domingo, 22 de junho de 2025

Oito pessoas morrem em queda de balão que pegou fogo em Praia Grande (SC)

Veículo transportava ao todo 21 pessoas, segundo o governo de Santa Catarina; os demais foram resgatados. Ocorrência foi em Praia Grande, tradicional destino de balonismo.


O balão tripulado, Golfier Balloons G32-13000, matrícula BR-MEA3, da empresa Sobrevoar Serviços Turísticos, que levava 21 pessoas a bordo despencou do céu em Praia Grande (SC) após pegar fogo, na manhã deste sábado (21). O governo de Santa Catarina informou que a tragédia deixou 8 mortos e 13 sobreviventes. O acidente aconteceu no extremo sul do estado, região conhecida como Capadócia brasileira, famoso destino para a prática do balonismo.

As causas do acidente ainda são apuradas, mas informações preliminares colhidas pela Polícia Civil com o piloto, que é um dos sobreviventes, detalham que o fogo começou no cesto do balão, causado possivelmente por um maçarico. A Agência Nacional de Aviação Civil informou que acompanha os desdobramentos da investigação.

(Foto: Redes Sociais/Reprodução)
Das vítimas, quatro morreram carbonizadas no cesto e outras quatro morreram na queda. A Polícia Civil detalhou que 18 são de Santa Catarina, dois do Rio Grande do Sul e um de São Paulo.

Fazia sol na região no momento do acidente e imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o balão no alto em chamas e pessoas pulando em meio ao desespero.

Local de queda de partes do balão em Praia Grande (SC) (Foto: CBM-SC/Divulgação)
De acordo com a Polícia Civil, o piloto relatou que durante a emergência o balão em chamas conseguiu descer próximo ao chão. Neste momento houve orientação para que as pessoas pulassem. A maioria conseguiu desembarcar, porém, o balão voltou a subir rapidamente. As chamas consumiram a estrutura, que despencou com as pessoas que não haviam descido. (assista aqui)

Local da queda de balão que deixou oito mortos em Praia Grande (SC) (Foto: Mateus Castro/NSC TV)
O cesto em chamas atingiu ao chão em alta velocidade, às margens da Rodovia SC-108. A aeronave caiu em uma área rural nas proximidades de um posto de saúde.

Os 13 sobreviventes, foram encaminhados a hospitais próximos pelo Corpo de Bombeiros e pelo Samu. Pelo menos cinco dos feridos foram levados ao Hospital Nossa Senhora de Fátima, no Centro de Praia Grande. A unidade mobilizou uma operação especial com reforço de médicos e enfermagem para atender as vítimas.

O g1 apurou que a empresa do acidente é a Sobrevoar, que atua com balonismo em Praia Grande. O veículo tinha autorização as licenças necessárias para voar.

Mapa mostra local da queda de balão em Praia Grande (SC) (Foto: Arte/g1)
O governador Jorginho Mello determinou uma força tarefa dos órgãos competentes para atuar no auxílio às vítimas e investigações sobre o acidente.

“Estamos todos consternados com essa tragédia. As equipes seguem nas buscas e prestando todo o apoio necessário às famílias”, afirmou o governador, que está em missão oficial no Japão.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também manifestou solidariedade a familiares e vítimas do acidente. Em uma rede social, disse que o governo federal está à disposição das vítimas e das autoridades locais.

"Quero expressar minha solidariedade às famílias das vítimas do acidente ocorrido com um balão na manhã deste sábado em Santa Catarina. E colocar o Governo Federal à disposição das vítimas e das forças estaduais e municipais que atuam no resgate e no atendimento aos sobreviventes", disse Lula.

Nota oficial da Prefeitura de Praia Grande: "A Prefeitura de Praia Grande manifesta sua solidariedade às famílias envolvidas no acidente com balão ocorrido na manhã deste sábado, 21 de junho."

Mãe e filha, médicos, patinador artístico e casais: quem são os mortos em queda de balão em Praia Grande (SC)



Mãe e filha, oftalmologista, patinador artístico e casais estão entre as vítimas da queda de um balão de ar quente com 21 pessoas a bordo em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina. Oito mortes foram confirmadas pela Polícia Civil (veja lista e os nomes abaixo).

