (26) que derrubou um drone ucraniano perto de uma de suas bases aéreas para bombardeiros de longo alcance dentro de seu próprio território.

Ainda segundo as autoridades russas, três militares da força aérea do país foram mortos no incidente.

O drone supostamente estava voando perto da base aérea de Engels, na Rússia, onde estão estacionados bombardeiros estratégicos de longo alcance que podem ter sido usados para atingir cidades e infraestruturas ucranianas.

Nenhum avião foi danificado no incidente, de acordo com o Ministério da Defesa em um comunicado divulgado por agências de notícias russas.

No entanto, contas russas e ucranianas não verificadas postaram nas redes sociais que vários aviões foram destruídos. A Reuters não conseguiu verificar esses relatos de forma independente.

“Um veículo aéreo não tripulado ucraniano (drone) foi abatido em baixa altitude enquanto se aproximava do aeródromo militar de Engels, na região de Saratov”, pontuou o comunicado do Ministério da Defesa publicado nesta segunda-feira.

“Três militares russos da equipe técnica que estavam no campo de aviação foram mortalmente feridos como resultado da queda dos destroços do drone”, adicionou.

Alvo de outro ataque


A base aérea, uma das duas bases estratégicas de bombardeiros que abrigam a capacidade nuclear da Rússia, está localizada perto da cidade de Saratov, cerca de 730 km a sudeste de Moscou e centenas de quilômetros das linhas de frente na Ucrânia.

Não houve comentários imediatos da Ucrânia, que nunca reivindicou publicamente a responsabilidade por ataques dentro da Rússia, mas os chama de “carma” pela invasão.

A mesma base foi atacada no início deste mês por drones ucranianos, disse a Rússia na época.

A Rússia tem de 60 a 70 aviões bombardeiros estratégicos de dois tipos – o Tu-95MS Bear e o Tu-160 Blackjack.

Ambos são capazes de transportar bombas nucleares e mísseis de cruzeiro com armas nucleares, bem como munições convencionais.

Moscou usou sua força aérea para disparar mísseis de cruzeiro no que chama de “operação militar especial” para degradar o potencial militar da Ucrânia.

Kiev afirmou que tais ataques equivalem a crimes de guerra e comparou a Rússia a um Estado terrorista.

O ataque anterior, de 5 de dezembro, à mesma base, junto a outra incursão no mesmo dia em outra base, levantou questões sobre a eficácia das defesas aéreas russas e chocou os comentaristas do país.

Se a Ucrânia conseguiu atacar tão longe no território russo, também pode ser capaz de atingir Moscou, avaliaram nas redes sociais.

Mais cedo na segunda-feira, Roman Busargin, governador da região de Saratov, disse que as instalações de infraestrutura civil não foram danificadas, e que as autoridades estão investigando o incidente na base.

“Não há absolutamente nenhuma ameaça para os residentes. As instalações de infraestrutura civil não foram danificadas”, ressaltou Busargin.

Via CNN

Lançado o fundo para a reconstrução do maior avião do mundo, o Antonov AN-225

(Imagem: Antonov Airlines, via YouTube)
Embora a guerra da Rússia contra a Ucrânia ainda não tenha se encerrado e os rumos do conflito continuem incertos, os ucranianos seguem cada vez mais confiantes de que os russos serão em breve derrotados e o país poderá se reerguer, incluindo a reconstrução do maior avião do mundo, o Antonov AN-225 Mriya, destruído nas primeiras semanas do conflito.

Em vídeo divulgado no dia 29 de novembro, conforme disponibilizado no player mais abaixo, o comandante Dmytro Antonov, que era o piloto-chefe e instrutor dos tripulantes do enorme avião, informa sobre o lançamento oficial do Fundo Internacional de Recuperação do Mriya.

