terça-feira, 16 de novembro de 2021

O polêmico teste de míssil russo que forçou astronautas da Estação Espacial a buscar refúgio


O governo dos Estados Unidos criticou a Rússia por conduzir um teste de míssil "perigoso e irresponsável" que, segundo eles, colocou em perigo a tripulação a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

O teste explodiu um dos próprios satélites da Rússia, criando destroços que forçaram a tripulação da ISS a se abrigar em cápsulas.

A estação tem atualmente sete tripulantes a bordo — quatro americanos, um alemão e dois russos. A estação espacial orbita a uma altitude de cerca de 420 km (260 milhas).

"Hoje cedo, a Federação Russa conduziu imprudentemente um teste de satélite destrutivo de um míssil anti-satélite de ascensão direta contra um de seus próprios satélites", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, em uma entrevista a jornalistas.

"O teste gerou até agora mais de 1,5 mil fragmentos orbitais rastreáveis e centenas de milhares de fragmentos orbitais menores que agora ameaçam os interesses de todas as nações."

O administrador da Nasa, Bill Nelson, disse que ficou indignado com o incidente: "Com sua longa e célebre história em voos espaciais humanos, é impensável que a Rússia coloque em risco não apenas os astronautas americanos e internacionais parceiros da ISS, mas também seus próprios cosmonautas", bem como "taikonautas" (astronautas chineses) a bordo da estação espacial da China, disse ele em um comunicado.


A agência espacial russa Roscosmos minimizou o incidente: "A órbita do objeto, que forçou a tripulação hoje a se deslocar para a espaçonave de acordo com os procedimentos padrão, se afastou da órbita da ISS. A estação está na zona verde", escreveu a agência no Twitter.

A origem dos destroços, que não causaram maiores danos, está agora sob os holofotes.

Eles parecem pertencer a um satélite espião russo desativado há muitos anos, o Kosmos-1408, pesando mais de uma tonelada e lançado em 1982.

LeoLabs, uma empresa de rastreamento de detritos espaciais, disse que sua instalação de radar na Nova Zelândia detectou vários objetos onde a nave espacial extinta deveria estar.

Price descreveu a ação russa como "perigosa e irresponsável" e disse que isso demonstra que as "alegações do país de se opor ao armamento do espaço são falsas e hipócritas".

"Os EUA trabalharão com nossos parceiros e aliados para responder a seu ato irresponsável", disse ele.

E o secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, disse que o teste "mostra um desprezo total pela segurança, proteção e sustentabilidade do espaço".

"Os destroços resultantes deste teste permanecerão em órbita, colocando satélites e voos espaciais humanos em risco por muitos anos", acrescentou.

Via BBC

'Cemitério de aviões' pode ser visitado por R$ 2.700 na Austrália

Aeronaves tiradas temporariamente de circulação por conta da pandemia podem ser vistas de helicóptero.

Área em que as aeronaves tiradas de circulação ficam estacionadas (Foto: Divulgação)
Um "cemitério de aviões" onde cerca de 140 aeronaves ainda estão paradas por conta da pandemia de Covid-19 pode ser sobrevoado em Alice Springs, na Austrália. O valor para o passeio de 20 minutos em um helicóptero Robinson R44 custa US$ 500 (cerca de R$ 2700 na cotação atual).

Cores do deserto chamam a atenção durante o passeio de helicóptero (Foto: Divulgação)
A paisagem do deserto, os topos de montanhas e a vegetação ao fundo complementam a vista. O youtuber Dennis Bunnik postou um vídeo compartilhando a experiência. "Eu adoro as cores, a luz, as linhas, as formas e os padrões que eles criaram, e fiquei impressionado com a forma como aqui essas aeronaves A380s e 777 gigantes se parecem com brinquedos de criança em uma caixa de areia", compara.

Aviões ainda estão em boas condições de uso (Foto: Divulgação)
Entre as companhias aéreas locais que reduziram seus voos estão a Singapore Airlines, a Cathay Pacific, a Qantas e a Virgin Australia. A Austrália reabriu este mês suas fronteiras pela primeira vez desde março de 2020, para que australianos vacinados possam viajar para o exterior com seus familiares.

Assista ao passeio:

História: 'Vi o acidente de avião que matou minhas irmãs'


Quando Harriet Ware-Austin tinha oito anos, ela testemunhou um acidente de avião no qual as duas irmãs mais velhas dela morreram. Ela passou grande parte dos últimos 49 anos vivendo dentro do que ela própria descreve como um "túnel" de luto privado. Mas recentemente ela começou a se conectar com outras pessoas que viveram essa mesma tragédia.

Harriet estava com os pais em uma plataforma ao ar livre, no aeroporto de Addis Ababa, naquele dia de abril de 1972. O feriado de Páscoa havia acabado e as irmãs de Harriet, Caroline, de 12 anos, e Jane, de 14, estavam voando de volta para Inglaterra da Etiópia, para início do novo período escolar. Quando as garotas chegaram ao topo da escada do avião, elas viraram para se despedir e logo desapareceram dentro da aeronave.

Em seguida, o avião delas disparava pela pista, ganhando velocidade para decolar. Mas, em vez de voar alto em direção ao céu, ouviu-se um barulho alto de freios. Fora de controle, o avião deu uma guinada antes de descer rapidamente por uma ladeira íngreme no final da pista.

"E então, de repente, surgiu uma grande nuvem de fumaça preta", lembra Harriet.

O pai de Harriet, Bill, correu em direção ao avião, deixando Harriet e sua mãe, Elsa, de pé, de mãos dadas, olhando em silenciosa descrença.

A milhares de quilômetros de distância, em um internato em Warwick, Graham Townsend, de 12 anos, esperava o retorno de seus dois irmãos mais novos, Christopher e Kenneth, após o feriado de Páscoa. Como de costume, os três passariam as férias com os pais em Addis Abeba, mas neste ano houve uma mudança de planos e Graham não foi. Por isso, ele estava ansioso para descobrir o que seus irmãos haviam feito naqueles dias.

Passageiros entram pela porta traseira do East African Airlines VC10 no
aeroporto de Adis Abeba, em 18 de abril de 1972 (Foto: Bill Ware-Austin)
Quando ele recebeu a má notícia, os detalhes não estavam claros. Houve um acidente envolvendo um avião, mas Graham não imaginou que poderia ser grave.

