terça-feira, 16 de setembro de 2008

Velha Varig começa a pagar trabalhadores em outubro

Mais de dois anos depois da venda em leilão judicial, os funcionários da velha Varig começarão a receber uma pequena fração de seus créditos trabalhistas. Cada um dos cerca de 14 mil credores trabalhistas receberão até cinco salários mínimos (R$ 2.075,00).

Os pagamentos serão feitos a partir da primeira quinzena de outubro. Todos os credores deverão se cadastrar no site do agente fiduciário, no endereço www.oliveiratrust.com.br/credores . O cadastramento começa nesta sexta-feira.

O pagamento é resultado do acordo de antecipação das debêntures feitos com a Gol no ano passado. Pelas regras do leilão judicial, o arrematante - no caso, a VarigLog - tinha o compromisso de emitir duas debêntures de R$ 50 milhões em até dez anos. Quando comprou a Varig da VarigLog, a Gol propôs a pagar antecipadamente, com deságio total de R$ 5 milhões.

A primeira debênture já foi para o caixa do fundo de pensão Aerus. Dos R$ 47,5 milhões da debênture dos trabalhadores, nem tudo vai ser distribuído agora. Há cerca de R$ 20 milhões comprometidos com decisões liminares a favor de alguns poucos credores trabalhistas. Dependendo do andamento desses processos, poderá haver um novo rateio no futuro.

Os valores a serem distribuídos representam uma fatia muito pequena do passivo trabalhista que a Varig tinha ao entrar em recuperação judicial em 2005: R$ 238,8 milhões. Se forem incluídas as dívidas acumuladas após a Varig entrar em recuperação judicial, de acordo com sindicatos de trabalhadores do setor aéreo, a conta sobe para R$ 1 bilhão.

Fonte: Agência Estado

Temendo ações na Justiça, pilotos reduzem número de relatórios

A criminalização dos dois maiores acidentes aéreos da história do País - a colisão entre o jato Legacy e o Boeing da Gol, em 2006, e o choque do Airbus da TAM contra um prédio ao lado do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no ano passado - fez despencar o número de "relatórios confidenciais para a segurança de vôo" (RCSV) encaminhados por tripulantes à Aeronáutica. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) recebeu nove notificações este ano, ante as 90 registradas em 2007.

A emissão do RCSV não é obrigatória, mas se tornou uma das principais ferramentas das quais os militares do Cenipa dispõem para elaborar planos de prevenção. Embora possam ser anônimos, não é difícil identificar o emissor do documento. "Quando um tripulante elabora um relatório e depois vê o documento sendo usado na Justiça, ele perde a confiança no nosso trabalho", disse hoje (15) o chefe do Cenipa, brigadeiro Jorge Kersul Filho. "Não estou dizendo que a Justiça não deve investigar, mas nossas ações devem correr em paralelo."

A legislação sobre o assunto veta a utilização dos RCSV "para relato de fatos que constituam crime ou contravenção penal de qualquer natureza". Na prática, porém, as notificações têm servido como prova em ações tanto na esfera cível quanto na criminal. Também há temor por parte das empresas de que ocorrências consideradas corriqueiras, como uma arremetida, causem pânico entre passageiros e parem em CPIs.

"Essa exposição desmedida jogou no lixo um trabalho de mais de 30 anos da FAB. Agora, será difícil reverter essa desconfiança dos tripulantes", diz Ronaldo Jenkins, diretor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). O primeiro sintoma de que tripulantes e companhias haviam criado resistência aos relatórios surgiu após o acidente da Gol. De 2005 para 2006, o número de relatórios confidenciais caiu 76% (de 159 para 38).

Fonte: Agência Estado

Depois de 17 dias, corpo de brasileiro morto em Paris chega a São Paulo

Oscar Kodama sofreu uma embolia pulmonar em aeroporto francês.

Ele será velado e enterrado amanhã em Dourados (MS).

Oscar Kodama, que morreu em Paris em 31/8

Passados 17 dias desde a sua morte no aeroporto internacional de Paris, o corpo do paranaense Oscar Kodama chegou a São Paulo na tarde desta terça-feira (16). De lá segue para Dourados, no Mato Grosso do Sul, onde será velado e enterrado na manhã de quarta-feira.

Natural de Maringá, Kodama viajava para o Japão (com escala em Paris) para trabalhar em uma empreiteira japonesa. No entanto, em 30 de agosto, ao embarcar no vôo Paris-Tóquio da companhia japonesa All Nippon Airways (Ana), ele passou mal e foi retirado do avião para ser atendido.

Kodama passou aquela noite no serviço médico do aeroporto e tentou embarcar novamente no dia seguinte, mas voltou a sentir-se mal. Segundo o jornal "Zero Hora", a polícia foi chamada e Kodama teria sido algemado e interrogado antes de receber atendimento médico. Seu corpo chegou sem vida a um hospital em Paris. Descobriu-se pela autópsia que o brasileiro sofreu uma embolia pulmonar.

'Fim da primeira parte'

Por e-mail, Gustavo Kodama, irmão do meio de Oscar, disse que a chegada do corpo ao Brasil encerra a "primeira parte da tragédia" vivida por sua família.

