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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Vídeo: Documentário - O acidente com o Ônibus Espacial Columbia


Por volta das 08h54 do dia 01 de Fevereiro de 2003, a uma velocidade de 27,564 km/h durante o procedimento de reentrada atmosférica, o Ônibus Espacial Columbia se desintegrou em pleno voo devido a um buraco no sistema de proteção térmico do veículo na região da asa esquerda. Um buraco que ninguém sabia da sua existência e que custou a vida de toda a tripulação.

Hoje na História: 1 de fevereiro de 2003 - O último voo do Columbia - O fim trágico da missão STS-107


Em 1 de fevereiro de 2003 aconteceu o acidente que matou sete astronautas a bordo do Columbia em seu processo de reentrada na atmosfera terrestre. Após 15 dias no espaço e a realização de uma série de experimentos científicos, a nave teve problemas no retorno para a Terra e foi pulverizada nos ares do Texas.

Columbia  foi o primeiro ônibus espacial da América. Ele voou para o espaço pela primeira vez em 11 de abril de 1981. A fatídica missão STS-107 foi seu 28º voo. Durante essas missões, o Columbia orbitou a Terra 4.808 vezes e passou 300 dias, 17 horas, 40 minutos e 22 segundos em voo espacial. 160 astronautas serviram a bordo dela. Ela viajou 125.204.911 milhas (201.497.722 quilômetros).

Tripulação morta no acidente do Columbia - da esquerda para a direita: David Brown, Rick Husband, Laurel Clark, Kalpana Chawla, Michael Anderson, William McCool e Ilan Ramon
Esse foi o segundo acidente fatal envolvendo o Programa Space Shuttle: o ônibus espacial Challenger explodiu sobre o Cabo Canaveral, na Flórida, apenas 73 segundos após sua decolagem. Nele também morreram sete astronautas, vítimas de uma falha em um anel de vedação no foguete de propulsão, que teve um vazamento de gás pressurizado. Isso fez com que o foguete direito se separasse da nave, causando uma falha estrutural no tanque externo do propulsor e o ônibus espacial em si acabou destruído pela força aerodinâmica.

O caso do Columbia foi bastante diferente, mas também causado por uma falha ocorrida já no lançamento da nave: durante o processo de decolagem, um pedaço de espuma isolante térmica do tamanho de uma maleta executiva desprendeu-se do foguete propulsor e acertou a asa do ônibus espacial.

Não era a primeira vez que isso acontecia – esse desprendimento de partes de espuma que servem para o isolamento do foguete. Outras quatro decolagens de ônibus espaciais registraram o mesmo fato, inclusive no lançamento da nave Atlantis, feito apenas duas decolagens antes da última do Columbia. Como nada de ruim havia acontecido, a NASA tratava o evento como um “desprendimento de espuma” comum.

Bloco de espuma isolante similar a que teria se soltado do propulsor do Columbia
e atingido a asa do ônibus espacial

Problemas acontecem


Era normal para a NASA lidar com esses problemas, afinal, decolagens são cheias deles. A diferença é que esses eventos são controlados e analisados para que suas consequências não sejam perigosas ou até mesmo fatais e, até então, esse desprendimento de espuma do isolamento térmico dos foguetes era considerado algo a se esperar.

Esse material isolante colocado na parte externa dos propulsores não serve para manter o calor do combustível dentro do foguete, mas sim para impedir que sua estrutura congele devido às baixíssimas temperaturas do hidrogênio e do oxigênio líquidos que servem como combustível para os motores.

Após 82 segundos da decolagem, um pedaço da espuma de isolamento desprendeu-se do propulsor e fez um buraco de 15 a 25 cm de diâmetro no painel de fibra carbono reforçado da asa esquerda do ônibus espacial. A NASA estava ciente disso pois possuía um sistema de filmagem feito especialmente para analisar os desprendimentos de detritos da nave e tratou de tentar analisar o tamanho do estrago.

Simulação do dano causado pelo desprendimento da espuma de isolamento no
painel de fibra de carbono da asa de um ônibus espacial

Buscando ajuda externa


Engenheiros da agência espacial entraram em contato com o Departamento de Defesa norte-americano no mínimo três vezes para que ativassem seus meios espaciais ou terrestres de maneira a conseguir visualizar melhor e avaliar a gravidade do dano feito na asa do Columbia. Entretanto, o gerenciamento da NASA impediu o contato do Departamento e chegou até a proibir que colaborassem com a análise.

A agência espacial acreditava de fato que não haveria nenhum problema a ser resolvido e que, mesmo que houve, seria impossível solucioná-lo. Todos os cenários analisados levavam à conclusão de que não havia possibilidade de nenhum acidente grave ou fatal, apenas avarias ao ônibus espacial, especialmente na parte de seu isolamento térmico. Para eles, a fibra de carbono reforçada era impenetrável.