"Meus primeiros pensamentos foram: 'Uau, que história fantástica eles terão quando voltarem!'", disse. "Eu estava quase sentindo um pouco de ciúme."

Ele continuou brincando, tentando equilibrar três bolas de gude coloridas em cima de um banquinho com a superfície ligeiramente curva. Duas das bolas de gude rolaram, restando apenas uma.

"E foi quando, de repente, pensei: 'Deus, eu acho que vou ficar sozinho agora.'"

Quase meio século depois, Harriet Ware-Austin falou para programa de rádio Life Changing, da BBC, sobre o evento que deixou uma marca tão profunda em sua vida.

A irmã de Harriet, Caroline, e a amiga dela Debbie, conseguiram soltar os cintos de segurança uma da outra e sair do avião, explicou Harriet. Mas Caroline havia corrido morro abaixo, onde o combustível dos tanques estava derramando, enquanto Debbie fugiu na direção oposta e escapou do fogo que engolfou sua amiga. Caroline ainda estava viva quando seu pai a encontrou, mas todas as roupas dela haviam sido queimadas, restando apenas os sapatos.

Ela morreu quatro dias depois. Após ter sido levada de volta ao Reino Unido em um voo de resgate da RAF, acompanhada pelos pais dela e por Harriet.

A irmã mais velha, Jane, morreu instantaneamente devido ao rompimento da aorta, causado pela pressão do cinto de segurança em seu tronco.

Elas estão entre as 43 pessoas que perderam a vida, de um total de 107 a bordo do voo da East African Airways VC10.

Caroline, Harriet e Jane fazendo um piquenique com a mãe e o pastor alemão, Benjy,
durante as férias da Páscoa, Etiópia, 1972 (Foto: Bill Ware-Austin)
Harriet só voltou à Etiópia em 2009 — 37 anos depois — em uma viagem relacionada ao trabalho dela como consultora de direitos humanos.

Foi uma experiência poderosa, "terrivelmente difícil e cheia de emoções", e ela precisou se controlar para conseguir trabalhar.

Ela lembra de pousar no aeroporto de Adis Abeba e avistar da janela de seu voo o barranco onde o avião de suas irmãs havia explodido em chamas em 1972.

O cheiro do ar, quando ela saiu para a pista, era exatamente como ela se lembrava de sua infância. Mas, mesmo com todas as emoções dolorosas, Harriet também se sentia próxima de suas irmãs, "porque é onde todas nós estivemos juntas pela última vez".

Harriet já esteve em Addis Abeba muitas vezes desde então, e em todas as visitas ela sente a mesma conexão com Caroline e Jane. Não há nenhum memorial para as 43 pessoas que perderam suas vidas no acidente VC10.

Sentada no aeroporto de Addis Abeba um dia, olhando para a pista, Harriet se sentiu oprimida por um desejo de saber o que aconteceu com os sobreviventes e parentes, e como o acidente afetou a vida deles.

"Onde eles estão? Como eles estão? Como foram suas vidas na longa escala de volta?" ela diz. "Vivemos num vácuo de nossa própria dor e em construção de uma nova vida durante as décadas seguintes a 1972, mas, de repente, me consumi com a necessidade de descobrir mais sobre os outros."

Ao compartilhar sua história com a BBC, Harriet acreditava que poderia encontrar alguns deles. Um trailer do programa foi lançado no dia 6 de abril de 2021, quando Graham Townsend e sua esposa, Gillian, estavam dirigindo pela rodovia 280, perto de São Francisco, nos EUA, no caminho para receber a dose de vacina contra a covid-19.

"Graham quase derrapou na rodovia", escreveu Gillian em um e-mail para Harriet mais tarde, naquele dia.

Quando o programa foi transmitido, pouco mais de duas semanas depois, Harriet e Graham trocaram vários e-mails. Eles conversavam sobre a Etiópia, onde o pai de Harriet havia trabalhado em um programa de conservação do solo, e o pai de Graham para a Organização Internacional do Trabalho. Também compartilharam os detalhes que cada um deles lembrava do acidente.

"À medida em que aprendíamos mais sobre as circunstâncias uns dos outros, descobríamos que nossas experiências eram muito complementares. Então elas nos deram uma perspectiva completamente diferente", diz Graham.

Harriet era a mais nova de três meninas, enquanto Graham era o mais velho de três meninos. Harriet estava lá quando o acidente aconteceu, enquanto Graham não.

Kenneth, Christopher e Graham Townsend na Etiópia, no final de 1971 (Foto: Graham Townsend)
Eles descobriram que seus pais não se conheciam antes, mas que depois do acidente passaram a trocar cartas e cartões de Natal e se encontraram no aniversário da tragédia ao longo de 21 anos, mesmo após a morte da mãe de Graham, Barbara.

Harriet estava ansiosa para entender como Graham havia lidado com a situação, sendo o único filho que não estava no avião, assim como ela. Enquanto Graham queria saber se, como ele, Harriet sempre quis ter três filhos — e ela teve.

"Houve muita tristeza", diz Harriet, "mas também muitas lembranças felizes e risos."

A pandemia impediu Graham de comparecer ao funeral do pai, que morreu em novembro de 2020 aos 92 anos. Mas neste verão ele finalmente conseguiu fazer a viagem de volta.

"Meu pai foi a última pessoa em nossa família, além de mim, que conheceu meus irmãos", diz Graham. "Quando ele faleceu, não havia mais ninguém com quem eu pudesse falar, que realmente entendesse."

A perda do pai trouxe à tona uma necessidade, assim como a de Harriet, de manter vivas as memórias de seus irmãos. Portanto, encontrar vestígios do que havia acontecido com eles entre os pertences de seu pai — as cartas de condolências e o relatório do acidente — foi de grande importância para ele. Havia também fotos de família e filmes cinematográficos.

"Estou cavando gradualmente todas essas coisas preciosas e isso me ajuda a montar uma linha do tempo do que estava acontecendo", diz ele. "Sendo engenheiro, gosto de ter tudo em ordem."