Além de disponibilizar a página da Fundação Wings of Freedom (acessível neste link), que cuidará de gerenciar o dinheiro arrecadado, Dmytro também comenta que a fabricante de relógios Kyiv Watch Factory lançou um modelo especial do AN-225 Mriya, em edição limitada, cujas vendas resultarão em 15% do valor doado ao Fundo.

A fabricante já planejava, em parceria com a Antonov, lançar o relógio em abril de 2022, porém, a guerra afetou o cronograma. Agora, a empresa descreve que, “com base nas palavras de apoio do Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenskyy à ideia, na cooperação com a ANTONOV COMPANY e envolvendo o comandante da tripulação Dmytro Antonov no projeto, voltamos ao nosso trabalho”.


O projeto conta com duas versões, sendo uma alusiva ao AN-225 de 1988 e outra ao de 2001. O preço indicado no site oficial (acessível neste link), é de 690 dólares, ou cerca de 3.640 reais na cotação atual da moeda.


Nota: através do menu no canto do vídeo, é possível adicionar legendas, e também é possível acionar a tradução automática das legendas para o português. Adicionalmente, abaixo nesta matéria, há a transcrição de toda a fala de Dmytro.

No vídeo, Dmytro afirma o seguinte, usando o nome “Mriya” do avião, que significa “Sonho” em ucraniano:

“Nove meses após a destruição de nossa aeronave AN-225 por caças russos, o caminho do renascimento de nosso Mriya começa hoje.

Sonhos não morrem, porque é impossível destruir um Sonho.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que construir o Mriya em prol da memória de nossos heróis é a posição de estado certa e o sonho certo.

Com base nessas palavras de apoio, a cooperação com a Antonov State Enterprise tem uma nova missão – renovar o Mriya.

E o mais importante, fazer todo o possível para contribuir para a restauração da lendária aeronave e nos aproximarmos do momento em que veremos o Mriya novamente no céu sobre Khreshchatyk (a principal avenida de Kiev).

Portanto, agora, a fundação internacional de caridade para a restauração da maior aeronave do mundo, AN-225 Mriya, está começando a trabalhar.

A fundação foi estabelecida como uma organização de caridade e sem fins lucrativos, em total conformidade com as leis da Ucrânia. O objetivo único e exclusivo do Fundo é atrair fundos de doadores destinados a restaurar a única aeronave de transporte ucraniana AN-225 Mriya.

O criador do Fundo é Oleksiy Zolotarev, e o principal parceiro do Fundo é a Kyiv Watch Factory.

O parceiro principal já tem uma posição formulada sobre o preenchimento do Fundo. A Kyiv Watch Factory tem o orgulho de apresentar um relógio dedicado à exclusiva aeronave Mriya. 15% do valor de cada relógio vendido será doado ao Fundo.

Ao comprar um relógio, você insere seu nome no livro de gratidão, que será incluído no kit de bordo da aeronave por toda a vida.

Eu, como comandante desta aeronave, incentivo vocês a apoiarem esta iniciativa, que é um dos primeiros passos no difícil caminho de reviver o nosso Mriya.

Ganhei um relógio Mriya de presente, mas assim que as contas do Fundo forem abertas, transferirei o custo total desse relógio para lá.

Sonhei com esse dia desde o dia em que chegaram as primeiras informações sobre os danos à aeronave. No dia primeiro de abril deste ano, quando vi a aeronave em Gostomel, comecei a trabalhar ativamente na ideia de formas para reviver a aeronave.

Para mim, Mriya não é apenas um avião, não é apenas um lugar onde trabalho como piloto. É toda a minha vida, é meu destino nessa vida.

Por isso, continuo fazendo todo o possível para aproximar o dia em que o sonho se tornará realidade e o Antonov 225 atualizado decolará.

Todos os fabricantes de aeronaves do mundo estarão envolvidos na restauração da aeronave, e o dia da conclusão deste projeto precisará ser comemorado como um dia de oportunidades para a comunidade de todo o mundo se unir em prol de um Sonho.”