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sábado, 13 de janeiro de 2024

Sessão de Sábado: Filme Clássico "A Invasão dos Discos Voadores" (dublado)


Quando foguetes de teste, que eram lançados para fora da Terra, começam a desaparecer, Dr. Russell A. Marvin começa uma investigação ao lado de sua esposa e assistente. Descobrem que os responsáveis são uma raça alienígena que quer dominar a Terra. Após a descoberta os aliens dão um ultimato e começam a atacar cidades terrestres. Em uma luta contra o tempo, Dr. Russell tenta descobrir um modo de derrotar os inimigos.

("Earth vs. the Flying Saucers", EUA, 1956, 83 min, Clássico, Ficção Científica, Terror, Dublado)

domingo, 7 de janeiro de 2024

Hoje na História: 7 de janeiro de 1948 - Thomas Mantell, o piloto que morreu perseguindo um OVNI


No dia 7 de janeiro de 1948, um objeto não identificado foi detectado sobrevoando o céu de Madisonville, Kentucky, nos Estados Unidos. A Guarda Nacional Aérea de Kentucky contatou o capitão Thomas Mantell, de 25 anos, renomado piloto da força aérea — que havia participado da Batalha da Normandia durante a Segunda Guerra. Ele era piloto do 165º Esquadrão de Caças, da Guarda Aérea Nacional de Kentucky.

O objeto era descrito como circular, medindo cerca de 90 metros de diâmetro. Observadores da torre de controle em Godman Army Air Field, em Fort Knox, no Kentucky, descreveram a aeronave misteriosa como tendo “um cone vermelho flamejante arrastando uma névoa verde gasosa”, que ficou parada por quase 1 hora e meia no mesmo lugar.

Outro observador do campo relatou que o objeto “pouco antes de sair, chegou muito perto do solo, permanecendo no solo por cerca de dez segundos e depois subiu a uma velocidade muito alta de volta à sua altitude original”.

Antes do avistamento pelo pessoal da Godman Tower, houve vários telefonemas para a torre da Patrulha Rodoviária de Kentucky, relatando numerosos avistamentos por pessoas em duas cidades que estavam a 237 quilômetros uma da outra. Os avistamentos relatados foram de uma grande nave circular, movendo-se em alta velocidade.

A função do piloto Mantell era seguir o objeto, para averiguar a situação. Há discordâncias sobre as exatas palavras do capitão no momento da perseguição. Acredita-se que ele tenha dito que o OVNI “parecia metálico e de tamanho tremendo”.

Mustangs F-51D da Aviação Norte-americana, 165º Esquadrão de Caça,
da Guarda Aérea Nacional de Kentucky (Força aérea dos Estados Unidos)

Tragédia


O capitão Mantell liderou o voo dos caças North American Aviation F-51D Mustang, juntamente com outros dois pilotos (tenente Albert Clements e tenente Hammond).

Ele relatou que estava escalando 4.572 metros (15.000 pés) com um grande objeto metálico à vista. O OVNI então desapareceu.

Na parte mais intensa da perseguição, ao chegar a 6.900 metros, Clements e Hammond interromperam o voo por causa do combustível baixo, mas Thomas continuou a subir, até que ao ultrapassar 7.600 metros, sua aeronave começou a cair.

É provável que o capitão Mantell tenha perdido a consciência devido à falta de oxigênio. Os destroços de seu caça, F-51D-25-NA número de série 44-63869, foram encontrados 8 quilômetros a sudoeste de Franklin, Kentucky (local de nascimento de Mantell), que fica a cerca de 145 quilômetros ao sul a sudoeste de Camp Godman. O capitão Mantell estava morto. 

Os destroços do North American Aviation F-51D Mustang do Capitão Mantell (USAF)
Os bombeiros conseguiram, com dificuldade, retirar o corpo do capitão Mantell de dentro de seu avião. Seu relógio havia parado as 15h18 — horário exato do acidente —, o cinto de segurança estava triturado e o OVNI tinha desaparecido.

Foram publicadas diferentes versões sobre o estado do corpo do piloto, algumas afirmavam que ele estava decapitado, enquanto outras diziam que o cadáver apresentava marcas de bala e vestígios radioativos.

Muitas explicações


Mantell foi o primeiro membro da Guarda Nacional Aérea de Kentucky a morrer em voo, e por seu legado na Segunda Guerra, o caso foi amplamente coberto pela mídia, que além de revelar importantes detalhes sobre o acidente, também publicava histórias sensacionalistas — como a de que a União Soviética estaria por trás do abate de Mantell.

Investigações foram iniciadas para solucionar o misterioso caso. O Projeto Sinal (primeiro grupo da Força Aérea designado para investigar relatórios de OVNIs) foi um dos principais órgãos oficias a estudar a morte de Thomas, mas a causa do óbito permaneceu inconclusiva.

Inúmeras explicações foram divulgadas para resolver o caso Mantell. Investigadores da Força Aérea, afirmaram que o piloto havia observado o planeta Vênus por engano, e que ao atingir uma altura muito elevada morreu por falta de oxigênio. No entanto, a versão foi prontamente descartada, pois, astrônomos do Projeto Sinal afirmaram que naquela hora do dia, o planeta estaria invisível ao olhar nu.

Capitão Thomas Francis Mantell, Jr.
Outra hipótese levantada foi a de que o objeto era na verdade um balão Skyhook, que possui a estrutura de metal e 30 metros de diâmetro. Mas de acordo com Edward Ruppelt, capitão da Força Aérea dos Estados Unidos, a tese era inverídica. “Em algum lugar nos arquivos da Força Aérea ou da Marinha, haverá registros que demonstrarão ou não se um balão foi solto da Base Aérea de Clinton County, Ohio, em 7 de janeiro de 1948. Jamais pude encontrar tais registros”, escreveu Ruppelt.

Ocorrido exatamente 6 meses após “The Roswell Incident” no Novo México, o caso Mantell é até hoje referenciado em acidentes envolvendo OVNIs, e permanece em aberto. O acidente foi apresentado no documentário Objetos Voadores Não Identificados de 1956: A Verdadeira História dos Discos Voadores.

Piloto condecorado


O tenente Mantell havia sido designado como piloto Douglas C-47 Skytrain com o 96º Esquadrão de Carrieres de Tropas, 440º Grupo de Carrieres de Tropas, Nona Força Aérea, na RAF Bottesford. Ele voou em operações de combate durante a Campanha da Normandia e é creditado com 107: 00 horas de voo do tempo real de combate.

No Dia D, o Skytrain Douglas C-47 da Mantell, Vulture's Delight , foi designado para rebocar um planador Waco CG-4A para a zona de invasão. O Skytrain foi fortemente danificado por fogo antiaéreo. Ele completou com sucesso sua missão e voou no avião incrivelmente danificado de volta para a Inglaterra. Ele foi premiado com a Distinguished Flying Cross por esta missão, e a Air Medal com três cachos de folhas de carvalho (quatro prêmios) até o final da guerra.


O Douglas C-47 Skytrain Vulture's Delight, com danos do Dia D. O “6Z” pintado na fuselagem dianteira identifica este avião como pertencente ao 96º Esquadrão de Transporte de Tropas. de Thomas Mantell pilotou o avião nesse estado
Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu com This Day in Aviation

sábado, 6 de janeiro de 2024

Especialista em defesa encontra objeto não identificado “indo mais rápido que a velocidade do som debaixo d’água” enquanto realizava trabalho confidencial no submarino USS Hampton da Marinha dos EUA

Imagens da Marinha mostrando a viagem da Esfera indo do ar para debaixo d'água
(Imagem fornecida por @JeremyCorbell)
Os satélites procuram vida alienígena em planetas distantes, mas o estranho encontro de um cientista sugere que podemos querer olhar mais profundamente para o nosso mundo.

Bob McGwire, professor da Virginia Tech e do Institute for Defense Analyses, estava realizando um trabalho confidencial no submarino USS Hampton quando ouviu o som de “alguma coisa passando zunindo”.

"O sonar a bordo determinou que o objeto submerso não identificado (USO) estava viajando na água mais rápido que a velocidade do som", ele disse.

Essas velocidades debaixo d'água deveriam ter esmagado o submarino, segundo McGwire, mas ele disse que era como se estivessem parados.

McGwire disse que pediu à equipe naval que relatasse o encontro, mas eles determinaram que isso prejudicaria a missão.