As causas do acidente ainda estão em investigação. Informações preliminares colhidas pela Polícia Civil com o piloto, que sobreviveu, indicam que o fogo teria começado no cesto do balão, possivelmente provocado por um maçarico.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que acompanha os desdobramentos da apuração.

Ao perceber o problema, o piloto tentou realizar o pouso de emergência. Ele e outras 12 pessoas conseguiram saltar do balão. As oito vítimas, no entanto, não conseguiram sair a tempo. Com a redução de peso, o balão voltou a subir rapidamente enquanto as chamas se alastravam. O piloto foi ouvido pela polícia ainda na tarde deste sábado.

A empresa responsável pelo voo, a Sobrevoar, informou em nota que o piloto era experiente e "adotou todos os procedimentos indicados para tentar salvar todos os que estavam a bordo". Segundo a companhia, o balão tinha autorização e licenças válidas para operar.

Quem são as vítimas:

Da esquerda para a direita: Leane Elizabeth Herrmann, Leise Herrmann Parizotto, Leandro Luzzi, Fabio Luiz Izycki, Juliane Jacinta Sawicki, Everaldo da Rocha, Janaina Moreira Soares da Rocha e Andrei Gabriel de Melo (Fotos: Reprodução)
  • Leandro Luzzi, de 33 anos. Era patinador artístico e dava aulas em Brusque, no Vale do Itajaí.
  • Leane Elizabeth Herrmann, de 70 anos. Moradora de Blumenau, no Vale do Itajaí, estava no passeio de balão com a filha Leise Herrmann Parizotto.
  • Leise Herrmann Parizotto. Médica e servidora pública de Blumenau, no Vale do Itajaí. Estava no passeio com a mãe Leane Elizabeth Herrmann.
  • Janaina Moreira Soares da Rocha (46 anos) e Everaldo da Rocha (53 anos). Casal de Joinville, no Norte do estado, que estava a passeio na cidade.
  • Fabio Luiz Izycki e Juliane Jacinta Sawicki (36 anos). Fabio era primo de 2º grau do prefeito de Barão de Cotegipe (RS) e trabalhava em uma agência do Banco do Brasil na cidade. Também gaúcha, Juliane era engenheira agrônoma e sócia de uma empresa de assessoria rural na área, com projetos agrícolas e ambientais.
  • Andrei Gabriel de Melo. Era oftalmologista e atuava em Fraiburgo, no Meio-Oeste catarinense.

Atendimento e resgate


Os 13 sobreviventes foram levados a hospitais próximos pelo Corpo de Bombeiros e pelo Samu e já receberam alta. Pelo menos cinco deles foram atendidos no Hospital Nossa Senhora de Fátima, no Centro de Praia Grande.

Segundo a Polícia Civil, entre os 21 ocupantes do balão, 18 são de Santa Catarina, dois do Rio Grande do Sul e um de São Paulo.

Capital dos cânions


Praia Grande, que apesar do nome não é banhada pelo litoral, está no sul catarinense, região com a maior cadeia de cânions da América Latina e fica aos pés do trecho mais abrupto da Serra, onde estão alguns dos cânions mais famosos da região sul, como o Itaimbezinho e o Malacara.

A cidade, na divisa com o Rio Grande do Sul, tem potencial turístico e recebe turistas interessados em fazer voos de balão. Segundo a prefeitura, são dezenas de empresas credenciadas e mais de 7 mil pousos e decolagens por mês.

Praia Grande a 270 quilômetros de Florianópolis e a 230 quilômetros de Porto Alegre. A entrada da cidade é localizada a 21 quilômetros da BR-101, importante corredor econômico da região.

Local da queda de balão que deixou oito mortos em Praia Grande (SC) (Foto: Mateus Castro/NSC TV)

Duração de 4 minutos, incêndio, queda a 45 metros, 8 mortos: o que aconteceu entre o balão decolar e despencar em SC


Área onde caiu parte do balão foi isolada (Foto: Patrick Rodrigues, NSC Total)
O voo do balão que incendiou e despencou com 21 pessoas a bordo em Praia Grande (SC) neste sábado (21) durou quatro minutos dos 45 previstos no anúncio da Sobrevoar, empresa responsável pelo passeio. Logo que a estrutura subiu, as chamas começaram.