O irmão mais velho do brasileiro, Vagner Kodama, viajará a Paris para ouvir as partes envolvidas na história. A família havia dito ao G1 que desconfiava que o brasileiro havia sido confundido com um traficante (levando drogas no estômago) e que, por isso, ele teria sido interrogado antes de receber atendimento médico. Depois da viagem de Vagner, os Kodama decidirão se levarão o caso à Justiça.

A companhia áerea japonesa Ana respondeu ao G1 por e-mail que "definitivamente" não suspeitava que Kodama carregava drogas. "Em 31 de agosto, o encontramos deitado no chão perto do balcão de check-in e ele [Kodama] não conseguia ficar de pé. Ligamos mais uma vez ao centro médico e obedecemos à sugestão do médico de contatar a polícia", declarou Atsushi Asano, gerente da Ana em Paris.

A família também se queixou do tratamento recebido das autoridades brasileiras e francesas. O Itamaraty respondeu que acompanhou o caso de perto e que a demora na liberação do corpo aconteceu por causa de trâmites locais sobre os quais não há como influir.

Fonte: G1 - Fonte: Foto: Divulgação

Avião com funcionários dos EUA e do México desaparece na fronteira

Aeronave sumiu entre El Paso e a área do Rio Grande.

Quatro pessoas estavam a bordo, segundo as autoridades.

As autoridades buscavam nesta terça-feira (16) um avião Cessna 421B Golden Eagle no qual viajavam autoridades americanas e mexicanas da Comissão de Águas e Limites Internacionais e que desapareceu na segunda entre El Paso e a área do Rio Grande.

Carlos Marín, da divisão americana, e Arturo Herrera, da mexicana, voaram de El Paso a Presidio em uma missão de reconhecimento para avaliar inundações registradas ao longo do Rio Grande quando o pequeno avião desapareceu, segundo o juiz do Condado de Presidio, Jerry Agen.

O diretor-executivo do Conselho de Governos do Rio Grande, Jake Brisbin Jr., também viajava no pequeno avião, um Cessna 421, que decolou na segunda-feira pela manhã (10:05 hs) do Aeroporto Internacional de El Paso, no Texas (EUA) e devia sobrevoar a represa de Luis León, no México, para observar a implementação das medidas voltadas a reduzir as inundações no sul do Rio Grande e, depois, aterrissar no Aeroporto Municipal Alpine-Casparis (E38), em Alpine, também no Texas.

As autoridades deram por desaparecidos os três altos funcionários e o piloto, depois que não voltaram de sua missão na hora prevista e fixada no plano de vôo.

A busca pelos desaparecidos se centra em uma área montanhosa do deserto, quase 100 quilômetros a oeste de Presidio e perto de Candelaria, segundo Agen, que afirmou que é uma área complicada com poucas vias de acesso.

Equipes da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, em inglês), da Força Aérea e da Patrulha Fronteiriça participam da busca.

As autoridades mexicanas foram informadas do desaparecimento dos três altos funcionários.

Carlos Marín e Arturo Herrera lideravam a agência internacional responsável pela manutenção da fronteira entre EUA e México.

Fonte: EFE

Helicóptero 'inteligente' voa sozinho e dá até piruetas

Inteligência artificial imita movimento feito por outras máquinas.

Aparelho está avaliado em US$ 4 mil e pode ser adotado por militares.


Pesquisadores da Universidade de Standford, nos Estados Unidos, testaram nesta segunda-feira (15) um helicóptero com 1,2 metro de comprimento que voa sozinho. A máquina, provida de inteligência artificial, fez diversas manobras no campus e deu até piruetas no ar.

Fumaça mostra o movimento feito pelo helicóptero

Cada um desses aparelhos – equipados com GPS, câmera, acelerômetro e giroscópio - está avaliado em US$ 4 mil e pode ser adotado futuramente em missões militares. O produto ainda não está disponível para compra.

Estudantes fizeram demonstração de vôo autônomo nesta segunda-feira (15)

O sistema de inteligência da máquina permitiu que ela aprendesse a voar "sozinha". Isso depois de seu sistema analisar os comandos dados a uma aeronave parecida, controlada por humanos. O chamado algoritmo de aprendizado foi desenvolvido pela equipe do professor Andrew Ng, do laboratório de inteligência artificial de Standford, e permite que máquinas aprendam com base na observação.

Cada aparelho está avaliado em US$ 4 mil

Fonte: G1 - Fotos: Reuters

Sobreviventes e parentes de vítimas de acidente aéreo protestam em Paris

Acidente em setembro de 2007 deixou 90 mortos em Phuket, Tailândia.

Manifestantes acionaram judicialmente a fabricante da aeronave que caiu.

Parentes fazem protesto em Paris em memória das vítimas do acidente de avião que matou 90 turistas no paraíso turístico de Phuket, na Tailândia, há um ano. Mais de 100 sobreviventes e parente de vítimas estão processando a Boeing, dona da McDonnell Douglas, fabricante do avião acidentado, a quem acusam de não ter prestado auxílio necessário. A Boeing ajudou a despesa dos funerais, e as vítimas receberam dinheiro do seguro.