Embora eles nunca tenham se conhecido antes, Harriet diz que reconheceu Graham imediatamente. "Eu vi o rosto de seu pai e me lembrei dele — um homem muito adorável", diz ela.

Eles perceberam que imediatamente depois de se conhecerem já estavam conversando sobre seus sentimentos mais íntimos.

"Não havia nada daquela sensação esquisita de se conhecer um estranho", diz Harriet. "Foi um 'reencontro' realmente extraordinário, completos estranhos com uma conexão instantânea e um passado em comum."

Ao lado, Graham Townsend

No dia do acidente, os irmãos de Graham, Christopher e Kenneth, foram encontrados por seu pai, Jack - reconhecíveis apenas pelos relógios Timex ainda presos aos pulsos. Eles não sobreviveram.

Quando criança, Graham sempre se perguntava se as coisas poderiam ter acontecido de forma diferente se ele tivesse viajado com seus irmãos, como normalmente faria.

"Lembro-me de dizer aos meus pais: 'Gostaria ter estado no avião', o que significa que poderia ter ajudado", diz ele. "E eu até pensei que talvez fosse melhor morrer com eles, porque então eu não teria toda essa tristeza e culpa agora."

Ler o relatório do acidente e conversar com Harriet ajudaram a acalmar Graham.

"Comecei a perceber que onde as pessoas estavam sentadas na aeronave era um fator importante para saber se elas viveriam ou morreriam e, à medida que aprendia mais, parecia que se eu estivesse com elas, não teria feito nenhuma diferença."

Desde que seu programa de rádio foi transmitido, Harriet foi contatada por mais de 200 pessoas de todo o mundo.

Alguns são estranhos que só querem oferecer apoio. Outros estudavam com Caroline e Jane e nunca haviam entendido totalmente o que acontecera com as calorosas, amigáveis ​​e engraçadas garotas.

Suas vozes são ouvidas no programa em uma mensagem de despedida, que elas gravaram em um toca-fitas antes de partirem para o aeroporto. Este era um costume familiar. Harriet e seus pais ouviam as mensagens gravadas na volta para casa, depois de sair do aeroporto.

"Olá mamãe e papai e Harriet... Obrigada por um super feriado... Sempre vou me lembrar disso... Quando estiver sentada na sala de aula da escola... Vou pensar em todos vocês. Não nos esquecemos de vocês, estamos sempre pensando em vocês", diz Jane.

"Obrigada por um feriado adorável... Vou pensar em você o tempo todo, então não se preocupe muito. Tchau, tchau", diz Caroline.

"É muito difícil de ouvir, mas também é muito precioso que essas vozes possam ser preservadas", diz Harriet, "e têm o direito de serem ouvidas."

Algumas das pessoas que entraram em contato disseram a Harriet que nunca haviam esquecido de suas irmãs. Costumavam visitar seus túmulos, depositar flores e até mesmo deixar bilhetes lá para tentar fazer contato com elas. Para Harriet — cujos pais tiveram que decidir apressadamente onde as meninas seriam enterradas — isso aliviou a culpa que ela sentia por não poder visitá-las mais vezes no cemitério próximo à escola.

Harriet (foto ao lado) e Graham dizem que o luto pode ser desencadeado inesperadamente - por exemplo, ao preencher um formulário que pergunta quantos irmãos eles têm.

Outras pessoas escreveram para Harriet com histórias de partir o coração sobre as pessoas que perderam — pais, mães, irmãs, irmãos e amigos. Uma mulher disse que chorou mais pela morte do pai na semana em que ouviu Harriet no rádio do que durante os 49 anos anteriores.

Alguns disseram que nunca haviam confrontado realmente seus sentimentos sobre o que aconteceu naquele dia terrível até ouvirem o relato marcante de Harriet na rádio, quase meio século depois.

Harriet ficou profundamente comovida com todas as mensagens e é grata por cada história compartilhada. "Cada uma delas é um elo vivo com minhas irmãs", diz ela.

Um homem entrou em contato dizendo que cuidou de uma menina chamada Caroline por dois dias em Addis Abeba após o acidente. "Acho que era sua irmã", escreveu ele.

"Ele entendeu minha necessidade de saber todos os detalhes", diz Harriet, "e foi muito bom saber que ela teve esse homem adorável e gentil cuidando dela."

Um dos tripulantes da força aérea britânica também escreveu para Harriet. Ele nunca se esqueceu das pobres crianças, disse ele, e do cheiro de carne queimada.

Uma mulher que começou a trabalhar na Embaixada Britânica em Addis Ababa uma semana depois da tragédia disse que comprou um cavalo de uma família que perdeu dois filhos no acidente. Era a família de Harriet.

"Ela comprou Honest Joe, meu amado grande cavalo branco!" Harriet diz. "E ela viveu anos maravilhosos com ele, então foi bom saber disso."

Harriet e Honest Joe - os etíopes a chamavam de "a garotinha no grande cavalo branco"
Debbie, que estava sentada ao lado de Caroline no avião, também enviou um e-mail com suas lembranças.

"Voltei para a escola nas últimas semanas do semestre de verão e descobri que meus amigos eram exatamente o que eu precisava", escreveu ela. As outras garotas eram uma distração bem-vinda. "Eles disseram 'que azar' ou algo assim, me informaram sobre as fofocas e monitoraram o progresso das minhas 'tiras de bacon' (ferimentos) com interesse."

Harriet nunca parou de imaginar como a vida teria sido diferente se Caroline e Debbie não tivessem se separado depois de pular do avião.

Em breve, fará 50 anos desde o acidente, e Harriet e Graham gostariam de fazer algo para marcar o aniversário do dia em que perderam seus queridos, irmãos e irmãs.

"Não queremos que eles sejam esquecidos", diz Graham. Ele gostaria de fazer um memorial fúnebre e tem esperança de que sua nora, uma pedreira, possa aconselhá-lo sobre a melhor forma de restaurar a lápide de seus irmãos.

Ao lado, a lápide no local onde estão enterrados os irmãos de Grahan, em Berkswell, West Midlands.

Mas, além de prestar homenagem a seus próprios irmãos, Harriet e Graham também querem lembrar todas as outras pessoas que perderam a vida e daqueles que foram deixados para trás.

"Somos todos parte da mesma coisa", diz Graham.