'Quando saí de lá com o conhecimento na cabeça, sem ter mandado ficar quieto, sem ter avisado que era sigiloso... É meu poder contar para quem eu quiser. Eles estragaram tudo', disse McGwire, observando que não discutiria o trabalho confidencial feito no submarino.'

O estranho incidente aconteceu no final da década de 1990, mas McGwire recentemente divulgou a história no canal do YouTube UAP Society, onde ele queria “explodir tudo”. Assista abaixo:

Ative a legenda em português nas configurações do vídeo

A história também ressurgiu online, chamando a atenção de muitas pessoas nas redes sociais que ‘se perguntam o que foi’.

McGwire não compartilhou o que estava fazendo no submarino da Marinha, a localização e a profundidade em que se encontrava devido às informações serem confidenciais.

O noivado durou apenas alguns segundos, disse ele. 'Estávamos a caminho e, de repente, ouvi um som. É realmente estranho e claro que algo está passando por nós”, disse McGwire.

O submarino de ataque rápido da classe Los Angeles USS Hampton (SSN 767) é atribuído ao Esquadrão de Submarinos 11 em San Diego, Califórnia.

McGwire embarcou no submarino em um local não revelado e tirou uma foto antes de descer para as profundezas do mar.

O USS Hampton é limitado pela velocidade com que pode viajar devido à incompressibilidade da água à sua frente, mas o USO 'passou' pelo submarino.

Diz-se que “uma pessoa com conhecimento de sistemas de bordo” que provavelmente estava monitorando a tecnologia do sonar anunciou que algo passou pelo submarino mais rápido que a velocidade do som, disse McGwire durante a entrevista no YouTube.

Bob McGwire, professor da Virginia Tech e do Institute for Defense Analyses, estava realizando trabalhos confidenciais no submarino USS Hampton. Ele tirou uma foto sua na proa antes do submarino afundar
O som viaja mais rápido na água, cerca de 3.330 milhas por hora, porque o líquido é cerca de 1.000 vezes mais denso que o ar.

O único objeto artificial comparável seria o torpedo russo Shkval, mas este só pode atingir velocidades de 370 quilômetros por hora.

E o animal marinho mais rápido é o veleiro, que pode nadar 110 quilômetros por hora.

Lehto disse que McGwire “tem vasta experiência na Marinha” e trabalhou com radiofrequências classificadas.

McGwire também atuou como oficial de inteligência de alta segurança e possui doutorado. da Universidade Brown.

Embora o relato seja bizarro, as declarações de McGwire ecoam o vídeo de 2021 que mostra o pessoal da Marinha dos EUA tendo um encontro próximo com um objeto voador não identificado (OVNI).

O USS Omaha filmou um objeto redondo em 2016, que fazia um voo controlado
acima da água por um longo período de tempo antes de finalmente entrar no oceano
O objeto foi filmado por uma câmera a bordo do USS Omaha enquanto navegava na costa de San Diego em julho de 2019.

Dois tripulantes não identificados puderam ser ouvidos exclamando: 'Uau, espirrou', depois que a bola fez um voo controlado sobre o oceano, depois caiu no mar e desapareceu debaixo d'água.

Eles filmaram o objeto fazendo um voo controlado acima da água por um longo período de tempo antes de finalmente entrar no oceano.

O cineasta investigativo Jeremy Corbell compartilhou a filmagem no Mystery Wire. Assista abaixo:


Com informações do Daily Mail e Mystery Wire

domingo, 17 de dezembro de 2023

FAB já registrou 710 casos de OVNIs no Brasil; documentos, fotos e até vídeos são públicos

Acervo reunido no Arquivo Nacional pode ser consultado; registros mostram que Aeronáutica montou setor destinado a pesquisar disco voadores.

Objetos voadores não identificados existem. Pelo menos, no Brasil, suas histórias são oficiais e estão todas reunidas na pilha de documentos da Força Aérea Brasileira (FAB). Quer saber quem já viu um disco voador? Onde foi? Quantos foram avistados? Tudo isso está disponível para consulta no Arquivo Nacional num acervo que foi criado a partir de documentos liberados pela FAB.

O acervo inclui até mesmo gravações de conversas entre torres de controle de voo e pilotos. Apesar de recheadas de códigos de navegação aeronáutica, as conversas mostram relatos de aviadores e militares sobre terem visto algo que não sabiam o que era.

Dados compilados pela Aeronáutica indicam que entre 1954 e 2005 foram 710 casos de avistamentos de alguma coisa voando. Uma luz brilhante que se mexia no céu, bolas acesas, discos voadores, aeronaves registradas detectadas por radares da FAB e até mesmo avistadas por aviões caças.


Na série histórica de registros oficiais, 1977 foi o ano em que mais recebemos “visitas desconhecidas”. Foram 85 casos. Naquele ano, até a capital federal foi “invadida”. Era 29 de maio. Um documento com carimbo de “reservado” da Aeronáutica reproduz a conversa do Controle de Tráfego Aéreo com um avião militar. O controlador de voo pergunta se o piloto estava conseguindo ver diretamente o objeto que aparecia no radar. Primeiro o piloto diz que nada via. Depois confirma.

“Positivo, sobre o aeroporto. Está se deslocando em pouca velocidade , luz azul, como se fosse uma estrela, mas está se deslocando”. Em reposta, o controlador diz que a luz foi para o centro do Poder federal: “Afirmativo, esse objeto está em deslocamento, com pouca velocidade, se aproximou, veio do setor Norte de Brasília, sobrevoou o Palácio da Alvorada, a Esplanada dos Ministérios. Agora deve estar sobre o aeroporto”.

Documento da FAB relatando presença de OVNIs em Brasília em 1977 (Reprodução/Estadão)
Para quem ficou curioso com a recente discussão organizada no Congresso dos Estados Unidos sobre supostos ETs em solo norteamericano, o arquivo brasileiro não deixa por menos. O material já foi objeto de pesquisa científica e subsidiou até dissertação de Mestrado. Mas pode decepcionar aquele que for buscar novas revelações sobre o mais famoso Extra Terrestre brasileiro, o que teria pousado e circulado pela cidade de Varginha (MG) na década de 1990.

No material já digitalizado e disponível à consulta pela internet no site do Arquivo Nacional traz pouca coisa sobre o ET mineiro. A maioria é reprodução de notícias da imprensa.

Registro de OVNIs em 1982 em Anápolis onde está localizada base da Aeronáutica
(Imagem: Reprodução/Estadão)
Nem por isso, o acervo deixa de ter relevância histórica. Ali estão os documentos comprovando que as Forças Armadas já tiveram até uma estrutura formal com comandante indicado para levantar os casos de objetos voadores desconhecidos. Foi durante da ditadura. Em 1969, a Força Aérea decidiu montar em São Paulo o Sioani, “Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados”.

Como relata o pesquisador João Francisco Scharamm em dissertação defendida na Universidade de Brasília, foi a primeira vez que o Estado brasileiro criou uma estrutura formal para pesquisar e estudar esses fenômenos aéreos. Na época, o interesse militar estava contaminado pelo receio de que os estranhos objetos avistados pudessem ser, na verdade, experimentos da União Soviética ou mesmo dos Estados Unidos, aliados do regime militar.

O Siani seguia a norma militar. Tinha estrutura definida e representantes em bases da Aeronáutica espalhados pelo País. ”Entendemos que o assunto é sério e com seriedade será tratado. Qualquer intromissão indébita em área de trabalho do SIOANI, em seus assuntos ou deformação de noticiário será energicamente reprimida e responsabilizados seus autores”, diz o documento de criação do sistema caçador de OVNI que na época eram chamados de OANIs (objetos aéreos não identificados).

No Arquivo Nacional, os registros oficiais sobre o tema têm até nome. Fazem parte do “Fundo Objeto Voador Não identificado” que, atualmente, é composto por 867 itens. Há de tudo ali. De foto a trecho de vídeo. De relatórios confidenciais a cópias de notícias de jornal.

Os documentos mostram, por exemplo, que muito antes de 1996, quando veio a público a história do ET de Varginha, já havia registros oficiais da FAB de que a cidade mineira recebera uma outra visita desconhecida. Foi em 1971. Relatório do então Ministério da Aeronáutica informa que naquele ano a população da cidade ficara impressionada com a passagem de “um objeto de forma ovalada, predominantemente prateado, que não só circulou sobre a cidade, como também pairou em determinados pontos de bairros”.