Fonte: G1 - Foto: AFP

Relatório mostra preocupação com tráfego aéreo de São Paulo

Controlador de vôo que quase provocou um acidente aéreo entre um boeing da Gol e um avião da FAB vai fazer um curso de reciclagem.

A Aeronáutica admite que houve falha humana no incidente entre um boeing da Gol e um Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB) no Aeroporto de Rio Branco, no Acre. Mas o relatório apresentado ontem sobre os acidentes aéreos no Brasil mostra que a maior preocupação não está no tráfego aéreo sobre a Amazônia.

Onde tem mais tráfego, tem mais risco. É exatamente sobre São Paulo que se concentra a maior parte do tráfego aéreo. O movimento deve aumentar com a chegada de mais aeronaves. A frota de helicópteros da cidade, que já é a maior do mundo, vai crescer. O maior número de aeronaves aumenta também o risco de mais acidentes aéreos na cidade.

Atenção, passageiros: voar no Brasil é seguro. Quem garante é o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, um oficial-general da Força Aérea Brasileira.

O brigadeiro usa estatísticas de dez anos para sustentar o diagnóstico. A aviação comercial só causou 2 dos 97 acidentes de 2007. Um desses desastres foi o da TAM e causou 199 vítimas. “Mesmo assim, aviões de carreira só foram responsáveis por 2,1% dos acidentes de 2007”, insiste o brigadeiro.

O incidente revelado pelo “Fantástico” no último fim de semana, segundo o militar, é um fato isolado. A primeira investigação indica que o controlador de vôo do Aeroporto de Rio Branco falhou. Os dois aviões chegaram a ficar a 60 metros de distância, mas não teria havido risco de acidente, segundo o chefe do Cenipa. O controlador responsável deve passar por um treinamento extra.

“Se foi uma falha individual, vai ser corrigido aquele homem dando uma reciclagem. Agora não é por causa de um evento que a gente deva generalizar que o controle do tráfego aéreo do país está assim ou assado”, afirmou o chefe do Cenipa, brigadeiro Jorge Kersul.

A área do país mais exposta ao risco é a que tem maior tráfego – ou seja, São Paulo. Mas qualquer decisão com respeito ao Aeroporto de Congonhas mexe com muitos interesses, admite o brigadeiro. Eles têm de ser levados em conta. Por enquanto, os limites à operação do aeroporto paulistano estão preservando a segurança, mas não dá para eliminar totalmente o risco.

“Nós trabalhamos para que os acidentes fossem zero acidente. A gente trabalha com esse objetivo em mente, mas sabemos que isso, realmente, é bastante utópico por uma questão simples de estatística”, afirmou o chefe do Cenipa, brigadeiro Jorge Kersul.

A expectativa é de crescimento da já enorme frota paulistana de helicópteros. Ao todo, 80 aeronaves devem se somar até o final deste ano aos cerca de 500 helicópteros da cidade. Trata-se de um novo desafio para a capital que já tem maior frota do mundo, a única com um controle de vôo específico para esse tipo de aparelho.

O brigadeiro Jorge Kersul reconheceu que faltam profissionais no controle de tráfego aéreo. A região de São Paulo, por exemplo, precisaria de mais 30 profissionais, mas só havia dinheiro para contratar 20 e apenas 12 vagas foram preenchidas.

Assim fica difícil fazer a reciclagem dos profissionais. O brigadeiro diz que o elemento humano é hoje o elo mais fraco dessa corrente que faz funcionar a aviação brasileira. E se faltam profissionais, faltam professores também.

Fonte: G1

Aeronáutica registra aumento nos acidentes aéreos no Brasil

O número de acidentes aéreos na aviação civil aumentou consideravelmente no Brasil nos últimos anos. De acordo com levantamento divulgado nesta segunda-feira pela Aeronáutica, no ano passado 97 aeronaves se envolveram em acidentes --31 a mais que em 2006--, matando 270 pessoas (contra 215 mortos em 2006).

Os dados apresentados fazem parte do relatório do PPAA (Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e se referem aos acidentes e incidentes aéreos ocorridos no período de 1998 a 2007.

Neste espaço de tempo, foram registrados, em todo o país, 654 acidentes aéreos que causaram a morte de 991 pessoas. Os anos com maior número de vítimas foram 2006 e 2007, com, respectivamente, 215 e 270 mortos.

A maioria dos acidentes (41,1%), porém, envolveram aeronaves da aviação geral (como jatos particulares e aeronaves executivas). "Os acidentes envolvendo aeronaves da aviação regular [aviões de companhias aéreas, mais utilizados] correspondem a apenas 4,3%", afirmou o chefe do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), o brigadeiro Jorge Kersul Filho.

Dos 97 acidentes registrados em 2007, apenas dois envolveram aeronaves de companhias aéreas. "Não é um índice alarmante, mas é ainda uma infelicidade", disse Kersul Filho.

Para o brigadeiro, o índice menor de ocorrências envolvendo aviões de companhias aéreas se deve a diversos fatores, como a boa infra-estrutura das empresas e a experiência dos comandantes das aeronaves. "Os pilotos da aviação regular geralmente são mais experientes que os da aviação geral", disse.

