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quarta-feira, 15 de maio de 2024

O que são companhias aéreas charter?

Os voos charter desempenham um papel fundamental na indústria da aviação em todo o mundo. Eles fornecem serviços úteis para os viajantes chegarem ao seu destino, ao mesmo tempo que contribuem significativamente para a economia geral do mercado. No entanto, o que são realmente as companhias aéreas charter? Vamos dar uma olhada.

Oferecendo voos do Reino Unido e da República da Irlanda, a TUI é a maior
companhia aérea charter do mundo (Foto: Getty Images)

Os tipos de voo


Para entender melhor a natureza dos fretamentos, vamos primeiro dar uma olhada nos diferentes tipos de voos. A Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) classifica as atividades da aviação civil em dois grupos - geral e comercial.

A aviação geral inclui instrução, lazer, negócios não comerciais, trabalho aéreo e "outros" voos. Enquanto isso, os serviços comerciais são divididos entre programados e não programados. Este último inclui operações sob demanda, como táxis aéreos e aviação comercial executiva. Notavelmente, o não programado também inclui serviços fretados.

Em meio à natureza pessoal dessas operações, as empresas privadas de fretamento promovem benefícios de velocidade, conforto e segurança em seus serviços (Foto: Getty Images)

Tipos de voo charter


Portanto, à primeira vista, um voo charter é um voo não programado. Trata-se de uma aeronave que é alugada para uma viagem específica e não faz parte da programação normal de uma transportadora. No entanto, existem vários tipos de voos charter.
  • Privado: geralmente, uma pessoa aluga um avião inteiro, em vez de reservar assentos específicos em um serviço comercial com fretamento privado.
  • Público: aqui, uma companhia aérea oferece serviços para determinados destinos de forma limitada. Muitas vezes são sazonais e podem ser fornecidos por operadores turísticos que alugam uma aeronave.
  • Carga: Assim como nos serviços comerciais regulares, as mercadorias também podem ser transportadas em serviços fretados. O setor viu um aumento desse tipo de serviço em meio aos suprimentos médicos urgentes que tiveram que ser transportados ao redor do mundo em meio à pandemia.
  • Afinidade: Com este tipo, os viajantes fazem parte de um grupo ou organização mais ampla e pagam por suas próprias passagens. Eles podem ser fãs de esportes ou música que vão a um evento especial.
Várias companhias aéreas oferecem serviços regulares e charter (Foto: Getty Images)

Abrindo oportunidades


Ao todo, voar pode ser uma atividade cara e complexa. No entanto, geralmente é a maneira mais eficaz de se locomover. Portanto, o fretamento pode fornecer soluções mais simples para empresas e passageiros que precisam pegar o ar. A capacidade de escolher o tempo, a aeronave e o destino é muito importante. Em última análise, o principal benefício desse serviço personalizado é a flexibilidade.

Notavelmente, as companhias aéreas charter podem oferecer serviços completos. Os gostos da TUI destacam que as organizações podem organizar voos com disposições extras, como catering e ofertas VIP com todas as aeronaves da frota. Assim, os grupos podem alugar Boeing 737, 767 e 787 da TUI para viagens de negócios, incentivos, exposições, passeios de um dia e eventos esportivos.

Os serviços charter têm sido uma graça salvadora para as companhias aéreas nos últimos meses. Por exemplo, os fretamentos da Sun Country Airlines para times esportivos, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, cassinos e até mesmo a Amazon contribuíram significativamente para sua receita geral, enquanto os serviços regulares tiveram impacto em toda a indústria.

No entanto, você pode até mesmo estar em um voo charter sem perceber. Várias empresas de pacotes de férias na verdade vendem as férias para hotspots que transportam passageiros através de companhias aéreas charter. No entanto, se não for o cliente final personalizando a operação, a empresa está. No geral, em meio às condições em constante mudança no clima atual, os voos charter são uma ótima maneira de a indústria se adaptar.

Cemitério, sucateados... Para onde vão aviões de empresas aéreas falidas?

Avião da Vasp abandonado no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), no ano de 2013 (Imagem: Ricardo Lima/UOL)
Quando uma empresa aérea quebra, além da tristeza dos funcionários e passageiros abandonados, começa uma corrida para levantar dinheiro com o patrimônio que restou em suas mãos (quando sobra).

Em diversas ocasiões, os aviões são os principais bens que podem ser monetizados. Em outros casos, as empresas nem são as proprietárias dos aviões, e ficam sem nada. Veja a seguir o que acontece com as aeronaves de uma empresa aérea falida.

De volta para os donos


Em muitos casos, as empresas não são donas dos próprios aviões. Elas uma espécie de contrato de aluguel, denominado leasing, ou arrendamento mercantil.

Quando uma empresa quebra, os arrendadores (ou lessores) pedem os aviões de volta. Em alguns casos, eles estão com a manutenção em dia e voltam para o acervo de seus verdadeiros donos.

Em outros casos, o avião ainda precisará passar por uma manutenção antes de ser entregue de volta. Nesse caso, quem paga a manutenção não é a empresa falida, já que não deve haver dinheiro para isso, mas os seus lessores ou a nova empresa que irá arrendar o avião.

Situações assim ocorreram com aeronaves da Avianca Brasil nos últimos anos. Quase todas as aeronaves da companhia voltaram para os arrendadores, enquanto algumas outras ficaram no Brasil.

Outras empresas


Outras empresas podem querer ficar com o avião para elas. Isso pode ser feito por meio de uma compra direta, caso a empresa que quebrou seja proprietária da aeronave, ou com o lessor original dela, que passará o bem para outra companhia.

Também é possível que sejam repassadas apenas peças dos aviões. Essa ato, de retirar partes de um avião e utilizá-las em outro, é chamado vulgarmente de "canibalismo".

A prática de retirada de peças de aviões em bom estado, entretanto, não ocorre apenas em empresas falidas. Companhias podem escolher por retirar partes de aeronaves suas mais antigas para garantir o pleno funcionamento de novas, o que funciona bem em situações de atrasos nas entregas.

Cemitério


O deserto de Alice Springs (EUA) abriga cerca de 140 aeronaves paralisadas devido à Covid-19 (Imagem: Reprodução/Youtube)
Os aviões também podem ser levados para cemitérios, onde passarão tempos aguardando. Esses locais são depósitos ao ar livre e podem ter milhares de aeronaves de diversos tipos aguardando um destino.