No próximo mês, Harriet viajará para Addis Ababa para visitar um cemitério onde ela descobriu que algumas das pessoas que perderam a vida no acidente estão enterradas. Ela vai tirar fotos e colocar flores em seus túmulos, como outras pessoas fizeram por suas irmãs.

"Porque eles nunca foram visitados por suas famílias, o que parece a coisa mais triste e solitária", diz ela.

Em sua mente, Caroline e Jane estão sempre muito presentes. "Nunca parei de sentir a perda e, muitas vezes, de maneira muito forte", diz ela. "Eu penso nelas não apenas uma vez, mas várias vezes ao dia — elas estão sempre lá."

Por Sarah McDermott (BBC News)

A 15 dias do fim, leilão de aviões do governo de MS tem disputa acirrada e lances acima de R$ 320 mil


O leilão de dois aviões do governo de Mato Grosso do Sul está a 15 dias do fim, mas a disputa está acirrada e ainda não é possível determinar por qual valor será o arremate. São dois modelos ofertados no certame e os lances já ultrapassam a casa dos R$ 320 mil em um dos lotes.

O item mais disputado é a aeronave Cessna Aircraft, modelo U206G, que partiu pelo preço mínimo de R$ 20.175,00. Até o momento, o avião já recebeu 115 lances e seria arrematado por R$ 253.175,00, caso o leilão fosse encerrado hoje.

É possível acompanhar a evolução dos lances pelo site da Casa de Leilões. A disputa tem vários players, mas o atual maior lance está com o usuário identificado como GILMAR43.

O Cessna é um monomotor de pequeno porte com capacidade para até 5 passageiros. No edital consta que o Certificado de Aeronavegabilidade do avião, que é o documento que permite o voo foi cancelado e a Inspeção Anual de Manutenção está vencida.

O outro modelo à venda é um Bandeirante, modelo BEM-110, com valor inicial de R$ 326.300,00. Foram 4 lances e o avião seria arrematado por R$ 327,8 mil, caso o leilão fosse encerrado hoje. O comprador é o mesmo usuário do outro lote: GILMAR43.

Trata-se de um turboélice com capacidade para até 21 passageiros. Para esse lote, o certificado de aeronavegabilidade está suspenso e o certificado de aeronavegabilidade venceu em 2020.

Por Gabriel Maymone (Midiamax)

Pequeno avião cai na Baía de Hillsborough, na Flórida

O pequeno avião Mooney M20M/257 TLS Bravo, prefixo N21890, caiu na Baía de Hillsborough, perto das Ilhas Davis, na Flórida, na manhã de segunda-feira (15).

O Departamento de Polícia de Tampa disse que o avião caiu na água pouco depois das 10h, perto do Aeroporto Peter O. Knight. Os dois ocupantes escaparam ilesos.

Nos EUA, homem sofre acidente aéreo e é resgatado por acaso em alto mar

(Foto: Reprodução / NY Post / Citrus County Sheriff's Office)
O piloto do avião Beechcraft V35 Bonanza, prefixo N87565, da Jerrys Kids Aviationfoi encontrado em pé no topo da fuselagem da aeronave quando foi visto pela Patrulha de Fronteira enquanto estavam no meio de outra operação em mar da Flórida, no último dia 9.

Uma unidade especial da Marinha da Alfândega e da Patrulha de Fronteiras ajudou a polícia local a resgatar um homem que havia sofrido um acidente com seu avião na costa da Flórida, nos Estados Unidos, enquanto as agências realizavam uma operação conjunta.

De acordo com o NY Post, a Unidade de Operações Marítimas e Aéreas da cidade de Tampa estava no meio de uma operação conjunta com a Unidade de Impacto Tático do condado de Citrus quando avistaram uma aeronave flutuando na água a menos de um quilômetro do Aeroporto George T. Lewis na Flórida.

Um homem, identificado como o piloto e único ocupante do avião, emergiu dos destroços e subiu no topo da fuselagem da aeronave enquanto os oficiais se aproximavam.

Imagens divulgadas mostram o homem esperando pelo salvamento em pé no topo do avião. Segundo a publicação, ele passou por uma avaliação médica e passa bem, apesar do susto.

(Foto: Reprodução / NY Post / Citrus County Sheriff's Office)
“A consciência situacional e as ações rápidas dos agentes evitaram uma tragédia ainda maior”, disse o diretor adjunto de operações marítimas, Michael Matthies em um comunicado enviado à imprensa local. “Somos gratos por ter recursos adequados e pessoal treinado para atuar em situações como esta.”

O xerife do Condado de Citrus, Mike Predergast, disse que salvar a vida de alguém é a maior recompensa da polícia. “Graças ao treinamento extensivo e aos instintos aguçados, os nossos agentes souberam exatamente como responder a esta situação e facilitaram o resgate rápido desse indivíduo”, finalizou.

Mulher presa após socar funcionária da Southwest Airlines, mandando-a para o hospital

Uma mulher foi presa depois de dar um soco na cabeça de um funcionária da Southwest Airlines durante o embarque, enviando-o ao hospital, disse a polícia.


Arielle Jean Jackson, 32 (foto acima, à direita), foi presa na tarde de sábado (13) em Love Field, em Dallas, no Texas, disse a polícia. Jackson foi acusado de agressão agravada, de acordo com autoridades policiais.

O incidente aconteceu durante o processo de embarque para um voo de Dallas para o aeroporto La Guardia, em Nova York, disse o porta-voz da Southwest Airlines, Chris Mainz.

A polícia disse que Jackson primeiro teve uma altercação verbal com uma agente de operações na parte de trás do avião e foi convidada a sair. Quando Jackson estava saindo, ela teve outra altercação verbal com uma segunda agente de operações que se tornou físico, com Jackson socando a agente na cabeça, disse a polícia.

Mainz disse que a agente de operações, uma mulher, foi levada a um hospital e liberada na noite de sábado.

"A Southwest Airlines mantém uma política de tolerância zero em relação a qualquer tipo de assédio ou agressão e apoia totalmente o nosso funcionário enquanto cooperamos com as autoridades locais em relação a este incidente inaceitável", disse Mainz em um comunicado.