Nos últimos dez anos aconteceram apenas seis acidentes fatais envolvendo aviões de companhias aéreas. Mesmo assim, ocorrências envolvendo esse tipo de avião são as que mais matam. Segundo o relatório, nos últimos dez anos 398 pessoas morreram em acidentes na aviação regular (contra 300 da aviação geral).

São Paulo

O Estado de São Paulo é onde há o maior registro de acidentes do país (129) nos últimos dez anos. Para critério de comparação, na região a soma dos acidentes ocorridos no período nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins chega a 99.

Segundo o chefe do Cenipa, isso se deve, em parte, ao grande movimento aéreo de São Paulo. "Acidentes estão relacionados à exposição ao risco. Com mais aviões há mais movimento e mais exposição aos riscos", disse Kersul Filho.

Ele ressalta, porém, que o espaço aéreo paulista é seguro. "Nestes dez anos, registramos apenas quatro acidentes da aviação regular nesta região." Um destes acidentes aconteceu em julho de 2007, quando um avião da TAM saiu da pista e se chocou com um prédio, matando 199 pessoas --o maior acidente da história da aviação brasileira.

Helicópteros

A crescente frota de helicópteros no país preocupa a aeronáutica. Apesar de a frota deste tipo de veículo ser bem menor que a de aviões, helicópteros estiveram envolvidos em 19 (19,6%) dos 97 acidentes registrados no ano passado, matando 14 pessoas.

Os dados merecem uma maior atenção da cidade de São Paulo. Com cerca de 500 unidades (quase a metade da frota do país, que é de aproximadamente 1.100), a cidade deve receber, até 2010, mais 80 helicópteros, segundo o Cenipa.

"O helicóptero é mais instável que o avião e se expõe mais", disse Kersul Filho ao ser indagado sobre as causas dos acidentes com esse veículo. Como medidas para diminuir esse número, o brigadeiro afirma que os pilotos devem ser "bem treinados e devem pilotar com atenção especial".

Fonte: Folha Online

Spanair: acidente aéreo podia ter sido evitado

Relatório provisório aponta para falha na verificação dos flaps, que controlam a descolagem. E refere que a companhia não procede da forma correcta, conforme recomenda a empresa fabricante do avião

Uma verificação recomendada pela Boeing, empresa fabricante do avião, podia ter salvo a vida a 154 pessoas do voo do MD-82 da Spanair, que no passado dia 20 de Agosto se despenhou no aeroporto de Barajas, em Madrid, noticia o jornal El País, que teve acesso ao relatório preliminar do acidente.

Esta verificação podia ter evitado a falha nos sistemas de controlo de voo, que provocou a tragédia.

O relatório provisório da Comissão de Investigação de Acidentes e Incidentes de Aviação Civil (CIAIAC) sobre o que se passou com o MD-82 revela que o avião tinha os flaps soltos na descolagem e que o sistema de alerta não avisou o piloto desta anomalia, o que teria evitado a tragédia aérea.

Esta falha verificou-se também na queda de outro MD-82 em Detroit, nos EUA, em 1987. O relatório assinala que desde o acidente norte-americano que o fabricante Boeing, outrora denominada McDonell-Douglas, «recomendou» às companhias aéreas para que façam sempre a verificação deste sistema de segurança que alerta para anomalias no momento da descolagem de cada voo.

No entanto, a Spanair apenas especifica nos seus protocolos de voo que essa comprovação deve ser realizada no primeiro voo do dia ou quando os pilotos trocam de turno.

Segundo o El País, a Spanair não comenta estes dados, apenas o relatório oficial final.

Fonte: IOL Diário (Portugal)

Avião da TAM arremete em Brasília

Pouso aconteceu seis minutos depois do previsto e não há informações sobre os problemas

Um avião da TAM arremeteu na manhã desta segunda-feira, 15, quando realizava uma tentativa de pouso no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. O vôo 3718 saiu de Congonhas, na zona sul da capital paulista, e deveria pousar às 10h08.

O pouso aconteceu seis minutos depois do previsto, na segunda tentativa. O pouso aconteceu normalmente e não há informações sobre o motivo da arremetida, considerada uma estratégia comum, segundo informações da assessoria da TAM.

Até as 14h45, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não tinha informações sobre o caso. Conforme informações do Centro de Comunicação da Aeronáutica (CECOMSAER), a aeronave arremeteu por orientação da torre de controle, que esperava a pista ser liberada por um avião da Ocean Air. O CECOMSAER afirma que arremeter é uma estratégia comum durante os pousos.

Fonte: estadao.com.br

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Vocalista do Iron Maiden pilota vôo de turistas 'abandonados'

O vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson

O vocalista do grupo de rock Iron Maiden, Bruce Dickinson, pilotou dois aviões que trouxeram turistas britânicos de volta para casa no final de semana, depois que uma companhia aérea faliu e deixou centenas de passageiros sem vôo.

A operadora de turismo e companhia aérea XL - uma das maiores da Grã-Bretanha - faliu na sexta-feira passada.

Mais de 20 aviões da companhia não puderam decolar e cerca de 85 mil passageiros britânicos não conseguiram voltar para casa de destinos turísticos como Espanha, Egito, Grécia e Caribe.

Bruce Dickinson é funcionário da Astraeus Airline, uma das companhias que ajudou na volta dos turistas que tinham bilhetes da XL.