Os documentos mais antigos, ainda da década de 1950, reproduzem fotos publicadas de suposto disco voador avistado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Na época, a Aeronáutica teria feito um estudo para saber se as fotos eram verdadeiras. Os croquis com a posição do sol e do disco fazem parte do acervo do Arquivo Nacional.

Fotos de suposto disco voador na Barra da Tijuca em 1954 (Foto: Reprodução/Arquivo Nacional)
O caso mais notório e que envolveu o reconhecimento oficial da FAB de que, de fato, OVNIs foram avistados em direção à Brasília, ocorreu em 1986. Na época, caças foram despachados para perseguir aquelas luzes. Os registros do que os militares fizeram para saber o que era aquilo estão relatados em vários documentos com carimbos de confidencial, mas hoje de acesso livre a qualquer curioso com tempo para percorrer o acervo público, mesmo que via internet.

Os documentos reproduzem as transcrições das conversas entre pilotos e as torres de controle aéreo. Pilotos de caça contam como avistaram os objetos, tentaram alcançá-los, mas os perderam de vista ainda que seus jatos estivessem em velocidade subsônica.

Croquis de discos


Há ainda pequenos registros de avistamentos e croquis dos supostos objetos feitos a partir do que as pessoas entrevistadas pelos militares relataram ter visto. Os desenhos assemelham-se aos discos voadores que povoam a cinematografia de ficção científica.

Croqui de disco voador feito pela FAB
Desenho de OVNI incluído em relatório da FAB a partir de relatos de quem disse que viu
Desenho de OVNI incluído em relatório da FAB a partir de relatos de quem disse que viu
Desenho de OVNI incluído em relatório da FAB a partir de relatos de quem disse que viu
Croqui de imagem de radar da base da FAB em Anápolis que captou objetos não identificados em 1982
Conclusões? Não há. OANIs, OVNIs ou UFOs, seja qual for a sigla, os objetos que ainda fogem à explicação da ciência aeronáutica seguem no imaginário, mas também sob a forma de um repositório de documentos com histórias de quem viu e acreditou ou continuou na dúvida.

Via Francisco Leali (Estadão)

domingo, 1 de outubro de 2023

Óvnis avistados e 20 mil desaparecidos: Conheça o 'Triângulo do Alasca', região que abriga mistérios não resolvidos

Explicações para esse fenômeno variam desde atividade alienígena até campos eletromagnéticos semelhantes aos encontrados no Triângulo das Bermudas.


Uma área escassamente povoada do Alasca parece ser lar de mistérios impressionantes: eles vão desde relatos sobre avistamentos de óvnis até o desaparecimento de 20 mil pessoas desde 1970. Enquanto muitos já ouviram falar do Triângulo das Bermudas, porém, o chamado Triângulo do Alasca conseguiu passar sem alarde pelo público, apesar de ter uma taxa de sumiço mais de duas vezes maior que a média nacional.

Localizada entre Juneau, Anchorage e a pequena cidade de Barrow, a área é mencionada pela população como um centro de atividade paranormal. As explicações para esse fenômeno variam desde atividade alienígena até campos eletromagnéticos na região, semelhantes aos encontrados no Triângulo das Bermudas. Lá, as lendas locais mencionam uma criatura semelhante ao “Pé Grande” que aterroriza as cidades.

Nos últimos anos, porém, a área tem sido palco de desaparecimentos inexplicáveis. Comparado a outros estados, o Alasca tem o maior número de pessoas desaparecidas, com média de 42,16 por 100 mil habitantes, conforme dados do “World Population Review”.

Desaparecimentos chamam atenção


Um dos primeiros casos que despertou interesse no Triângulo do Alasca ocorreu em 1972, quando representantes dos Estados Unidos Hale Boggs e Nick Begich, além de um assessor e um piloto, desapareceram após um suposto acidente de avião. O grupo viajava de Anchorage para Juneau quando desapareceu, e nenhum destroço ou corpos foram encontrados nos quase 40 dias de busca.

Em junho de 2019, Shanna Oman, de 43 anos, desapareceu enquanto visitava um amigo em Fairbanks. Ela saiu sem pertences, e seu desaparecimento intrigou as autoridades, que a buscaram por dias usando helicópteros e cães de busca. Mas até mesmo pessoas com experiência na natureza já passaram por isso. Em 2011, o resgatista Gerald DeBerry, também de 43 anos, saiu com um grupo para procurar uma mulher desaparecida, mas nunca retornou da expedição.

Teorias da conspiração


Um ano depois, seu veículo foi encontrado com o motor desligado, mas sem sinal do proprietário. Por conta de relatos como esses, várias teorias da conspiração surgiram para tentar explicar os desaparecimentos em massa na região. Ao “History Channel”, o pesquisador Ken Gerhard disse que o Triângulo do Alásca poderia ser um “vórtice vil”, ou seja, uma área em forma de losango com uma “força eletromagnética aumentada”.

— A teoria é que essas áreas específicas são carregadas com energia eletromagnética geológica, e essa abundância de energia eletromagnética resulta em coisas estranhas — afirmou ele. Agora, um novo documentário da “Discovery” entrevistou pessoas com algumas das experiências paranormais mais convincentes. Isso inclui Wes Smith, que disse ter visto objetos triangulares “muito estranhos” voando sem emitir som.

A especialista em óvnis Debbie Ziegelmeyer disse ao “Daily Star” que a população escassa do Alasca torna a região “atraente” para extraterrestres. Ela, que é investigadora da Mutual UFO Network (MUFON), acredita que lá “os óvnis podem ir para onde quiserem”. A organização onde ela atua acredita que alienígenas podem estar tentando espionar a tecnologia militar da área, e aponta para um aumento nos avistamentos desde a Segunda Guerra Mundial.

domingo, 17 de setembro de 2023

Relatório da Nasa sobre OVNIs: veja o que a agência diz sobre os fenômenos

Agência criou diretoria específica e quer usar dados, inteligência artificial e machine learning para investigar OVNIs.

ÓVNI ou balão? Segundo a Nasa, este é um balão meteorológico após lançamento na
 estação meteorológica de Cabo Canaveral, na Flórida (Foto: NASA)
A Nasa apresentou, na quinta-feira (14), um relatório encomendado para levantar possibilidades sobre como a agência pode contribuir cientificamente com a análise de OVNIs (objetos voadores não identificados), agora chamados por ela de “fenômenos aéreos não identificados”.
O diretor da Nasa, Bill Nelson, durante pronunciamento feito na manhã desta quinta-feira, informou que o estudo mostrou que a agência pode usar dados, inteligência artificial e machine learning para investigar OVNIs e tornar todas as informações públicas para combater o sensacionalismo em torno da questão.

“[Encomendamos esse relatório] com algumas metas em mente: entender como a Nasa pode estudar OVNIs de uma perspectiva científica, mudar a conversa de sensacionalismo para ciência e ter certeza de que as informações sobre o que encontrarmos ou recomendarmos sejam compartilhadas de forma transparente pelo mundo”, declarou Nelson.

Ele anunciou ainda a criação de uma diretoria de pesquisa de OVNIs, que terá a tarefa de desenvolver e coordenar a visão da Nasa sobre as pesquisas de OVNIs.

Sem evidência de ETs


No evento, David Spergel, presidente da equipe independente que produziu o estudo encomendado pela Nasa, afirmou que a abordagem atual do estudo sobre OVNIs, liderado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, resultou em uma amostragem escassa de dados, o que compromete a análise.

“Nós sabemos que há dados faltando. Para suas análises em outras áreas, a Nasa sempre usa uma abordagem científica e boa parte dos eventos de OVNIs não apresentam essa qualidade nos dados”, declarou.

Spergel reforçou que, seguindo a metodologia atual, a ciência não encontrou qualquer evidência de que OVNIs são extraterrestres.

“O trabalho mostrou que boa parte dos eventos foram identificados como aviões, balões e drones. Na análise de anomalias, o primeiro passo é eliminar a possibilidade de ser um evento convencional antes de seguir em frente e identificar novos fenômenos”.

Explicando suspeitas de OVNIs


OVNIs do Pentágono


No relatório, a Nasa também trouxe novas informações sobre vídeos de “fenômenos aéreos não identificados” (UAPs, na sigla em inglês) divulgados pelo Pentágono.

Em abril de 2020, o Pentágono divulgou oficialmente três vídeos curtos de UAPs que mostram aparentes OVNIs se movendo rapidamente em gravações de câmeras infravermelhas na Costa Leste dos EUA, na Califórnia. Esses vídeos já circulavam na internet após terem sido revelados pela empresa privada To The Stars, fundada pelo músico Tom DeLonge, guitarrista e vocalista do blink-182.

