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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Helicóptero da Nasa entra para o 'Guinness World Records' com o voo mais longo em Marte

Voo motorizado e controlado percorreu 704 metros na superfície marciana e foi realizado em abril de 2022. Na mesma data, Ingenuity também quebrou recordes de velocidade no solo e de duração de voo.

Foto mostra o helicóptero Ingenuity, da Nasa, destravando as pás do rotor,
permitindo que girassem livremente, em 7 de abril (Foto: Nasa)
O mini-helicóptero Ingenuity, da Nasa, entrou para o "Guinness World Records" com o voo mais longo realizado na superfície marciana.

Em 2021, o Ingenuity fez o histórico primeiro voo motorizado e controlado no planeta vermelho, como parte de uma estratégia da agência espacial americana apenas para avaliar as condições de voo no planeta.

O Ingenuity, que se assemelha a um drone, pesa 1,8kg e chegou a Marte dobrado e acoplado à parte inferior do Perseverance, robô da Nasa que pousou no planeta em fevereiro de 2021.

Um ano depois, em 8 de abril de 2022, o Ingenuity estabeleceu vários recordes com seu 25º voo, quando percorreu 704 metros pela cratera Jezero. Oficialmente, segundo o Guinness, esse foi o voo mais distante em Marte até o momento.

Na mesma data, o helicóptero também estabeleceu um novo recorde de velocidade no solo (5,5 metros por segundo) e um novo recorde de duração do voo (161,3 segundos).

Até então, o Ingenuity fez cerca de 30 voos experimentais. Agora, a Nasa e a ESA, a agência espacial europeia, planejam construir e lançar no final desta década dois equipamentos semelhantes que irão transportar ao nosso planeta amostras de rochas e solo de Marte.

Animação mostra o helicóptero Ingenuity, da Nasa, fazendo um teste de rotação lenta de suas hélices no dia 8 de abril. A imagem foi feita pelo robô Perseverance, também da Nasa

De volta à Terra


Se tudo correr como planejado, até 30 amostras seriam coletadas em 2031 e chegariam à Terra em 2033.

O programa Mars Sample Return (Programa de Retorno de Amostras de Marte, em tradução livre) está na fase final do seu projeto de design, depois de uma revisão da estratégia inicial de lançamento.

Antes, a NASA tinha a intenção de levar um novo robô para Marte que seria construído pela ESA e que transportaria os materiais científicos coletados pelo Perseverance (robô lançado junto com o Ingenuity e que busca vestígios de vida no planeta) até um foguete fabricado pelos americanos.

Agora, a missão pretende fazer com que o Perseverance se desloque por conta própria até o módulo de pouso onde estará estacionado esse foguete.

Contudo, se o robô falhar nessa tarefa, é aí que os novos helicópteros entram em cena: os dois equipamentos que estão sendo construídos carregariam as amostras do Perseverance.

Rover Perseverance trabalha em torno de um afloramento rochoso chamado "Skinner Ridge",
na cratera Jezero de Marte (Foto: Nasa/Divulgação)
Segundo informou à Associated Press o diretor do programa da Nasa, Jeff Gramling, cada helicóptero está sendo projetado para transportar um tubo de amostra do robô por vez, fazendo várias viagens de ida e volta.

“Temos confiança de que podemos contar com o Perseverance para trazer as amostras de volta e adicionamos os helicópteros como uma espécie de plano B”, disse Gramling.

A agências esperam que essa nova estratégia reduza a complexidade de futuras missões a Marte e aumente a probabilidade de sucesso do programa espacial.

Via g1

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Helicóptero Ingenuity faz novo voo em Marte e registra novas imagens

O helicóptero Ingenuity é suporte do Perseverance e tem sido usados para mapear Marte para melhorar a eficiência do rover.


O helicóptero Mars Ingenuity realizou no dia 27 de janeiro seu 41° voo. Ele fez um salto rápido que durou quase dois minutos e percorreu uma distância de 183 metros. O voo partiu da parada de descanso na Cratera Jezero, e após 109 segundos o drone retornou para o ponto inicial, segundo registro da missão.


O drone Ingenuity é um suporte voador do rover Perseverance da NASA. A missão chegou a Marte em fevereiro de 2021, em Jezero. A cratera possui cerca de 45 quilômetros de largura e abrigava um lago e o delta de um antigo rio.

Missão Perseverance


Nas últimas semanas o Perseverance esteve procurando por sinais de vida antiga em Marte, o que resultou em 10 tubos de amostras deixados na superfície marciana na segunda-feira, 30. Esses tubos são backups de material coletados pelo rover, caso ele não consiga chegar ao ponto de coleta com as amostras gêmeas em seu interior.

O helicóptero Ingenuity do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA faz seu 41º voo
em 27 de janeiro de 2023.(Crédito da imagem: NASA/JPL-Caltech)
As amostras chegarão aqui em 2033, e a ideia é que o Perseverance leve-as até o módulo de pouso para serem enviadas à Terra em uma campanha conjunta da NASA e da ESA. Caso não consiga completar a missão, helicópteros Ingenuity serão enviados para resgatar os tubos de backup na superfície de Marte.

A missão de recuperação foi divida em duas etapas pelas agências espaciais. O módulo de aterrissagem da NASA irá pousar em Marte para receber as amostras e as levará até a órbita do planeta. Uma espaçonave da ESA estará aguardando pelas coletas que serão enviadas para a Terra. Ambas as etapas estão programadas para serem lançadas nos próximos anos.

Mais voos do que o previsto


O voo realizado pelo Ingenuity na última semana ultrapassou em mais de 8 vezes o previsto, já que ele foi programado para decolar apenas cinco. Os helicópteros foram as primeiras naves humanas a sobrevoarem a superfície marciana e sua fina atmosfera.

No entanto, estes voos permitiram que os helicópteros Ingenuity explorassem o planeta na frente do Perseverance. Isso contribui para que os cientistas tracem a melhor rota a ser percorrida pelo rover e encontre potenciais alvos científicos.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Helicóptero Ingenuity faz seu 37º voo em Marte e testa seu novo software

(Imagem: NASA/JPL-Caltech)
O helicóptero Ingenuity sobrevoou a superfície de Marte pela 37ª vez, agora para testar seu novo software. O voo ocorreu no sábado (17) e as imagens foram compartilhadas nas redes sociais da NASA na segunda-feira (19).

Foi um voo de 55,2 segundos de duração ao longo de 62 metros na horizontal e 10 metros de altitude. Os principais objetivos eram reposicionar o Ingenuity e testar os recursos do novo software de voo.

