quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Voo 447: programa de indenização de familiares é encerrado

Programa extrajudicial indeniza 76 familiares de 19 vítimas.

Iniciativa partiu de Ministério da Justiça, MP-RJ e Procon.

Representante de vítimas não aderiu e fez protestos.

Representantes do MP-RJ, Procon e da Air France
encerram acordo indenizatório
Setenta e seis familiares de 19 vítimas brasileiras do voo 447 da Air France foram indenizadas através de um programa, encerrado nesta quinta-feira (6), que foi criado para acelerar processos indenizatórios, através de acordo firmado entre Ministério da Justiça, Ministério Público do estado do Rio de Janeiro, Procon e as seguradores da empresa francesa. Os valores foram individualizados e não serão divulgados a pedido das próprias famílias, segundo a procuradora de Justiça Nádia de Araújo.

O acidente com o Airbus da Air France ocorreu no dia 31 de maio de 2009, quando a aeronave, que partiu do Rio em direção a Paris, caiu sobre o Oceano Atlântico, com 228 pessoas. Dessas vítimas, 58 eram brasileiras.

O objetivo do programa, de acordo com o procurador-geral da Justiça do Rio, Cláudio Lopes, foi desburocratizar o processo e oferecer uma alternativa para os familiares receberem a indenização de forma mais rápida do que se tivessem aberto uma ação na Justiça.

“Os familiares já têm uma dor terrível com um acidente trágico como aquele que todos sabemos, a gente sabe que o processo, principalmente o brasileiro, é às vezes, demorado. Até o sujeito conseguir vitórias, às vezes demora anos. A gente sabe que o trauma do processo aumenta a dor. Eles quiseram fazer um acordo com a seguradora e já estão indenizados”, disse ele.

Além de representantes do MP-RJ e do Procon, a assinatura de encerramento do programa contou ainda com a presença de diretores da Air France. O presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447, Nelson Faria Marinho, também participou do ato, mas foi para protestar. Ele foi um dos familiares que não aderiram ao programa.

“A minha briga toda não é dinheiro, é saber da verdade, que é a minha luta incessante. Todos os dias saem vários voos do Brasil em direção à França com o A330, que tem defeito de fabricação. Isso quem está dizendo não sou eu, são especialistas, são pilotos que temem pela própria vida. Eu trouxe um documento em fevereiro, do sindicato de pilotos da França, são 750 páginas de pura denúncia e o Cenipa (Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes) tem que entrar com a parte técnica”, defendeu Nelson, que chegou a interromper a reunião para pedir uma audiência com o procurador-geral da República e acabou sendo recebido, posteriormente, pelo procurador-geral de Justiça Cláudio Lopes.

Como funciona o programa

De acordo com o MP-RJ, o programa é pioneiro. Durante a assinatura, um dos representantes da Air France afirmou que pretende levar um modelo similar para a Europa. O programa teve início no dia 10 de dezembro de 2009 e ficou aberto até o dia 30 de maio de 2010, para a adesão dos familiares. Um escritório foi aberto em Botafogo, na Zona Sul do Rio, onde eram feitas as negociações entre os advogados da família, as seguradoras e ainda as chamadas "observadoras", que são advogadas contratadas pelo MP-RJ para acompanhar os casos.

Segundo a procuradora de Justiça Nádia de Araújo, as negociações eram fechadas, em média, em até quatro meses. “Alguns casos eram mais lentos e a negociação se estendeu, o último caso foi encerrado no mês passado”, explicou ela.

Ela disse ainda que o modelo foi inspirado em um programa realizado nos Estados Unidos, após o 11 de setembro.

O MP-RJ informou que os familiares que participaram do programa não são impedidos de procurar outros meios para resolver questões que considerem pendentes.

Governo nega investigação

No dia 26 de setembro, a Secretaria de Comunicação da Presidência negou que o governo brasileiro tenha determinado uma nova investigação sobre a queda do voo 447, mas disse que o país se compromete a "dar todo o apoio necessário" para que as famílias das vítimas tenham amplo acesso às investigações realizadas na França sobre as circunstâncias do acidente.

A presidente Dilma Rousseff se reuniu com integrantes da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447. Antes da reunião, o presidente da associação, Nelson Marinho, havia dito que o Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes (Cenipa), por determinação de Dilma, participaria de uma investigação paralela a realizada na França sobre as circunstâncias que levaram à tragédia.

A assessoria da Presidência, no entanto, negou a informação e disse que o Cenipa participa das investigações feitas pelo Escritório de Investigação e Análise (BEA) da França. A assessoria disse ainda que o Brasil fará observações ao relatório final que será apresentado pelo BEA e que eventuais discordâncias com as conclusões do órgão francês serão incorporadas ao documento.

Fonte e fotos: Carolina Lauriano (G1)

Empresas aéreas inauguram as primeiras rotas com “voos verdes”

Companhias como Aeroméxico, Lufthansa, Iberia e as brasileiras Azul e TAM testam vários tipos de biocombustíveis nos aviões.

A notícia de que a American Society for Testing and Materials (ASTM), organização que desenvolve normas técnicas para indústrias, aprovou o uso de combustíveis renováveis na aviação comercial e militar, deu a largada para que as companhias aéreas anunciassem seus primeiros voos regulares verdes.

A ASTM divulgou a medida em julho. De lá para cá, Lufthansa, KLM, Thomson, Finnair, Aeromexico e Iberia informaram que estão utilizando até 50% de biocombustível feito a partir de matérias-primas oleaginosas, como pinhão manso, microalgas e camelina (prima da canola), em seus tanques.

A experiência, por enquanto, se aplica a apenas algumas rotas. Mas a Airbus e a Boeing, que juntas fabricam cerca de 80% dos aviões de passageiros do mundo, planejam a criação de cadeias de produção de biocombustíveis para abastecer os aviões pensando em grande escala.