Países como Inglaterra, Estados Unidos, Austrália e Espanha possuem estruturas do tipo. Muitas vezes, ficam em desertos, já que, devido ao clima seco desses locais, as aeronaves ficam preservadas por mais tempo.

Um caso desses é o de alguns aviões da Itapemirim Transportes Aéreos, que foram para um deserto nos EUA. Ali eles ficaram estocados até serem entregues para seus novos operadores.

Viram sucata


Duas aeronaves da massa falida da Vasp são desmanchadas em Recife em 2013
(Imagem: Leo Caldas/UOL)
Os aviões de empresas falidas podem acabar abandonados ou serem leiloados. Este último processo, porém, pode demorar bastante, e muitos deles acabam se tornando obsoletos.

Isso ocorreu com várias aeronaves das falidas Vasp (Viação Aérea São Paulo) e Transbrasil. Muitas tiveram poucas peças reaproveitadas enquanto esperavam por um novo destino, e outras tantas ainda estão abandonadas ou foram sucateadas.

Elas ainda podem ser vendidas para colecionadores ou para criar atrações turísticas, como uma das aeronaves da Avianca, hoje localizada em Morretes (PR), ou dois Boeings da Vasp, em Araraquara (SP).

domingo, 12 de maio de 2024

O incrível erro que levou Pepsi a enfrentar universitário por avião militar

A Pepsi-Cola e a Coca-Cola sempre competiram por mercado
O ano era 1995. A "guerra das colas", iniciada na década de 1970, seguia a todo vapor.

Na verdade, a acirrada rivalidade entre a Coca-Cola e a Pepsi-Cola havia começado no exato momento em que a Pepsi Cola Company foi fundada, em 1902, dez anos depois da Coca-Cola Company.

Enquanto a Coca-Cola dominava, a Pepsi reduzia os preços e usava outros artifícios para ganhar mercado.

Até que, em 1975, ela lançou o que chamou de "Pepsi Challenge", voltado diretamente à concorrente, declarando essa guerra de marketing.

Duas décadas e muitos comerciais depois, ela investiu na campanha promocional "Pepsi Stuff", cujo slogan era: "Beba Pepsi e ganhe coisas".

Se os consumidores guardassem os rótulos de Pepsi, acumulavam pontos que poderiam ser trocados por mercadorias, como camisetas, bonés, jaquetas jeans e de couro, bolsas e mountain bikes.

Esta foi a estratégia mais bem-sucedida na disputa entre os dois refrigerantes.

Mas surgiu uma pedra no caminho da Pepsi que, por pouco, não se tornou um enorme obstáculo.

O avião


As lojas divulgavam a promoção em pontos de venda com fotos da supermodelo Cindy Crawford. Mas os catálogos em si eram pouco atraentes, particularmente para a chamada "Geração Pepsi", que eles queriam conquistar.

Para aumentar seu impacto, a campanha precisava ser reforçada no grande campo de batalha da publicidade — as telas de cinema e televisão.

Os profissionais de criação idealizaram então um comercial mostrando um menino se arrumando para ir à escola.

Conforme ele vestia alguns dos itens oferecidos pela companhia, aparecia a quantidade de pontos necessários para adquiri-los: "camiseta, 75 pontos Pepsi"; "jaqueta, 1.450 pontos Pepsi".

"Agora, quanto mais Pepsi você beber, mais coisas geniais você vai ganhar", dizia o narrador.

Quando estava pronto, o menino saía de casa e subia em um avião de combate para ir à escola. Na tela, surgiam os dizeres:

"Avião de combate Harrier, 7.000.000 pontos Pepsi", seguidos pelo slogan da campanha.


Em nenhum momento no comercial, originalmente lançado nos Estados Unidos, apareceram aquelas legendas em letras minúsculas que sempre nos recomendam ler. No caso, deveriam ter indicado que este último item não estava incluído na promoção.

Questão matemática


É claro que ninguém na empresa pegou lápis e papel para fazer as contas antes de determinar o preço do avião de combate em pontos Pepsi. Afinal, quando se trata de grandes números, tudo o que vem depois de um certo ponto indica apenas que o número é grande demais.

Neste caso, o número 7 milhões atendia a este propósito, especialmente considerando o quanto era difícil obter os pontos necessários para qualquer mercadoria.

Cada garrafa de refrigerante equivalia a apenas um ponto. No caso das latas, a situação era pior: um pack de 24 latas, por exemplo, valia quatro pontos.

Ou seja, era preciso tomar muita Pepsi para ganhar a camiseta do comercial... e a quantidade para resgatar o avião era absurda.

Na verdade, os responsáveis pelo comercial nunca pararam para pensar na quantidade. Para eles, era apenas um truque para chamar a atenção dos espectadores.

Até que alguém fez as contas. E, mais do que isso, conseguiu os pontos necessários para ganhar o avião.

Anúncio premiado da Pepsi em 1991, com a supermodelo Cindy Crawford

John Leonard


John Leonard era estudante universitário. Ele estava sempre em busca de oportunidades para ganhar dinheiro e, assim, financiar suas aventuras — particularmente, sua paixão pelo alpinismo.

Ele tinha 20 anos e uma longa lista de trabalhos que havia feito desde pequeno com este objetivo.

Um dia, ele ouviu falar de um comercial que oferecia a possibilidade de ganhar um avião. Ao assistir, reparou que não havia um aviso legal de isenção de responsabilidade — e decidiu fazer o dever de casa que a Pepsi não havia feito.

Ele somou e multiplicou, para saber quantos refrigerantes ele precisaria comprar para ganhar o avião de combate. Depois, calculou o valor que precisaria gastar para armazenar milhões de garrafas e retirar os rótulos. E concluiu que, embora os números fossem altos, a oferta era, na verdade, uma pechincha.

Custaria a ele cerca de US$ 4 milhões para adquirir um avião com valor aproximado de US$ 23 milhões.

Leonard apresentou seu plano ao milionário Todd Hoffman, com quem havia feito amizade durante uma viagem em que trabalhou como guia de alpinismo.

Hoffman, vários anos mais velho do que ele e muito mais experiente, fez as perguntas necessárias para determinar a viabilidade do plano.

Até que uma dessas perguntas fez o plano ruir: o que aconteceria se a promoção terminasse quando estivessem a ponto de reunir todos os rótulos? O que fariam com milhões de garrafas de refrigerante sem rótulo?