Na sexta-feira passada, o astro do rock pilotou o Boeing 757 da cidade egípcia de Sharm el-Sheik para o aeroporto de Gatwick, em Londres. No sábado, ele voou da ilha grega de Kos para o mesmo aeroporto em Londres.

Nas duas ocasiões, os vôos estavam lotados com 221 passageiros - todos turistas que haviam comprado pacotes da XL.

Dickinson trabalha há oito anos como piloto da Astraeus, uma empresa que aluga aviões e funcionários para outras companhias aéreas, como a British Airways.

O porta-voz da Astraeus disse à BBC Brasil que Dickinson estava de folga nos dois dias, mas as cancelou para ajudar os turistas britânicos.

Para conciliar sua atividade de piloto com a de vocalista, Dickinson tira férias e licenças especiais da Astraeus. O Iron Maiden, formado nos anos 70, é uma das maiores bandas de heavy metal do mundo.

Fonte: BBC Brasil - Foto: Rex Features

Impasse trava novo pátio de aviões em Cumbica

Apesar de conseguir a licença ambiental para o início da construção do terceiro terminal no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos-SP, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) ainda tenta resolver um impasse com o Tribunal de Contas da União (TCU) para retomar as obras de ampliação do pátio de aeronaves, paradas há três meses.

Depois de enviar ao TCU seguidas justificativas técnicas de preços que não afastaram a suspeita de superfaturamento, paralisando obras em quatro aeroportos, a Infraero mudou de tática e decidiu provocar o impasse. Acatou a tabela usada pelo TCU e, com base nela, apontou um "superfaturamento" de R$ 8,8 milhões maior que o encontrado pela auditoria do próprio tribunal nas obras de ampliação do pátio de aeronaves.

O problema é que o consórcio construtor já avisou que não repactua o contrato com base na tabela usada pelo TCU, porque os preços rebaixados não cobrem os custos. As empreiteiras alegam que o material e a mão-de-obra empregados na construção de uma pista de aeroporto e de uma rodovia não guardam semelhanças, a partir do cimento asfáltico. A Infraero concorda que o custo das especificações técnicas internacionais é mais alto. Resultado: as obras no pátio de aeronaves em Cumbica continuarão paradas, a exemplo do que já ocorre em intervenções nos aeroportos de Vitória, Goiânia e Macapá.

"Não reconhecemos superfaturamento nenhum. Só adotamos a planilha de serviços do tribunal porque chegamos ao nosso limite de justificativas.Não adianta mais brigar", desabafa o presidente da empresa, Sérgio Gaudenzi. Segundo o diretor de Engenharia da Infraero, Mário Jorge Moreira, uma equipe de orçamentários "luta há dois anos" com justificativas de preços que não satisfazem os técnicos do tribunal.

Na tentativa de solucionar o impasse com o TCU e parar de medir forças, a Infraero encomendou um estudo à Caixa Econômica Federal para criar uma tabela de preços aeroportuários. O diretor de Engenharia conta que as composições dos custos foram feitas pela Universidade de São Paulo (USP), considerando os parâmetros técnicos de engenharia, e as cotações de materiais foram realizadas em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi encaminhado ao TCU há três semanas e está sendo examinado pelos analistas do tribunal.

Fonte: jornal O Estado de S. Paulo

China já é o segundo mercado da Embraer

A China se tornou em 2008 o segundo maior mercado da Embraer depois dos Estados Unidos e a companhia brasileira é a fabricante de aviões com a maior presença no país depois de Boeing e Airbus. O presidente da Embraer na China, Guan Dong Yuan, estima que o faturamento da empresa vai mais que triplicar neste ano, para algo entre US$ 500 milhões e US$ 550 milhões, ante US$ 150 milhões em 2007.

Das 80 aeronaves com menos de 120 lugares que voam na China, 39 são da Embraer. Na estimativa de Guan, o número vai chegar a 47 ou 48 até o fim do ano, o que dará à empresa brasileira uma participação de mais de 50% no mercado.

Além de vender aviões de 50 lugares que fabrica desde 2003 na China, em parceria com a estatal Avic II, a Embraer exporta aeronaves produzidas no Brasil. Neste ano, pela primeira vez, o item aviões aparece com destaque na pauta de exportações brasileiras para o país asiático, com vendas de US$ 148,8 milhões até julho. No mesmo período de 2007, os embarques foram de meros US$ 24 mil, compostos integralmente por peças de reposição.

Fonte: jornal O Estado de S. Paulo

Piloto de helicóptero em estado crítico após acidente na Nova Zelândia

Um piloto de 49 anos está em estado crítico no Hospital Hawke's Bay depois que seu helicóptero atingiu linhas de alta tensão e caiu na tarde desta segunda-feira (15) em Puketitiri, a 56 km a noroeste de Napier, na Nova Zelândia.

O helicóptero Robinson R44, prefixo ZK-ISM, registrado para a empresa Bay Heliwork Ltda, caiu sobre uma área agrícola ao norte de Napier, depois do meio-dia.

Um porta-voz do hospital informou que o piloto está na UTI em estado crítico.