Em comunicado, a Airbus estima que o combustível de aviação a partir de fontes renováveis pode ser responsável por 30% do consumo das companhias aéreas em 2030.

A General Eletric, fabricante mundial do maior motor a jato, diz que essa nova fonte de abastecimento não tem qualquer impacto no funcionamento normal dos aviões.

No Brasil, a companhia aérea Azul e a Embraer vão realizar em meados de 2012 o primeiro voo experimental (sem passageiros) com o uso de bioquerosene inédito, obtido a partir da cana-de-açúcar. O combustível está em fase de desenvolvimento pela Amyris.

A GE também participa do projeto. Segundo o comandante Miguel Dau, vice-presidente da Azul, que deverá pilotar o avião, a ideia é estabelecer uma rota regular a partir de Campinas já em 2013.

Dau acredita que os novos biocombustíveis serão uma fonte significativa de redução de gases de efeito estufa na atmosfera por parte da aviação. Mas as pesquisas visam também reduzir custos. "A diversificação energética deve diminuir a insegurança em relação à flutuação da cotação internacional de petróleo, considerando que atualmente 35 a 40% dos custos da aviação estão associados a combustível", afirma.

Custo alto

Segundo o diretor de Estratégias e Tecnologias para o Meio Ambiente da Embraer, Guilherme de Almeida Freire, por enquanto, os biocombustíveis custam de duas a três vezes mais do que o querosone tradicional de aviação, mas os projetos avançam.


A fabricante e a GE realizaram uma série de voos de teste no mês passado com um jato Embraer 170 utilizando o combustível Hefa (Ésteres e Ácidos Graxos Hidro-processados), derivado da camelina, na proporção aprovada pela ASTM.

Com os testes, a empresa ganha conhecimento também para os ensaios envolvendo outros combustíveis, como o da Amyris, ainda em estudo pela ASTM.

O processo usa reações catalíticas e fermentação bioquímica feita por organismos geneticamente modificados para produzir as moléculas de hidrocarbonetos para o biocombustível de aviação.

"A Embraer considera que esses testes, mais do que vantagens competitivas da empresa, vão levar ao futuro do transporte aéreo", diz Freire.

Ele acrescenta que as emissões de carbono chegarão a 1,2 bilhão ou 1,4 bilhão de toneladas em 2030, dependendo do cenário de crise ou crescimento. A meta global do setor é reduzir em 50% as emissões até 2050, comparado com 2005.

Freire diz ainda que uma condição básica na pesquisa é que os novos biocombustíveis não exijam mudanças nos aviões ou nos motores, para não gerar impactos na segurança e no custo.

Além disso, a opção é utilizar matérias-primas que possam ser misturadas àquelas já utilizadas e que não precisam de infraestrutura diferenciada.

Fonte: Martha San Juan França (www.brasileconomico.com.br)

SP: simulação testa uso de avião não-tripulado em acidentes

O Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado) teve a missão de auxiliar o trabalho de resgate
na simulação de um acidente no Rodoanel Mário Covas, em São Paulo
No km 15,5 do trecho oeste do Rodoanel Mário Covas, em São Paulo, o cenário na manhã de quarta-feira era o da simulação de um acidente com um caminhão-tanque carregado de ácido clorídrico. Mas quem chamou mesmo a atenção foi uma traquitana com seis hélices chamada Vant (sigla para Veículo Aéreo Não Tripulado). No exercício da concessionária CCR Rodoanel, a missão do Vant, produzido pela empresa de segurança patrimonial Protecães, com sede em Porto Alegre (RS), era mapear a situação e os recursos no atendimento à ocorrência por meio da captação de imagens. Em caso real de acidente com carga perigosa, o Vant seria o primeiro a chegar, devido à mobilidade aérea, o que dispensaria o deslocamento de uma pessoa para a área com risco de contaminação.

A chamada Unidade Aérea de Segurança (UAS) funcionou sob o comando do piloto de aeromodelismo Rafael Alonso, que a moveu com a ajuda de um controle remoto e de um monitor de imagens montado em um tripé. No ar, a UAS tem capacidade de enviar imagens em alta definição para a UPS (Unidade Portátil de Segurança), que fica em solo, próxima ao piloto. O aparelho tem capacidade de voar a 100 km/h e pode se distanciar até 500 m de sua base.

O equipamento funciona com uma bateria de lítio semelhante à utilizada em aparelhos celulares e tem autonomia de 40 minutos, além de ser capaz de suportar ventos de 25 nós (cerca de 50 km/h). Durante a simulação, o piloto se deslocou pelo menos duas vezes para facilitar a captação das imagens da movimentação das equipes de resgate. Com condições climáticas favoráveis, tempo ensolarado e pouco vento, o aparelho funcionou sem falhas com pelo menos uma troca de bateria.

"Esse tipo de evento é o melhor uso do Vant, quando ele consegue proporcionar a captura de imagens no local de difícil acesso ou restrito, onde outro meio não seria possível. A qualidade da gravação do Vant conta muito aqui também - você ter uma imagem nítida, de qualidade de televisão. As condições do tempo favoreceram muito, um tempo ensolarado, sem muito vento", afirmou o empresário Flávio Porto, presidente da Protecães, que mantém parceria com a CCR Rodoanel.

Além da atuação do piloto no local, a tecnologia, segundo ele, também pode ser utilizada a distância e em outras situações. "O Vant também tem a possibilidade de uma função Go Home. Ele está preso via satélite, filmando, e o piloto, em outro local, aciona essa função, e ele volta para onde decolou. Ele se torna realmente uma câmera voadora com total independência. Essa unidade já fez propaganda, inspeção em portos, em silos, fez fotografia técnica... Há uma versatilidade muito grande", disse Porto.