As apertadas camas onde a tripulação do Columbia dormia
Outros métodos de análise dos possíveis riscos que o incidente poderia causar foram usados, inclusive um software desenvolvido para prever os danos possíveis na fibra de carbono. A ferramenta indicou que o choque poderia ter danificado severamente a área, mas a própria NASA minimizou o resultado. No fim das contas, a agência chegou à conclusão que não havia risco em relação ao incidente e enviou um email para a tripulação do ônibus espacial:

“Durante a subida, em aproximadamente 80 segundos, uma análise fotográfica mostra que alguns detritos do ponto de ligação -Y ET do Bipod foram soltos e, subsequentemente, impactaram a ala esquerda do orbitador [o ônibus espacial] na área de transição da junta para a asa principal, criando um a chuva de partículas menores. O impacto parece estar totalmente na superfície inferior e não são vistas partículas que atravessam a superfície superior da asa. Os especialistas analisaram a fotografia de alta velocidade e não há preocupação com os danos causados na fibra de carbono reforçada. Vimos esse mesmo fenômeno em vários outros voos e não há absolutamente nenhuma preocupação com a entrada”.

A tripulação do Columbia


Dentro do Columbia estavam sete astronautas de diversas origens e com diversas funções. O comandante da missão era o coronel Rick Husband, da Força Aérea dos Estados Unidos. O piloto era o comandante da Marinha norte-americana William McCool.

Os outros cinco especialistas de missão eram o tenente-coronel da Força Aérea Michael P. Anderson, o coronel Ilan Ramon (da Força Aérea de Israel), o capitão da Marinha David M. Brown e duas mulheres, a capitã da Marinha Laurel Blair Salton Clark e a engenheira aeroespacial Kalpana Chawla.

Algumas imagens foram registradas dos momentos anteriores ao acidente que causou a morte dos sete e a destruição completa do Columbia no dia 1 de fevereiro de 2003 ao tentar adentrar a atmosfera da Terra. A seguir, o vídeo mostra os últimos momentos da tripulação do Columbia (com legendas em inglês):


O retorno


Ao iniciar o procedimento de reentrada do Columbia na atmosfera terrestre, o comandante Husband e o piloto McCool receberam sinal positivo para a manobra e todas as condições eram positivas para o retorno. O ônibus espacial passou sobre o oceano Índico de cabeça-para baixo em uma altitude de 282 km e velocidade de mais de 28 mil km/h e penetrou a atmosfera sobre o Pacífico, já em posição correta, a 120 km de altura.

Foi aí que na temperatura da espaçonave começou a subir, o que é comum nesses casos. A asa do Columbia atingiu 2,5 mil °C, muito mais pela compressão do gás atmosférico causado pelo voo supersônico da nave do que apenas pelo atrito entre o veículo e o ar. O ônibus espacial começou a sobrevoar o solo norte-americano pela Califórnia, próximo a Sacramento. No minuto seguinte, relatos de testemunhas mostram que já era possível ver pedaços da espaçonave sendo desprendidas pelo céu.

Nesse momento, o Columbia parecia uma bola de fogo no ar por causa do ar superaquecido ao redor dele. Ainda não havia amanhecido na costa oeste dos Estados Unidos, o que colaborou com a visibilidade do evento. Até esse ponto, tudo estava ocorrendo como deveria em um pouso normal de ônibus espacial, mas o controle de voo na Terra começou a perceber problemas nos sensores da asa esquerda da nave.

O Columbia é fotografado como uma bola de fogo nos ares e diversos destroços se desprendendo da nave
O Columbia seguiu seu caminho planejado na direção da Flórida, onde faria seu pouso do mesmo lugar de onde partiu, o Kennedy Space Center no Cabo Canaveral. A nave fez algumas manobras para acertar o seu caminho enquanto sobrevoava os estados de Nevada, Utah, Arizona, Novo México, tudo isso com uma temperatura de 3 mil °C na asa, o que continuava sendo normal em um pouso.

O acidente


Ao sobrevoar o Texas, o Columbia perdeu uma placa de proteção térmica que acabou sendo a peça encontrada mais a Oeste dentre todas as partes recuperadas da nave. O controle da missão decidiu avisar os tripulantes sobre as falhas gerais nos sensores de ambas as asas, mas a resposta da nave acabou se perdendo. O comandante Husband confirmou ter recebido a informação, mas sua fala foi cortada.

Cinco segundos depois disso, a pressão hidráulica, usada para manobrar o ônibus espacial, foi perdida. Tanto o controle da missão em Terra sabia disso quanto os tripulantes da nave, que provavelmente ouviram um alarme indicando a falha. Só aí que os astronautas souberam que estavam tendo um problema gravíssimo no voo, com a nave perdendo completamente o controle.


Foi aproximadamente sobre a cidade de Dallas e arredores que o maior número de testemunhas em terra viram o Columbia sendo completamente pulverizada nos ares, com os pedaços da espaçonave se quebrando em partes cada vez menores que deixaram uma grande quantidade de rastros no céu. 

Menos de um minuto depois, o módulo da tripulação, que ainda estava como uma parte intacta, também foi destruído e os sete astronautas foram mortos.


Imagem dos destroços (em amarelo, vermelho e verde) captada por um
dos radares do Serviço Nacional (EUA) de Meteorologia

Legado humano e científico


Em 2011 o Programa Space Shuttle foi desativado. No lugar dele, diversas operações do governo, por meio da NASA, de empresas aeroespaciais particulares, como a SpaceX, e de outras agências espaciais de outros países, vêm tomando o lugar dos ônibus espaciais para levar cargas comerciais e científicas para o espaço, além de suprir a Estação Espacial Internacional (ISS) com todo o tipo de mantimentos necessários e, claro, astronautas.