“O vídeo dá a impressão de um objeto deslizando sobre o oceano a grande velocidade. Mas a análise da informação numérica no display [da câmera infravermelha do caça] revela uma interpretação menos extraordinária”, escreveu o painel da Nasa no relatório.

Os especialistas apontam que, com base nos dados apontados no display da câmera infravermelha e “usando um pouco de trigonometria”, é possível calcular que o objeto estava a uma altitude de 13 mil pés (3,96 quilômetros) e a 6,8 quilômetros do oceano ao fundo.
OVNI ou balão meteorológico?

A Nasa também explicou o caso de um balão meteorológico que foi visto no céu da Flórida após ser lançado pela estação meteorológica de Cabo Canaveral que foi confundido com um OVNI. Segundo o relatório, “há vários balões e drones no ar em qualquer momento” e os dados para investigar os objetos voadores são escassos.

A agência busca trazer métodos científicos para a análise de OVNIs e ajudar o Escritório de Resolução de Anomalias do Departamento de Defesa dos EUA a melhorar a pesquisa sobre o assunto e chegar a conclusões mais objetivas.

O escritório, segundo o estudo, já tem calibrado os radares militares para entender quais tipos de materiais são identificados como balões, drones e aeronaves — por exemplo — e quais passam ilesos pelos sensores por falta de dados.

Buracos em nuvens foram provocados por OVNIs?


O relatório explica também o caso de buracos em nuvens registrados por imagens de satélite. No texto, a Nasa traz um registro de uma missão STS-100, que foi enviada para a Estação Espacial Internacional, que mostra o céu sobre a ilha Rishiri, no Japão.

Os buracos nas nuvens em torno de ilhas são causados pela diferença de pressão provocada no escoamento do ar em torno da ilha. Ou, como a Nasa explica, causado por uma atmosfera estável e de nuvens baixas fluindo sobre um obstáculo alto”. Imagens como essa são frequentemente associadas à ação de OVNIs.


Via CNN

domingo, 27 de agosto de 2023

Vídeo: Piloto de avião grava luzes misteriosas no céu da Argentina antes de voo


Um piloto de avião registrou a passagem de um OVNI pelos céus de San Carlos de Bariloche, na Argentina. O registro aconteceu no dia 4 de agosto, mas as imagens só foram reveladas recentemente.

O condutor da aeronave notou uma luz misteriosa se movendo, um pouco antes de decolar. Ele chegou a gravar o fenômeno com o celular e logo foi avisado pela torre de comando.

“Você está vendo essas luzes no céu? […] Nada aparece no radar. São OVNIs?”, questiona a torre. “Sim, eu vejo. São muito estranhas”, respondeu o piloto.

Minutos depois, a aeronave decolou e o objeto voador não identificado não foi mais visto.

Veja o vídeo da OVNI na Argentina gravado por um piloto de avião:


domingo, 20 de agosto de 2023

História: Voo VASP 169 - O misterioso avistamento OVNI com maior número de testemunhas no Brasil

Em 1982, o piloto da VASP Maciel de Britto e a tripulação teriam presenciado um estranho objeto estranho não identificado até hoje.

Concepção artística do evento (Imagem: saindodamatrix.com.br)
O Brasil tem um certo histórico com aparições alienígenas, sendo a mais notável delas o caso do ET de Varginha. No entanto, um outro caso com um número até maior de testemunhas está no imaginário brasileiro quando o assunto são extraterrestres, trata-se do voo 169.

O voo da Vasp (Viação Aérea de São Paulo) saía de Fortaleza, no Ceará, em direção ao Rio de Janeiro, na madrugada do dia 8 de fevereiro de 1982. O capitão da aeronave, Gerson Maciel de Britto, percebeu um objeto estranho voando à esquerda do Boeing 727 que pilotava.

Não sabendo do que se tratava, sinalizou o objeto com as luzes da aeronave, pelos faróis da asa, tentando manter algum tipo de comunicação com o veículo não identificado. De acordo com as testemunhas, era uma luz muito forte, que se aproximava e distanciava do voo comercial, e a cor mudava constantemente, hora era laranja, branco, mas também azul e vermelho.


Nesse momento, sem acreditar no que estava estava sendo observado, comunicou aos passageiros pelo sistema interno de comunicação da aeronave que havia um OVNI ao lado do avião. Boa parte dos 150 tripulantes tentou enxergar do que se tratava pelas pequenas e redondas janelas do Boeing.

“Senhores passageiros”, anunciou calmamente Britto, “estamos observando possivelmente um objeto não identificado de grande luminosidade, do lado esquerdo do avião.” 

Nesse instante, exatamente às 3h12, quem dormia a bordo do Boeing 727 acordou sobressaltado. Uma das comissárias, emocionada, avisou quase aos gritos: “Tem um disco voador lá fora”. 


Todos avançaram para as janelas do lado esquerdo — e lá estava, de fato, o objeto luminoso. “Parecia umas oito estrelas juntas, com um clarão azulado”, contou a época a estudante e fotógrafa paulista Lígia Rodrigues, 23 anos. 

“Era como uma bola de futebol incandescente”, disse Elane Belache, 28 anos, que terminaria a viagem no Rio de Janeiro. “Andava mais rápido que o avião”, lembra perplexo Walter Macedo, 47 anos, funcionário aposentado do Jockey Club de São Paulo. 

Entre os 151 passageiros que olhavam curiosos, fotografavam e filmavam das janelas, um se manteve inteiramente alheio à generalizada confusão que irrompeu no Boeing 727 da VASP. Dom Aloísio Lorscheider, cardeal-arcebispo (na época) de Fortaleza, acordou com o comunicado do comandante e, indiferente aos mistérios do céu, quedou-se imóvel em sua poltrona.

Sua explicação: “Preferi deixar o disco voador para lá“. Essa mesma linha prudente de conduta foi seguida pelo falecido jurista Orozimbo Nonato, que julgou ter visto um disco voador quando ocupava a presidência do Supremo Tribunal Federal. Viu, mas fez que não viu. Interrogado pelo deputado Adauto Lúcio Cardoso sobre as razões do segredo, Nonato confidenciou: “Um presidente do Supremo não pode ver disco voador”. No caso do avião da VASP, contudo, havia testemunhas de sobra.

O objeto surgiu ao lado do avião sobre a cidade de Petrolina. em Pernambuco, e o seguiu durante uma hora e meia.

Resposta negativa


“Chegou a ficar a 15 quilômetros da aeronave e mudava de cor constantemente, entre o vermelho, o laranja. o azul e o branco”, disse Britto, com a concordância de vários passageiros, alguns dos quais sacaram de suas câmaras fotográficas para registrar o acontecimento. 

Dois pilotos, um da Transbrasil e outro da Aerolíneas Argentinas, voavam na mesma rota e também enxergaram a luminosidade. Na opinião de ambos, porém tratava-se do planeta Vênus, que nessa época do ano aparece na direção descrita pelo comandante da VASP. 

A rota do voo 169 (Imagem: fenomenum.com.br)
Quando, no dia seguinte, a história do disco voador se tomou o tema de animadas conversas pelo país afora, atribuía-se a luminosidade a dois fatores —ou ao planeta Vênus, que tradicionalmente confunde os pilotos por seu grande brilho, ou a uma nave extraterrena. 

O (já falecido) astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, explicou de outro modo o fenômeno. A luminosidade, em sua opinião, pode ter sido o resultado do nascer do Sol refletido por uma nuvem.

Aos 45 anos (na época), 22 deles como piloto da VASP, o comandante Britto já viu três outros objetos voadores não identificados — os OVNIs — da cabina de um avião. Assegura que já se deparou com o brilho de Vênus vezes sem conta e afirma: “Não era Vênus”. 

Antes de chamar a atenção dos passageiros, ele ligou seu rádio para o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta), órgão do Ministério da Aeronáutica que, de Brasília, dirige o tráfego aéreo em quase todo o território nacional, com uma equipe (dados de 1982 – N.E) de 350 controladores de voo e dezoito consoles equipados com computadores e telas de radar. Britto queria saber se havia algum avião ao lado do seu. A resposta foi negativa.


Quando o jato já se aproximava do Rio de Janeiro, porém, um dos controladores de voo chamou pelo rádio. “VASP 169, estamos detectando neste momento um objeto a 8 milhas de sua nave”, anunciou o controlador.