Instalado no mês passado, o novo software ajuda o Ingenuity a evitar riscos durante o pouso por meio de mapas de elevação do terreno marciano. O procedimento foi realizado antes do voo n. 34, em novembro.


Em voos anteriores a esse, os operadores do helicóptero precisavam encontrar “aeródromos”, ou seja, locais apropriados para o pouso, livres de pedras ou outros obstáculos — algo difícil de achar na Cratera Jezero, local de investigação da dupla Perseverance-Ingenuity.

Com o novo software, a câmera de navegação voltada para baixo do Ingenuity é usada para prevenir os perigos no pouso de modo mais autônomo. Durante o voo, o Ingenuity agora identifica o lugar mais adequado e seguro e se desvia para o aeródromo detectado após se preparar para pousar.

Após o sucesso do último voo, o Ingenuity já viajou um total de 7.479 metros e permaneceu no ar por quase 62 minutos, segundo registro de voo da NASA. O helicóptero continua saudável e deve realizar mais voos, testando a tecnologia para abrir novas perspectivas de missões no Planeta Vermelho em um futuro próximo.

Por Daniele Cavalcante | Editado por Patrícia Gnipper (Canaltech) - Fonte: NASA

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

'Minha força está realmente baixa': o módulo InSight Mars da NASA publica a mensagem final


A sonda InSight Mars da NASA, que opera em Marte desde 2018, enviou o que provavelmente será sua comunicação final, postando uma mensagem no Twitter.

“Meu poder está muito baixo, então esta pode ser a última imagem que posso enviar”, dizia a mensagem, indicando que o fim da missão da sonda, que já durou o dobro do inicialmente planejado, se aproxima.


A InSight está enfrentando problemas com seus painéis solares há algum tempo. Em 10 de novembro de 2022, o módulo de pouso postou uma foto das matrizes cobertas de poeira marciana no Twitter, explicando que a geração de energia estava se tornando cada vez mais difícil. A conta também explicava por que um dispositivo para remover o pó das matrizes não havia sido instalado no módulo de pouso.

“Um sistema como esse teria adicionado custo, massa e complexidade. A maneira mais simples e econômica de atingir meus objetivos era trazer painéis solares grandes o suficiente para abastecer toda a minha missão – o que eles fizeram (e mais alguns!) ”, disse o tweet.


Uma carreira movimentada


O InSight foi lançado em 5 de maio de 2018, pousando em Marte sete meses depois. Com uma massa de aproximadamente 50 quilos (110 libras), o InSight realizou uma ampla gama de experimentos científicos, incluindo um sismômetro, uma estação meteorológica e uma sonda escavadora.

A missão da sonda era estudar o interior de Marte enquanto fazia medições que as sondas e rovers anteriores não eram capazes de fazer.

Inicialmente previsto para operar por aproximadamente 700 dias marcianos (pouco mais de dois anos terrestres), o In Sight permaneceu operacional por mais de 1.440 dias, excedendo em muito a vida útil pretendida de seus painéis solares.

Segundo a NASA, o InSight fez uma série de descobertas científicas: detectou o primeiro terremoto, estudou os restos dos campos eletromagnéticos de Marte e detectou impactos de meteoróides que permitiram ao Mars Reconnaissance Orbiter - satélite da NASA que gira em torno de Marte - estudar novas crateras de impacto e descubra gelo lá.

Puxando as cordas do coração


A NASA é conhecida por suas tentativas de fornecer uma personalidade aos robôs que enviou a Marte. Além de dar-lhes nomes e executar campanhas publicitárias de alto nível, a NASA executaria contas de mídia social publicando postagens da perspectiva em primeira pessoa de um dispositivo.

As postagens seriam uma interpretação dos dados enviados pelo dispositivo, infundidas com peculiaridades e recursos adicionais para dar a eles mais peso emocional.

Um dos casos mais notáveis ​​ocorreu em 2019, quando a NASA enviou uma mensagem final do rover Opportunity, que operou em Marte por 15 anos, afirmando: “Minha bateria está fraca e está escurecendo”.

Via Aerotime - Foto: NASA

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Helicóptero Ingenuity voa pela 35º vez e quebra recorde de altitude em Marte

O Ingenuity completou seu 35º voo no Planeta Vermelho. A aeronave alcançou 14 m de altitude e se manteve na atmosfera marciana por 52 segundos.

(Foto: NASA/JPL-Caltech/ASU/Canaltech)
O helicóptero Ingenuity completou seu 35º voo em Marte neste último fim de semana. Este voo marca um novo recorde de altitude em seu histórico: a aeronave alcançou 14 metros de altitude máxima, superando a marca de 12 metros alcançada em voos anteriores.

No Twitter, a NASA publicou uma breve animação que mostra a sombra do Ingenuity projetada no solo de Marte, comemorando o 35º voo bem-sucedido:


Durante o voo, o Ingenuity percorreu cerca de 15 metros na horizontal e se manteve na atmosfera marciana por 52 segundos. Agora, o helicóptero já soma mais de 7 km percorridos em Marte, sustentando-se no ar do planeta por 59,9 minutos no total.

O voo deste fim de semana é o segundo realizado pelo Ingenuity após uma receber uma grande atualização de software. O procedimento levou algumas semanas para ser concluído, mas foi necessário, pois ofereceu à aeronave recursos para desvio de obstáculos no pouso e uso de mapas de elevação digital, que ajudam na navegação.

O Ingenuity é uma demonstração de tecnologia que chegou a Marte no início de 2021, preso à "barriga" do rover Perseverance. Após ser implantado no Planeta Vermelho, ele iniciou uma campanha que previa apenas cinco voos, planejados testar os primeiros voos motorizados e controlados na atmosfera de outro mundo. Hoje, o Ingenuity opera em sua missão estendida, superando todas as expectativas iniciais da NASA.

sábado, 1 de outubro de 2022

Helicóptero Ingenuity completa 33º voo em Marte e segue para novo local

Durante seu 33º voo, o pequeno helicóptero Ingenuity se sustentou na atmosfera de Marte por mais de 55 segundos, percorrendo cerca de 111 m antes de pousar.

(Foto: NASA/JPL-Caltech/ASU / Canaltech)
O helicóptero Ingenuity voou pela 33º vez na atmosfera de Marte. A novidade foi anunciada em um tuíte dos oficiais do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) publicado nesta semana, descrevendo que a pequena aeronave se manteve no ar por pouco mais de 55 segundos durante o voo.