John Leonard (à esquerda) e Todd Hoffman (à direita) são amigos até hoje

Pingue-pongue


Decepcionado, Leonard se deu por vencido. Mas, um dia, folheando o catálogo da Pepsi, encontrou outro caminho.

A Pepsi oferecia a venda dos pontos em dinheiro — por US$ 0,10 cada, o que significava que os sete milhões de pontos necessários para resgatar o avião custariam US$ 700 mil.

Hoffman fez o cheque, e eles enviaram para a Pepsi. Ali começou o que mais parecia uma partida de pingue-pongue em câmera lenta.

A primeira resposta da Pepsi foi na linha "Que engraçado! Aqui está seu cheque e alguns cupons de brinde".

Leonard e Hoffman responderam da seguinte forma: "Se não recebermos as instruções de transferência em até 10 dias úteis a partir da data desta carta, não teremos escolha a não ser iniciar um processo judicial contra a Pepsi."

Mas a empresa se adiantou, apresentando uma petição em Nova York, garantindo que um eventual processo legal ocorreria em um local conhecido por favorecer as empresas.

Com a petição, a Pepsi tentava obter "uma declaração judicial que determinasse que ela não tinha a obrigação de fornecer um jato Harrier ao solicitante", segundo consta no parecer final.

O caso gerou um frenesi na imprensa, que inicialmente retratava Leonard como Davi lutando contra Golias (a Pepsi). Mas, com o tempo, Leonard acabou sendo rotulado de oportunista, como alguém que quis se aproveitar da pobre multinacional dos refrigerantes.

A disputa judicial se estendeu por anos

Leonard x PepsiCo


Ao longo do processo, Leonard chegou a recusar um acordo oferecido pela fabricante de refrigerantes.

Como Leonard e Hoffman também deram entrada em uma ação no Estado da Flórida, as faculdades de direito americanas ensinam o caso até hoje como "Leonard x PepsiCo" — e não o inverso.

Em certo momento, a disputa recebeu o apoio do advogado Michael Avenatti que, anos depois, ficaria famoso defendendo a atriz pornô Stormy Daniels em sua batalha judicial contra Donald Trump. Em 2022, Avenatti foi condenado por enganar quatro dos seus clientes, incluindo a própria Daniels.

Mas quando Avenatti propôs ameaçar a Pepsi usando um caso anterior em que a companhia não honrou a promessa de um prêmio milionário a seus consumidores nas Filipinas, alegando um erro de informática, Hoffman se recusou porque pareceu a ele que a estratégia seria uma chantagem.

O julgamento ocorreu, finalmente, em 1999, na jurisdição de preferência da Pepsi: Nova York.

Michael Avenatti e Stormy Daniels em 2018

O julgamento


Para Leonard e Hoffman, a possibilidade de ganhar a disputa contra o exército de advogados da Pepsi, suas seguradoras e a agência de publicidade era remota. Mas eles teriam mais chance se a decisão fosse tomada por um júri formado por pessoas comuns.

Infelizmente para eles, a juíza Kimba Wood descartou a possibilidade de fazer um julgamento com júri. E decidiu por um julgamento sumário.

Outra possibilidade que poderia ter sido vantajosa para Leonard eram os depoimentos — em que cada uma das partes faz perguntas à outra parte ou a testemunhas sob juramento.

Leonard havia descoberto que o mesmo comercial havia sido lançado no Canadá, mas incluindo as fundamentais letras minúsculas abaixo da expressão "jato de combate Harrier: 7.000.000 pontos Pepsi".

Além disso, a Pepsi já havia alterado o comercial, acrescentando zeros — eram agora 700 milhões de pontos pelo avião – e incluindo uma legenda dizendo "é brincadeira". As alterações podiam ser interpretadas como admissão do erro.

Os executivos da agência de publicidade BBDO, criadora do anúncio, poderiam ser interrogados sobre estas e outras decisões — e eles poderiam defender melhor sua posição.

Mas a juíza decidiu que já tinha os fatos relevantes, de forma que tampouco permitiu os depoimentos.

Após a audiência, seguiu-se mais uma longa espera, até que a juíza Kimba Wood acabou decidindo a favor da Pepsi.

"Nenhuma pessoa imparcial poderia ter concluído razoavelmente que o comercial oferecia aos consumidores, na verdade, um avião Harrier", ela escreveu em um extenso documento, incluindo observações como:

"Nenhuma escola forneceria um espaço de pouso para o avião de combate de um estudante, nem aprovaria a interrupção que seria causada pelo uso do avião."

O que aconteceu?


O documentário Pepsi, Cadê Meu Avião?, da Netflix, conta a história de
John Leonard e da promoção dos pontos Pepsi
Além de pôr fim ao sonho de Leonard, a juíza Wood nos deixou sem saber por que a Pepsi cometeu esse erro.

Mas o produtor cinematográfico Andrew Renzi encontrou a resposta no documentário Pepsi, Cadê Meu Avião? (2022), que fez para a Netflix.


Nele, o ex-diretor de criação da agência de publicidade encarregada dos anúncios da Pepsi, Michael Patti, revelou que, originalmente, o número de pontos mencionado no comercial relativo ao avião Harrier era de 700.000.000.000.000 (700 trilhões).

Mas, quando o comercial foi apresentado à Pepsi na sala de edição, um dos executivos da empresa disse que era um número difícil de ler.

Dois executivos da Pepsi que estavam presentes confirmaram no documentário que foi o que aconteceu, mas ninguém lembrava quem havia feito a observação.

Patti disse que explicou a eles que não precisava ser legível, que não era preciso saber qual era o número exato. Bastava "ver que era um 7 com muitos zeros para entender que era impossível e engraçado".

Mas ele não os convenceu.

Cortaram um zero, mas não pareceu suficiente. Depois cortaram outro, até que todos concordaram que assim era melhor.

"Deveriam ter pensado melhor. A promoção era deles. Passou pelo departamento jurídico, que revisou [o anúncio] para garantir que estava tudo certo", relembra Renzi.

Se tivesse tudo certo mesmo, o comercial de 1995 da Pepsi teria sido relegado ao esquecimento.

Via BBC

Os cinco principais operadores do Embraer E190

O E190 é uma versão alongada da icônica aeronave Embraer E170.