Sinais no radar


Essa declaração, gravada no Cindacta, seria no entanto corrigida horas depois. “É verdade que apareceu um ponto luminoso no radar, mas era apenas um defeito no aparelho”, procurou esclarecer o chefe da Divisão de Operações do Cindacta (na época), major-aviador José Orlando Bellon. 


Sabe-se, entretanto, que o Cindacta procura desestimular a divulgação de informações sobre OVNIs. Um exemplo desse esforço: segundo o órgão, nunca houve detecção de OVNIs por seus radares. Vários controladores de voo garantem, porém, que essa é a quarta vez, desde 1976. que os radares do Cindacta registram a presença de objetos estranhos. (Fonte: Revista VEJA, de 17 de fevereiro de 1982)

O objeto continuou a ser avistado até as proximidades do aeroporto do Galeão, quando saiu da lateral e posicionou-se à frente do avião. Após o pouso o objeto não foi mais visto. Logo após a experiência, o comandante Brito redigiu um relatório interno da VASP. (Fonte: fenomenum.com.br)

Britto, afirmou para os órgãos de controle do tráfego aéreo o que ele estava vendo, mas os radares dessas unidades não conseguiram captar nada que estivesse próximo ao avião.

Comandante Gerson Maciel de Britto avisou aos 150 passageiros sobre a presença do ovni
(Foto: Geraldo Guimarães/Estadão)
Uma curiosidade que a VEJA não abordou foi que o Comandante tentou contato telepático com o OVNI. Mais tarde ele descreveu que pode ver através da ‘nuvem brilhante’ que envolvia o OVNI, a forma de clássico disco voador, ou seja, a forma de dois pratos um contra o outro. O dado interessante é que a VASP liberou o comandante Britto para falar, para contar tudo! Ele ficou mais de 7 horas atendendo a imprensa.

Até hoje, entretanto, nunca houve um consenso que pudesse desvendar o caso que foi sendo esquecido ao longo dos anos à medida que a história esfriava.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu com informações de Aventuras na História, Cavok e UOL

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Triângulo do Alasca: Conheça o lugar onde 16 mil pessoas já sumiram


Se o Triângulo das Bermudas, também chamado de Triângulo do Diabo, é uma região no Atlântico Norte conhecida por uma série de desaparecimentos misteriosos ao longo dos anos, lendas urbanas e teorias da conspiração, esse não é o único lugar desse tipo no mundo. Ainda mais ao norte está outra área similarmente estranha e misteriosa: o Triângulo do Alasca.

Esta região, vagamente definida como o deserto entre Utqiagvik, Anchorage e Juneau, não ganha o reconhecimento que merece pelos perigos que oferece aos seres humanos. Ao todo, estima-se que mais de 16 mil pessoas já tenham desaparecido nesse lugar. Conheça mais sobre essa história nos próximos parágrafos!

Início do problema



A primeira vez que o Triângulo do Alasca entrou em evidência foi em outubro de 1972, quando um pequeno avião de passageiros desapareceu repentinamente na rota de Anchorage para Juneau. Os destroços da aeronave nunca foram encontrados, mesmo que equipes de resgate tenham percorrido uma área de mais de 820 mil km².


Porém, o problema não acaba aí. Nos anos seguintes, mais aviões caíram na região, caminhantes desapareceram e moradores e turistas sumiram do mapa como se nunca tivessem existido. Pesquisadores alegam que o número total de desaparecimentos pode ultrapassar a casa das 20 mil pessoas desde 1972. Desde então, muito tem se especulado sobre a possibilidade desses casos serem naturais ou sobrenaturais.

Os congressistas Nick Begich (esq) e Hale Boggs
O caso de maior destaque foi o sumiço do avião bimotor Cessna 310 prefixo N1812H que transportava Hale Boggs, o líder da Câmara dos Estados Unidos, o congressista Nick Begich, o assessor Russell Brown e o piloto Don Jonz, em dia 16 de outubro de 1972. Foram 39 dias de busca para encontrar a aeronave, sem resultado algum.

Teorias paranormais


Devido à quantidade de casos inusitados, o Triângulo do Alasca rapidamente passou a ser o centro de diversas teorias da conspiração. Algumas delas são baseadas em um relatório estranho feito à Federal Aviation Administration (FAA) em 1986. O documento afirmava que o voo 1628 da Japan Air Lines, que passava pela região, observou de perto três objetos voadores não identificados (OVNIs).

Ative a legenda em português nas configurações do vídeo

O piloto disse que primeiramente acreditou se tratar de naves militares, mas logo notou que os objetos acompanhavam o avião e se moviam sobre ele em movimentos erráticos enquanto emitiam rajadas de luz. Isso fez algumas pessoas especularem que os desaparecimentos estranhos no Triângulo do Alasca teriam sido resultado de ataques extraterrestres.

Outra teoria sugere que enormes vórtices de energia existem dentro da região e que eles influenciam o comportamento humano. Um vórtice que gira no sentido anti-horário levaria os humanos a experimentar sentimentos negativos e confusão. Leituras eletrônicas mostram que existem irregularidades magnéticas no Triângulo do Alasca, o que faz com que bússolas tenham mais de 30 graus de desvio.

Explicações geográficas



Embora as teorias paranormais ganhem grande repercussão na mídia, existem explicações científicas para a quantidade absurda de desaparecimentos. De acordo com pesquisadores, um dos principais motivos para tantos acidentes serem registrados na região seria simplesmente a geografia.

Sofrendo com neve o ano todo, um deserto denso e enormes geleiras contendo cavernas escondidas, as chances de uma aeronave cair em um desses buracos não são exatamente pequenas. Uma pessoa que caminha por essa área do mundo pode facilmente tropeçar em uma dessas fendas e seus rastros provavelmente seriam cobertos pela neve antes que o dia acabe.

Mesmo no caso dos aviões, apesar de seus tamanhos maciços, ficar soterrado sob fortes nevascas não seria surpresa alguma. Por fim, o estado do Alasca é um dos maiores dos Estados Unidos, o que significa que existe espaço suficiente para esses acidentes acontecerem.

Com informações de Wikipédia e Mega Curioso

sábado, 15 de julho de 2023

Sessão de Sábado: Documentário "OVNIs - Origens Antigas" (dublado)

Pesquisadores descobrem que alienígenas de outro mundo ajudaram na evolução do homem e foram a gênese de uma linhagem muito real que permanece intacta até hoje. Os Aliens deixaram a Terra há milênios, mas os sinais estão crescendo diariamente.

("Ancient Alien Origins", 2015, Documentário, Dublado)

sexta-feira, 30 de junho de 2023

Hoje na História: O Evento de Tunguska - A maior queda de asteroide registrada pela humanidade


Neste 30 de junho acontece o Dia Internacional do Asteroide, e a data tem um motivo: foi em 30 de junho de 1908 que a maior queda de asteroide já presenciada pela humanidade na era moderna ocorreu. O Evento de Tunguska aconteceu na região da Sibéria, parte do Império Russo na época e por décadas (talvez até os dias de hoje) é motivo de debate.

O Evento de Tunguska


Evento de Tunguska foi uma queda de um objeto celeste que aconteceu em uma região da Sibéria, no Império Russo, próxima ao rio Podkamennaya Tunguska em 30 de junho de 1908. A queda provocou uma grande explosão, devastando uma área de milhares de quilômetros quadrados.


A ausência de uma cratera e de evidências diretas do objeto que teria causado a explosão levou a uma grande quantidade de teorias especulatórias sobre a causa do evento. Apesar de ainda ser assunto de debate, segundo os estudos mais recentes a destruição provavelmente foi causada pelo deslocamento de ar subsequente a uma explosão de um meteoroide ou fragmento de cometa a uma altitude de 5 – 10 km na atmosfera, devido ao atrito da reentrada. Diferentes estudos resultaram em estimativas para o tamanho do objeto variando em torno de algumas dezenas de metros.


Estima-se que a energia da explosão está entre 5 megatons e 30 megatons de TNT, com 10–15 megatons sendo o mais provável. Isso é aproximadamente 1 000 vezes a bomba lançada em Hiroshima na Segunda Guerra Mundial e aproximadamente um terço da Bomba Tsar, a mais poderosa arma nuclear já detonada. A explosão teria sido suficiente para destruir uma grande área metropolitana. A explosão derrubou cerca de 80 milhões de árvores em uma área e 2 150 quilômetros quadrados e estima-se que tenha provocado um terremoto de 5 graus na escala Richter.