Segundo a publicação, o helicóptero de 1,8 kg alcançou 10 m de altitude e se deslocou por 111,2 m ao longo dos 55,2 segundos que se sustentou na atmosfera marciana durante o voo. O tuíte trouxe também uma foto. "Se você olhar a imagem com atenção, verá uma perna do Ingenuity e uma pequena sombra", escreveram.

Veja a imagem e tente encontrar a sombra e a "perna" mencionadas:


Durante o 32º voo, realizado no dia 18 de setembro, o Ingenuity percorreu mais de 90 m. Em uma publicação, a NASA descreve que o objetivo deste novo voo era levar a aeronave na direção oeste, para que descesse ao solo em uma nova posição.

O que o Ingenuity faz em Marte?


O Ingenuity é uma demonstração de tecnologia projetada para testar os primeiros voos controlados na atmosfera de outro mundo. Ele viajou a Marte "de carona" com o rover Perseverance e pousou no Planeta Vermelho no ano passado, com o objetivo inicial de realizar uma série de voos de teste durante uma janela de 30 dias.

Após concluir a etapa de demonstração, a missão do helicóptero foi estendida. Assim, ele vem operando como um "parceiro" do rover Perseverance, ajudando o veículo a explorar a cratera Jezero e identificando possíveis formações no solo marciano, que podem ser perigosas para o deslocamento dele.

Via Danielle Cassita (Canaltech / Terra)

sábado, 6 de agosto de 2022

Hoje na História: 6 de agosto de 2012: Rover Curiosity da NASA celebra 10º aniversário em Marte

Hoje, 6 de agosto de 2022 marca dez anos desde que o rover Curiosity da NASA pousou em Marte. 


O rover foi lançado em novembro de 2011 e pousou na Cratera Gale, um antigo lago seco marciano, em 6 de agosto de 2012, depois de completar uma jornada de 560 milhões de quilômetros (350 milhões de milhas).

Foi o quarto rover da NASA a pousar com sucesso no Planeta Vermelho e o primeiro movido a energia nuclear.

Os planos iniciais viram o Curiosity operando apenas por dois anos. No entanto, em dezembro de 2012, sua missão foi estendida indefinidamente.

O rover está equipado com uma série de instrumentos científicos, incluindo várias câmeras, espectrômetros e outros sensores. Desde o pouso, ele vem coletando e analisando amostras da superfície marciana, fornecendo informações aos pesquisadores na Terra.

"Selfie" do rover Curiosity, com detalhe do instrumento SAM (Imagem: NASA/JPL-Caltech/MSSS)
O instrumento SAM descobriu moléculas orgânicas (aquelas com carbono) em amostras de rochas coletadas na cratera Gale, que podem formar blocos construtores e até “alimentos” para a vida. Por isso, a presença destes compostos em Marte sugere que o planeta já teve condições de abrigar seres vivos.

Segundo a NASA, o rover encontrou provas irrefutáveis ​​de que bilhões de anos atrás Marte era capaz de sustentar a vida. Essas descobertas abriram caminho para uma maior exploração do planeta, moldando as perspectivas de missões subsequentes ao planeta.

"Selfie" do rover Curiosity (Imagem: Reproduçaõ/NASA/JPL-Caltech/MSSS)
O gerador termoelétrico de radioisótopos do Curiosity permite que ele opere independentemente do clima e das estações marcianas, removendo os fatores que limitavam muito os rovers movidos a energia solar anteriores da NASA – Sojourner, Spirit e Opportunity.

Apesar de seu sucessor – o rover Perseverance – iniciar as operações em 2021 , o Curiosity continua ativo. Em 6 de agosto de 2022, estava operacional há mais de 3.550 dias marcianos e percorreu uma distância de 28,42 quilômetros (17,66 milhas), mostra o mapa interativo da NASA.

O Curiosity também serviu de base para o Perseverance, que pousou em Marte em 2021, carregando um conjunto expandido de sensores e o helicóptero Ingenuity.

sexta-feira, 8 de julho de 2022

Avião planador pode ser a "chave" para voos na atmosfera de Marte


Um avião planador projetado para voos em Marte foi ao céu (aqui mesmo na Terra) preso a um balão, durante um teste realizado por engenheiros da Universidade do Arizona que avaliam as possibilidades de usar um veículo similar na exploração do Planeta Vermelho.

Quando o assunto são voos na atmosfera de Marte, o Ingenuity mostrou grande sucesso: projetado como uma mistura de drone e helicóptero, ele pousou no planeta no ano passado para realizar uma campanha de apenas cinco voos que foi mais que bem-sucedida. Ele atingiu e superou sua meta, e já se aproxima de quase 30 voos na atmosfera de nosso vizinho.

O helicóptero Ingenuity já completou seu 29º voo em Marte
(Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS)
Mesmo com desempenho além de qualquer expectativa, o Ingenuity tem suas limitações, como a baixa altitude e a curta autonomia de voo: apenas 90 segundos. Assim, os pesquisadores do projeto acreditam que, se os planadores se mostrarem boas opções, eles podem voar mais longe e mais rápido com a velocidade do vento, que pode levá-los a altitudes ainda maiores em Marte.

Pensando nisso, a equipe criou um design preliminar de uma aeronave e o equipou em um balão de grande altitude. A ideia é que, em alguns meses, os pesquisadores testem novos aviões experimentais a 4.570 m acima do nível do mar, para aproveitar a atmosfera mais rarefeita e, portanto, mais parecida com a de Marte.

O avião proposto pelos pesquisadores poderia pesar 5 kg e estaria equipado com sensores e câmeras. Ele pode ser liberado no Planeta Vermelho para voar a algumas dezenas de metros sobre a superfície, tirando fotos em resolução maior que aquela conseguida pelos satélites em órbita e explorando regiões inacessíveis a rovers, como vulcões.

Protótipo do planador durante um teste de voo com balão (Foto: Reprodução/University of Arizona)
O projeto final proposto sugere que o planador poderia mapear estruturas da superfície com resolução maior que 1m por pixel. Uma técnica conhecida como “flutuação dinâmica”, permitiria à aeronave se manter no ar por longos dias — quase como acontece com os albatrozes, que aproveitam velocidades horizontais do vento maiores quando estão a altas altitudes.

Por enquanto, o projeto ainda é preliminar e não recebeu apoio para ser desenvolvido e enviado a Marte. Mesmo assim, a equipe acredita que poderia deixar o planador pronto em apenas alguns anos, com custo de até US$ 100 milhões. “Uma vantagem definitiva desse conceito de planador em relação a outras propostas é a simplicidade”, ressaltaram os autores.