Destroços recuperados do Columbia e remontados para investigação sobre o acidente
Alguns dos ônibus espaciais aposentados estão em exibição em diversos museus e instituições dos Estados Unidos (esse redator que vos escreve já teve a oportunidade de ver com os próprios olhos a Atlantis, exibida no Centro de Visitantes do Kennedy Space Center, no Cabo Canaveral). 

Já as duas espaçonaves que sofreram os acidentes fatais, como a Challenger e o Columbia, cuja história foi brevemente contada aqui, vão viver sempre na memória de quem sabe a importância que elas tiveram no desenvolvimento da ciência pelo ser humano.

Ônibus Espacial Atlantis em exposição no Centro de Visitantes do Kennedy Space Center
Os sete tripulantes do Columbia também não foram esquecidos e recebem homenagens regulares por parte de instituições de estudo da ciência e de memoriais espalhados não apenas pela Terra, mas até fora dela, como a placa que diz “In Memorian” e menciona o nome da tripulação no Mars Rover chamado Spirit, como se do espaço nunca tivessem saído e lá continuassem para sempre.

Memorial do Columbia no Mars Rover Spirit, em Marte

Nossa homenagem aos herois da missão STS-107

'AD ASTRA PER ASPERA'

"ATRAVÉS DE DIFICULDADES PARA AS ESTRELAS"


Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

domingo, 28 de janeiro de 2024

Vídeo: Análise - O Desastre do Ônibus Espacial Challenger


No vídeo, Lito Sousa conta a história do acidente com o Ônibus Espacial Challenger, e faz os paralelos desse acontecimento com a aviação.

Vídeo: Segundos Fatais - A Tragédia do Ônibus Espacial Challenger

Via Cavok Vídeos

Hoje na História: 28 de janeiro de 1986 - O desastre com o Ônibus Espacial Challenger

A Challenger antes da decolagem (© Wikimedia Commons)
Caso você tenha nascido a partir de meados da década de 80, talvez você não saiba sobre a tragédia envolvendo o ônibus espacial Challenger da NASA. Ele foi a terceira nave desse tipo a ser construída pela agência espacial norte-americana — vindo depois da Enterprise e da Columbia — e fez sua primeira viagem ao espaço em abril de 1983.

Quase três anos mais tarde, no dia 28 de janeiro de 1986, enquanto partia para a sua décima missão, algo deu muito errado durante o lançamento — que, além de ser acompanhado por centenas de pessoas no local, incluindo os familiares dos tripulantes, foi televisionado ao vivo. Apenas 73 segundos após a decolagem, a Challenger explodiu diante dos olhos atônitos de milhões de testemunhas. Assista a seguir a um dos vídeos do desastre:


Tragédia anunciada?


A Challenger levava uma tripulação de sete pessoas, que consistia nos astronautas Judith A. Resnik, Ronald E. McNair e Ellison S. Onizuka, no piloto Mike J. Smith e Francis R. Scobee, no comandante da missão Gregory Jarvis, especialista de carga, e Sharon Christa McAuliffe, que foi selecionada entre 11 mil professores para ser a primeira educadora a ser enviada ao espaço para lecionar de lá, assim como a primeira civil norte-americana a viajar fora da Terra.

Da esquerda para a direita, temos a professora Christa McAuliffe, o especialista de cargas Gregory Jarvis, a astronauta Judith A. Resnik, o comandante da missão Francis R. Scobee, o astronauta Ronald E. McNair, o piloto Mike J. Smith e o astronauta Ellison S. Onizuka

A ideia da Missão da Challenger era justamente iniciar um processo de exploração mais ampla e representativa do espaço, como se convidando a população geral a também embarcar – além de Christa, que se tornaria a primeira professora a viajar para fora do planeta, havia a astronauta Hudith Resnik e Ronald McNair, um dos primeiros astronautas negros da agência espacial estadunidense. 

Naturalmente Christa havia sido tornada em uma verdadeira celebridade antes da viagem, e sua presença na missão transformou o interesse internacional em verdadeiro frisson. A ideia era que a professora lecionasse uma aula de 15 minutos diretamente do espaço, mas a explosão interrompeu a vida de Christa e transformou para sempre o programa espacial dos EUA.

O lançamento da Challenger deveria ter ocorrido seis dias antes, mas foi reagendado devido a instabilidades climáticas e alguns problemas técnicos. 

Uma foto aproximada mostrando o gelo no local de lançamento
Na manhã do dia 28 de janeiro, a temperatura estava bem mais baixa do que o normal em Cabo Canaveral, na Flórida, o que levou os engenheiros da missão a alertar seus superiores de que alguns componentes da nave podiam falhar quando expostos ao frio.

Por algum motivo, os avisos acabaram sendo ignorados e, exatamente às 11 horas e 38 minutos da manhã, o lançamento da Challenger foi liberado.


Às 11h38min (EST), o ônibus espacial Challenger (OV-99) decolou do Complexo de Lançamento 39B no Centro Espacial Kennedy, Cabo Canaveral, Flórida, na Missão STS-51L.

Na decolagem, um anel de vedação entre os segmentos do Solid Rocket Booster (SRB) direito começou a vazar. Gases superaquecidos romperam o selo e começaram a queimar lateralmente.


Aos 58.778 segundos de voo motorizado, uma grande coluna de chama é visível logo acima do bocal de exaustão SRB, indicando uma ruptura na carcaça do motor (Foto acima - NASA).