Arielle Jackson estava na prisão do condado de Dallas no domingo sob fiança de US$ 10.000. Os registros da prisão não listavam um advogado para ela.

Relatos de passageiros de avião agindo de forma violenta ou perturbadora têm aumentado desde a pandemia COVID-19, com mais de 5.000 incidentes de comportamento indisciplinado registrados somente neste ano.

A Administração Federal de Aviação até agora encaminhou 37 incidentes para penalidades criminais. Enquanto isso, os passageiros foram atingidos com mais de US $ 1 milhão em multas por suposto comportamento, incluindo jogar bagagem em outros passageiros, agredir tripulantes de voo, recusar-se a usar máscaras e cheirar cocaína no banheiro de um avião.

Via CBS News

Vídeos virais mostram como a bagagem é acomodada no porão do avião


Os vídeos que mostram como as malas são colocadas no porão do avião foram publicados no TikTok e já receberam milhões de visitas.

Um usuário do TikTok chamado Deej publicou vários vídeos na sua conta onde mostra como as malas são carregadas no porão de um avião comercial. Os vídeos, que foram filmados no aeroporto de Vancouver, no Canadá, mostram como o funcionário tem de "jogar tetris" com as malas dos passageiros.

Num dos vídeos é possível ver como uma rampa é colocada no avião, antes do funcionário assumir a sua posição e esperar que malas comecem a rolar até ele. Então, o funcionário começa a organizar bagagem no espaço disponível, muito próximas umas das outras, sendo que cada centímetro de espaço é aproveitado.


O vídeo já foi visto mais de 20 milhões de vezes. Nos comentários, muitos utilizadores compararam a filmagem a um jogo de Tetris e Deej gravou vários outros vídeos com esse tema, onde mostra a mesma técnica ao acomodar a bagagem.


segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Vídeo: A impressionante queda livre com controle total de um F-22 Raptor

Conectar Portugal ao Mundo: A História da TAP Air Portugal

Airbus A330-941, CS-TUA. A TAP é conhecida por ter lançado o Airbus A330neo (Foto: Vincenzo Pace)
Embora 2020 tenha sido um ano desafiador para as companhias aéreas em todo o mundo, viu a TAP Air Portugal atingir 75 anos desde a sua fundação. A operadora conecta seu país ao mundo desde março de 1945, aproveitando sua localização na Europa Ocidental. Agora um membro chave da Star Alliance, a TAP voa atualmente com 75 aeronaves para destinos em todo o mundo.

Após a sua fundação em março de 1945, a TAP iniciou as operações 18 meses depois, em setembro de 1946. Voando inicialmente com um par de Douglas DC-3 para a vizinha Espanha, posteriormente diversificou-se para oferecer voos domésticos e de longo curso paralelamente à sua oferta inicial de curto curso. A TAP entrou na era do jato na década de 1960 e, desde 2005, também é membro da Star Alliance.

Uma frota inicial de duas aeronaves


O primeiro voo da TAP teve lugar a 19 de setembro de 1946, quando transportou 11 passageiros de Lisboa para Madrid. Fez isso em um Douglas DC-3, um dos dois exemplos em sua frota inicial. Após seu uso extensivo na Segunda Guerra Mundial, houve um excedente de DC-3s na era do pós-guerra. No entanto, o tipo logo se tornou desatualizado e a TAP mudou-se para o DC-4.

A TAP implantou o DC-4 nas principais rotas europeias e africanas (Foto: RuthAS via Wikimedia Commons)
A TAP adquiriu quatro exemplares do DC-4 em 1947. Nessa altura, já tinha estabelecido o seu primeiro serviço intercontinental. Conhecida como rota imperial, atendia colônias portuguesas na África, incluindo Luanda (Angola) e Maputo (Moçambique). O ano de 1947 viu também o lançamento dos serviços domésticos entre Lisboa e o Porto, que é hoje uma rota fundamental para a TAP.

Crescimento e privatização na década de 1950


A TAP nasceu como empresa estatal. No entanto, tendo operado sob a jurisdição do Gabinete de Aviação Civil Português durante sete anos, foi privatizada como sociedade por quotas em 1953. Isto deu o pontapé de saída para o resto da década de sucesso para a TAP. Na verdade, naquele ano também introduziu serviços nas principais rotas do norte da África para Casablanca e Tânger.

O Lockheed Super Constellation tinha operadores civis e militares (na foto). Para a TAP, foi uma das aeronaves da era pré-jato definidora da companhia aérea (Foto: Ralf Manteufel via Wikimedia Commons)
Uma das estrelas da frota inicial da TAP foi o Lockheed L-1049 'Super Constellation'. Este avião pressurizado com motor a pistão revolucionou as primeiras rotas africanas da companhia aérea e era mais rápido do que as aeronaves anteriores. Introduziu o L-1049 em 1955, ano em que voou pela primeira vez para o Rio de Janeiro. O Rio tornou-se um destino regular em 1960.

Na era do jato


A década de 1960 marcou o advento da era do jato, uma época que viu uma ampla mudança tecnológica e social. A TAP lucrou com este zeitgeist no início da década, quando adquiriu três exemplares do Sud Aviation SE 210 'Caravelle'. Esta serra bimotora com motor traseiro é serviço nas principais rotas europeias da TAP e representou o que estava por vir.

O primeiro jato da TAP foi o Sud Aviation SE 210 'Caravelle' (Foto: RuthAS via Wikimedia Commons)
O resto desta década continuou de forma comemorativa, com a companhia aérea transportando o seu milionésimo passageiro em junho de 1964. Um ano depois, a TAP começou a diversificar a sua frota de jatos com a introdução de designs de Boeing construídos nos EUA. O primeiro deles foi o quatro motores 707, que veio a bordo em 1965. Em 1967, ele também foi acompanhado pelo trijet 727 de curta distância.

Nessa altura, a TAP tornou-se a primeira companhia aérea exclusivamente a jato da Europa. No entanto, também tinha motivos para comemorar em termos de rede. Utilizando o já mencionado Boeing 707, inaugurou sua primeira rota exclusiva para o Rio de Janeiro em 1966. Embora tenha começado a servir a cidade brasileira em 1960, já o fazia em cooperação com a Panair e a Varig.