O artigo que descreve o projeto foi publicado na revista Aerospace.

Por Danielle Cassita | Editado por Rafael Rigues (Canaltech) - (Fonte: Aerospace - Via: University of Arizona)

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Rover Perseverance encontra estranha "cabeça de cobra" em Marte


O rover Perseverance encontrou, novamente, uma formação geológica bastante curiosa em Marte: uma foto do instrumento Mastcam-Z, que equipa o rover, parece mostrar uma rocha parecida com a cabeça de uma cobra. Este detalhe intrigante da paisagem marciana foi fotografado neste domingo (12), durante o sol (como são chamados os dias em Marte) 466 da missão.

Se você observar a foto com atenção, verá que a “cabeça de cobra” está abaixo de outra formação, composta por múltiplas camadas; estas estruturas aparecem juntas, formando um grande pedregulho acompanhado por várias outras rochas da paisagem — uma delas, inclusive, é uma "pedra equilibrista", que parece estar apoiada delicadamente no topo de outra. Confira:

Conseguiu encontrar a "cabeça de cobra" na foto do rover Perseverance?
(Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/ASU)
As fotos feitas pelos rovers que estudam Marte são incríveis por si só, mas esta deve ter chamado a atenção da equipe da missão por outro motivo: ao que tudo indica, a rocha com camadas faz parte do antigo delta do rio que existiu no interior da cratera Jezero, a região em que o rover Perseverance e o helicóptero Ingenuity pousaram, no ano passado.

A dupla robótica foi enviada para lá por diferentes motivos. O Perseverance procura sinais deixados por seres vivos, caso tenham existido em Marte; enquanto isso, o rover também segue coletando e armazenando diferentes amostras de solo marciano, que devem ser enviadas para a Terra na próxima década.

Enquanto isso, o helicóptero Ingenuity segue ajudando o veículo a explorar o interior da cratera, buscando novas rotas e tentando identificar alvos cientificamente interessantes. O Ingenuity é uma demonstração de tecnologia projetada para realizar apenas alguns voos na atmosfera marciana — contudo, a aeronave surpreendeu a equipe com seu desempenho, e já chegou à marca de 29 voos sem grandes problemas.

Fonte: Mars 2020 via Canaltech

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Helicóptero Ingenuity da NASA capta imagens de detritos do pouso do rover Perseverance em Marte

O helicóptero da NASA em Marte detectou equipamentos que ajudaram o rover Perseverance a pousar.


O Helicóptero Ingenuity Mars da NASA pesquisou recentemente tanto o para-quedas que ajudou o rover Perseverance da agência a pousar em Marte quanto o backshell em forma de cone que protegeu o rover no espaço profundo e durante sua descida ardente em direção à superfície marciana em 18 de fevereiro de 2021.

Engenheiros do programa Mars Sample Return perguntaram se a Ingenuity poderia fornecer essa perspectiva. O resultado foram 10 imagens aéreas coloridas tiradas em 19 de abril durante o voo 26 da Ingenuity.

A entrada, a descida e o pouso em Marte são rápidos e estressantes, não apenas para os engenheiros na Terra, mas também para o veículo que suporta as forças gravitacionais, altas temperaturas e outros extremos que vêm com a entrada na atmosfera de Marte a quase 12.500 mph (20.000 km/h).


Nas imagens do backshell vertical e do campo de detritos que resultou do impacto na superfície a cerca de 78 mph (126 km/h), o revestimento protetor do backshell parece ter permanecido intacto durante a entrada atmosférica de Marte. Muitas das 80 linhas de suspensão de alta resistência que conectam o backshell ao pára-quedas são visíveis e também parecem intactas.

Espalhado e coberto de poeira, apenas cerca de um terço do para-quedas laranja e branco – com 21,5 metros de largura, foi o maior já implantado em Marte – pode ser visto, mas o dossel não mostra sinais de danos do fluxo de ar supersônico durante a inflação. Várias semanas de análise serão necessárias para um veredicto mais final.

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Helicóptero Ingenuity completa um ano de seu 1º voo histórico em Marte


Há um ano, em 
19 de abril de 2021, o helicóptero Ingenuity, da NASA, realizava seu primeiro voo em Marte e se tornava a primeira aeronave a rotor a voar em outro planeta. De lá para cá, o helicóptero superou da melhor forma possível sua missão inicial de apenas cinco voos, preparando o caminho para uma nova geração de aeronaves.

A aeronave de apenas 4 kg pousou na cratera Jezero em Marte no dia 18 de fevereiro do ano passado, a bordo do seu parceiro de missão, o rover Perseverance. Dois meses após sua chegada, o Ingenuity realizou seu primeiro voo no Planeta, pairando três metros acima da superfície por 39 segundos.

A pequena aeronava de 4 kg após realizar um voo em Marte, pela cratera Jezero
(Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS)
Essa foi a primeira vez que uma aeronave realizou um voo motorizado e controlado em outro planeta. Mais do que isso, o sucesso da primeira decolagem do Ingenuity serviu para mostrar como a exploração aérea de Marte, cuja atmosfera tem cerca de 1% da densidade da atmosfera da Terra, é possível.

Em seus 30 primeiros sóis (nome dado aos dias em Marte, que duram pouco mais de 24 horas terrestres), o Ingenuity completou sua missão inicial ao realizar cinco voos para demonstrar o funcionamento de sua tecnologia. Tamanho foi o sucesso das operações que seu trabalho foi estendido e recentemente o helicóptero completou seu 25º voo.

Ingenuity registrado durante seu voo pela câmera do rover Perseverance
(Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech)
Jaakko Karras, que trabalha no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA e é o engenheiro-chefe responsável pelo Ingenuity, disse que ele e sua equipe não imaginavam que após um ano em Marte o helicóptero ainda estaria trabalhando, acumulando um total de 45 minutos de voo. “É incrível”, acrescentou.

Tecnologia bem demonstrada


Os trabalhos com o helicóptero continuam e o Ingenuity tem superado seus limites. No mais recente voo, que durou 161,3 segundos, a pequena aeronave percorreu 704 metros e atingiu uma velocidade de 5,5 metros por segundo — superando seus recordes anteriores de distância e velocidade.

Além de continuar a testar seus limites, o Ingenuity tem auxiliado o percurso do
rover Perseverance pela cratera Jezero (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech)
Após concluir sua missão inicial, o Ingenuity também assumiu a tarefa de auxiliar a trajetória do Perseverance até seu destino, um antigo delta de rio na cratera Jezero. Com as imagens aéreas do helicóptero, a equipe responsável pela missão pode traçar o caminho mais seguro para o rover.