A exaustão do foguete de ventilação queimou através do suporte de fixação SRB e no tanque de hidrogênio líquido na seção inferior do tanque externo. A parte traseira do tanque de hidrogênio líquido falhou e empurrou o tanque verticalmente para cima, para dentro do tanque de oxigênio líquido. Ambos os tanques se romperam e os propelentes detonaram.

1 minuto, 13 segundos após a decolagem, Challenger estava acelerando através de Mach 1,62 (1.069 milhas por hora, 1.720 quilômetros por hora) a aproximadamente 46.000 pés (14.020 metros) quando a explosão do tanque externo fez com que o ônibus espacial se desviasse repentinamente de seu Rota de Voo. O ônibus espacial foi submetido a forças aerodinâmicas muito além dos limites de seu projeto e foi destruído.


O tanque externo do Challenger, contendo hidrogênio líquido e oxigênio líquido, explodiu 1 minuto 13 segundos após a decolagem. Os dois propulsores de foguetes sólidos voaram em direções diferentes (Foto acima - Bruce Weaver/AP).

A cabine da tripulação, com seus sete astronautas a bordo, se separou da montagem do ônibus espacial em desintegração e continuou subindo por mais 25 segundos até aproximadamente 65.000 pés (19.080 metros), então começou uma longa queda para o oceano abaixo.

2 minutos e 45 segundos após a explosão, a cabine impactou a superfície do Oceano Atlântico a 207 milhas por hora (333 quilômetros por hora). A tripulação inteira foi morta.


A cabine da tripulação do ônibus espacial Challenger é visível perto do final da pluma de fumaça no centro superior desta fotografia, ainda subindo em velocidade supersônica (Foto acima - NASA).

A explosão ocorreu  1 minuto e 13 segundos após o lançamento (NASA)

Abaixo, veja o trecho que foi televisionado pela CNN na época:


Causas do acidente


Todos os tripulantes da Challenger morreram como resultado da explosão que fez a espaçonave se desintegrar. Com isso, o programa espacial norte-americano foi paralisado durante os vários meses em que durou a investigação do desastre. Na ocasião, Ronald Reagan, o então Presidente dos EUA, nomeou uma comissão especial para apurar as causas da tragédia — que foi liderada pelo ex-secretário de Estado William Rogers.

A comissão foi composta por vários nomes ilustres, como o renomado físico norte-americano — vencedor de diversos prêmios, incluindo o Nobel de Física de 1965 — Richard Philips Feynman, o astronauta Neil Armstrong e o piloto de testes Chuck Yeager. Depois de uma extensa e detalhada investigação, o grupo concluiu que o desastre havia sido ocasionado por um defeito no equipamento e no processo de controle de qualidade da fabricação das peças da nave.

A apuração revelou que ocorreu uma falha nas anilhas de borracha que serviam para vedar as partes do tanque de combustíveis. Mais precisamente, os anéis que se encontravam no foguete acelerador sólido direito, cuja missão era ajudar a proporcionar o “empurrão” necessário para que a Challenger levantasse voo, falharam durante o lançamento por conta da baixa temperatura — conforme os engenheiros da missão haviam previsto.


Com isso, o sistema de vedação permitiu que gases em alta temperatura e pressão escapassem e danificassem o tanque de combustível externo da Challenger, assim como o equipamento que prendia o acelerador ao tanque. O próprio Feynman fez uma simples demonstração — em rede nacional e ao vivo — de como o frio podia afetar as anilhas com um copo de água gelada.

Consequências


Após o acidente, a NASA deixou de enviar astronautas ao espaço por mais de dois anos e aproveitou para reformular uma série de componentes de seus ônibus espaciais. As viagens tripuladas só voltaram a acontecer a partir de setembro de 1988 — após o lançamento da Discovery. De lá para cá, inúmeras missões contendo “passageiros” foram conduzidas com sucesso.

Tripulação de voo do ônibus espacial Challenger STS-51L. Front Row, da esquerda para a direita, Capitão Michael J. Smith, Marinha dos EUA; Tenente Coronel Francis R. Scobee, Força Aérea dos EUA; Ronald Ervin McNair. Fila posterior, da esquerda para a direita: Tenente-Coronel Ellison S. Onizuka, Força Aérea dos EUA; Sharon Christa McAuliffe; Gregory Bruce Jarvis; Judith Arlene Resnick (NASA)
Entre elas estão as missões de reparo e manutenção do Telescópio Hubble e as que visaram a construção e ampliação da Estação Espacial Internacional. No entanto, infelizmente, em 2003, a Columbia também se desintegrou no ar — só que desta vez durante a reentrada na atmosfera terrestre — matando todos os tripulantes. Assim, apesar de as missões terem sido retomadas em 2005, o programa envolvendo os ônibus espaciais foi engavetado em 2011.

Fontes: This Day in Aviation / Mega Curioso / Wikipedia

É possível ver na Netflix o documentário "Challenger: Voo Final" ("Challenger: The Final Flight"). Veja o trailler:


Nossa homenagem aos heróis da missão STS-51L

'AD ASTRA PER ASPERA'

"ATRAVÉS DE DIFICULDADES PARA AS ESTRELAS"



Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

sábado, 27 de janeiro de 2024

Hoje na História: 27 de janeiro de 1967 - Três astronautas morrem em teste da Missão Apolo 1

Em 27 de janeiro de 1967, durante um teste de "plugs out" do Módulo de Comando da Apollo 1, duas semanas antes do lançamento programado da Apollo/Saturn 1B AS-204 - o primeiro voo espacial tripulado do Programa Apollo - um incêndio eclodiu no local pressurizado ambiente de oxigênio puro da cápsula e rapidamente envolveu todo o interior.