Outros voos

Ainda pouco utilizado no Brasil, o empresário destaca que o aparelho deve se tornar uma tendência comercial dentro de dois anos e prevê uma evolução maior de sua tecnologia. "Em breve, (o Vant) terá sensores de gás, termômetro e até a capacidade de fazer reconhecimento espacial. Essa é uma tendência. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, estão usando muito. Eu diria que o Vant está saindo da classificação militar para a comercial", afirmou o empresário.

No âmbito da iniciativa privada, a Protecães recentemente fechou uma parceria com uma empresa de segurança patrimonial para a utilização do Vant em cerca de cinco shoppings da capital paulista. As operações devem ser iniciadas em novembro. "Provavelmente (deve ser usado) nos estacionamentos", afirmou Flávio Porto.


Fonte: Simone Sartori (Terra) - Foto: Aloisio Maurício/Terra

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

País tem recorde de acidentes aéreos

Foram registrados 125 casos até sexta-feira; helicópteros, que são 10% da frota, já respondem por 18% das quedas em todo o Brasil

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) registrou 125 acidentes aéreos no País até o dia 30, volume que ultrapassou os 110 ocorridos em todo o ano de 2010. Trata-se de número recorde desde o início da série histórica, em 2001. O recorde anterior havia sido em 2009, com 113 acidentes. E nos números atuais ainda não estão computados os dois acidentes ocorridos no primeiro fim de semana de outubro, um deles no interior de São Paulo (com quarto mortos) e o outro em Curitiba, no Paraná. Os números não levam em conta os incidentes aeronáuticos, como pousos de emergência.
 
Dezesseis pessoas morreram na queda de um avião de pequeno porte,
na região do bairro de Boa Viagem, em Recife - Foto: Alexandre Gondim/AE

Avião de pequeno porte caiu no quintal de uma residência; moradores
não se feriram, e piloto ficou gravemente ferido - Foto: Wildes Barbosa/AE
Queda de monomotor numa fazenda da cidade matou
quatro pessoas que estavam a bordo - Foto: Toninho Moré/AE
Dezesseis pessoas morreram na queda de um avião de pequeno porte,
na região do bairro de Boa Viagem, em Recife - Foto: Alexandre Gondim/AE
Três pessoas morreram e duas ficaram gravemente feridas
na queda de uma aeronave de pequeno porte na zona rural
no Vale do Rio Doce, em dezembro de 2010 - Foto: Leonardo Morais/AE
Helicópteros

Os acidentes com helicópteros, um meio de transporte que tem sido muito usado principalmente nas grandes cidades, crescem ano a ano. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recolhidos até o fim de julho, quando haviam sido registrados 89 dos 127 acidentes ocorridos até hoje, problemas com helicópteros representaram 18% do total, ou seja, dos 89 acidentes computados, 16 haviam sido com helicópteros (que respondem por 10% da frota aérea, com 1.553 aparelhos registrados).

O ex-ministro da Aeronáutica brigadeiro Mauro Gandra, um especialista do setor, atribui ainda o aumento do número de acidentes aéreos ao longo dos anos ao "esquartejamento dos setores de comando da aviação civil". Ele se refere particularmente ao período a partir de 2005, quando foi criada a Anac, em substituição ao Departamento de Aviação Civil (DAC), que ficava na Aeronáutica. Na sua opinião, vários órgãos passaram a funcionar de forma independente, sem diálogo entre si.

O brigadeiro observa que havia um respeito maior às regras ditadas pelo Cenipa, que tinham por objetivo prevenir fatores que levaram a um determinado acidente, voltassem a se repetir em outro. "Além disso, as partes passaram a não se falar", observou ele, lembrando que é preciso que as autoridades façam um "trabalho de formiguinha de conscientização da necessidade de prevenção de acidentes aeronáuticos", sobretudo em aeroclubes e escolas de pilotagem.

Motivos

Estudo realizado pelo Cenipa, levando em consideração todos os acidentes ocorridos entre 2001 e 2010, aponta que, na lista dos fatores que mais contribuíram para a ocorrência dos desastres aéreos lidera o julgamento de pilotagem. Trata-se da inadequada avaliação, por parte do piloto, de determinados aspectos relacionados à operação da aeronave, estando qualificado para operá-la.

O Cenipa sempre alerta que um acidente acontece por uma somatória de fatores. Em segundo lugar, a responsabilidade dos acidentes é atribuída à supervisão inadequada, pela gerência de não tripulantes, e em terceiro vem o planejamento do voo - seguido dos aspectos psicológicos.

Entre os 24 itens listados como fatores contribuintes, o controle do trafego aéreo aparece em último lugar, a manutenção das aeronaves vem em 7.º lugar, a instrução dos operadores da aeronave em 10.º e as condições meteorológicas adversas, em 11.º lugar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Agência Estado

Autoridades investigam queda de helicóptero em Nova York

O acidente aconteceu em Manhattan. Com o céu parcialmente nublado, o piloto tentou decolar, teve problemas e caiu na água.


Um helicóptero com turistas caiu na terça-feira (4) em Nova York. A britânica Sonia Marra Nicholson morreu no acidente no dia em que ela estava comemorando o aniversário de 40 anos.

O esqui do helicóptero virou a tábua de salvação, pelo menos para duas pessoas. Outras duas conseguiram se salvar com a ajuda das boias lançadas pelos bombeiros. Um nadou até chegar à borda do píer.

As vítimas receberam os primeiros socorros no local de onde tinham decolado. Uma teve parada cardíaca e outra, parada respiratória. O quinto passageiro era uma mulher. Ela ficou presa dentro do helicóptero. O corpo foi resgatado por mergulhadores.

O Bell 206B JetRanger, prefixo N63Q, afundou cerca de 15 metros nas águas do East River, em Nova York. O acidente aconteceu na altura da Rua 34, em Manhattan, bem perto de onde fica o prédio das Nações Unidas. No meio da tarde de terça-feira (4), com o céu parcialmente nublado, o piloto tentou decolar, teve problemas e caiu na água. “Eu fiquei em choque. Não acreditei”, disse o motorista.