Outros aspectos comemorados pela equipe são a longevidade e a adaptabilidade do Ingenuity. O sistema da aeronave foi desenvolvido para lidar apenas com uma superfície plana e relativamente sem perigos, mas o helicóptero tem sobrevoado regiões desafiadoras, como a Séítah, repleta de dunas.

Nos últimos 12 meses terrestres, apenas algumas atualizações foram feitas no software do helicóptero para corrigir falhas pontuais. Com sua boa saúde, o Ingenuity deve continuar realizando seus voos em Marte e oferecendo informações valiosas para novas gerações de aeronaves.

Os engenheiros do JPL já estudam conceitos de sucessores maiores e mais eficientes: helicópteros capazes de explorar Marte de maneira autônoma, percorrendo quilômetros de distância sem depender de um rover para repassar seus dados — como acontece entre o Ingenuity e o Perseverance.

Por Wyllian Torres | Editado por Rafael Rigues (Canaltech) - Fonte: Via Space.com

quinta-feira, 24 de março de 2022

Em missão estendida, Ingenuity faz seu 22º voo em Marte

O helicóptero Ingenuity, da Nasa, captou esta imagem no domingo (20), usando a câmera de navegação que fica na fuselagem da aeronave e é apontada diretamente para baixo para rastrear o solo durante o voo (Imagem: NASA/JPL-Caltech)
Recentemente, o helicóptero Ingenuity, da Nasa, fez o 21º voo em Marte, o primeiro de três necessários para que ele cruze a região norte da cratera Jezero, onde ele pousou com o rover Perseverance em fevereiro de 2021 – uma área conhecida como “Séítah”. No último domingo (20), o drone de 4kg completou seu 22º voo, após a agência anunciar que a missão será estendida até, pelo menos, setembro deste ano.

Na ocasião, Ingenuity permaneceu no ar por 101,4 segundos e atingiu uma altitude máxima de 10 metros durante a surtida, de acordo com o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL) no sul da Califórnia, que gerencia a missão.

Segundo estudos, a cratera Jezero hospedou um lago e um delta de rio bilhões de anos atrás, o que a torna um local propício para o rover Perseverance, que caça sinais de vida e armazena amostras de solo marciano para análise.

Originalmente, a missão Ingenuity foi projetada para realizar cinco sobrevoos em Marte, apenas para demonstrar que a exploração aérea do planeta é possível, mas o pequeno helicóptero superou rapidamente a marca. Após esse sucesso, a Nasa lhe concedeu uma extensão da missão, durante a qual a aeronave tem servido também como exploradora do companheiro Perseverance. 

Atualmente, os manipuladores do Perseverance estão direcionando o rover para uma parte acessível do antigo delta, e as observações do helicóptero Ingenuity estão ajudando a escolher a melhor rota.

Durante seus primeiros 21 voos, o helicóptero voou um total de 4.647 m e permaneceu no ar por quase 39 minutos, de acordo com um registro de voo mantido pela equipe da missão.  

Esses números devem continuar crescendo além das adições fornecidas pelo voo de domingo. Isso porque o drone está com ótima saúde e apto a continuar a explorar o Planeta Vermelho, segundo funcionários do JPL.

Via Olhar Digital

sábado, 18 de dezembro de 2021

Helicóptero da Nasa em Marte usa programa afetado por falha de segurança

Helicóptero Ingenuity da Nasa, em missão em Marte (Imagem: NASA/JPL-Caltech)
O helicóptero da Nasa enviado a Marte pode ser alvo de um ataque cibernético iniciado aqui na Terra. De acordo o site Register, uma falha de segurança descoberta no software Log4j poderia afetar o funcionamento do robô Ingenuity da agência espacial dos Estados Unidos. As chances disso acontecer, de acordo com o portal, são poucas, mas não podem ser descartadas.

Em junho desse ano, a conta oficial da Apache Software Foundation, responsável pelo software, publicou no Twitter que o helicóptero da Nasa é movido pelo Log4j.

Uma brecha de segurança neste programa permite que pessoas mal-intencionadas executem códigos maliciosos remotamente em dispositivos que usam os códigos abertos disponibilizados por ele. 

Alguns dos programas mais usados do mundo (como os da Apple e Google) também usam o Log4j, por isso a falha de segurança está sendo considerada uma das mais perigosas do mundo. 

A biblioteca de códigos Log4j permite que empresas adotem em seus sistemas funções como ajudar desenvolvedores a acompanhar atividades como visitas a sites, cliques e conversas. Os primeiros ataques identificados foram feitos por crianças colando o código malicioso em servidores do Minecraft, segundo o site Technology Review. 

"A vulnerabilidade de execução de código remoto da Apache Log4j é a maior e mais crítica da última década", disse Amit Yoran, especialista em segurança de redes de computadores e fundador da Equipe de Prontidão para Emergências de Computadores dos Estados Unidos.

Em comunicado, a agência espacial norte-americana anunciou que perdeu algumas conexões com o helicóptero no final do voo histórico do dia 5 de dezembro. Na ocasião, o Ingenuity Mars chegou ao seu 17º voo e ultrapassou a marca de 30 minutos sobrevoando o planeta vermelho.

Todas as imagens captadas da superfície de Marte durante o voo são transmitidas pelo Ingenuity ao Perseverance, seu parceiro de missão e, a partir do rover, enviadas para a Terra. De acordo com a Nasa, foi o elo de comunicação entre o helicóptero e o rover que teve problemas. Nada que pudesse comprometer dados para estudos que serão realizados aqui na Terra, disse a agência em seu comunicado. Porém, o problema existiu. 

A Nasa não confirmou ou negou que bug Log4j tenha afetado o contato da Terra com o helicóptero em Marte. Mas a agência chegou a dizer em seu comunicado que o problema poderia estar relacionado a configurações de rádio.

Segundo o próprio Register, que levantou a hipótese de falha do Log4j, a chance é baixa dada a complexidade. "Para atacar a máquina, um texto especialmente criado deve ser enviado ao hardware e registrado pela biblioteca vulnerável, e não vemos como isso pode acontecer sem alguém de dentro [da Nasa] sendo desonesto", diz a análise do site. Mas, em 2019, cibercriminosos conseguiram acesso aos sistemas de computador da Nasa por causa de uma conexão não autorizada a um Raspberry Pi

Na época, os hackers usaram a falha de rede para uma busca dentro da infraestrutura do Laboratório de Propulsão a Jato e ganharam acesso à rede que estava armazenando informações sobre as missões a Marte gerenciadas pelo Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.