Um Embraer E190 da JetBlue Airways (Foto: The Global Guy/Shutterstock)
O Embraer E190 faz parte de uma série de jatos regionais bimotores projetados e desenvolvidos pela fabricante brasileira Embraer. O E190 é uma versão alongada do E170 com asa maior, estabilizador horizontal maior e novos motores. Desde o primeiro voo do tipo em março de 2004 e sua introdução na JetBlue Airways em 2005, o E190 tem sido popular entre as companhias aéreas globais para necessidades regionais.

De acordo com o fabricante: “Vendo uma lacuna no mercado para aeronaves regionais com capacidades de linha principal, lançamos o E190. Oferecendo aos clientes um dos interiores mais espaçosos de todas as aeronaves de corredor único, também proporciona uma economia impressionante. Saltos curtos ou rotas mais longas – o E190 tem versatilidade para percorrer longas distâncias.”

Existem duas variantes ligeiramente diferentes do E190: o -100AR e o -100LR. Abaixo, uma lista dos maiores operadores atuais da aeronave E190 com base nos dados da ch-aviation.

5. KLM Cityhopper

  • Total de aeronaves E190: 30
  • Variante de aeronave: E190-100STD
  • Aeronaves ativas: 25
  • Aeronaves em armazenamento ou manutenção: 5
  • Idade Média: 12,3 anos
Subsidiária da companhia aérea holandesa KLM Royal Dutch Airlines, a KLM Cityhopper opera uma frota de jatos regionais, principalmente jatos Embraer e Fokker, para sua rede de rotas. Com sede na Holanda do Norte, Holanda, a companhia aérea opera a partir do Aeroporto Schiphol de Amsterdã (AMS).

Um close de um Embraer E190 da KLM Cityhopper (Foto: Bjoern Wylezich/Shutterstock)
Os jatos da Embraer são um local comum de e para a AMS, já que a companhia aérea opera uma ampla gama de serviços 'feeder' em nome da KLM. Com uma frota total de 65 aeronaves de todos os tipos, a companhia aérea serve mais de 70 rotas intra-europeias.

A KLM Cityhopper possui uma frota de 30 aeronaves Embraer E190 e usa a variante padrão -100STD. Dados da ch-Aviation mostram que em março de 2024, a companhia aérea tinha 25 E190-100STDs ativos, enquanto os cinco restantes estavam armazenados ou fora de manutenção. A idade média da frota E190 é de 12,3 anos.

4. Tianjin Airlines

  • Total de aeronaves E190: 31
  • Variantes da aeronave: E190-100AR, E190-100LR
  • Aeronaves ativas: 27
  • Aeronaves em armazenamento ou manutenção: 4
  • Idade Média: 13,8 anos
Esta transportadora chinesa era anteriormente Grand China Express e está sediada no Aeroporto Internacional Tianjin Binhai (TSN), na cidade a menos de 160 quilômetros a sudeste de Pequim. Fundada em 2004, a companhia aérea opera voos regulares de passageiros e carga a partir da TSN. A companhia aérea opera uma frota de 31 aeronaves Embraer E190 e utiliza as variantes -100AR e -100LR.

Um Embraer E190 da Tianjin Airlines (Foto: byeangel/Flickr)
Dados da ch-Aviation mostram que em março de 2024, a companhia aérea tinha 27 E190 ativos, enquanto os quatro restantes estavam armazenados ou fora de manutenção. A idade média da frota E190 é de 13,8 anos. A transportadora chinesa opera uma frota de mais de 100 aeronaves de todos os tipos e transporta passageiros entre várias capitais regionais e aeroportos alimentadores na China.

3. Alliance Airlines

  • Total de aeronaves E190: 34
  • Variante da aeronave: E190-100AR
  • Aeronaves ativas: 30
  • Aeronaves em armazenamento ou manutenção: 4
  • Idade Média: 16,5 anos
A transportadora australiana Alliance Airlines, com sede em Brisbane, opera voos regulares, fretamentos, fly-in-fly-out (FIFO) e fornece serviços de arrendamento de aeronaves. A companhia aérea opera principalmente uma grande frota de jatos Embraer e Fokker para suas rotas e também aluga periodicamente as aeronaves para outras transportadoras, como a QantasLink.

Dois Embraer E190 da Alliance Airlines (Foto: Alliance Airlines)
A Alliance opera uma frota de 34 aeronaves Embraer E190 e usa a variante -100AR. Dados da ch-Aviation mostram que em março de 2024, a companhia aérea tinha 30 E190 ativos, enquanto os quatro restantes estavam em manutenção. Esses números também incluem aeronaves de arrendamento temporário com tripulação para outras transportadoras. A idade média da frota E190 é de 16,5 anos.

2. Aeromexico Connect

  • Total de aeronaves E190: 41
  • Variantes da aeronave: E190-100AR, E190-100LR
  • Aeronaves ativas: 34
  • Aeronaves em armazenamento ou manutenção: 7
  • Idade Média: 14,4 anos
A Aeromexico Connect, marca aérea regional da companhia aérea mexicana, está sediada em Monterrey e opera voos de alimentação para os aeroportos centrais da Aeromexico. Os voos da Aeromexico Connect são anunciados como Aeromexico, a maior e mais importante companhia aérea regional do país. Oferece mais de 300 voos diários para 42 destinos em todo o México. A Aeromexico Connect é uma das maiores operadoras de E-Jets da Embraer.

Um Embraer E190 da Aeromexico decolando (Foto: Guillermo Quiroz Martínez/@gquimar)
Opera uma frota de 41 aeronaves Embraer E190 e utiliza as variantes -100AR e -100LR. De acordo com os dados da ch-Aviation, a companhia aérea possui 34 E190 ativos e sete estão armazenados ou fora de manutenção. A idade média da frota E190 é de 14,4 anos.

1. JetBlue Airways

  • Total de aeronaves E190: 51
  • Variante da aeronave: E190-100AR
  • Aeronaves ativas: 31
  • Aeronaves em armazenamento ou manutenção: 20
  • Idade Média: 15,8 anos
A JetBlue, uma importante companhia aérea de baixo custo dos Estados Unidos, voa para mais de 110 destinos com sua frota abrangente de aeronaves de corredor único. A JetBlue opera 1.000 voos diários a partir de seus seis hubs, sendo o principal o JFK de Nova York.