John estava dentro do carro ao lado do heliponto. “O helicóptero subiu aproximadamente cinco metros, ficou fora de controle, rodopiou e caiu na água”, disse.

O piloto Paul Dudley, de 56 anos e com mais de 20 anos de experiência, é o mesmo que precisou fazer um pouso de emergência em 2006 em Nova York. Na ocasião, o motor do avião Cessna começou a falhar.

O local da queda
Agora as autoridades de aviação vão investigar para descobrir se o acidente também foi provocado por uma falha mecânica. Já quanto ao trabalho das equipes de resgate, o prefeito de Nova York disse foi feito o possível. “A resposta foi rápida e do jeito que se esperava. Mesmo que fosse ainda mais rápida, não conseguiria salvar todas as pessoas”, afirmou Michael Bloomberg.
Fontes: Bom Dia Brasil (TV Globo) / ASN / ABC News - Fotos: nydailynews.com / smh.com.au

Passageiro bêbado anuncia sequestro e é detido em voo da Delta Air Lines

A Delta Air Lines afirmou que as autoridades federais detiveram um passageiro "perturbador" durante um voo da companhia que estabelecia a ligação entre Amesterdã (Holanda) e Detroit (EUA).

O incidente ocorreu nesta terça-feira (4) no Airbus A330-323X, prefixo N820NW, que transportava 194 passageiros e 11 tripulantes no voo DL-235.

De acordo com a porta-voz da transportadora aérea, Susan Elliott, o homem "foi rapidamente contido" e levado sob custódia assim que o avião aterrissou no Aeroporto Metropolitano de Detroit, por volta das 04:00 horas de terça-feira.

Segundo informações preliminares, o homem - embriagado - teria gritado "sequestro" quando faltavam cerca de três horas para a aterrissagem. Mesmo detido, o homem continuou gritando até o desembarque.

O voo 235 chegou ao seu destino sem registo de qualquer outro incidente.


Fonte: Site Desastres Aéreos (com informações do Aviation Herald e FOX)

Acordo entre Gol e Webjet com Cade é adiado

O acordo entre a Gol e a Webjet com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que deveria ser julgado hoje, acabou sendo adiado, ao contrário do que pretendia o relator do caso, conselheiro Ricardo Ruiz. As empresas e o órgão antitruste negociam o Acordo de Preservação de Reversibilidade da Operação (Apro), que prevê a continuidade do funcionamento das companhias aéreas separadamente até que o negócio seja aprovado ou vetado pela autarquia.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já aprovou a operação no último dia 20 com base no aspecto financeiro. Falta analisar a aquisição sob o ponto de vista técnico. Só então a Gol poderá colocar em prática ações como a extinção da marca Webjet e o uso dos slots (autorizações de voos nos aeroportos para cada empresa aérea) da companhia adquirida. O anúncio da compra da Webjet pela Gol foi feito no dia 8 de julho.

Fonte: Célia Froufe (Agência Estado) via Veja.com

Gol vai pagar R$ 70 milhões por Webjet

A companhia aérea Gol anunciou que deve pagar R$ 70 milhões (valor ainda sujeito a ajustes "menores") por 100% do capital da companhia de voos econômicos Webjet.

A empresa havia anunciado em julho a aquisição de 100% do capital social da Webjet, mas por um valor maior: R$ 96 milhões. Embora a companhia tenha sido avaliada em R$ 310,7 milhões durante as negociações, o valor final do negócio foi reduzido em razão das dívidas da empresa, estimadas em cerca de R$ 215 milhões.

A compra será feita por meio da VRG Linhas Aéreas, empresa controlada pela Gol.

Fundada há dez anos, a Gol opera 900 voos diários para 51 destinos domésticos e 11 destinos internacionais. Já a Webjet possui uma frota de 24 aeronaves Boeing 737-300 (148 assentos), e rotas para 16 cidades nacionais, realizando mais de mil voos por semana.

Concorrência

Em setembro, a A Anac (Agência Nacional da Aviação Civil) aprovou a operação, condicionando o negócio à presença de, no máximo, 20% de capital estrangeiro na sociedade.

A medida, porém, ainda não garante a venda da Webjet. As empresas deverão informar a eventual participação de capital estrangeiro no negócio e sua porcentagem para o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que fará uma nova avaliação.

Depois, o parecer do Cade será enviado à Anac, que dará um novo parecer sobre a venda da Webjet para a Gol, analisando questões técnicas, união de operações, marcas etc.

Segundo a Anac, a Gol só poderá usar os slots (horários e locais para pouso e decolagem) da Webjet após a conclusão do negócio. Em aeroportos como Congonhas e Guarulhos, os slots são disputadíssimos pelas empresas aéreas.

Fonte: Folha.com - Imagem via radioeducadorafm.com.br

Edital exclui empresas das próximas concessões

Quem fez estudo prévio está fora da disputa

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A Secretaria de Aviação Civil restringiu a participação de empresas que apresentaram estudos de modelagem na concessão dos aeroportos de Cumbica, Campinas e Brasília. Não houve aviso sobre a criação dessas restrições.

Um item da proposta de edital que está em consulta pública até o fim de outubro proíbe que empresas que entregaram estudos para subsidiar a modelagem da concessão participem do leilão, conforme informou ontem o jornal "Valor Econômico".

Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), nove empresas foram autorizadas a entregar o estudos: Queiroz Galvão, Constran, Carioca, ATP Engenharia, Invepar (do grupo OAS), EBP, Edo Rocha Arquitetura, Enojota Cavalieri Engenharia e Planos Engenharia. Mas apenas quatro, que não tiveram o nome divulgado, apresentaram as propostas.