A TAP voou quatro 747-200Bs entre 1972 e 1984 (Foto: Pedro Aragão via Wikimedia Commons)
Passando para a década de 1970, não demorou muito para que a TAP começasse a adicionar aeronaves widebody à sua crescente frota de jatos. Fevereiro de 1972 marcou a entrega do seu primeiro Boeing 747-200B , e a TAP passou a operar quatro exemplares do tipo. As suas chegadas seguiram uma expansão do portfólio de rotas da TAP para os EUA, que incluía serviços para Boston e Nova Iorque.

Nacionalizado mais uma vez


Os meados da década de 1970 representaram um momento de turbulência não só para a TAP, mas para o mundo lusófono como um todo. Várias empresas portuguesas de referência passaram por processos de nacionalização na sequência da Revolução dos Cravos em abril de 1974, sendo a TAP uma delas. Tornou-se oficialmente uma empresa estatal mais uma vez em 1975.

Quando a TAP renovou a sua frota de jatos, passou a voar no TriStar (Foto: Felix Goetting)
Foi também nessa época que Angola e Moçambique conquistaram a independência de Portugal. Isto diminuiu a importância do mercado africano para a TAP, que posteriormente teve de vender dois dos seus quatro 747 devido à consequente quebra da procura. No final da década, tinha adotado o seu atual nome TAP Air Portugal, reconhecido internacionalmente.

Novas aeronaves e destinos


Agora a operar como uma empresa estatal mais uma vez, a TAP marcou vários marcos importantes na década de 1980. Por exemplo, em 1981 a companhia aérea contratou sua primeira piloto feminina, além de lançar uma revista conhecida como Atlantis. Abriu um museu para comemorar seu 40º aniversário em 1985, que também foi o primeiro ano em que transportou mais de dois milhões de passageiros.

Nesta altura, a TAP também deu início à renovação e modernização da sua frota. Como visto acima, adquiriu Lockheed L-1011 'Tristars' e Airbus A310s para substituir seus Boeing 707s e 747s. Em termos de narrowbodies, introduziu o Boeing 737 em 1983. Exemplos mais antigos destes, junto com o 727, foram substituídos pelos jatos da família Airbus A320 no final do século.

A TAP começou a usar o Airbus A321LR em rotas de longa distância de baixa demanda (Foto: Airbus)
Passando para a década de 1990, a rede de rotas da TAP conheceu vários desenvolvimentos interessantes. Para além de voar para cidades como Boston (via Açores) e Tel Aviv, a TAP também visou destinos de lazer como Banguecoque e Punta Cana. Esta década também viu a companhia aérea formar parcerias com a Delta Air Lines e a Swissair . Mas qual é o seu atual estado de coisas?

TAP no século 21


Durante o século 21, a TAP consolidou-se ainda mais como uma transportadora bem conectada com uma forte presença intercontinental. Um fator chave neste desenvolvimento foi a sua adesão à Star Alliance. Ingressou no grupo em março de 2005, no 60º aniversário de sua fundação, o que resultou no encerramento da já mencionada parceria com a Delta Air Lines.

A TAP opera atualmente uma frota de jatos totalmente Airbus composta por 75 aeronaves. Entretanto, a sua marca regional, TAP Express, entra na rede principal, sendo a White Airways e a Portugália Airlines operando estes voos por sua conta. Tendo sido reprivatizado e renacionalizado novamente desde o início do século, agora se encontra novamente sob propriedade do Estado.

Airbus A330-941, CS-TUB. A TAP oferece conexões úteis América do Norte-Europa via Lisboa (Foto: Vincenzo Pace) 
A TAP está se tornando uma escolha popular em serviços transatlânticos. O uso do Airbus A321LR permitiu que ele explorasse rotas 'longas e estreitas', enquanto fazia uso do A330neo em novos serviços para países como Cancún. Agora, também oferecendo escalas em Portugal como parte da conexão de itinerários de longo curso, a TAP será certamente um ator transatlântico chave nos próximos anos.

Heinrich Kubis: o primeiro comissário de bordo da história

Você sabia que o primeiro comissário de bordo do mundo foi um homem - Heinrich Kubis da Alemanha (de acordo com o Guinness World Records)?

Heinrich Kubis em serviço (Foto: thesocietypages.org)

Os comissários de bordo, como são mais chamados hoje, existem desde 1912. A história dos comissários de bordo começou assim que as viagens aéreas de passageiros começaram. Na verdade, o primeiro comissário de bordo conhecido estava na Alemanha, era Heinrich Kubis.

Em março de 1912, Heinrich Kubis se tornou o primeiro comissário de bordo da história quando começou a cuidar de passageiros e servir refeições na companhia aérea alemã DELAG (Deutsche Luftschifffahrts-Aktiengesellschaft).

Kubis começou a trabalhar como 'aeromoço' um mês antes do naufrágio do Titanic e mais de 18 anos antes de Ellen Church se tornar a primeira aeromoça do mundo em 15 de maio de 1930.

Heinrich Kubis nasceu em 16 de junho de 1888 e trabalhou em alguns dos hotéis mais elegantes da Europa, como o Carlton em Londres e o Ritz em Paris, antes de trabalhar no Zeppelin.

O comissário-chefe Heinrich Kubis tinha a distinção de ser o primeiro comissário de bordo do mundo, atendendo a passageiros do Zeppelin em voo desde março de 1912, quando iniciou um contrato de catering no dirigível Zeppelin LZ-10 Schwaben.

Cartão de Identificação de Heinrich Kubis

Vale a pena destacar que Kubis era um 'comissário de bordo sênior' no famoso LZ-129 Hindenburg, de 72 passageiros, e estava na sala de jantar quando ele explodiu em chamas em Lakehurst, Nova Jersey, nos EUA, em 6 de maio de 1937.

Kubis quase perdeu esse primeiro voo do Hindenburg devido a uma doença. O comissário Rudolf Staberoh foi contatado e estava pronto para substituir Kubis como comissário-chefe do voo, mas Kubis se recuperou a tempo de fazer a viagem em 3 de maio, e Staberoh voou na viagem do Graf Zeppelin para o Rio de Janeiro naquela mesma semana.