As árvores de Tunguska, registradas em 1927 (Foto: Wikimedia Commons)
Apesar de ser considerado o maior impacto terrestre na história recente da Terra, impactos de intensidade similar em regiões remotas teriam passado despercebidos antes do advento do monitoramento global por satélite nas décadas de 1960 e 70.

Descrição


Em 30 de junho de 1908, por volta das 7h17, os nativos evenkis e colonos russos nas colinas a noroeste do Lago Baikal observaram uma coluna de luz azulada, quase tão brilhante quanto o Sol, movendo-se pelo céu. Cerca de dez minutos depois, houve um clarão e um som semelhante ao fogo de artilharia. A explosão foi registrada em estações sísmicas na Eurásia. Estima-se que, em alguns lugares, a onda de choque resultante foi equivalente a um terremoto de magnitude 5,0 na escala Richter.

Também produziu flutuações na pressão atmosférica suficientemente fortes para serem detectadas na Grã-Bretanha. Nos dias que se seguiram, os céus noturnos na Ásia e na Europa estavam incandescentes; foi teorizado que isso se devia à passagem de partículas de gelo de alta altitude que se formaram a temperaturas extremamente baixas - um fenômeno que muitos anos depois iria ser produzido por ônibus espaciais.

Topi Tunguski, ao redor da área onde houve a explosão. Esta foto é da revista Vokrug sveta, de 1931. A foto original foi tirada entre 1927 e 1930 (presumivelmente, 14 de setembro de 1930)

Testemunhas


Testemunho de S. Semenov, como registrado pela expedição de Leonid Kulik em 1930:

"Na hora do café da manhã, eu estava sentado ao lado da casa no Posto Comercial Vanavara [65 quilômetros ao sul da explosão], voltado para o norte. […] De repente eu vi isso diretamente ao norte, sobre a estrada Tunguska de Onkoul, o céu se partiu em dois e o fogo apareceu alto e largo sobre a floresta [como Semenov mostrou, cerca de 50 graus acima - nota de expedição]. A divisão no céu cresceu e todo o lado norte estava coberto de fogo. Naquele momento fiquei tão quente que não pude suportar, como se minha camisa estivesse em chamas; do lado norte, onde o fogo estava, veio um forte calor. Eu queria arrancar minha camisa e jogá-la, mas então o céu se fechou e um baque forte soou e eu fui arremessado alguns metros adiante. Eu perdi meus sentidos por um momento, mas então minha esposa correu e me levou para a casa. Depois disso veio um ruído, como se pedras estivessem caindo ou canhões disparassem, a Terra tremeu e, quando eu estava no chão, pressionei minha cabeça para baixo, temendo que as pedras a esmagassem. Quando o céu se abriu, um vento quente correu entre as casas, como se viessem de canhões, que deixaram rastros no chão como caminhos e danificaram algumas colheitas. Mais tarde, vimos que muitas janelas estavam quebradas e, no celeiro, uma parte da fechadura de ferro se partiu.

Testemunho de Chuchan da tribo shanyagir, como registrado por I. M. Suslov em 1926:

"Tínhamos uma cabana junto ao rio com meu irmão Chekaren. Nós estávamos dormindo. De repente nós dois acordamos ao mesmo tempo. Alguém nos empurrou. Ouvimos um assobio e sentimos um forte vento. Chekaren disse: "Você consegue ouvir todos aqueles pássaros sobrevoando?" Nós dois estávamos na cabana, não conseguíamos ver o que estava acontecendo lá fora. De repente, fui empurrado de novo, desta vez com tanta força que caí no fogo. Eu fiquei assustado. Chekaren ficou com medo também. Nós começamos a gritar pelo pai, mãe, irmão, mas ninguém respondeu. Havia barulho além da cabana, podíamos ouvir as árvores caindo. Chekaren e eu saímos de nossos sacos de dormir e queríamos fugir, mas então o trovão surgiu. Este foi o primeiro trovão. A Terra começou a se mover e a balançar, o vento atingiu nossa cabana e derrubou-a. Meu corpo foi empurrado para baixo por varas, mas minha cabeça estava acima. Então eu vi uma maravilha: árvores estavam caindo, os galhos estavam pegando fogo, ficou muito brilhante, como posso dizer isso, como se houvesse um segundo Sol, meus olhos estavam doendo, eu até os fechei. Era como o que os russos chamam de relâmpago. E imediatamente houve um trovão alto. Este foi o segundo trovão. A manhã estava ensolarada, não havia nuvens, nosso Sol estava brilhando como de costume, e de repente veio um segundo!

Chekaren e eu tivemos alguma dificuldade para sair debaixo dos restos da nossa cabana. Então nós vimos isso acima, mas em um lugar diferente, houve outro clarão, e um trovão alto surgiu. Este foi o terceiro ataque do trovão. O vento voltou, nos derrubou, atingiu as árvores caídas. Olhamos para as árvores caídas, observamos as copas das árvores serem quebradas, observamos os incêndios. De repente, Chekaren gritou "Olhe para cima" e apontou com a mão. Eu olhei lá e vi outro flash e outro trovão. Mas o barulho foi menor do que antes. Esta foi a quarto trovão, como um trovão normal. Agora me lembro bem, houve também mais um golpe de trovão, mas era pequeno e em algum lugar distante, onde o Sol vai dormir."

Jornal Sibir, 2 de julho de 1908:

"Na manhã de 17 de junho, por volta das 9h00, observamos uma ocorrência natural incomum. No norte da aldeia Karelinski (213 km ao norte de Kirensk) os camponeses viram a noroeste, bastante alto, acima do horizonte, alguns corpos celestes branco-azulados e estranhamente brilhantes (impossíveis de olhar), que desceram ao longo de 10 minutos. O corpo apareceu como um "tubo", isto é, um cilindro. O céu estava sem nuvens, apenas uma pequena nuvem escura foi observada na direção geral do corpo brilhante. Estava quente e seco. Quando o corpo se aproximava do solo (floresta), o corpo brilhante pareceu ficar borrado e então se transformou em uma nuvem gigante de fumaça negra e uma forte batida (não trovoada) foi ouvida, como se grandes pedras estivessem caindo ou artilharia estivesse sendo disparada. Todos os edifícios tremeram. Ao mesmo tempo, a nuvem começou a emitir chamas de formas incertas. Todos os aldeões foram atingidos pelo pânico e tomaram as ruas, as mulheres gritavam, achando que era o fim do mundo. O autor dessas linhas estava na floresta a cerca de 6 versts (6,4 km) ao norte de Kirensk e ouviu a nordeste uma espécie de barulho de artilharia, que se repetiu em intervalos de 15 minutos pelo menos 10 vezes. Em Kirensk, em alguns prédios nas paredes voltadas para o nordeste, as janelas de vidro tremeram."

Jornal Krasnoyaretz, 13 de julho de 1908:

"Aldeia Kezhemskoe. No dia 17, um evento atmosférico incomum foi observado. Às 7h43 ouviu-se o barulho semelhante a um vento forte. Imediatamente depois, uma pancada horrível soou, seguida por um terremoto que literalmente sacudiu os edifícios como se fossem atingidos por um grande tronco ou uma pedra pesada. O primeiro baque foi seguido por um segundo e depois por um terceiro. Em seguida, o intervalo entre a primeira e a terceira batidas foi acompanhado por um tremor subterrâneo incomum, semelhante a uma ferrovia sobre a qual dezenas de trens viajam ao mesmo tempo. Depois, por 5 a 6 minutos, ouviu-se um barulho exatamente igual ao de fogo de artilharia: de 50 a 60 salvas em intervalos curtos e iguais, que se tornaram progressivamente mais fracos. Depois de 1,5 a 2 minutos depois, mais seis pancadas foram ouvidas, como disparos de canhão, mas individuais, altos e acompanhados de tremores. O céu, à primeira vista, parecia claro. Não havia vento nem nuvens. Após uma inspeção mais próxima ao norte, ou seja, onde a maioria das pancadas foi ouvida, uma espécie de nuvem cinzenta foi vista perto do horizonte, que se tornou menor e mais transparente e, possivelmente, por volta das 2–3 da tarde, desapareceu completamente."