O valor dos estudos é estimado em R$ 37,6 milhões. A vencedora tem obrigação de ressarcir os autores dos estudos que forem aproveitados.

O leilão está marcado para 22 de dezembro.

Fonte: jornal Folha de S.Paulo

Leilão de concessão de aeroporto na Grande Natal (RN), está suspenso

O resultado do leilão de concessão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal (RN), está suspenso.

Consórcio Inframérica venceu leilão para concessão do
Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante (RN)
no dia 22 de agosto de 2011
O consórcio Aeroportos Brasil (das empresas MPE e ITA Brasil), que ficou em segundo lugar no leilão na BM&F Bovespa em agosto, entrou com recurso administrativo contra o consórcio vencedor, o Inframérica. Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o julgamento do recurso estava previsto para ontem, mas foi adiado para "até o fim desta semana".

O recurso foi apresentado em 22 de setembro, menos de dez dias após a Comissão Especial de Licitação declarar o vencedor como habilitado.

Na época, a Anac afirmou que a documentação apresentada pelo Inframérica estava "em conformidade com o estabelecido no edital". O aeroporto de São Gonçalo do Amarante foi o primeiro a entrar no programa de concessão. Até dezembro, o governo quer realizar leilões para os aeroportos de Cumbica (Guarulhos/SP) e de Viracopos (SP) e de Brasília.

O Inframérica é formado pelas empresas Infravix, do Brasil, e Corporación América, da Argentina. O consórcio venceu com lance de R$ 170 milhões, em leilão bastante disputado, que teve quase 90 lances.

Na disputa, a Aeroportos Brasil parou em R$ 166 milhões. O valor final apresentado pelo Inframérica representou ágio de 228,8% sobre o valor de outorga estabelecido pelo governo.

Esse montante corresponde à outorga de concessão e deverá ser pago em 25 prestações anuais depois de carência de três anos. O Inframérica terá de investir mais R$ 650 milhões ao longo de 28 anos, sendo mais da metade até 2014.

Fonte: Mariana Barbosa (jornal Folha de S.Paulo) - Foto: Aloisio Mauricio (Especial para o Terra)

Anac dá sinal verde para aeroporto privado de jatinhos em SP

Construtora JHSF quer construir aeroporto para jatos executivos

Com investimento de R$ 400 mi, aeroporto privado em São Paulo teria pista de 2.700 metros

Novo empreendimento depende de autorização do governo e estaria a cerca de 60 km da capital paulista

A construtora JHSF, especializada no mercado de luxo e dona do shopping Cidade Jardim, negocia com o governo a construção de um aeroporto privado internacional para a aviação executiva.

O investimento é de R$ 400 milhões e prevê, além do aeroporto, o desenvolvimento imobiliário do entorno, com shopping center e escritórios comerciais.

O terreno pertence à JHSF e está localizado depois de Araçariguama, a quase 60 km do centro de São Paulo, sentido sul, pela rodovia Castello Branco. Fica no caminho da Fazenda Boa Vista, empreendimento da mesma construtora, de casas de fim de semana para endinheirados.

A área total é de mais de 7 milhões de metros quadrados, mas apenas uma parte seria usada para o aeroporto. Procurada, a JHSF não quis se pronunciar sobre o empreendimento.

A Folha teve acesso ao projeto: com uma pista de 2.700 metros de cumprimento e 45 metros de largura, o aeroporto terá capacidade para 200 mil movimentos (pousos e decolagens) por ano.

Isso equivale à soma dos movimentos da chamada aviação geral (aviões privados e táxi aéreo) nos aeroportos de Cumbica, Congonhas e Campo de Marte em 2010.

O projeto já foi apresentado à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e à SAC (Secretaria de Aviação Civil). O projeto é uma parceria da JHSF com a consultoria da C>Fly Aviation.

Um documento obtido pela Folha mostra que a Anac já deu o sinal verde no que tange às competências da própria agência. É preciso ainda negociar o modelo de autorização e de cobrança de tarifas, no âmbito da SAC. O Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) também precisa dar sua autorização.

Tendência global

Os investidores defendem um modelo tarifário diferente do praticado pela aviação comercial, que não atende às particularidades do segmento. Eles também querem a sinalização, do governo, de que o projeto se enquadraria em uma solução geral para os problemas de infraestrutura do setor.

"A separação dos dois segmentos em aeroportos diferentes é uma tendência global", diz Érico Santana, consultor de aeroportos do Dorsch Gruppe em Abu Dhabi. "Já acontece em Nova York, Paris, Tóquio, Londres, Abu Dhabi e outras cidades."

A consultoria McKinsey, em estudo encomendado pelo BNDES, recomenda a retirada da aviação executiva de Congonhas e sugere ao governo considerar a autorização para a construção de um novo aeroporto exclusivo.

"Tanto Congonhas como Campo de Marte não possuem condições para suportar os novos voos e também os aviões que estão chegando", diz Santana.

Ele afirma que, nos próximos anos, o Brasil deve receber 75 aviões do porte do Gulfstream G550, que permitem fazer voos intercontinentais.

A aviação geral ocupa hoje 4 dos 34 movimentos por hora em Congonhas.

A transferência desses movimentos para a aviação regular poderá representar receita extra de R$ 72 milhões para a Infraero só com tarifas de embarque. Há ainda receitas com as demais taxas e tarifas e o aumento dos voos regulares em Cumbica.

Fonte: Mariana Barbosa (jornal Folha de S.Paulo)

Usuário deverá pagar taxa de R$ 7 em aeroportos para cobrir serviços das novas concessionárias

O governo criou uma tarifa de R$ 7 sobre os passageiros que farão conexão nos aeroportos de Guarulhos (SP), Brasília e Viracopos (Campinas), nos embarques doméstico e internacional. A nova taxa, segundo os editais de concessão que estão em consulta pública, será cobrada das companhias aéreas e, provavelmente, repassada para os preços das passagens.