Kubis (seta) está sentado no parapeito das janelas de observação de bombordo, esperando que o Hindenburg desça o suficiente para ele pular

Kubis estava na sala de jantar do Hindenburg quando a aeronave pegou fogo. Quando o dirigível afundou perto o suficiente do solo, Kubis encorajou os passageiros e a tripulação a pularem pelas janelas e ele próprio saltou para se se salvar. Kubis saiu sem ferimentos no desastre.

Localização de Heinrich Kubis na hora do incêndio no Hindenburg

Heinrich Kubis (linha de trás, quarto da direita), retratado com outros sobreviventes do Hindenburg (Foto: Domínio público)

Ele já havia escapou sem ferimentos ao trabalhar no Schwaben, quando este pegou fogo em 1912. Heinrich Kubis aposentou-se em Augsburg, onde morou com o filho e a nora. Ele viveu até uma idade avançada e faleceu na década de 1970.

O primeiro comissário de bordo a servir em um avião foi um menino de 14 anos chamado Jack Sanderson. Era 1922 e ele foi contratado pela The Daimler Airway (mais tarde parte da British Airways).

Por Jorge Tadeu

Vídeo: Mayday Desastres Aéreos - Voo Continental 1713 - Morte no Inverno

Fonte: Cavok Vídeos

Aconteceu em 15 de novembro de 1987: Continental Airlines voo 1713 - "Desastre no Gelo"

O voo 1713 da Continental Airlines foi um voo comercial que caiu durante a decolagem durante uma tempestade de neve do Aeroporto Internacional de Stapleton, em Denver, Colorado, nos EUA, em 15 de novembro de 1987. 


O Douglas DC- 9-14, prefixo N626TX, da Continental Airlines (foto acima), estava fazendo um voo regular de Denver para Boise, em Idaho. Vinte e cinco passageiros e três membros da tripulação morreram no acidente.

A investigação do acidente pelo National Transportation Safety Board (NTSB) apurou que a causa mais provável do acidente foi a falha, por parte do piloto em comando, de ter a aeronave degelada uma segunda vez antes da decolagem.

Aeronave 

Voo 1713 foi operado usando pelo McDonnell Douglas DC-9-14, um bimotor a jato, narrow-body, com o número de registo N626TX, com 21 anos de idade. A aeronave estava equipada com dois motores Pratt & Whitney JT8D-7B. Ela foi originalmente entregue à Air Canada em maio de 1966 e vendida para a Texas International Airlines em 1968, onde serviu a maior parte de seu serviço até ser vendida para a Continental em 1982. Em 21 anos de serviço, acumulou mais de 52.400 horas de voo e mais de 61.800 ciclos.

Tripulação 

O capitão era Frank B. Zvonek Jr., de 43 anos, que estava na Continental Airlines desde 1969. Ele tinha 12.125 horas de experiência de voo, mas apenas 166 horas no DC-9 ou "em modelo similar". Ele havia sido promovido a capitão há menos de três semanas.

O primeiro oficial foi Lee Edward Bruecher, de 26 anos, contratado pela Continental quatro meses antes; ele havia voado anteriormente para a Rio Airways e foi aprovado em seu teste inicial de proficiência no DC-9 em meados de setembro. Ele tinha 3.186 horas de voo, mas apenas 36 dessas horas eram no DC-9, que era a extensão de sua experiência com turbojato, e ele não havia voado nos últimos 24 dias. Bruecher era o piloto voando no momento do acidente. A tripulação de cabine era composta por três comissários de bordo.

Tempo 

No momento do acidente, na tarde de domingo, o Serviço Meteorológico Nacional estava relatando neve úmida moderada no Aeroporto Internacional de Stapleton. A maior taxa de queda de neve ocorreu entre 13h10 e 14h20 MST, com o pico da taxa de queda de neve ocorrendo em torno de 13h50.

Acidente 

O voo 1713 da Continental Airlines estava programado para sair de Denver às 12h25, mas muitos voos saindo de Denver naquele dia foram atrasados ​​por causa do mau tempo.

Às 13h03, o voo 1713 taxiou de seu portão até a plataforma de degelo; infelizmente, os controladores de tráfego aéreo não sabiam que o voo 1713 havia partido do portão porque a tripulação o fizera sem primeiro solicitar autorização de táxi. O degelo foi concluído às 13h46.

Às 13h51, o voo 1713 contatou o controlador de entrega de liberação para permissão para "taxiar da almofada de gelo". O controlador, acreditando que o voo 1713 ainda estava no portão e solicitando o degelo, instruiu o voo a mudar para a frequência do controlador de solo.

Às 14h05, o voo 1713 estava alinhado na posição número um na extremidade norte da pista, e a tripulação estava pronta para decolar.

Não mantidos devidamente informados sobre a posição do voo 1713, os controladores de tráfego aéreo tentaram repetidamente fazer diferentes aviões decolarem, deixando o voo 1713 parado sob a neve caindo por vários minutos e abrindo o avião para o risco de "contaminação das asas" pelo gelo. 

O voo 1713 então notificou os controladores de tráfego aéreo que eles estavam aguardando no início da pista e instruções de decolagem.

O DC-9 foi autorizado para decolagem às 14h14. Enquanto o avião estava decolando, o piloto no controle girou excessivamente; o DC-9 desceu e a asa esquerda atingiu o solo, fazendo com que a asa se separasse. 

Um flash de fogo alimentado por combustível acendeu na asa esquerda logo após atingir o solo, causando uma "bola de fogo" dentro da cabine.

O lado esquerdo do DC-9 e da cabine atingiu o solo em seguida e o DC-9 continuou rodando, invertido. Conforme o DC-9 derrapou, o lado esquerdo foi inclinado e a cauda invertida; esta ação fez com que a parte central do DC-9 se comprimisse e esmagasse muitos dos passageiros a bordo.

Um total de 25 passageiros e 3 membros da tripulação morreram devido ao acidente; as duas últimas fatalidades sucumbiram durante a hospitalização.

O capitão, o primeiro oficial, um comissário e 11 dos passageiros morreram de traumatismo contuso. Além disso, 5 passageiros morreram de ferimentos secundários na cabeça por  trauma contuso e 9 passageiros morreram de asfixia. 