Entre os oito mortos, quatro se jogaram do balão em chamas a cerca de 45 metros de altura, e outros quatro morreram carbonizados. Cinco dos 13 sobreviventes se feriram, receberam atendimento no Hospital Nossa Senhora de Fátima e já tiveram alta.

O balão tinha capacidade para carregar até 27 pessoas ou 2.870 quilos. A empresa operava desde setembro de 2024 e tinha autorização da prefeitura para funcionar.

Em nota, a Sobrevoar disse que suspendeu as atividades e que o piloto tentou salvar todos a bordo.

As informações sobre a decolagem e a queda são da Polícia Civil com base nos depoimentos de seis sobreviventes, entre eles, o piloto do balão. As autoridades seguem apurando outros detalhes e aguardam o resultado da perícia.

Como aconteceu a queda

  • O balão subiu por volta das 7h com 21 pessoas a bordo e, logo no início do passeio, começou a pegar fogo;
  • O extintor que estava dentro do cesto do balão não funcionou, segundo informações que o piloto repassou à polícia;
  • O balão começou a descer e, quando estava perto do solo, 13 dos 15 sobreviventes pularam, entre eles estava o piloto;
  • Mais leve, a estrutura voltou a subir. Quatro dos mortos pularam a uma altura de cerca de 45 metros;
  • As chamas aumentaram e o cesto, com outras quatro vítimas, despencou. Elas morreram carbonizadas;
  • Os bombeiros foram chamados às 8h18.
Região da queda fica a cerca de 10 quilômetros do Centro (Foto: Patrick Rodrigues, NSC Total)
Segundo o piloto, as chamas começaram por causa de um maçarico que estava no cesto. O equipamento, de acordo com Tiago Luiz Lemos, agente responsável pela delegacia da cidade, é usado para iniciar a chama nos balões.

"Esse maçarico estava dentro do cesto. Ele [piloto] não soube precisar se ficou aceso, se ele acabou tendo uma chama espontânea, mas que foi desse equipamento que estava dentro do cesto que acabou pegando fogo e pegando fogo no cesto", disse o investigador.
A Polícia Científica e outros órgãos de segurança foram até o local para fazer a perícia. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) acompanha.

Extintor não funcionou

O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, falou sobre o acidente: "Segundo o que foi identificado, o extintor não funcionou e não foi possível apagar [o fogo]. O balão, então, sobe um pouco e vai até o solo. Um conjunto de pessoas, que são 13, conseguem sair nesse primeiro momento. O balão acaba ficando leve em razão da saída dessas pessoas e sobe novamente", disse.

Balão caiu a 2 quilômetros de onde partiu (Foto: Patrick Rodrigues, NSC Total)
Neste domingo (22), Clóvis Rogério, advogado do piloto, afirmou que as causas do acidente só poderão ser confirmadas por meio de perícia e não confirmou as informações sobre o extintor e o maçarico.

Entre feridos, mortos e sobreviventes, 18 são moradores de Santa Catarina, 2 do Rio Grande do Sul e 1 de São Paulo. Entre eles há parentes, além de um patinador artístico, o primo de 2º grau do prefeito de Barão de Cotegipe (RS) e oftalmologista.

Fazia sol na região no momento do acidente, mas o delegado-geral afirma que havia previsão de instabilidade. A polícia vai apurar se as condições climáticas podem ter contribuído para o incêndio e queda.

Acidente recente


O acidente de balão em Santa Catarina ocorre menos de uma semana após a morte de uma mulher em um passeio de balão em Capela do Alto, no interior de São Paulo.

mulher que morreu foi identificada como Juliana Alves Prado Pereira, de 27 anos. Ela estava no passeio com o marido, Leandro de Aquino Pereira, com quem comemorava o Dia dos Namorados. Era psicóloga e natural de Pouso Alegre (MG). Mais de 30 pessoas estavam a bordo do balão e 11 ficaram feridas.

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Com informações do g1, UOL e NSC Total)

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