Canteiro de obras no Aeroporto de Guarulhos, SP
De acordo com os editais, a finalidade da tarifa de conexão é cobrir os serviços que o novo concessionário prestará aos usuários nas pontes de embarque e desembarque. São exemplos uso de carrinhos para transporte de bagagens, inspeção de raios-X, ônibus e área de restituição de bagagem.

Tarifa visa a atrair investidores privados

Um dos principais argumentos do governo para criar a nova tarifa foi a necessidade de tornar o aeroporto de Brasília mais atraente aos investidores privados. Segundo dados da Infraero, cerca de 40% do volume de passageiros do terminal são de conexão para outros destinos. São atendidas 44 cidades em todas as regiões. Em 2010, passaram pela capital federal 14 milhões de usuários e a demanda projetada para o aeroporto em 2014 é de 21,3 milhões.

A alegação é que os passageiros de conexão utilizam as instalações do aeroporto, sem pagar por isso. A tarifa de embarque é cobrada apenas na origem. Outra justificativa é que a medida visa a corrigir uma distorção, pois a maioria dos aeroportos internacionais cobra um adicional sobre as conexões.

- Atualmente, Brasília é apenas um importante hub (centro de distribuição de rotas) - disse um técnico do governo.


Fonte: Geralda Doca (O Globo) - Foto: Fernando Donasci

Viajantes pré-checados evitam segurança em Miami (EUA)

Um novo programa da Administração de Segurança do Transporte permite que viajantes pré-checados, selecionados anteriormente, passem mais rapidamente pelo sistema de segurança de quatro aeroportos.

A TSA anunciou o início de um programa piloto envolvendo a pré-checagem de passageiros. O Aeroporto Internacional de Miami (MIA) é um dos quatro aeroportos do país a testar este novo programa. Um passageiro passa pela máquina de escanear que checa o corpo inteiro no ponto de segurança no MIA.


Voar dentro dos EUA torna mais fácil para escolher os viajantes da American e da Delta em quatro aeroportos, incluindo Miami, que podem evitar o sistema de segurança sem tirar os sapatos ou o cinto ou retirar os laptops das embalagens. Estes poucos privilegiados podem pegar a fila rápida. Mas ninguém precisa inscrever-se para este programa: os escolhidos serão notificados.

O programa piloto, que começou nesta terça-feira (4 de outubro), faz parte dos esforços da TSA para se concentrar mais especificamente nos passageiros que representam uma ameaça, ao mesmo tempo em que diminuem as medidas para o pequeno grupo de passageiros pré-aprovados.

Mais de 500 milhões de viajantes fazem voos domésticos anualmente, confirmam as autoridades, notando que a “grande maioria” não representa um risco para a segurança. Agora, sob a Pré-Checagem do TSA, cerca de 70.000 viajantes assinaram para escapar dos aborrecimentos de embarcar nos voos em Miami, Dallas/Fort Worth, Atlanta e Detroit - os maiores hubs da American e da Delta, respectivamente. Milhares de viajantes são elegíveis.

Autoridades governamentais já pré-checam os passageiros nos EUA, checando seus nomes e datas de nascimento comparando-os com uma lista de terroristas procurados. Mas os programas de viajante frequente e imigração rápida recolhem dados pessoais mais detalhados de seus membros. "Isto não significa que as outras pessoas são uma ameaça maior", disse Mark Hatfield, diretor de segurança federal da TSA. "O que ocorre é que acabamos tendo mais informações sobre eles. Quanto mais pessoas mudarmos da categoria ‘desconhecido’ para a categoria ‘conhecido’ melhor."

Fonte: acheiusa.com - Foto: californiaaviation.org

Autor de atentado frustrado diz que EUA serão eliminados


O jovem nigeriano acusado de tentar explodir um avião comercial com destino aos Estados Unidos no Natal de 2009 prometeu que os militantes islâmicos vão eliminar o "câncer dos Estados Unidos", no primeiro dia do seu julgamento, em Detroit.

"Os mujahedines eliminarão os Estados Unidos, o câncer dos Estados Unidos", gritou Umar Faruk Abdulmutallab, de 24 anos.

Em seguida, o réu bradou que "Anwar está vivo", em referência ao clérigo americano-iemenita Anwar al Awlaqi, morto na semana passada por um avião sem piloto americano no Iêmen.

Umar Faruk Abdulmutallab, que insistiu em ser o responsável pela própria defesa, sofreu o primeiro contratempo durante a escolha do júri, quando a juíza Nancy Edmunds pediu uma breve pausa e determinou ao nigeriano que vestisse um paletó e uma gravata.

Abdulmutallab é acusado de ter tentado matar quase 300 pessoas a bordo de um voo da Northwest Airlines de Amsterdã para Detroit no Natal de 2009.

O nigeriano demitiu os advogados e insistiu em assumir a própria defesa, apesar dos pedidos da juíza para que permitisse a atuação de um defensor. Ela acabou nomeando um "conselheiro de guarda" para ajudar na preparação da defesa.

Abdulmutallab insiste que fará a própria alegação de abertura, no dia 11 de outubro, e interrogará as testemunhas durante um julgamento que deve demorar várias semanas.

O julgamento será acompanhado de perto, por acontecer pouco depois da morte de Anwar al-Awlaqi, um dos líderes da rede terrorista Al-Qaeda. Fontes da inteligência americana sempre vincularam o clérigo nascido nos Estados Unidos à conspiração para explodir o voo Amsterdã-Detroit no Natal de 2009.

O atentado falhou quando os explosivos presos às roupas de Abdulmutallab (foto ao lado) não detonaram e provocaram apenas um pequeno incêndio, o que permitiu aos passageiros e à tripulação deter o agressor.