A pressão aumentou rapidamente para 29 libras por polegada quadrada (200 kPa) e 17 segundos depois, às 23h31: 19,4 UTC, a cápsula se rompeu.

Os três astronautas, Tenente Coronel Virgil I. Grissom, Força Aérea dos Estados Unidos, Tenente Coronel Edward H. White II, Força Aérea dos Estados Unidos, e Tenente Comandante Roger B. Chaffee, Marinha dos Estados Unidos, foram mortos.

A Missão

A Apollo 1, inicialmente designada como AS-204, foi a primeira missão tripulada do Programa Apollo dos Estados Unidos, que teve como objetivo final um pouso lunar tripulado. Um incêndio na cabine durante um ensaio de lançamento no dia 27 de janeiro de 1967 no Complexo de Lançamento da Estação da Força Aérea do Cabo Kennedy matou todos os três membros da tripulação.

Imediatamente após o incêndio, a NASA convocou o Conselho de Revisão de Acidentes da Apollo 204 para determinar a causa do incêndio, e ambas as casas do Congresso dos Estados Unidos conduziram suas próprias investigações da comissão para supervisionar a investigação da NASA. A fonte de ignição do incêndio foi determinada como sendo elétrica, e o fogo se espalhou rapidamente devido à alta pressão na cabine de comando. 

White, Grissom e Chaffee
O resgate dos astronautas foi impedido pela escotilha da porta, que não podia ser aberta contra a pressão interna mais alta da cabine. A falha em identificar o teste como perigoso (porque o foguete não foi abastecido) levou o resgate a ser prejudicado pela falta de preparação para emergências.

Durante a investigação do Congresso, o então senador Walter Mondale revelou publicamente um documento interno da NASA, citando problemas com o principal contratante da Apollo North American Aviation, que ficou conhecido como "Phillips Report". Essa revelação envergonhou James Webb, o Administrador da NASA, que não tinha conhecimento da existência do documento, e atraiu controvérsia ao programa Apollo. 

Apesar do descontentamento do Congresso com a falta de abertura da NASA, ambos os comitês do Congresso determinaram que as questões levantadas no relatório não tinham relação com o acidente.

Detalhe do Módulo de Comando da Apollo 1 após o acidente
Os voos tripulados da Apollo foram suspensos por 20 meses, enquanto a Segurança do Módulo de comando foi questionada. No entanto, o desenvolvimento e os testes não-tripulados do Módulo lunar e do foguete Saturno V continuaram.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Hoje na História: 16 de janeiro de 2003 - Decolagem do ônibus espacial Columbia que acabaria em tragédia

O Columbia (OV-102) foi o primeiro ônibus espacial da América. Este seria seu voo final.

O ônibus espacial Columbia (STS-107) decola do Complexo de Lançamento 39A
no Centro Espacial Kennedy, 15:39:00 UTC, 16 de janeiro de 2003 (NASA)

Em 16 de janeiro de 2003, às 15h39:00 (UTC), T menos Zero, o ônibus espacial Columbia, decolou do Complexo de Lançamento 39A no Centro Espacial Kennedy, Cabo Canaveral, Flórida, para realizar a missão STS-107.

81,7 segundos após o lançamento, o Columbia estava a aproximadamente 66.000 pés (20.100 metros) de altitude e 12,5 milhas (20,1 quilômetros) de alcance, acelerando através de Mach 2,46 (1.623 milhas por hora, ou 2.612 quilômetros por hora). 

Vários pedaços de espuma isolante se soltaram do tanque de combustível externo (o que a NASA chamou de “derramamento de espuma”) e atingiram a borda de ataque e a parte inferior da asa esquerda do Columbia .

Acredita-se que pelo menos um desses pedaços de espuma perfurou um orifício na superfície da asa, estimado em 15 × 25 centímetros (6 polegadas x 10 polegadas).

A tripulação de voo do Columbia (STS-107): Frente, da esquerda para a direita, COL Richard D. Husband, USAF; Kalpana Chawla; CDR William C. McCool, USN. Atrás, da esquerda para a direita, CAPT David M. Brown, MD, USN; CAPT Laurel Clark, MD, USN; LCOL Michael P. Anderson, USAF; COL Ilan Ramon, IAF (NASA)

Quando o Columbia voltou a entrar em 1 de fevereiro de 2003, o dano faria com que o ônibus espacial se desintegrasse. Toda a tripulação estaria perdida.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Avião espacial ultrassecreto dos Estados Unidos é lançado com sucesso com ajuda da SpaceX

Esta é a sétima missão do X-37B, que faz parte de um programa especial de segurança nacional dos EUA. Governo norte-americano divulgou poucos detalhes sobre a nave.


O avião espacial ultrassecreto dos Estados Unidos, X-37B, foi lançado com sucesso ao espaço na noite desta quinta-feira (28). A espaçonave foi lançada do topo de um foguete SpaceX Falcon Heavy, na Flórida.

O X-37B faz parte de um programa especial de segurança nacional dos Estados Unidos. O Pentágono divulgou poucos detalhes sobre a espaçonave. Por este motivo, o avião é considerado ultrassecreto.