Um Embraer E190 da JetBlue na pista em Boston (Foto: Lucas Souza/Simple Flying)
A JetBlue foi o cliente lançador da aeronave Embraer E190 em 2005. Atualmente opera 51 unidades do tipo e utiliza a variante -100AR. Dados da ch-Aviation mostram que 31 aeronaves E190 estão ativas, enquanto 20 estão fora de serviço em março. A idade média da frota E190 é de 15,8 anos. A JetBlue pretende aposentar sua frota de E190 até 2026 para ser substituída por Airbus A220.

Com informações do Simple Flying

sábado, 11 de maio de 2024

Quanto custa a operação e manutenção do Boeing 737?

Só os custos com combustível representam cerca de 22% das despesas operacionais de uma companhia aérea.

Boeing 737 da GOL (Foto: Rafael Luiz Canossa)
Compreender os custos associados à operação e manutenção de uma aeronave é crucial para companhias aéreas, proprietários de aeronaves e operadores. O Boeing 737, uma das aeronaves comerciais mais populares e utilizadas em todo o mundo, serve como um excelente estudo de caso para examinar estes custos. Desde despesas com combustível até taxas de manutenção, vários fatores contribuem para as despesas gerais operacionais e de manutenção do Boeing 737.

O Boeing 737 é o avião comercial mais popular


O Boeing 737, muitas vezes chamado de burro de carga dos céus, tem sido um produto básico na indústria da aviação desde a sua introdução no final dos anos 1960. O avião comercial é o jato mais vendido do mundo , operado por mais de 5.000 companhias aéreas em quase 200 países.

Com inúmeras variantes e configurações, o Boeing 737 atende a uma infinidade de propósitos, desde voos regionais de curta distância até rotas internacionais de longa distância. No entanto, por trás da sua ampla utilização e popularidade reside uma complexa rede de custos operacionais e de manutenção que as companhias aéreas e os operadores de aeronaves devem navegar.

A qualquer momento, há mais de 1.000 737 voando no céu, levantando a questão: quanto custa realmente manter essas aeronaves no ar?

Tipos de custos


Os dois principais custos que cobriremos hoje são os custos operacionais e de manutenção. Como os custos variam dependendo da frequência com que uma aeronave é utilizada, essas despesas são frequentemente expressas como custos por hora. Segundo a Associação de Proprietários e Pilotos de Aeronaves (AOPA), esses custos podem ser divididos em quatro componentes: diretos, fixos, reservas e variáveis.

Os custos de operação e manutenção enquadram-se na categoria “direto” e incluem combustível, óleo e todos os trabalhos de manutenção. É importante notar que muitas companhias aéreas, especialmente as de baixo custo, operam seus jatos por períodos mais longos do que o horário padrão. Embora o aumento do uso possa reduzir as despesas operacionais por hora, também resulta em custos de manutenção mais elevados.

Custos de combustível


As despesas com combustível representam um dos custos operacionais mais significativos para as companhias aéreas, independentemente do tipo de aeronave que operam. À medida que os preços dos combustíveis de aviação flutuam em resposta aos fatores econômicos globais , as companhias aéreas devem monitorizar e gerir cuidadosamente o consumo de combustível para otimizar a eficiência e minimizar os custos.

A eficiência de combustível do Boeing 737 varia dependendo de fatores como variante e tamanho, idade da aeronave e tipo de motor. Os modelos mais recentes com motores avançados, como a série Boeing 737 MAX, apresentam maior eficiência de combustível em comparação com versões mais antigas.

Além disso, fatores externos, como congestionamento do tráfego aéreo, condições climáticas e escolhas de rotas, podem impactar o consumo de combustível durante o voo, influenciando ainda mais as despesas operacionais. As diferentes fases do voo também influenciam o consumo de combustível da aeronave.

(Imagem: IATA)
Dito isto, em média, um 737 requer cerca de 1.775 galões de combustível para um vôo de 2,5 horas, de acordo com News.com.au. Isso se resume a cerca de 710 galões de combustível por hora. De acordo com a análise do preço do combustível da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) para a semana encerrada em 19 de abril de 2024, o preço do combustível de aviação é de 254,49 centavos por galão. Dados esses números, podemos calcular o custo médio de combustível para um 737 em US $ 1.803 por hora.

Custos de manutenção


Como qualquer aeronave, a manutenção da aeronavegabilidade dos jatos Boeing 737 exige a adesão a protocolos e cronogramas de manutenção rigorosos exigidos pelas autoridades reguladoras da aviação. Tarefas de manutenção de rotina, incluindo inspeções, substituição de componentes e verificações de sistemas, são essenciais para garantir a segurança e a confiabilidade dessas aeronaves.

Os custos de manutenção podem variar significativamente com base em fatores como idade da aeronave, taxas de utilização e extensão da manutenção necessária. Os modelos 737 mais antigos podem incorrer em despesas de manutenção mais elevadas devido ao envelhecimento dos componentes e à necessidade de reparos mais frequentes. Por outro lado, as aeronaves mais novas beneficiam de tecnologia moderna e características de design, contribuindo para reduzir os custos de manutenção ao longo da sua vida operacional.

De acordo com a National Aviation Academy, uma aeronave passa pelas seguintes verificações ao longo de sua vida:


De acordo com a Skylink, para uma utilização média anual de 2.742 horas, um C Check para um 737 custa cerca de US$ 32,18 por hora de voo. Se você adicionar isso ao substancial cheque D, que normalmente custa cerca de US$ 1,5 milhão a cada seis a dez anos de serviço, você estaria gastando mais de US$ 100 por hora de voo apenas para os cheques C e D. Acrescente as despesas de manutenção de linha e verificações A/B e é seguro dizer que os custos de manutenção provavelmente excederão US$ 150 por hora de voo.

Outros custos


Conforme descrito pela Administração Federal de Aviação dos EUA, o custo variável médio por hora para um carro estreito com mais de 160 assentos é de US$ 4.096, enquanto para um carro estreito com menos de 160 assentos é de US$ 3.512. Isto inclui despesas relacionadas com serviços de assistência em escala, taxas de aterragem e outros custos laborais.

Dado que as variantes da família Boeing 737 se enquadram em ambas as categorias – algumas, como o 737-300, acomodando menos de 160 passageiros e outras, como o 737-900 e o 737 MAX 8, acomodando mais de 160 passageiros – os custos variáveis ​​por hora pode ser considerado como a média dos dois custos: $ 3.804.

Somando isso às despesas de combustível e manutenção, o custo de operação e manutenção de um 737 equivale a cerca de US$ 5.757 por hora de voo, considerando o preço atual do combustível de aviação.