Os restantes 52 passageiros e 2 comissários de bordo sobreviveram. Dos passageiros sobreviventes, 25 sofreram ferimentos leves e 27 ferimentos graves. O Fitzsimons Army Medical Center enviou seu pessoal para auxiliar na triagem de passageiros, e dez hospitais trataram os sobreviventes.

Investigação 

A tabela de assentos do voo 1713 da Continental Airlines, com base no relatório oficial do NTSB. O gráfico ilustra a localização dos passageiros, a ausência de ferimentos, a gravidade dos ferimentos e as causas das mortes, tudo quando aplicável.

O NTSB investigou o acidente. Em julho de 1988, a Continental Airlines apresentou um relatório ao NTSB apresentando as causas do acidente como turbulência , remoção de neve insuficiente na pista e erros dos controladores de tráfego aéreo. 

No entanto, o NTSB investigou a teoria da turbulência da esteira e concluiu que a turbulência da esteira do voo anterior não teria afetado o voo 1713.

Durante a investigação, os baixos níveis de experiência da tripulação no DC-9 foram questionados. Os investigadores também descobriram que, antes de começar a trabalhar para a Continental, Bruecher havia sido demitido de outra companhia aérea após reprovar em três ocasiões em um exame de voo. Os investigadores também determinaram que o primeiro oficial Bruecher estava no controle no momento do acidente.

Os investigadores determinaram que 27 minutos se passaram entre a conclusão do degelo e a tentativa do voo 1713 de decolar, sete minutos a mais do que deveria ser permitido antes da decolagem. 

O NTSB concluiu que um acúmulo de gelo nas asas do voo 1713 contaminou as superfícies de ambas as asas antes da partida, com base em relatos de passageiros sobreviventes de que viram "manchas" de gelo nas asas após o degelo foi completo. 

O mapa de assentos do voo 1713 da Continental Airlines, com base no relatório oficial do NTSB.
O gráfico ilustra a localização dos passageiros, a ausência de ferimentos, a gravidade dos ferimentos e as causas das mortes, tudo quando aplicável (ASN)

Os investigadores também concluíram que neve úmida suficiente pousou no voo 1713 após o degelo estar completo para derreter e diluir o fluido de degelo, o que permitiu que o gelo se reformasse nas asas.

De acordo com o fabricante da aeronave, mesmo uma quantidade modesta de contaminação de gelo na asa superior pode prejudicar o desempenho de elevação das asas e levar à perda de controle de rotação e inclinação. Com base nisso, o NTSB concluiu que uma pequena quantidade de gelo nas asas fez com que o voo 1713 tivesse problemas de controlabilidade significativos.


O NTSB também determinou que o mau desempenho do primeiro oficial Bruecher durante a decolagem provavelmente contribuiu para sua perda de controle do avião. O primeiro oficial girou o avião a mais de 6 graus por segundo, ou duas vezes a taxa recomendada. 


Combinado com os efeitos do gelo na asa, a alta taxa de subida fez com que a asa esquerda do avião parasse e o avião começasse a capotar. O voo 1713 foi o primeiro voo de Bruecher após uma ausência de 24 dias dos deveres de voo, e o NTSB concluiu que essa ausência prolongada havia corroído a retenção do recém-contratado primeiro oficial de seu treinamento recente, o que contribuiu para seu fraco desempenho de decolagem.

Em 27 de setembro de 1988, o NTSB publicou um relatório final sobre sua investigação sobre o acidente, atribuindo o acidente ao fracasso do capitão em descongelar o avião uma segunda vez, ao desempenho ruim da decolagem do primeiro oficial, confusão entre os pilotos e o avião controladores de tráfego que contribuíram para atrasos, agravados por uma tripulação de cockpit onde ambos os pilotos eram relativamente inexperientes no tipo de aeronave. 


Especificamente, o NTSB concluiu: "O National Transportation Safety Board determina que a causa provável deste acidente foi a falha do capitão em descongelar o avião uma segunda vez após um atraso antes da decolagem que levou à contaminação da superfície da asa superior e uma perda de controle durante a rotação de decolagem rápida pelo primeiro oficial." 

"Contribuíram para o acidente a ausência de controles regulatórios ou de gestão que regem as operações de tripulantes de voo recém-qualificados e a confusão que existia entre os membros da tripulação de voo e os controladores de tráfego aéreo que levou ao atraso na partida."

Resultado 

Após o acidente, a Continental Airlines reiterou seus procedimentos para lidar com o degelo e desenvolveu um programa de atribuição computadorizado que evitaria a tripulação "novata" ou impediria que pilotos com menos de 100 horas de voo no tipo fossem atribuídos ao mesmo voo.

Nove meses após a queda do voo 1713, o voo 1141 da Delta Air Lines caiu em Dallas. Quando o NTSB divulgou seu relatório sobre o voo 1713, mencionou especificamente o fato de que "quase 3 minutos de conversa social não pertinente" ocorreram antes da decolagem. 

Quando o NTSB posteriormente emitiu seu relatório sobre o Delta 1141, descobriu que a tripulação da Delta também tinha se envolvido em uma conversa não pertinente, incluindo uma discussão sobre o gravador de voz da cabine do piloto na queda do Continental 1713. 

O relatório sobre Delta 1141 concluiu, entre outras causas, que a causa mais provável do acidente em Dallas foi a conversa não competente da tripulação, ou a falha em manter uma "cabine estéril", tendo contribuído para a falha em estender os flaps e slats da aeronave para uma tomada adequada. configuração desativada.

Stapleton foi substituído pelo Aeroporto Internacional de Denver em 1995; desde então, foi desativado e a propriedade remodelada como um bairro residencial e de varejo. 

A Continental se fundiu com a UAL Corporation (empresa controladora da United Airlines) por meio de uma troca de ações em 2010, e a integração foi concluída em 2012.

Na cultura popular 

O voo 1713 da Continental Airlines foi mencionado no filme "Rain Man", de 1988.

O acidente foi o assunto do episódio 10, temporada 18 de Mayday, intitulado "Dead of Winter".

Em fevereiro de 1990, a revista Reader's Digest detalhou a tripulação de voo e alguns dos passageiros em seu artigo "Milagre na nevasca".

Fonte: Jorge Tadeu (com ASN, Admiral Cloudberg e Wikipedia)