Investigação


A primeira expedição registrada chegou ao local mais de uma década após o evento. Em 1921, o mineralogista russo Leonid Kulik (foto ao lado), que visitou a bacia do rio Podkamennaya Tunguska como parte de uma pesquisa para a Academia Soviética de Ciências. Ele deduziu a partir de relatos locais que a explosão foi causada por um gigantesco impacto de meteorito.

Ao longo dos dez anos seguintes, houve mais três expedições para a área. Kulik encontrou várias dezenas de pequenos pântanos ou "buracos", cada um com cerca de 10 a 50 metros de diâmetro, que ele achava que poderiam ser crateras meteóricas. 

Depois de um laborioso exercício de drenagem de um desses pântanos (a chamada "cratera de Suslov", com 32 m de diâmetro), ele encontrou um toco velho no fundo, descartando a possibilidade de que fosse uma cratera meteórica. 

Em 1938, Kulik organizou um levantamento fotográfico aéreo da área cobrindo a parte central da floresta nivelada (250 quilômetros quadrados).Os negativos dessas fotografias aéreas (1.500 negativos, cada 18 por 18 centímetros) foram queimados em 1975 por ordem de Yevgeny Krinov, então presidente do Comitê de Meteoritos da Academia de Ciências da URSS, como parte de uma iniciativa de descartar uma películas perigosas de nitrato. Impressões positivas foram preservadas para um estudo mais aprofundado na cidade russa de Tomsk.

Expedições enviadas para a área nos anos 1950 e 1960 encontraram esferas microscópicas de silicato e magnetita nas camadas do solo. Esferas semelhantes foram encontradas em árvores derrubadas, embora não pudessem ser detectadas por meios contemporâneos. Expedições posteriores identificaram tais esferas na resina das árvores. 

Análises químicas mostraram que as esferas continham altas proporções de níquel em relação ao ferro, o que também é encontrado em meteoritos, levando à conclusão de que eles eram de origem extraterrestre. 

A concentração das esferas em diferentes regiões do solo também foi encontrada para ser consistente com a distribuição esperada de detritos de uma explosão atmosférica de um meteoro. Estudos posteriores das esferas encontraram proporções incomuns de vários outros metais em relação ao ambiente circundante, o que foi tomado como evidência adicional de sua origem extraterrestre.

Análises químicas de turfeiras da área também revelaram inúmeras anomalias consideradas consistentes com um evento de impacto. As assinaturas isotópicas de isótopos de carbono, hidrogênio e nitrogênio estáveis ​​na camada dos pântanos correspondentes a 1908 foram consideradas inconsistentes com as razões isotópicas medidas nas camadas adjacentes e essa anormalidade não foi encontrada em pântanos localizados fora da região. 


A área dos pântanos que mostram essas assinaturas anômalas também contém uma proporção anormalmente alta de irídio, semelhante à camada de irídio encontrada no limite Cretáceo-Paleogeno. Acredita-se que essas proporções incomuns resultem de detritos da queda do corpo que se depositou nos pântanos e que o nitrogênio tenha sido depositado como chuva ácida, uma suspeita da precipitação da explosão.

O pesquisador John Anfinogenov sugeriu que um pedregulho encontrado no local do evento, conhecido como "Pedra de John", é um remanescente do meteorito.

Devastação causada pelo impacto de Tunguska comparada à área da cidade de São Paulo, SP
(Imagem: Asteroid Day Brasil)

Explicações


Explosão atmosférica de um asteroide

A principal explicação científica para a explosão é a explosão atmosférica de um asteroide a cerca de 6 a 10 quilômetros acima da superfície da Terra. Meteoroides entram na atmosfera da Terra a partir do espaço sideral todos os dias, viajando a uma velocidade de pelo menos 11 quilômetros por segundo. 

O calor gerado pela compressão do ar na frente do corpo enquanto ele viaja pela atmosfera é imensa e a maioria dos meteoroides queima ou explode antes de chegar ao solo. Desde a segunda metade do século XX, o monitoramento rigoroso da atmosfera da Terra levou à descoberta de que tais explosões de ar de asteroides ocorrem com bastante frequência. 

Um asteroide pedregoso de cerca de 10 m de diâmetro pode produzir uma explosão de cerca de 20 quilotons de TNT, semelhante à bomba Fat Man lançada em Nagasaki e dados divulgados pelo Defense Support Program da Força Aérea dos Estados Unidos indicam que tais explosões ocorrem alta na alta atmosfera mais de uma vez por ano. 

Os eventos do tipo de Tunguska são muito mais raros. Eugene Shoemaker estima que esses eventos ocorram uma vez a cada 300 anos. Experimentos sugerem que o objeto se aproximou em um ângulo de aproximadamente 30 graus em relação ao solo e 115 graus em relação ao norte ao explodir no ar.

Cometa ou asteroide

Em 1930, o astrônomo britânico F. J. W. Whipple sugeriu que o corpo de Tunguska era um pequeno cometa. Um cometa é composto de poeira e voláteis, como gelo de água e gases congelados, e poderia ter sido completamente vaporizado pelo impacto com a atmosfera da Terra, não deixando vestígios óbvios. 

A hipótese do cometa foi ainda apoiada pelos céus brilhantes observados em toda a Europa durante várias noites após o impacto, possivelmente explicados pela poeira e gelo que foram dispersos da cauda do cometa na atmosfera superior. A hipótese cometária ganhou uma aceitação geral entre os pesquisadores soviéticos na década de 1960.

Em 1978, o astrônomo eslovaco Ľubor Kresák sugeriu que o corpo era um fragmento do cometa Encke. Este é um cometa periódico com um período extremamente curto de 3 anos que permanece inteiramente dentro da órbita de Júpiter. Também é responsável pela Beta Taurids, uma chuva de meteoros anual com uma atividade máxima em torno de 28 a 29 de junho. 

O evento de Tunguska coincidiu com a atividade de pico desta chuva[26] e a trajetória aproximada do objeto de Tunguska é consistente com o que seria esperado de um fragmento do cometa Encke. Sabe-se agora que corpos desse tipo explodem em intervalos frequentes de dezenas a centenas de quilômetros acima do solo. Os satélites militares observam essas explosões há décadas.

Em 1983, o astrônomo Zdeněk Sekanina publicou um artigo criticando a hipótese do cometa. Ele apontou que um corpo composto de material cometário, viajando pela atmosfera ao longo de uma trajetória tão rasa, deveria ter se desintegrado, enquanto o corpo de Tunguska aparentemente permaneceu intacto na atmosfera inferior. Sekanina argumentou que as evidências apontavam para um objeto rochoso e denso, provavelmente de origem asteroide. 

Essa hipótese foi reforçada em 2001, quando Farinella, Foschini et al. divulgou um estudo calculando as probabilidades baseadas na modelagem orbital extraída das trajetórias atmosféricas do objeto Tunguska. Eles concluíram com uma probabilidade de 83% de que o objeto se movia em um caminho proveniente do cinturão de asteroides, ao invés de um cometa (probabilidade de 17%).

Durante a década de 1990, pesquisadores italianos, coordenados pelo físico Giuseppe Longo, da Universidade de Bolonha, extraíram resina do núcleo das árvores na área de impacto para examinar as partículas presas que estavam presentes durante o evento de 1908. Eles encontraram altos níveis de material comumente encontrados em asteroides rochosos e raramente encontrados em cometas.

Kelly et al. (2009) afirmam que o impacto foi causado por um cometa por causa da observação de nuvens noctilucentes após o impacto, um fenômeno causado por enormes quantidades de vapor de água na alta atmosfera. Eles compararam o fenômeno da nuvem noctilucente à pluma de escape do ônibus espacial Endeavour, da NASA.

Em 2010, uma expedição liderada por Vladimir Alexeev com cientistas do Instituto Troitsk de Pesquisa sobre Inovação e Nucleares (TRINITY) usou um radar de penetração no solo para examinar a cratera Suslov no local de Tunguska. O que eles descobriram foi que a cratera foi criada pelo impacto violento de um corpo celeste. As camadas da cratera consistiam de permafrost moderno no topo, camadas danificadas mais antigas por baixo e, finalmente, bem abaixo, fragmentos do corpo celeste foram descobertos. 

Análises preliminares mostraram que era um enorme pedaço de gelo se espatifou no impacto, o que parece apoiar a teoria de que um cometa causou o cataclismo. Em contraste, em 2013, a análise de fragmentos do local de Tunguska por uma equipe conjunta de europeus e estadunidenses foi consistente com um meteorito de ferro.