Com informações do Simple Flying

terça-feira, 7 de maio de 2024

Hospedagem exótica: Veja 3 aviões que se transformaram em hotéis incríveis

Luxuosidade e modernidade resumem esses hotéis de aeronaves.


Depois de certo tempo, algumas aeronaves já não são mais capazes de voar. No entanto, isso não significa que elas perdem a sua utilidade quando estacionadas em terra firme. Seguindo essa lógica, existem alguns aviões que viraram hotéis, com bastante conforto, modernidade e luxo.

Para conhecer algumas opções e, quem sabe, passar uma noite acomodado em um deles ao redor do mundo, continue a leitura desta matéria.

Quando uma aeronave encerra seu tempo de vida útil, ela passa por alguns processos até que se defina sua destinação. Então, a companhia aérea devolve a aeronave ao fabricante ou à empresa que a alugou após determinar que ela não voará mais.

Após isso, o avião segue para um aeroporto de armazenamento onde aguarda até que haja uma decisão definitiva do seu fim. No caso desses aviões que viraram hotéis, assim que a decisão (e compra) foi efetivada, eles foram levados até o local onde permaneceram e as reformas foram feitas para incrementar luxo e comodidade.

Ilyushin-18


Suíte de aeronaves Teuge

(Crédito: Booking.com)
Uma suíte na aeronave construída em 1960, localizada na Holanda, é uma das coisas mais luxuosas que você vai ver na sua vida. Feita para duas pessoas, o lugar tem quase 40 metros de comprimento e, do seu quarto, você visualiza toda a pista do aeroporto internacional de Teuge.

Boeing 737-200


Aerotel – Aviador Boutique Hotel

(Crédito: www.thesouthafrican.com)
Pessoas restauraram completamente o avião resgatado, que estava prestes a ser descartado, e transformaram-no em um dos hotéis de aeronaves mais elegantes. Assim, localizado no sul da África, o Boeing possui camas queen-size, banheiro privativo, geladeira, Wi-Fi e muitos outros recursos.

Boeing 747 Jumbo Jet


Hotel Jumbo Stay

(Crédito: Booking.com)
Equipado com mais de 30 quartos, em Estocolmo, Arlanda, na Suécia, o super-hotel de aeronaves possui atualmente mais de 70 camas, um restaurante e muito luxo. Tudo decorado em memória à antiga rotina do hotel: aviação.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Por que os voos podem ser vendidos em excesso?

As razões e a metodologia por trás da venda excessiva de voos.

(Foto: pp1/Shutterstock)
A venda excessiva de voos é uma prática da indústria global. À primeira vista, a venda exagerada de um voo pode parecer negligente, se não fraudulenta, e o público viajante é legitimamente cético em relação à prática. Na realidade, o número de passageiros deslocados por oversales é mínimo (como discutido mais tarde). A venda excessiva de voos permite que as companhias aéreas mantenham os preços mais baixos, oferecendo mais assentos do que estariam disponíveis de outra forma. Também permite que mais passageiros reservem um voo no horário que preferirem, em vez de serem forçados a um cronograma de viagem mais inconveniente.

Overselling


Os departamentos de agendamento de rotas das companhias aéreas destilaram informações incrivelmente precisas sobre passageiros com conexões erradas e "não comparecimento" para cada partida, para cada cidade e sempre que um voo é oferecido. Com base nesses pontos de dados históricos, as companhias aéreas vendem voos em excesso para gerar um fator de carga real que mais se aproxima de 100%. Como um exemplo teórico, a programação da Lufthansa pode saber que a venda de 107% dos assentos disponíveis em uma tarde de terça-feira saindo de Frankfurt resultará em um fator de ocupação de 99,5%. Seu Airbus A320 tem 126 assentos econômicos, então a Lufthansa pode disponibilizar 135 assentos econômicos (107% de 126). Eles tornarão esses assentos adquiríveis até um ponto de corte pré-determinado antes da partida.

(Foto: Tom Boon/Simple Flying)
Uma regra prática para as companhias aéreas é que elas podem vender voos em excesso de forma mais acessível (e mais eficiente) com origem em um de seus hubs . Um dia de clima perfeito no sul e leste dos Estados Unidos pode causar alguns passageiros com conexões erradas voando por Atlanta na Delta Air Lines. A Delta pode não conseguir acomodar todas as "vendas excessivas de receita" no voo original que os passageiros reservaram. Ainda assim, a companhia aérea terá mais voos partindo no final do dia para acomodar os viajantes. 

Como alternativa, a Delta pode conectar os passageiros em excesso por meio de outro hub, adicionando uma etapa extra à jornada, mas levando o viajante ao destino com um pouco de compensação adicional para o aborrecimento. Isso só é possível em uma cidade onde uma companhia aérea tem uma presença operacional significativa, pois existem muitas opções para conectar os passageiros ao seu destino final.

Vista externa do saguão A no Atlanta Hartsfield Jackson Int'l (Foto: Thomas Barrat/Shutterstock)
As companhias aéreas geralmente têm margens menores para vender demais os últimos voos do dia de seus hubs. Os voos que chegam tarde da noite geralmente são realizados exclusivamente por passageiros "terminantes" ou aqueles que não farão conexão, pois não há voos noturnos disponíveis. 

Consequentemente, os fatores de carga em voos que chegam depois das 22h, horário local, são significativamente mais baixos do que seus equivalentes anteriores. Isso é bom para as companhias aéreas, principalmente nos dias em que muitos passageiros se desconectam ou têm o embarque negado involuntariamente. 

As companhias aéreas usam os últimos voos do dia para resolver os problemas de programação que surgiram e garantir que poucos passageiros fiquem presos no aeroporto central durante a noite. Pagar por quartos de hotel para passageiros com conexões erradas é uma despesa que sempre faz a companhia perder dinheiro e prejudica sua reputação.

A realidade da venda excessiva de voos


É difícil determinar o número de passageiros com embarque recusado involuntariamente devido a vendas excessivas. Em 2016, a Associação Internacional de Transporte Aéreo ( IATA ) estimou que 0,09% dos passageiros nos EUA teve o embarque negado. Não está claro se isso se deve estritamente a vendas excessivas de receita ou se esse número é a porcentagem geral de passageiros com embarque negado por qualquer motivo (intoxicação e argumentação são outros motivos notáveis). 