O lançamento ocorreu após mais de duas semanas de atrasos. Três contagens regressivas anteriores foram abortadas devido ao mau tempo e problemas técnicos não especificados.

Em um comunicado, o Gabinete de Capacidades Rápidas da Força Aérea se limitou a afirmar que a nova missão envolveria testes de “novos regimes orbitais, experimentando futuras tecnologias de reconhecimento do domínio espacial”.

Está é a sétima missão da espaçonave, que poderá orbitar em um ponto mais alto do que nas missões anteriores — a 35 mil km acima da Terra. No entanto, o governo norte-americano não forneceu informações sobre a qual altitude o avião ficará.

Analistas chegaram a afirmar que a espaçonave poderá explorar regiões do espaço na vizinhança da Lua. Por outro lado, quanto mais perto o X-37B se aproximar da Lua, mais difícil será o retorno em segurança para a Terra.

A nave também está realizando um experimento da Nasa para estudar como as sementes das plantas são afetadas pela exposição prolongada ao ambiente hostil da radiação no espaço.

A capacidade de manter plantações no espaço tem implicações importantes para manter os astronautas nutridos durante futuras missões de longo prazo, como para a Lua ou Marte.

A primeira missão do X-37B foi feita em 2010. De lá para cá, foram mais de 3.700 dias no espaço. A expectativa é que a operação desta vez dure até 2026.

Avião espacial X-37B (Foto: Adam Shanks/Força Espacial dos EUA)
O X-37B foi construído para implantar várias cargas úteis no espaço e realizar experimentos tecnológicos em voos orbitais de longa duração.

O veículo construído pela Boeing tem aproximadamente o tamanho de um pequeno ônibus. O design lembra um ônibus espacial.

No final da missão, a nave desce de volta pela atmosfera para pousar em uma pista semelhante a um avião.

Via g1

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Hoje na História: 21 de dezembro de 1968 - Lançamento da Missão Apollo 8

Em 21 de dezembro de 1968, às 12h51 (UTC), a Apollo 8 decolou do Complexo de Lançamento 39A no Centro Espacial Kennedy, Cabo Canaveral, na Flórida (EUA). A bordo estavam o Comandante da Missão, Coronel Frank Frederick Borman II, Força Aérea dos Estados Unidos; Piloto do Módulo de Comando, Capitão James Arthur Lovell, Jr., Marinha dos Estados Unidos; e Piloto do Módulo Lunar, Major William A. Anders, Força Aérea dos EUA.

A tripulação da Apollo 8 é fotografada posando em um simulador do Centro Espacial Kennedy (KSC) em seus trajes de pressão total, 22 de novembro de 1968. Da esquerda para a direita estão: James A. Lovell Jr., William A. Anders e Frank Borman. (NASA)

A Apollo 8 foi a segunda missão tripulada do programa Apollo. Foi a primeira espaçonave tripulada a deixar a órbita da Terra, viajar e orbitar a Lua e, em seguida, retornar à Terra.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Avião espacial da China libera seis objetos misteriosos na órbita da Terra

Algumas dessas chamadas "alas misteriosas" estão emitindo sinais após terem sido liberadas em órbita pelo avião espacial Shenlong, da China.

Conceito artístico do avião espacial da China liberando um objeto na órbita da Terra,
elaborado com Inteligência Artificial (Crédito: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital)
Apenas quatro dias depois de ser lançado de surpresa em sua terceira missão, o avião espacial robótico da China, chamado Shenlong (“Dragão Divino”), parece ter colocado seis objetos na órbita da Terra.

Rastreadores amadores de espaçonaves em todo o mundo estão monitorando esses materiais (designados OBJETO A, B, C, D, E e F) e registraram emissões vindas de alguns deles.

De acordo com o rastreador de satélites e astrônomo amador Scott Tilley, do Canadá, os sinais emitidos pelo OBJETO A se assemelham aos emitidos por objetos liberados pelo avião espacial chinês em missões anteriores.

O avião espacial Shenlong, da China, pouco antes de ser lançado, no
dia 14 de dezembro de 2023 (Crédito: Reprodução redes sociais)
“A emissão do OBJETO A ou das proximidades lembra as emissões anteriores do ‘wingman’ do avião espacial chinês, no sentido de que o sinal é modulado com uma quantidade limitada de dados”, disse Tilley ao site Space.com. No X (antigo Twitter), ele se refere aos objetos como “alas misteriosas” no X (antigo Twitter).


Já os objetos D e E, por sua vez, parecem estar emitindo sinais ociosos de “espaço reservado” sem dados que os acompanhem. “Deve-se notar que, ao contrário das emissões no início das missões 1 e 2 dos aviões espaciais chineses, essas emissões são muito intermitentes e não permanecem por muito tempo”, diz Tilley. “Foram necessários dias de observações rastreando passagem após passagem com antenas parabólicas para chegar a esses dados”.

Não é a primeira vez que o avião espacial da China libera objetos em órbita

Após analisarem os sinais, os rastreadores amadores estão confiantes de que as emissões estão vindo dos objetos ou de perto deles. Esta conclusão baseia-se na observação ao longo de seus caminhos esperados no céu, no fato de que nenhum outro objeto conhecido estava no feixe das antenas dos rastreadores quando os dados foram coletados e no fato de que a modulação particular desses sinais é “única e só foi vista de missões anteriores de aviões espaciais chineses usando uma frequência de 2280MHz”, segundo Tilley.