Lago Cheko

O lago Cheko pode ser uma cratera resultante da explosão de Tunguska, em 1908
Em junho de 2007, cientistas da Universidade de Bolonha identificaram um lago na região de Tunguska como uma possível cratera de impacto do evento. Eles não contestam que o corpo de Tunguska explodiu no ar, mas acreditam que um fragmento de dez metros sobreviveu à explosão e atingiu o chão. O lago Cheko é um pequeno lago em forma de tigela a aproximadamente 8 quilômetros a noroeste do hipocentro. A hipótese foi contestada por outros especialistas em crateras de impacto. 

Uma investigação de 1961 descartou uma origem moderna do lago Cheko, dizendo que a presença de depósitos de lodo na camada do leito sugere uma idade de pelo menos 5 mil anos, mas pesquisas mais recentes sugerem que apenas um metro ou mais de camada de sedimentos no leito do lago é "sedimentação normal lacustre", uma profundidade que indica um lago muito mais jovem, de cerca de 100 anos.

As sondagens acústicas do fundo do lago dão suporte à hipótese de que o lago foi formado pelo evento de Tunguska. As sondagens revelaram uma forma cônica para o leito do lago, que é consistente com uma cratera de impacto. As leituras magnéticas indicam um possível pedaço de rocha do tamanho de um metro abaixo do ponto mais profundo do lago, que pode ser um fragmento do corpo em colisão.

Finalmente, o longo eixo do lago aponta para o hipocentro da explosão de Tunguska, a cerca de 7 quilômetros de distância. Pesquisas ainda estão sendo feitas no lago Cheko para determinar suas origens.

Em 2017, no entanto, novas pesquisas de cientistas russos apontam para uma rejeição desta teoria. Eles usaram pesquisas de solo para provar que o lago tem 280 anos ou é muito mais velho; em qualquer caso claramente mais antigo que os eventos de Tunguska.

Fenômeno geofísico

O consenso científico é que a explosão foi causada pelo impacto de um pequeno asteroide; no entanto, existem alguns dissidentes. O astrofísico Wolfgang Kundt propôs que o evento de Tunguska foi causado pela liberação e subsequente explosão de 10 milhões de toneladas de gás natural da crosta terrestre Outras pesquisas apoiaram um mecanismo geofísico para o evento.

Hipóteses especulativas


A compreensão científica do comportamento dos meteoritos na atmosfera da Terra era muito imprecisa nas primeiras décadas do século XX, em virtude da falta de conhecimento. Em consequência, muitas hipóteses relativas ao fenômeno Tunguska devem ser rejeitadas pela ciência moderna.

Buraco negro

Em 1973, os físicos Albert A. Jackson IV and Michael P. Ryan Jr., ambos da Universidade do Texas, propuseram que a bola de fogo de Tunguska foi causada por um microburaco negro que atravessou o globo terrestre. Para essa hipótese, não há nenhuma evidência de uma segunda explosão ocorrida quando o microburaco negro saiu da Terra. Essa hipótese não teve uma aceitação universal. Além disso, a posterior descoberta por Stephen Hawking de que buracos negros irradiam energia indica que um pequeno buraco negro teria evaporado antes que pudesse encontrar a Terra.

Antimatéria

Em 1965, Cowan, Atluri e Libby sugeriram que Tunguska foi causada pela aniquilação de um pedaço de antimatéria proveniente do espaço. No entanto, tal como acontece com as outras hipóteses descritas aqui, nenhum resíduo foi encontrado na área da explosão. Além disso, não há nenhuma evidência astronômica da existência de tais pedaços de antimatéria em nossa região do universo. Se tais objetos existissem, eles estariam constantemente produzindo raios gama, em virtude do aniquilamento no meio interestelar, mas os raios gama não têm sido detectados.

Eletromagnetismo

Algumas hipóteses associam Tunguska às tempestades magnéticas semelhantes às que ocorrem, após as explosões termonucleares, na estratosfera. Por exemplo, em 1984 V.K. Zhuravlev e A.N. Dmitriev propuseram um modelo heliofísico baseado em "plasmóides" ejetados pelo Sol. Valeriy Buerakov também desenvolveu um modelo independente de uma bola de fogo eletromagnética.

Explosão de uma nave alienígena

Amantes da ufologia há muito tempo sustentam que Tunguska é o resultado da explosão de uma nave alienígena enviada para "salvar a Terra de uma ameaça iminente". Esta hipótese provém de uma história de ficção científica escrita por Aleksander Kazantsev, engenheiro soviético, em 1946, na qual uma nave espacial é movida a energia nuclear. Essa história foi inspirada por Kazantsev pelo bombardeio de Hiroshima, em 1945. Muitos fatos do relato de Kazantsev foram posteriormente confundidos com as ocorrências reais em Tunguska.

A hipótese de óvni usando força nuclear adaptada para tevê foi tomada dos escritores Thomas Atkins e John Baxter, em seu livro "The Fire Came By" (1976). Em 1998, a série televisiva "The Secret KGB UFO Files", difundida pela TNT, refere-se a Tunguska como "o Roswell russo", informando que os destroços do óvni tinham sido recuperados.

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Em 2004, um grupo de cientistas russos do Tunguska Space Phenomenon Public State Fund alegou que foram encontrados destroços de uma nave espacial alienígena no local. Os defensores da hipótese óvni nunca foram capazes de fornecer qualquer prova significativa para as suas reivindicações.


Note-se que a queda de Tunguska está perto do Cosmódromo de Baikonur e, por isso, tem sido repetidamente contaminada por resíduos espaciais russos, especialmente pelo fracasso do lançamento do quinto voo de teste da nave Vostok, em 22 de dezembro de 1960. A carga útil caiu perto do local de impacto Tunguska, quando uma equipe de engenheiros foi enviada para recuperar a cápsula e os seus passageiros (dois cães que sobreviveram).

Torre de Wardenclyffe

A Torre de Tesla ao fundo, com o laboratório em primeiro plano
Também foi sugerido que a explosão Tunguska foi o resultado de uma experiência de Nikola Tesla com sua Wardenclyffe Tower, quando Robert Peary realizou a segunda expedição ao Pólo Norte. Tesla tinha alegado que a torre poderia ser usada para transmitir energia eletromagnética a grandes distâncias, tendo alegado que enviou uma comunicação a Peary, aconselhando-o permanecer alerta para a ocorrência de fenômenos extraordinários como as auroras quando tivesse tentando ir ao Polo Norte.

No entanto, o funcionamento da Torre de Tesla não era bem compreendido, e acredita-se que Tesla nunca tenha tentado usá-la com esse objetivo. Não se sabe se o mecanismo poderia produzir energia e transmiti-la longitudinalmente para produzir um evento semelhante ao de Tunguska, equivalente a uma explosão termonuclear; o núcleo atômico nem sequer tinha sido descoberto, o que só ocorreu na década seguinte. Se bem que, já, em 1891, com referência à estrutura do éter e ao eletromagnetismo, Tesla afirmava que deveria existir “um mundo infinitesimal, análogo ao macrocosmo”.

Independentemente, se fosse possível que a instalação de Tesla produzisse tal efeito, o principal argumento de que Tesla não foi responsável pelo evento de Tunguska é o fato de que ele ocorreu por volta das 7h da manhã. Considerando os dados (se eles podem ser confiáveis), as experiências de Tesla foram realizadas na noite de 30 de junho. Ela ocorreu cerca de 6 horas antes do evento de Tunguska, ou seja, a uma hora da manhã do dia 30 de junho, tempo local em Nova York.

Eventos similares



O evento de Tunguska não é o único exemplo de um grande evento de explosão não observada. Por exemplo, o evento do Rio Curuçá em 1930, no Brasil, foi uma explosão de um superbólido que não deixou nenhuma evidência clara de uma cratera de impacto. Os desenvolvimentos modernos na detecção de infrassons pela Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares e pela tecnologia de satélites infravermelhos reduziram a probabilidade de explosões atmosféricas não detectadas.


Uma explosão atmosférica menor ocorreu em uma área povoada na Rússia em 15 de fevereiro de 2013, em Chelyabinsk. O meteoroide que explodiu era um asteroide que media cerca de 17 a 20 metros de diâmetro, com uma massa inicial estimada de 11 mil toneladas e infligiu mais de 1 200 feridos, principalmente por conta do vidro quebrado que caiu de janelas estilhaçadas pela onda de choque.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipedia, Olhar Digital, g1 e Revista Galileu