A polícia foi alertada sobre o acidente às 13:15 (hora local) quando o helicóptero não retornou de um serviço de pulverização agrícola que havia saido para realizar.

As equipes de salvamento encontraram o helicóptero por volta das 14:00 horas numa fazenda perto de um pântano.

O piloto era a única pessoa a bordo. O porta-voz da equipe de salvamento informou que ele colidiu com cabos de alta tensão durante o trabalho de pulverização.

Fontes: The New Zealand Herald / NZPA / ASN

Três morrem em queda de avião na Austrália

Três pessoas morreram na queda do avião Cessna U206, prefixo VH-JDQ, a noroeste de Scone, na Austrália, no domingo (14).

Um helicóptero de resgate encontrou os destroços perto de Hanging Rock, a cerca de 55 quilômetros de Scone, por volta do meio-dia.

O helicóptero pousou a cerca de 100 metros dos destroços e um médico que estava a bordo confirmou que não haviam sobreviventes.

"O avião caiu através das árvores, as asas e a cauda do avião ficaram dilaceradas pelo forte impacto", disse um membro da polícia local.

O avião havia reabastecido em Scone na manhã de ontem e decolado rumo ao Aeroporto Brisbane Archerfield, em Queensland.

A polícia divulgou nota informando que a aeronave era pilota por um homem de 39 anos de idade de Brisbane, que decolou de Bankstown por volta das 8:00 h de domingo com dois passageiros, uma mulher de 38 anos de idade, de Brisbane, e seu filho de sete anos.

Fonte: The Herald (Austrália) / ASN

FAB: crescimento do nº helicópteros é desafio em SP

O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, afirmou nesta tarde, em São Paulo, que um dos maiores desafios para o monitoramento do espaço aéreo que compreende a maior região metropolitana do País é o crescimento de sua frota de helicópteros. Segundo números de relatório da Aeronáutica, a cidade de São Paulo concentra mais da metade da frota brasileira de 1,1 mil deste tipo de aeronave e deve receber mais 80 até o ano de 2010. Isso é agravado ainda pelo fato de que a cidade recebe boa parte do restante de helicópteros que existem nas outras regiões do País, segundo a Aeronáutica.

"Tivemos 97 acidentes em 2007. Apenas dois ocorreram na aviação regular (comercial). Dezenove desastres foram com helicópteros, ou seja, quase 20%, um número bem mais expressivo", disse Kersul.

O brigadeiro afirmou que a circunscrição regional (Seripa) do órgão que monitora o Estado de São Paulo é a mais propoensa à ocorrência de acidentes aéreos. De acordo com estudo realizado pelo Cenipa entre 1998 e 2007, o Seripa-4 (Estado de São Paulo) foi o que mais registrou desastres, com 129 ocorrências.

"A probabilidade de ocorrer acidentes é maior por conta da maior exposição ao risco com o número de aeronaves circulando". O Cenipa subdivide o território brasileiro em quatro serviços regionais de investigação e prevenção à acidentes aéreos (Seripa).

Kersul garantiu que o espaço aéreo brasileiro é seguro. Segundo ele, a percepção de insegurança da população se deve à "coincidência infeliz" de dois acidentes aéreos de grandes proporções que ocorreram em menos de um ano - a colisão do avião da Gol com o jato Legacy, em 2006, e o acidente com o Airbus da TAM em julho de 2007.

O chefe do Cenipa concedeu entrevista coletiva, nesta tarde, para divulgar um relatório sobre o cenário de aidentes aéreos no País. A coletiva ocorreu após a divulgação em notícia do Fantástico de um evento em que uma aeronave da Gol e um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) passaram a 60 m de distância nas proximidades do aeroporto de Rio Branco (AC).

Fonte: Terra - Foto: WebLuxo

Cenipa admite falha humana em incidente entre avião da FAB e Boeing

Duas aeronaves quase colidiram em junho, na região da Amazônia.

Cenipa diz que está investigando o caso.




O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, admitiu, nesta segunda-feira (15), que houve falha humana no incidente entre o Boeing da Gol e um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Reportagem exibida no Fantástico, no domingo (14), mostrou que as duas aeronaves quase colidiram em 18 de junho, quando sobrevoavam a Amazônia.

Na reportagem, o advogado da Federação Brasileira dos Controladores de Vôo, Roberto Sobral, disse que há falhas de comunicação no controle aéreo brasileiro e faltam equipamentos, como radares. Ainda de acordo com ele, essas alegações fazem parte de uma ação penal movida há dois meses pela federação contra o comando da Aeronáutica no Supremo Tribunal Federal (STF).

“O advogado está fazendo o trabalho dele, que é defender a categoria dos controladores de vôo, mas ele seria mais isento se questionasse a conduta do controlador de vôo no momento daquele evento aéreo”, afirmou Kersul Filho, nesta segunda, durante uma entrevista coletiva, em São Paulo.

O brigadeiro do Cenipa disse que o controle do espaço aéreo na região onde ocorreu o incidente é feito via rádio, seguindo procedimento normal, e o mesmo controlador estava monitorando os dois vôos. "Não há radar na região. A reação dos pilotos foi normal. O Boeing tem um sistema que permite identificar a aeronave de menor porte e mensurar a distância, mas o piloto da aeronave militar não consegue identificar."