O avião espacial da China exibiu comportamentos semelhantes no passado. Em suas duas missões anteriores – lançadas em setembro de 2020 e agosto de 2022, respectivamente – a espaçonave foi vista liberando um pequeno objeto desconhecido em órbita.

Especula-se que os objetos poderiam ser módulos de serviço, artigos de teste para praticar a colocação de cargas úteis em órbita ou talvez até pequenos satélites usados para monitorar o avião espacial.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Hoje na História: 19 de dezembro de 1972 - Chegada à Terra da Apollo 17 - A última missão tripulada à Lua

O módulo de comando da Apollo 17 America desce em direção à superfície do
Oceano Pacífico Sul sob três paraquedas (NASA)

Em 19 de dezembro de 1972, às 14h25( EST), após 12 dias, 13 horas, 51 minutos e 59 segundos da partida do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida, o módulo de comando da Apollo 17 América (CM-112) voltou à Terra, amerissando no Oceano Pacífico Sul, aproximadamente 350 milhas (563 quilômetros) a sudeste de Samoa. 

Os três paraquedas principais de vela circular de 83 pés e 6 polegadas de diâmetro (25,451 metros) foram lançados a uma altitude de 10.500 pés (3.200 metros) e diminuíram a velocidade da cápsula para 22 milhas por hora (35,4 quilômetros por hora) antes de atingir a superfície do oceano.

O USS Ticonderoga (CVS-14) se aproxima lentamente do módulo de comando da Apollo 17.
 Os nadadores de resgate fixaram um colar de flutuação como medida de segurança  (NASA)

O pouso teve um alto grau de precisão, chegando a 4,0 milhas (6,44 quilômetros) do navio de recuperação, o porta-aviões USS Ticonderog a (CVS-14).

A tripulação foi apanhada por um helicóptero Sikorsky SH-3G Sea King, Bu. Nº 149930, do HC-1, e transportado para Ticonderoga . Os três astronautas, Eugene A. Cernan, Ronald A. Evans e Harrison H. Schmitt, subiram a bordo do porta-aviões 52 minutos após o respingo.

Um astronauta da Apollo 17 é içado a bordo do Sikorsky SH-3G Sea King, No. 149930. 
O USS Ticonderoga ao fundo, de prontidão, aguarda o astronauta (NASA)

O splashdown da Apollo 17 pôs fim à era de exploração tripulada da Lua, que havia começado apenas 3 anos, 3 dias, 5 horas, 52 minutos e 59 segundos antes com o lançamento da Apollo 11.

Apenas 12 homens colocaram os pés na Lua. Em 47 anos, nenhum humano voltou lá.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Hoje na História: 14 de dezembro de 1972 - Módulo Lunar da Apollo 17 decolou da Lua

Módulo de aterrissagem lunar Apollo 17 e rover lunar na superfície da Lua (NASA)

Em 14 de dezembro de 1972, às 4:54:36, CST (horário de Houston), o estágio de subida do Módulo Lunar da Apollo 17 decolou do local de pouso no Vale Taurus-Littrow, na Lua. A bordo estavam o Comandante da Missão Eugene A. Cernan e o Piloto LM, Harrison H. Schmitt.

Os dois astronautas estiveram na superfície da Lua por 3 dias, 2 horas, 59 minutos e 40 segundos. Durante esse tempo, eles fizeram três excursões fora do módulo lunar, totalizando 22 horas, 3 minutos e 57 segundos.

O estágio de subida da Apollo 17 decola do vale Taurus-Littrow às 2254 UTC, 14 de dezembro de 1972. A decolagem foi capturada por uma câmera de televisão deixada na superfície da Lua.(NASA)

A Apollo 17 foi a última missão tripulada à Lua no século XX. Gene Cernan foi o último homem a ficar na superfície da lua.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Hoje na História: 11 de dezembro de 1972 - O último pouso de uma missão tripulada na Lua


Em 11 de dezembro de 1972, às 19:54:58 (UTC) o Módulo lunar da Apollo 17, com os astronautas Eugene A. Cernan e Harrison H. Schmitt pousou no Vale Taurus-Littrow, na Lua.


A Apollo 17 foi a última missão lunar tripulada.

Gene Cernan foi o último humano a permanecer na superfície lunar.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Hoje na Hstória: 7 de dezembro de 1972 - Apollo 17, a última missão tripulada à Lua no século 20

Em 7 de dezembro de 1972, às 05h33m63 (UTC) (12h33, horário padrão do leste), a Apollo 17, a última missão tripulada à Lua no século 20, decolou do Complexo de Lançamento 39A no Centro Espacial Kennedy, Cabo Canaveral, na Flórida (EUA). O destino era o vale Taurus-Littrow, na Lua.

A Apollo 17 (AS-512) na plataforma do Complexo de Lançamento 39A, em 21.11.1972 (NASA)

O Comandante da Missão, em seu terceiro voo espacial, era Eugene A. Cernan. O Piloto do Módulo de Comando foi Ronald A. Evans, em seu primeiro voo espacial, e o Piloto do Módulo Lunar foi Harrison H. Schmitt, também em seu primeiro voo espacial.