A IATA estabeleceu padrões a serem seguidos pelas companhias aéreas do mundo quando há overbooking em voos. Pedir voluntários é a primeira medida listada, e oferecer compensação por desistir voluntariamente de um assento é uma prática padrão do setor. Da mesma forma, os governos estabeleceram regulamentos rígidos que limitam a quantidade de vendas excessivas(tanto em valor quanto em porcentagem) as companhias aéreas podem fazer.

Passageiros embarcando em um 737 da Ryanair em Budapeste (Foto: frantic00/Shutterstock)
Como uma ferramenta adicional em seu cinto, as companhias aéreas vendem bilhetes de "reserva de receita" aos passageiros. Isso não é apenas um esforço para tornar a emissão de passagens mais transparente, mas também permite que os passageiros façam um voo que as companhias aéreas não poderiam legalmente (ou não) oferecer como opção. Isso dá à companhia aérea mais receita também. 

Depois de atingir o limite de venda excessiva de bilhetes, uma companhia aérea pode vender cinco bilhetes adicionais de espera de receita caso mais passageiros confirmados percam o voo do que os números históricos indicam - isso acontece com certa regularidade, pois as estatísticas históricas são uma média e não uma regra. É uma opção útil de emissão de bilhetes, mas também pode ser um pouco estressante devido à incerteza do bilhete de espera.

Como evitar ser recusado o embarque


Existem três medidas simples que os viajantes podem tomar para se tornarem menos suscetíveis à recusa de embarque em um voo com excesso de vendas. Primeiro, esteja no portão a tempo. Os passageiros que estão longe do portão e não respondem ao seu nome na primeira vez que são chamados provavelmente terão sua reserva removida enquanto os agentes do portão se apressam para acomodar as pessoas em um voo movimentado. 

Em segundo lugar, mantenha algum tipo de status com a companhia aérea. Uma medida tão pequena quanto se inscrever em uma conta de recompensas com a companhia aérea para a qual você está voando fará com que seu status saia do final da lista de viajantes. Certifique-se de que seu número de recompensas esteja associado à sua reserva. Não custa nada e te apresenta no sistema da companhia aérea como tendo status junto a ela, mesmo que seja a primeira vez que você voa. 

Por fim, faça o check-in 24 horas antes do voo, se puder. Ao determinar quem não voará, os passageiros sem status na companhia aérea geralmente são eliminados pela antecedência (ou atraso) com que fizeram o check-in.

A venda excessiva de voos faz sentido para a companhia aérea, para que ela possa oferecer mais assentos a preços mais baixos . Em última análise, os assentos em aviões são uma mercadoria perecível. Assentos não ocupados representam perda de receita para as companhias aéreas e perda de oportunidades para os passageiros assim que a porta de embarque é fechada. A maioria das pessoas sai ganhando quando o número máximo de passagens é oferecido - os preços diminuem, as companhias aéreas aproveitam a receita extra e o número máximo de viajantes chega ao seu destino. A desvantagem é que o assento do meio ao seu lado, com seu cobiçado segundo apoio de braço, agora está ocupado.

Com informações da Simple Flying e IATA

domingo, 5 de maio de 2024

Hoje na História: 5 de maio de 1947 - Primeiro voo da companhia aérea Alitalia


A companhia aérea Alitalia foi fundada em 16 de setembro de 1946, tendo realizado o voo inaugural a 5 de maio de 1947 com a aeronave de três motores Fiat G-12 Alcione, prefixo I-DALH, que fez a viagem entre Turim, Roma e Catânia. Naquele ano a companhia atingiu o número de 10.000 passageiros transportados. 


No ano seguinte, em março de 1948, a companhia faz o seu primeiro voo intercontinental tendo partido de Milão com destino a diversas cidades da América do Sul (Natal, Rio de Janeiro e Buenos Aires), depois de fazer escala em Dakar, no Senegal. Em 1957, a companhia adquiriu a Linee Aeree Italiane, ficando com o nome oficial Alitalia Linee Aeree Italiane.


Na década de 1990, a companhia transportou mais de 25 milhões de passageiros. Em 1997 criou a subsidiária regional Alitalia Express (para voos domésticos e voos de curto alcance para destinos europeus) e em 2001 juntou-se à aliança mundial de companhias aéreas SkyTeam. Em novembro de 2003, a empresa anunciou o corte de 2.700 funcionários para preparar a companhia para a fusão com o grupo Air France-KLM. 


Em abril de 2004, a Alitalia adquiriu a falida linha aérea regional Gandalf Airlines, para ter direito a maior participações em aeroportos europeus, principalmente Milão (Linate) e Paris (Charles De Gaulle).

Depois do fracasso nas negociações para a venda da companhia aérea para o grupo Air France-KLM, no começo de 2008, em 28 de agosto, a Alitalia pediu ao Tribunal de Roma autorização para declarar estado de insolvência, e assim receber uma administração extraordinária para sair da crise financeira na qual se encontrava. Esta declaração é parecida com a nova lei de falências que vigora no Brasil, na qual o caso mais famoso foi da Varig, que entrou primeiramente em processo de recuperação judicial.


O administrador extraordinário, escolhido pelo Primeiro Ministro Silvio Berlusconi, foi o ex-ministro da Fazenda, Augusto Fantozzi. Depois, o grupo Air France-KLM e o grupo Lufthansa demonstraram interesse em adquirir parte da empresa aérea.


Em 2008 Alitalia Linhas Aéreas deixou de existir e nasceu a Alitalia Linhas Aéreas Italianas. Essa nova empresa nasceu da divisão da Alitalia sem dividas da Alitalia com dividas e da fusão com Air One. Hoje a Alitalia é também conhecida como "Nova Alitalia".

Airbus A330-200, EI-EJI
Em 2009 foi vendida à Air France por 25 por cento do capital da empresa, com opção de aumento da sua participação no capital da empresa em 2013, ano que acaba a obrigação da atual dona, a holding chamada CAI, de manter a sua maioria das ações na Alitalia.

Em 2010, a Air France é o maior acionista isolado da Alitalia (o que dizer que a Air France não tem a maioria das ações em absoluto, mas ela detém o maior número de ações em confronto aos outros acionistas singulares). 


O grupo Air France-KLM tem planos de unir a Alitalia com suas subsidiárias Air France, KLM e Delta Airlines. Assim fazendo, ela poderá retornar a ser a maior companhia aérea do mundo, posição perdida depois da fusão da Continental Airlines com a United Airlines. Atualmente entre essas empresas há somente um acordo de compartilhamento de rotas, entre a Europa e os Estados Unidos.

sábado, 4 de maio de 2024

Quanto custa um Boeing 737?