Via Tilt/UOL

domingo, 21 de novembro de 2021

Vídeos incríveis mostram o helicóptero Ingenuity voando em Marte pela 13ª vez


Em setembro, o helicóptero Ingenuity realizou seu 13º voo em Marte, considerado um dos mais desafiadores já conduzidos até o momento. É que o pequeno helicóptero passou pelo terreno irregular da formação geológica “Séitah” e, enquanto isso, fez uma série de imagens de ângulos variados, que foram enviadas à equipe científica. O rover Perseverance acompanhou tudo isso, e as câmeras do instrumento Mastcam-Z produziram alguns vídeos que mostram detalhadamente a aeronave em ação.

Uma das filmagens do 13º voo mostra a maior parte do perfil de voo do helicóptero, enquanto a outra nos proporciona uma visão privilegiada da decolagem e pouso do Ingenuity. “O valor do Mastcam-Z realmente se destaca nestes vídeos”, comentou Justin Maki, investigador principal adjunto do instrumento Mastcam-Z. “Mesmo a 300 m de distância, conseguimos belas imagens de pertinho da decolagem e pouso através do ‘olho direito’ do Mastcam-Z”, explicou.


O vídeo foi produzido como parte de uma observação científica voltada para a coleta de medidas das plumas de poeira geradas pelo helicóptero. Na decolagem, o Ingenuity criou uma pequena pluma, cujo movimento para a direita do helicóptero foi registrado pelo “olho direito” do rover. Após subir até a altitude máxima de 8 m, a aeronave realizou uma pequena manobra para posicionar a câmera de imagens em cores para realizar reconhecimento; depois, ele se move para fora do campo de visão da câmera e retorna para pousar nos arredores de onde decolou.

Embora a visão do “olho esquerdo” da Mastcam-Z mostre menos do helicóptero e mais de Marte, o ângulo amplo nos proporciona uma visão da forma única do voo, programado para garantir o sucesso. O amplo campo de visão também nos mostra como o Ingenuity pôde manter a altitude durante o voo: após a subida inicial de 8 m, o altímetro do helicóptero identificou uma mudança na elevação do terreno, e o sistema da aeronave fez ajustes automáticos de altitude.


Após este voo, o Ingenuity e outros robôs por lá passaram por um período de “descanso” em Marte em função da conjunção solar, período em que o Planeta Vermelho e a Terra ficam em lados opostos do Sol e, assim, a comunicação com os robôs por lá é prejudicada. O helicóptero voltou à ativa recentemente, realizando um breve teste de voo experimental antes de completar seu 15º voo e começar a viagem de volta para a região de “Wright Brothers Field”, onde fez seus primeiros voos em abril.

Via Canaltech - Fonte: NASA

domingo, 14 de novembro de 2021

Primeiro passo do Earth Return Orbiter para Marte

Entrega em 2025 confirmada para lançamento em 2026, viagem de retorno em 2030.


Airbus ultrapassou um marco importante para a missão Earth Return Orbiter (ERO), que trará as primeiras amostras de Marte de volta à Terra: passou na Revisão de Projeto Preliminar com a Agência Espacial Europeia (ESA) e com a participação da NASA.

Com especificações técnicas e projetos validados, fornecedores de oito países europeus estão a bordo para quase todos os componentes e subconjuntos. O desenvolvimento e o teste de equipamentos e subsistemas podem agora começar para garantir que a missão avance dentro do cronograma.

“Este PDR foi gerenciado e fechado em um tempo recorde de menos de um ano, uma conquista incrível considerando a complexidade da missão. Toda a equipe ERO, incluindo fornecedores e agências, realmente se uniu e temos a meta de atingir a entrega em 2025 - apenas cinco anos e meio após termos sido selecionados como contratante principal ”, disse Andreas Hammer, chefe de Exploração Espacial da Airbus.

O próximo marco será a Revisão Crítica do Projeto em dois anos, após a qual a produção e a montagem começarão, para garantir a entrega da espaçonave completa em 2025.

Após o lançamento em 2026, em um lançador Ariane 64, o satélite iniciará uma missão de cinco anos a Marte, atuando como um relé de comunicação com as missões de superfície (incluindo Perseverance e Sample Fetch Rovers), realizando um encontro com as amostras em órbita e trazendo-as com segurança de volta à Terra.

Dave Parker, Diretor de exploração humana e robótica da ESA, disse: “Em nome de todos os cidadãos europeus, estou orgulhoso de ver a ESA liderar a primeira missão de retorno de Marte. Como parte de nossa forte cooperação com a NASA, estamos trabalhando para devolver material puro de Marte - um tesouro científico que os cientistas do mundo estudarão para as gerações futuras e ajudarão a revelar a história do Planeta Vermelho ”.

A Airbus tem responsabilidade geral pela missão ERO, desenvolvendo a espaçonave em Toulouse e conduzindo a análise da missão em Stevenage. A Thales Alenia Space também terá um papel importante, montando a espaçonave, desenvolvendo o sistema de comunicação e fornecendo o Módulo de Inserção Orbit de sua planta em Torino. Outros fornecedores vêm da Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha, Noruega, Dinamarca e Holanda.

O desenvolvimento recorde e design para ERO só foi possível graças ao Airbus com base em tecnologias já maduras e comprovadas, em vez de desenvolver novas tecnologias com atrasos associados a riscos.

As tecnologias comprovadas da Airbus incluem décadas de experiência em propulsão de plasma (elétrica), adquirida por meio de manutenção de estações e em operações em órbita de satélites totalmente elétricos de telecomunicações, bem como sua experiência em grandes painéis solares (telecomunicações e missões de exploração, incluindo JUICE, o maior sistema solar painéis para uma missão interplanetária até ERO) e missões planetárias complexas como o BepiColombo, lançado em 2018.

A Airbus também alavancará sua liderança tecnológica de navegação baseada em visão (RemoveDEBRIS, Automatic Air to Air reabastecimento), e experiência de navegação autônoma (Rosalind Franklin e Sample Fetch Rovers) e experiência de encontro e acoplamento construída ao longo de décadas, usando tecnologias do ATV (Automated Veículo de transferência) e desenvolvimentos recentes do JUICE, a primeira missão da Europa a Júpiter.