Kersul Filho disse que há dois anos não havia registro de incidentes aéreos na região de Rio Branco, onde ocorreu a quase colisão entre os aviões da FAB e da Gol. O caso está sendo investigado pelo Cenipa e a conclusão deverá ser divulgada até o fim do ano.

Fontes: G1 / Globonews

Ultraleve cai em lago na Holanda e mata seus dois ocupantes

Um acidente envolvendo uma aeronave ultraleve Zenair CH601XL, prefixo PH-4B6 no domingo (14) custou a vida a duas pessoas na Holanda.

A aeronave caiu nas águas do Lago Hoornsche Hop, a cerca de 900 metros da costa. A causa do acidente ainda é desconhecida. Um dos corpos foi resgatado e o da outra vítima ainda está desaparecido.

Identidades

As identidades das vítimas ainda não foram formalmente divulgadas. No entanto, as famílias já foram informadas. Segundo relatos no local do Noordhollands Dagblad, o piloto era um experiente aviador de Purmerend e, também, tesoureiro do Clube de Vôo Wieringermeer.

O ultraleve caiu por volta das 13:00 (hora local).

Fontes: Nu.nl / ANP - Fotos: Robbert Habes

Destroços de avião que caiu na Rússia ocupam área de 4 km²

Segundo agências internacionais, 88 passageiros morreram.

Boeing 737 se dirigia para a cidade de Perm.




Um avião russo da empresa aérea Aeroflot com mais de 80 pessoas a bordo caiu na região dos Montes Urais. Os destroços ocupam uma área de cerca de 4 km², o que indica uma grande explosão. A aeronave, um Boeing 737, tinha saído de Moscou e caiu perto da cidade de Perm, para onde se dirigia.

O governo russo confirmou a morte de todos os passageiros, porém, ainda não oficializou o número total de vítimas.

Autoridades citadas por meios de comunicação russos e agências internacionais dizem que o vôo levava 88 pessoas, entre eles sete crianças. As mesmas fontes afirmam que a companhia aérea teria confirmado que 21 estrangeiros – de Azerbaijão, Ucrânia, França, Suíça, Letônia, Alemanha, Turquia, Estados Unidos e Itália - estavam a bordo.

O contato com o avião foi perdido quando ele estava a uma altura de 1.800 metros, segundo declarou à agência russa “Itar-Tass” Irina Andianova, porta-voz do Ministério de Situações de Emergência.

Os destroços do avião, que se incendiou na queda, foram localizados perto da cidade de Perm, que era o destino final do vôo. A cidade fica a cerca de 1.700 km de Moscou - trajeto que, pelo ar, é percorrido em duas horas.

Não há informações sobre as causas do acidente. O avião teria caído sobre uma linha férrea do Transiberiano, que suspendeu as viagens de trens na região.

O presidente da Rússia, Dmitri Medvédev, informou que ordenou a criação de uma comissão governamental encabeçada pelo ministro dos Transportes, Igor Levitin, que irá à região do desastre para investigar as causas do acidente.

Porta-voz do Ministério de Situações de Emergência infirmou que cerca de 300 especialistas trabalham na área onde o avião caiu. Irina Andianova afirmou ainda que o governo enviará equipe de psicólogos para atender familiares das vítimas.

Fontes: G1 / EFE / France Presse / Reuters

Avião da FAB quase colidiu com Boeing da Gol, mostra gravação

Aeronaves sobrevoavam a Amazônia em 18 de junho.

Para muitos especialistas, região tem a pior comunicação aérea do país.



Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) quase bateu em um Boeing da Gol, segundo mostra gravação obtida com exclusividade pelo “Fantástico”. Ela faz parte de um relatório de perigo com timbre do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). As aeronaves estavam sobre a Amazônia, uma região que, para muitos especialistas, tem a pior comunicação aérea do país.

O piloto do esquadrão grifo - uma equipe de elite da FAB, com base em Porto Velho (RO) e o instrutor, também da força aérea, realizavam uma missão de treinamento no comando de um turbo hélice tucano.

De repente, um susto enorme: bem perto deles, surgiu um Boeing 737 da Gol.

A reportagem teve acesso a uma gravação de áudio de cinco minutos que revela mais detalhes sobre o episódio. “O que aconteceu foi que o Gol passou por cima da gente aqui, quase bateu na gente”, diz trecho da gravação de áudio de cinco minutos.

Os documentos a que a reportagem também teve acesso revelam que o incidente ocorreu no dia 18 de junho deste ano, sobre Rio Branco, no Acre.

Depois de analisar o material, o especialista em segurança aérea Jorge Barros, que já foi instrutor de vôo em aviões tucano, afirma: foi sorte não ter acontecido mais uma tragédia na aviação brasileira. “Foi um incidente muito grave. Houve uma proximidade muito grande, com risco alto de colisão em vôo”, diz.

De acordo com os documentos, o avião da Gol fazia o vôo 1938. Este vôo sai diariamente de Cruzeiro do Sul, no Acre, e faz escalas em Rio Branco, Porto Velho, Manaus, Belém e Fortaleza.