Desde a sua introdução em 1967, o Boeing 737 passou por melhorias contínuas, tornando-se um dos modelos mais vendidos da Boeing.


Desde o seu voo inaugural em 1967, o Boeing 737 evoluiu através de múltiplas variantes, melhorando e refinando consistentemente as suas características. A série B-737 tornou-se uma das aeronaves mais vendidas da Boeing. Até o momento, a Boeing entregou 11.703 737 aos clientes. De acordo com a Ch-Aviation, a Boeing tem 4.863 737 encomendados para diversas companhias aéreas e compradores privados. Com quase 60 anos de serviço e sua variedade de variantes, esta aeronave pode ser comprada de segunda mão por menos de US$ 2 milhões.

A tabela abaixo é baseada nas informações da Axon Aviation:
  • Boeing 737-700: US$ 89,1 milhões
  • Boeing 737-800: US$ 106,1 milhões
  • Boeing 737-900ER: US$ 112,6 milhões
  • Boeing 737 Max 7: US$ 99,7 milhões
Sites como o Controller oferecem uma ampla variedade de aeronaves à venda, incluindo B-737, por apenas US$ 1,9 milhão. Com sede em Lincoln, Nebraska, o site apresenta milhares de listagens de jatos novos e usados, aeronaves turboélice, aeronaves a pistão, aviões esportivos leves, helicópteros a pistão e turbina, aeronaves anfíbias ou hidroaviões a pistão e turbina e aeronaves experimentais ou construídas em casa. Além disso, o site inclui listagens de mercados e equipamentos de aeronaves privadas, comerciais, militares, agrícolas e outros, como tanques de combustível, unidades de energia, hangares e equipamentos de degelo.

Em março, a Boeing divulgou um comunicado revelando que a American Airlines havia encomendado mais de 150 B-737. A transportadora modernizará sua frota global com o primeiro pedido do maior Boeing 737 MAX. A companhia aérea está se comprometendo com 115 dos modelos 737-10, incluindo um novo pedido de 85 jatos e uma conversão de um pedido anterior de 30 737-8, a variante menor. A companhia aérea também está anunciando opções de compra de 75 jatos 737-10 adicionais. As companhias aéreas costumam obter grandes descontos na compra de aeronaves a granel . O desconto pode ser de até 50%.

“Apreciamos profundamente a confiança da American Airlines na Boeing e sua confiança na família 737 MAX. A seleção do 737-10 pela American proporcionará ainda maior eficiência, uniformidade e flexibilidade para sua rede e operações globais”, disse Stan Deal, presidente e CEO. de Aviões Comerciais Boeing. “Nossa equipe aqui na Boeing está comprometida em entregar este novo pedido e apoiar o crescimento estratégico da American com uma das maiores e mais modernas frotas do setor”.

História do Boeing 737


(Foto: Museum of Flight/CORBIS)
Em fevereiro de 1968, a Lufthansa da Alemanha tornou-se a primeira companhia aérea fora dos EUA a lançar a aeronave Boeing. Como o B-737 está em produção há quatro gerações, cada um possui diversas variantes que atendem a diferentes necessidades das companhias aéreas.

A rivalidade entre Boeing e Airbus é acirrada há muitos anos. Entre 2003 e 2018, ambas as empresas receberam um número semelhante de encomendas. Isso mudou drasticamente em 2019. De acordo com o Statista, a Airbus recebeu cinco vezes mais pedidos durante esse período em comparação com a Boeing.

O Airbus 320neo proporcionou melhor combustível e eficiência operacional em comparação com o 737 da Boeing. Em resposta, a Boeing prontamente redesenhou o B-737 MAX, incorporando motores e desempenho aprimorados. O equilíbrio entre garantir total segurança e minimizar custos não foi mantido.

Após os trágicos acidentes do voo 610 da Lion Air em outubro de 2018 e do voo 302 da Ethiopian Airlines em março de 2019, o 737 MAX foi suspenso de operação até que as causas dos incidentes fossem determinadas e resolvidas. A investigação revelou que o Sistema de Aumento de Características de Manobra (MCAS) da aeronave foi a causa dos acidentes e, como resultado, o 737 MAX permaneceu aterrado por 20 meses.


Ações da Boeing: “O 737 de última geração oferece aos nossos clientes companhias aéreas confiabilidade superior, eficiência de combustível e retornos de alto valor que as operadoras exigem no mercado competitivo de hoje. Continuaremos a fornecer esse nível de desempenho e qualidade à medida que fizermos a transição para o 737 MAX. o 737 de próxima geração, combinado com inovações, lançou nossa família 737 MAX. Com mais de 5.000 pedidos, o 737 MAX é o avião mais vendido na história da Boeing.

O 737 MAX oferece maior eficiência, melhor desempenho ambiental e maior conforto aos passageiros no mercado de corredor único. Incorporando winglets de tecnologia avançada e motores eficientes, o 737 MAX oferece excelente economia, reduzindo o uso de combustível e as emissões em 20%, ao mesmo tempo em que produz uma pegada de ruído 50% menor do que a dos aviões que substitui. Além disso, o 737 MAX oferece custos de manutenção de fuselagem até 14% mais baixos do que a concorrência. Os passageiros irão desfrutar do Boeing Sky Interior, destacado pelas modernas paredes laterais esculpidas e janelas reveladas, iluminação LED que aumenta a sensação de espaço e compartimentos de armazenamento superiores giratórios maiores”.

Desde o seu lançamento em 1967, o Boeing 737 passou por uma jornada de evolução contínua, estabelecendo-se como uma das aeronaves mais icônicas do portfólio da Boeing. Com quase seis décadas de serviço, a série Boeing 737 tem sido celebrada por apresentar um amplo espectro de melhorias e uma ampla gama de variantes projetadas para atender às demandas da indústria da aviação.

Essa adaptabilidade permitiu que a aeronave continuasse relevante e muito procurada no mercado competitivo. Curiosamente, o mercado de Boeing 737 usados ​​tornou-se cada vez mais acessível, com os preços de alguns modelos caindo para menos de US$ 2 milhões. Esta acessibilidade abre oportunidades para que uma gama mais ampla de companhias aéreas e operadores privados incluam esta aeronave nas suas frotas.

Com informações do Simple Flying