A espaçonave de sete toneladas e sete metros de altura, equipada com painéis solares de 144m² com uma extensão de mais de 40m - a maior já construída - levará cerca de um ano para chegar a Marte. Ele usará um sistema de propulsão híbrido de massa eficiente combinando propulsão elétrica para as fases de cruzeiro e espiral descendente e propulsão química para inserção na órbita de Marte. Na chegada, ele fornecerá cobertura de comunicações para as missões Perseverance Rover e Sample Retrieval Lander (SRL) da NASA, duas partes essenciais da campanha Mars Sample Return.

Para a segunda parte de sua missão, ERO terá que detectar, encontrar e capturar um objeto do tamanho de uma bola de basquete chamado Orbiting Sample (OS), que abriga os tubos de amostra coletados pelo Sample Fetch Rover (SFR, também a ser projetado e construído pela Airbus); tudo isso a mais de 50 milhões de km do controle de solo.

Uma vez capturado, o SO será bio-selado em um sistema de contenção secundário e colocado dentro do Veículo de Entrada na Terra (EEV), efetivamente um terceiro sistema de contenção, para garantir que as preciosas amostras cheguem à superfície da Terra intactas para o máximo retorno científico.

Em seguida, levará mais um ano para que o ERO retorne à Terra, de onde enviará o EEV em uma trajetória precisa em direção a um local de pouso predefinido, antes de entrar em uma órbita estável ao redor do sol.

Via Airbus

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Resistente: helicóptero Ingenuity completa 14º voo em Marte


A princípio, ninguém sabia se ele seria capaz de decolar. O helicóptero Ingenuity foi enviado a Marte para provar um conceito, de que seria possível construir aparelhos de transporte que funcionassem em atmosferas alienígenas.

E ele completou a tarefa! Voou as cinco vezes programadas. Mas não ficou por aí: neste domingo, ele realizou o 14º voo em Marte, um curto “salto” para testar a possibilidade de operação em uma atmosfera mais rarefeita do que o encontrado até hoje. O voo mereceu um tweet na conta do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.


Marte tem uma atmosfera muito fina, equivalente a 1% do encontrado no nível do mar em nosso planeta. E no inverno marciano, a densidade pode cair em até 25% disso.

Isto representa um desafio gigantesco para o Ingenuity, que não foi projetado para trabalhar em um ambiente tão rarefeito. Os engenheiros da Nasa aumentaram a velocidade dos rotores em 6,4%, para que o Ingenuity conseguisse se manter no ar. Segundo a equipe do helicóptero, o teste também deixa margem para que a rotação seja aumentada no futuro, caso necessário.

Agora, ele ajuda a equipe do rover Perseverance a mapear o terreno, para identificar obstáculos a serem evitados e encontrar locais interessantes para estudar.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

NASA revela novos e curiosos sons de Marte captados pelo rover Perseverance

A humanidade continua a descobrir Marte. O que já foi visto e ouvido, não permite ainda uma ideia totalmente fidedigna da realidade do planeta. Há muito ainda por decifrar do que os robôs no solo marciano conseguem ver e ouvir. Como tal, os cientistas da NASA sabem que a atmosfera fria e fina do Planeta Vermelho age como um filtro que abafa as frequências mais altas e emite sons muitas vezes intrigantes.


A NASA partilhou cinco horas de novas gravações feitas pelo rover Perseverance. No material recolhido é possível ouvir os sons do próprio planeta, bem como do robô à medida que este se estende sobre a superfície de Marte.

Som extraterrestre é um som de desolação


Conforme a NASA explicou num artigo nesta segunda-feira, o Perseverance é o primeiro veículo a gravar a paisagem sonora marciana com microfones dedicados.

Para além de soarem simplesmente frias, as gravações são dados científicos importantes. Os microfones do rover também captaram o latejar de baixa frequência, o bater e o turbilhão das lâminas de rotor do helicóptero Ingenuity a voar a mais de 80 metros de distância.


Esta gravação ajudou os cientistas a eliminar dois modelos incorretos sobre a forma como o som se propaga em Marte.

Então o que nos mostra o som de Marte?


Num vídeo da NASA sobre as novas gravações, podem ouvir-se uma série de sons de Marte. No início há um murmúrio espesso e arrojado, e ocasionais chicotadas do vento marciano. Não é fácil fazer uma comparação, é um conjunto de sons num ambiente inóspito, vazio de vida, vazio de quase tudo o que na Terra é condição para a existência de som.

Contudo, segundo a descrição da agência espacial norte-americana, estes sons soam um pouco como estar ao lado de uma bandeira num vento forte no Polo Sul com grandes proteções nos ouvidos - o som da desolação.


Os sons do próprio rover Perseverance também são captados. As suas rodas de metal que rolam sobre a areia marciana soam um pouco como ouvir Darth Vader a arrastar um bidão de petróleo por um estreito corredor de naves espaciais.

Se ouvirmos com atenção percebemos que ao captar o som do Ingenuity este soa extremamente ténue, mas está ali. Mas atenção que a máquina faz muito barulho. Este helicóptero, pelo facto da gravidade ser mais baixa em Marte (cerca de um terço da da Terra) torna a vida do robô voador muito mais difícil, para gerar sustentação adequada.

Para termos uma ideia, a densidade atmosférica do Planeta Vermelho é cerca de 1⁄100 como a da Terra ao nível do mar, ou a mesma que a 27.000 m, uma altitude nunca alcançada pelos helicópteros existentes. Para manter o Ingenuity no ar, as suas lâminas de formato especial e tamanho ampliado devem girar a uma velocidade de pelo menos 2.400 e até 2.900 rpm, ou cerca de 10 vezes mais rápido do que o necessário na Terra.

No entanto, o tal filtro criado pela atmosfera fria e fina do Planeta Vermelho abafa o som real, ou pelo menos aquele que entendemos ser o mais fidedigno.

Os cientistas estavam errados sobre como o som se propaga no planeta


Contudo, há um facto interessante retirado destas amostras. Ao ser possível aos microfones do Perseverance captar sussurros do zumbido do Ingenuity é sugerido que a atmosfera marciana pode propagar o som mais longe do que anteriormente tinha sido percebido.

Mas é melhor ouvir e tirar as suas conclusões. O som extraterrestre começa por volta do minuto 1:53 no vídeo abaixo. Recomenda-se a utilização de auscultadores.


Os sons em Marte de facto não têm a riqueza harmónica dos sons da Terra. Contudo, estes dados mostraram que as "certezas" antes tidas pelos cientistas, estavam erradas.