Após a ação, os Estados Unidos adotaram novas medidas de segurança, incluindo polêmicos controles nos aeroportos e o aumento das listas de pessoas impedidas de embarcar.

Fonte: AFP - Imagens: AP

Avião da Gol faz pouso de emergência em Salvador

Um avião que fazia o voo G3-1570 da Gol, que partiu do Rio de Janeiro com destino a Teresina, precisou fazer um pouso de emergência no aeroporto de Salvador na madrugada desta terça-feira (4).

Segundo a companhia aérea, o comandante do voo decidiu pelo procedimento após verificar uma diminuição de potência em um dos motores. A Gol afirmou, porém, que em momento algum a operação esteve sob risco.

Em Salvador, os 129 passageiros do Boeing 737-7L9, prefixo PR-GOA, foram desembarcados e a companhia providenciou a substituição da aeronave. O voo prosseguiu às 5h15 com destino à capital do Piauí.

Segundo o site "Cidade Verde", passageiros narraram ouvir um barulho vindo da turbina direita do avião aparentando ser uma explosão. O voo deveria posar às 4h20 em Teresina, mas a viagem só foi concluída três horas depois.

Uma passageira que não quis se identificar disse que outros passageiros viram fogo e fumaça, além de ouvirem muito barulho. Segundo a testemunha, a turbina parecia que ia parar. Depois do pouso, segundo a passageira, o piloto disse "Graças a Deus, chegamos em solo".

Assustados, muitos passageiros só quiseram embarcar em Salvador para continuar a viagem ao perceberem que se tratava realmente de uma nova aeronave.

Segundo a Gol, a empresa prestou todo o atendimento necessário aos clientes, conforme as determinações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Fontes: Agência Estado / Aviation Herald / correio24horas.com.br

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Nova catapulta eletromagnética lança aviões de guerra ao céu em apenas 45 segundos

A marinha norte-americana desenvolveu um novo sistema de catapultas para auxiliar na decolagem das aeronaves a partir dos porta-aviões. O sistema auxiliar de impulso, que se mantinha inalterado e em tremendo descompasso tecnológico desde os anos 1950, é necessário dado as exíguas dimensões das pistas disponíveis nos navios e dos aviões que crescem em peso, o que reflete diretamente na sua necessidade de pistas maiores.


O novo sistema opera com eletromagnetismo, chamado de EMALS, sigla para Electromagnetic Aircraft Launch System (Sistema de Lançamento de Aviões Eletromagnético). Ele é capaz de lançar aviões a velocidades aproximadas de 160 Km/h e pode empurrar uma aeronave de 26 toneladas e recarregar em 45 segundos, ficando assim disponível para o próximo arremesso. Além disso, o EMALS tem a vantagem de ser mais fácil de operar, ocupar metade do espaço e peso das catapultas à pressão.

O sistema antigo, de catapultas à pressão, demorava muito mais tempo, oferecia mais riscos e já estava no limite de suas possibilidades, dado o fato de que os aviões são cada vez mais pesados. Além disso, era preciso esperar o sistema gerar uma tonelada de pressão para o próximo lançamento, e este tempo estava diretamente vinculado com a capacidade das caldeiras do navio de gerar essa pressão em mais ou menos tempo. Em batalhas, a demora pode ser fatal. Desta forma, o EMALS resolve o problema da demora e pode acompanhar sem sobressaltos a evolução das aeronaves.

Catapultas para arremessar máquinas voadoras não são novidade. Além do sistema de catapultagem, criado por engenheiros britânicos, existir nos porta-aviões desde os anos 1950, os irmãos Wright, que disputam historicamente a invenção do avião com Santos Dummont, usavam dispositivos que catapultavam seus aeroplanos do chão ao ar.


Fonte: Filipe Garrett (TechTudo) via Daily Mail

Começa julgamento de autor de atentado frustrado em avião no Natal de 2009

O julgamento do nigeriano acusado de tentar explodir um avião comercial com destino aos Estados Unidos no Natal de 2009 teve início nesta terça-feira em Detroit, com a exigência da juíza de que o réu tirasse a camisa branca e vestisse paletó e gravata.

Umar Farouk Abdulmutallab (foto), que insistiu em ser o responsável pela própria defesa, sofreu o primeiro contratempo durante a escolha do júri, quando a juíza Nancy Edmunds pediu uma breve pausa e determinou ao nigeriano, de 24 anos, que vestisse um paletó e uma gravata.

Abdulmutallab é acusado de ter tentado matar quase 300 pessoas a bordo de um voo da Northwest Airlines de Amsterdã a Detroit no fim de 2009.

O nigeriano demitiu os advogados e insistiu em assumir a própria defesa, apesar dos pedidos da juíza para que permitisse a atuação de um advogado. Ela acabou nomeando um "conselheiro de guarda" para ajudar na preparação.

Abdulmutallab insiste que fará a própria alegação de abertura e interrogará as testemunhas durante um julgamento que deve demorar várias semanas.

O julgamento será acompanhado de perto, por acontecer pouco depois da morte de um líder da Al-Qaeda, Anwar al-Awlaqi, que faleceu em um ataque aéreo dos Estados Unidos no Iêmen. Fontes da inteligência americana sempre vincularam o clérigo nascido nos Estados Unidos à conspiração de Natal.

O atentado de 2009 falhou quando os explosivos presos às roupas de Abdulmutallab não detonaram e provocaram apenas um pequeno incêndio, o que permitiu aos passageiros e à tripulação deter o agressor.

Após a ação, os Estados Unidos adotaram novas medidas de segurança, incluindo controversos controles nos aeroportos e o aumento das listas de pessoas impedidas de embarcar.

Fonte: AFP via G1 - Foto: U.S. Marshals Service via AP

Lançado em Anápolis (GO) projeto para a construção de fábrica de aviões

Previsão é que a primeira etapa do empreendimento fique pronta até 2013.

