Os constantes sequestros de aviões em Mato Grosso com destino à Bolívia revela a fragilidade do controle de tráfego aéreo no país. Duas aeronaves foram sequestradas em menos de 60 dias e nenhuma delas pode contar com o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (Sisceab), de responsabilidade do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).Os aviões viraram alvo fácil dos traficantes que roubam as aeronaves seguem para a Bolívia e são usados para transportar as drogas. Além de mais eficiente e rápido, os criminosos perceberam que também é mais “seguro” transportar o entorpecente pelo espaço aéreo.
O empresário Fernando Vicente, proprietário da empresa Abelha Táxi Aéreo, confirmou que a fiscalização é falha na região da fronteira e na maioria das vezes os radores não consegue localizar as aeronaves. “Existe um problema sério na fronteira, onde não consegue-se controlar os aviões que entram e saem do país. Na Bolívia não se proíbe a entrada de aviões roubados, ao contrário do Brasil. Porém, apesar de não aceitar, também não impede que as aeronaves saiam do país”, declarou em entrevista ao Olhar Direto.
Outro lado
A aeronáutica nega que exista fragilidade no controle aéreo do país e informou que todas as aeronaves regulares que voam no espaço aéreo são controladas pelo Decea, porém aviões de pequeno porte voando com a intenção de fugir do radar têm condições de fazê-los.De acordo com a assessoria de imprensa do departamento, isso não significa que o controle aéreo seja frágil, mas sim que houve uma intenção deliberada ou forçada de um piloto em fugir dos radares.
A assessoria informou que a aeronáutica não fiscaliza aeronave e sim o controle aéreo. Além disso, após registrar-se o desaparecimento do avião, constatar que não foi cumprido o plano de voo e esgotou-se a autonomia de combustível do avião, iniciam-se é feito o chamamento de alerta para saber o ocorrido e iniciam-se as buscas, o que ocorreu no caso do desaparecimento do Seneca, prefixo PT–EZC, na última sexta-feira (2).
Segundo informou a assessoria, o aeroporto de Rondonópolis não é controlado o que facilita a entrada de pessoas armadas nas aeronaves, facilitando os sequestros.
Com relação a lei de abate de aviões que realizam voos baixos, a assessoria informou que só é possível tal prática em aeronaves que transportam armas ou drogas oriundas de uma zona que pode ser produtora ou envolvida com tráfico. As ações são feitas junto com outras instituições e para aeronaves que forem visualizadas no radar, após isso é desconhecida a origem da aeronave.
Fonte: Alline Marques (Olhar Direto)
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