Gene Cernan, sentado, com Harrison Schmitt e Ronald Evans (NASA)

Schmitt foi colocado na tripulação porque era geólogo profissional. Ele substituiu Joe Engle, um experiente piloto de testes que havia feito dezesseis voos no avião-foguete de pesquisa hipersônica X-15. Três desses voos foram superiores à altitude de 50 milhas, qualificando Engle para asas de astronauta da Força Aérea dos EUA.

O lançamento da Apollo 17 foi atrasado por 2 horas e 40 minutos, devido a um pequeno defeito mecânico. Quando decolou, o lançamento foi testemunhado por mais de 500.000 pessoas.

Apollo 17 / Saturn V (AS-512) no Pad 39A durante a contagem regressiva (NASA)

O foguete Saturn V era um veículo de lançamento pesado movido a combustível líquido, de três estágios. Totalmente montado com o Módulo de Comando e Serviço Apollo, tinha 110,642 metros de altura. 

A Apollo 17 (AS-512) decola do Complexo de Lançamento 39A às 05:33:00 UTC, em 7 de dezembro de 1972 (NASA)

O primeiro e o segundo estágios tinham 33 pés (10,058 metros) de diâmetro. Totalmente carregado e abastecido, o foguete pesava 6.200.000 libras (2.948.350 kg). Ele poderia elevar uma carga útil de 260.000 libras (117.934 kg) para a órbita terrestre baixa.

A Apollo 17 decolando (NASA)

Dezoito foguetes Saturno V foram construídos. Eles foram as máquinas mais poderosas já construídas pelo homem. A Apollo 17 foi lançada 3 anos, 4 meses, 20 dias, 16 horas, 1 minuto e 0 segundos após a Apollo 11, o primeiro voo tripulado para a Lua.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

sábado, 25 de novembro de 2023

X-37B: 5 curiosidades sobre o avião espacial da Boeing

Aeronave supersecreta é operada pela força militar estadunidense e já ficou quase mil dias na órbita da Terra; saiba mais;

Avião espacial robótico dos EUA bate novo recorde: 900 dias em órbita (Divulgação/Boeing)
O veículo espacial X-37B é um avião produzido pela Boeing Space e utilizado em missões no espaço pela Força Aérea Americana. Dentre as suas principais funções, a aeronave se destaca por testar novas tecnologias na órbita da Terra, a fim de que os estudiosos possam concluir pesquisas e criar novos equipamentos. Em 7 de dezembro, o avião será lançado novamente ao espaço e, por isso, decidimos compartilhar cinco curiosidades sobre ele para você se informar.

1. O avião é reutilizável


Avião Espacial X-37B retornando de uma missão (Crédito: Força Espacial dos Estados Unidos)
Como o próprio significado já entrega, um avião espacial reutilizável pode ser enviado para fora do planeta várias vezes em um curto período de tempo se comparado com os demais veículos. Isso porque os seus sistemas internos e a sua estrutura foram projetados para serem mais resistentes.

A vantagem de uma nave reutilizável é que os custos para repará-la são menores do que montar novas equipes de profissionais para construir outra aeronave. Com a tecnologia reutilizável, o custo é menor e o tempo de espera para enviar o veículo para o espaço também.

2. Primeiro avião espacial não tripulado


O X-37B é o primeiro avião produzido pelos Estados Unidos a não ser tripulado. Ou seja, ele não tem astronautas e é controlado remotamente de uma base de controle, localizada na estação de onde ele foi enviado. Apesar de correr o risco de perder o controle da aeronave, um veículo não tripulado não coloca a vida de ninguém em perigo em caso de falhas.

3. As missões são ultrassecretas


(Crédito: Sergey Nivens/Shutterstock)
Considerando toda a tecnologia envolvida na produção e controle do avião, e que ele é operado pela força militar norte-americana, qualquer detalhe preciso sobre as missões é estritamente confidencial. Quando entrevistados, alguns profissionais comentaram substancialmente sobre alguns propósitos por trás do lançamento da aeronave no espaço, mas nada muito detalhado.

Parte desse segredo se deve a preservar as descobertas científicas e astronômicas até que os estudiosos tenham pleno conhecimento sobre elas e possam compartilhar. Noutros casos, manter as missões em segredo também é uma forma de combater que outras nações detenham alguma vantagem sobre os Estados Unidos.

4. Contribui para pesquisas envolvendo o Sol


Dentre as pouquíssimas informações que os profissionais divulgaram ao público, uma delas consta que no próximo voo, marcado para 7 de dezembro deste ano, o avião irá levar ao espaço um hardware chamado “Seeds-2”. O equipamento foi confeccionado pela NASA com o intuito de analisar a influência da radiação espacial sobre as plantas e sementes dentro de naves espaciais.

Em outras palavras, verificar como essa radiação afeta plantas que estejam guardadas dentro das aeronaves. Isso é importante porque se, algum dia, o ser humano conseguir cultivar a vegetação em outro planeta, primeiro será necessário transportá-la até lá. Nisso, é imprescindível verificar se estas plantas e sementes sofreriam algum dano durante o percurso.

5. Ele já passou quase mil dias em órbita


(Crédito: Dima Zel/Shutterstock)
Após aterrissar na Terra em 12 de novembro de 2022, o X-37B havia ficado quase mil dias em uma missão secreta na órbita do planeta. Mais especificamente, foram um total de 908 dias flutuando e coletando informações para sua base de operação nos Estados Unidos.