Via pplware.sapo.pt

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Após 13º voo, helicóptero Ingenuity segue fazendo sucesso em Marte


O helicóptero Ingenuity segue operando a todo vapor no Planeta Vermelho e realizou seu 13º voo em Marte no último sábado (4). Segundo informações da NASA publicadas no Twitter, tudo correu bem durante essa nova "aventura aérea", na qual a pequena aeronave voltou a investigar uma região geológica de interesse para a equipe do rover Perseverance e fez uma nova sequência de fotos de lá.

No tweet, os oficiais da missão comemoram o resultado da empreitada. “Feliz voo 13”, disseram na publicação, que trouxe também uma foto da sombra do helicóptero projetada no solo de Marte. Segundo a equipe da missão, o helicóptero continua trabalhando para auxiliar os próximos movimentos do rover Perseverance, e a expectativa era que a aeronave se deslocasse por cerca de 210 m durante 161 segundos no ar.

Desta vez, o plano de voo mostrava que o helicóptero iria voar à velocidade de 3,3 m/s, um pouco abaixo da velocidade de 4,3 m/s alcançada no voo anterior. Além disso, o Ingenuity voou a 8 m acima da superfície marciana, altitude 2 m menor do que aquela do 12º voo. Durante o novo voo em Marte, o helicóptero explorou pela segunda vez a região de South Seítah, que tem terreno irregular descrito pela equipe da aeronave como “de risco substancial”, e fez algumas novas imagens de lá. A equipe o direcionou para fotografar alguns cumes e formações específicas, com a câmera voltada para o sudoeste.

Ao combinar essas imagens com aquelas obtidas durante o voo anterior, informações importantes serão proporcionadas para os cientistas do rover Perseverance e, principalmente, para os responsáveis pelos próximos trajetos que o rover irá percorrer. O Ingenuity viajou a Marte preso ao rover e fez seu primeiro voo em abril e, desde então, a aeronave vem voando muito mais longe e por mais tempo do que a equipe da missão esperava inicialmente. A expectativa era que o Ingenuity fizesse apenas alguns voos, mas o desempenho do helicóptero foi tão surpreendente que a NASA decidiu estender sua missão. Agora, o Ingenuity vem atuando como um "ajudante" do rover Perseverance.

Via Canaltech (com Space.com)

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

China cria "cópia" do helicóptero Ingenuity para explorar Marte


A China parece estar trabalhando em seu próprio projeto de aeronave para explorar outros mundos, nos mesmos moldes do helicóptero Ingenuity, da NASA, que está em Marte. No final de agosto, o país anunciou que três projetos do programa Projeto de Incubação do Laboratório Nacional de Ciências Espaciais foram aceitos. Uma publicação do National Space Science Center (CNSSC), da Academia Chinesa de Ciências (CAS), mostra um deles: um protótipo de “drone marciano" com dois rotores.

O drone em questão é o Projeto 1 apresentado, e a publicação mostra uma foto do protótipo posicionado em uma mesa com uma breve descrição que propõe equipá-lo com um espectrômetro, o qual provavelmente seria usado para escanear as formações geográficas da paisagem de Marte. Assim, ele foi desenvolvido para fornecer possíveis meios para a exploração do planeta por parte da China.


Em um primeiro olhar, fica evidente que o protótipo lembra o helicóptero Ingenuity, resultado de longos anos de trabalho das equipes da NASA para testar tecnologias para voar em outros mundos. Toda essa dedicação trouxe frutos, já que o pequeno helicóptero é um grande sucesso e vem superando as expectativas a cada voo — o último foi realizado em agosto e, durante esta empreitada, o Ingenuity atuou como “olhos” do rover Perseverance.

Como a China tem vários planos para explorar Marte, ver o país trabalhando em uma aeronave própria para explorar este nosso vizinho não é algo surpreendente — lembrando que o país pousou o rover Zhurong por lá com sucesso em sua primeira missão interplanetária. Além disso, a China já revelou também que tem planos para lançar missões tripuladas para o Planeta Vermelho no futuro, para firmar a presença humana.

Fonte: Futurism, NSSC via Canaltech

domingo, 15 de agosto de 2021

Helicóptero Ingenuity é homenageado com prêmio da Aviation Week Network

O pequeno helicóptero Ingenuity, da NASA, já conduziu mais de dez voos bem-sucedidos em Marte, e vem abrindo o caminho para missões futuras com naves rotorizadas, que poderão ajudar na exploração de outros planetas. Com o excelente desempenho, o pequeno helicóptero já atraiu a atenção de vários entusiastas — e, recentemente, rendeu o reconhecimento da Aviation Week Network, empresa editora de publicações e de produção de eventos, que homenageou o Ingenuity com um prêmio que “honra as conquistas extraordinárias aeroespaciais”. A premiação acontecerá em uma cerimônia que será realizada em outubro.

Joe Anselmo, diretor editorial da Aviation Week Network, explica os editores do evento analisaram várias indicações internas e externas e, depois, selecionaram os vencedores. Entre eles, está o Ingenuity, que fez seu primeiro voo no dia 19 de abril de 2021 e provou ser possível realizar voos controlados em outro planeta. Desde então, a pequena aeronave continua em seu trabalho que já se estende além dos voos planejados, e agora irá realizar atividades de reconhecimento da superfície de Marte.

Fotos feitas pelo Ingenuity durante o 10º voo, em 24 de julho
(Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech)
Os prêmios da Aviation Week Network são uma representação do reconhecimento de conquistas extraordinárias na indústria, alcançadas tanto por indivíduos quanto por equipes. “Os vencedores deste ano mostram que os motores da inovação no setor aeroespacial e de aviação continuam se movendo através de um dos momentos mais difíceis que essa indústria já viu”, disse Anselmo. Entre outros vencedores da categoria, está o Mission Extension Vehicle, da Northrop Grumman, e a nave Crew Dragon, da SpaceX.

Após finalizar seus primeiros voos e cumprir os objetivos de demonstração de tecnologia para os quais foi desenvolvido, o Ingenuity iniciou uma nova fase de demonstração, em que começou a testar suas habilidades como um explorador aéreo. Desde então, o helicóptero vem realizando análises de áreas que podem ser interessantes para o rover Perseverance explorar, atuando como ótimo aliado para o veículo. “Essa pequena e poderosa equipe por trás dessa pequena e poderosa aeronave está maravilhada com o sucesso dele e honrada pelo reconhecimento”, comentou Teddy Tzaneto, líder de operações do Ingenuity.

Por Danielle Cassita | Editado por Patrícia Gnipper (Canaltech) - Fonte: NASA, Aviation Week