Perto do aeroporto

O áudio mostra que a quase colisão aconteceu quando o Boeing e o tucano do esquadrão grifo se aproximavam do aeroporto de Rio Branco. O mesmo controlador era responsável pelos dois vôos.

“- Grifo 127, na perna de aproximação.
- está livre o procedimento x-ray. Informe visual com a pista, Grifo 127.
- Grifo 127, chamará.”


De acordo com a gravação, cerca de um minuto e meio depois, o controlador autorizou o piloto do Boeing a fazer o mesmo procedimento de aproximação do aeroporto.

“- informe iniciando a perna de aproximação.
- já está na perna de aproximação, descendo pra 3 mil (pés).
- já está autorizado iniciar o procedimento x-ray.”

O especialista Jorge Barros explica o procedimento do operador. “Dois aviões são autorizados para descer pra mesma altitude, fazer a mesma aproximação pra mesma pista, digamos, no mesmo segmento do espaço aéreo”.

A cerca de 15 km do aeroporto de Rio Branco, a 450 metros de altura, os pilotos do tucano viram o tamanho do perigo.

A quantidade de palavrões registradas na gravação dá idéia do espanto que tiveram.

“Como o avião da Gol é a jato e voa muito mais rápido que o avião da FAB, que é a hélice, é um turbo hélice, então esse avião da Gol se aproxima muito do avião da força aérea. E passa a 200 pés de altura do avião da FAB”, diz o especialista. Duzentos pés são pouco mais de 60 metros.

Para se ter uma idéia de como os aviões passaram perto um do outro, as asas do Boeing têm cerca de 30 metros. As do tucano, dez.

Logo depois da quase colisão, o instrutor que estava no tucano falou com o controlador.

Ainda bastante nervoso, o instrutor da FAB passou orientações, como mostra o áudio.

“- Rio Branco, Gol pode prosseguir na aproximação final. O que aconteceu foi que o Gol passou por cima da gente aqui, quase bateu na gente. Pode prosseguir aí que a gente tá no visual. Tá ok, Rio Branco? Copiou? "
-"afirmativo, foi copiado, senhor”.


A gravação mostra que, na seqüência, o instrutor do tucano faz uma pergunta para o piloto do Boeing.

“Gol, confirme. Você entendeu que poderia prosseguir no ILS?”

No áudio a que tivemos acesso, o piloto da Gol não responde se entendeu ou não que poderia continuar a aproximação por instrumentos.

A seqüência final é esta.

“- piiii! que medo!
- Gol 1938 está arremetendo.”


Susto

O vôo 1938 chega todos os dias ao aeroporto de Rio Branco lotado, com mais de 180 pessoas. Quem estava no Boeing que quase bateu no avião da FAB provavelmente não percebeu o perigo. Mas naquele dia, o momento mais tenso dos passageiros foi quando o jato da Gol arremeteu e teve que fazer uma nova manobra para aterrisar.

“Cada vez que o avião passa um susto grande, ele desiste de pousar. Agora, o acaso esteve presente aí, a ausência de colisão foi mero acaso”. A reportagem procurou os pilotos que se envolveram neste incidente; os da FAB não foram localizados.

Por telefone, o piloto do Boeing conversou com a reportagem. O comandante Carlos Joubert confirmou o incidente, mas não passou nenhum outro detalhe. Segundo ele, por determinação da Gol.

“Gostaria muito de colaborar. Agora eu não posso contrariar o que a empresa determinou pra mim”, disse.

Procurada pelo “Fantástico”, a Gol enviou uma nota que também não dá esclarecimentos sobre o incidente.

A empresa diz que segue os procedimentos de segurança e que os eventos que mereçam registro são feitos dentro dos padrões estabelecidos pelas autoridades competentes.

Também em nota, a Aeronáutica informa que em nenhum momento, houve uma situação crítica de quase colisão. Mesmo assim, foi feita uma avaliação que concluiu deficiências de procedimento por parte do controlador de vôo.

“Em verdade o fato não chega a nos surpreender. Muito pelo contrário". A estrutura de trabalho é deficiente, diz o advogado da Federação Brasileira dos Controladores de Vôo.

Segundo ele, há falhas de comunicação e faltam até equipamentos como radares. Essas alegações fazem parte de uma ação penal movida há dois meses pela federação contra o comando da Aeronáutica no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Nós queremos uma auditoria isenta para que apontadas as falhas nós possamos corrigir e saiamos dessa situação de risco em que vive a sociedade civil brasileira.

Segundo a Aeronáutica, cerca de 600 novos controladores foram capacitados para o trabalho nos últimos dois anos.

A aeronáutica informa ainda que na torre de Rio Branco a operação é coordenada de forma convencional, via rádio, em razão da baixa demanda de tráfego. Mas afirma que existe cobertura de radar plena para aeronaves comerciais voando naquela região.

O especialista em segurança aérea Jorge Barros dá um alerta. Segundo ele, ainda há muito o que fazer para evitar situações de risco, como aconteceu com o vôo 1938.

"Pura sorte não ter havido um acidente. Por isso é fundamental que a equipe de controladores seja bem escolhida, bem treinada e bem equipada, para que ela possa desenvolver um trabalho de excelente qualidade”.

Fonte: G1 / Fantástico (TV Globo)