Em 2015, a indústria deve começar a fabricar 60 aeronaves por ano.


Foi lançado em Anápolis, a 55 km de Goiânia, o projeto da primeira indústria aeronáutica de Goiás. O investimento será de aproximadamente R$ 1,2 bilhão e as obras de terraplenagem já começaram.
O terreno tem um milhão de metros quadrados e a previsão é construir 300 mil metros de edificações no local.

Na apresentação oficial do projeto, o presidente da empresa holandesa destinada à produção de versões melhoradas de jatos, Ridoval Chiareloto, falou sobre as expectativas do negócio. “Vamos iniciar nossa fábrica com a montagem e fabricação de peças até chegar a fabricação completa das aeronaves”, afirma.

A previsão é que a primeira etapa do empreendimento fique pronta até 2013 e a expectativa é de que 2.500 empregos diretos e indiretos sejam gerados. Em 2015, a indústria deve começar a fabricar 60 aeronaves por ano.

Fonte: G1/GO, com informações da TV Anhanguera

Exclusivo AFP: especialistas revelam 'confusão' na tripulação do Voo Rio-Paris

Os especialistas judiciais que analisaram as duas caixas pretas do Airbus Rio-Paris que caiu no mar ao longo da costa brasileira em junho de 2009, deixando 228 mortos, indicaram uma "confusão na tripulação", segundo seu relatório consultado pela AFP.

"Até agora, peritos não tiraram nenhuma conclusão da consulta dos gravadores", avisa a introdução deste relatório.

De acordo com as gravações, os pilotos ficaram preocupados quando observaram uma grande concentração de radares no radar. "Temos uma 'coisa' bem na nossa frente", disse um deles. Isso foi à 01h35. A turbulência começou a aumentar meia hora depois. Porém, os especialistas explicaram no relatório que "a situação meteorológica tinha sido avaliada como não preocupante pelo comandante".

Poucos minutos depois, o piloto automático foi desativado. Na ausência do comandante, que foi descansar, o copiloto que assumiu "teve uma ação sobre o manche. Esta ação foi mantida de forma imprecisa e confusa". A aceleração vertical do avião continuou "aumentando de forma sensível", de acordo com os peritos.

Logo em seguida, o copiloto "manifestou seu espanto e incompreensão a respeito das informações que recebia", explica o relatório.

"Não tenho mais controle sobre o avião", teria afirmado o piloto quando o comandante voltou para a cabine. "Estamos perdendo o controle", repetiu outro piloto mais tarde.

Os especialistas levantaram dúvidas sobre as "indicações visíveis nas telas".

"Não tenho mais indicações", disse um dos copilotos. "Estamos indo em uma velocidade louca", completou outro.

De acordo com os peritos, "a confusão começou a reinar entre os membros da tripulação". Diversas situações que comprovam isso constam no relatório.

Os pilotos "sequer mencionaram o início da perda de altitude do avião" que, segundo os peritos, "não foi percebido pela tripulação".

Os especialistas explicam que, "apesar de alarmes sonoros e visuais", os pilotos pareciam "não ter identificado o problema e não ter tomado qualquer medida para resolvê-lo".

O congelamento em sensores de velocidade foi a única falha técnica observada desde o início do inquérito, mas os especialistas afirmaram desde o início que esta não poderia ser a única causa do acidente.

As famílias das vítimas da queda do voo Air France Rio-Paris devem ser recebidas na quarta-feira pela juíza de instrução Sylvia Zimmermann para receberem novas informações sobre a investigação.

Fonte: AFP via G1

Helicóptero cai no East River de Nova York com 5 pessoas a bordo

Um helicóptero Bell 206 caiu nesta terça-feira (4) no East River, em Nova York, com cinco pessoas a bordo, das quais já foram resgatadas quatro delas, e que ocasionou um forte desdobramento de segurança na região.
 

Um porta-voz policial confirmou à Agência Efe que o acidente ocorreu no heliporto, na altura da rua 34, e que por enquanto não estão claras as causas do incidente, que, segundo diversos meios da comunicação, estaria relacionado com a decolagem da aeronave.

Por sua parte, um porta-voz do Departamento de Bombeiros de Nova York informou que duas das vítimas foram transferidas ao Hospital Bellevue, enquanto uma terceira continua no local, embora se desconheça o estado de todas elas.

A operação de resgate fez com que se transferissem até a região mais de uma dúzia de embarcações do serviço da guarda-costeira e da Polícia de Nova York.

A aeronave ficou completamente submergida no East River e várias equipes de submarinistas buscam a quinta vítima.

O porta-voz da Polícia de Nova York, Paul Browne, assinalou à imprensa que a nave acidentada é um helicóptero comercial do tipo Bell 206.

As cenas exibidas pelos canais de televisão americanos, com numerosas embarcações de resgate, lembram a operação do dia 15 de janeiro de 2009, quando um avião da companhia aérea US Airways caiu no rio Hudson e a perícia de seu piloto, o capitão Chesley Sullenberger, salvou as 155 pessoas que estavam a bordo.


Fontes: EFE via G1 / Daily Mail

'Homem-pássaro' voa ao lado de aviões

Ele já tinha sobrevoado Canal da Mancha e Grand Canyon.

Yves Rossy diz que seu sonho sempre foi 'voar como um pássaro'.

Yves Rossy voando entre dois aviões
Usando uma "mochila com asas", o suíço Yves Rossy, de 52 anos, apelidado de "homem-pássaro" e "homem-jato", fez um voo ao lado de dois aviões na última quarta-feira nos Alpes suíços. Rossy atingiu quase 230 km/h durante o voo, velocidade suficiente para ficar próximo das duas aeronaves modelo L-39 Albatros, segundo a emissora de TV "ABC News".

Ele já sobrevoou o Canal da Mancha e o Grand Canyon com o equipamento. Rossy, que já foi piloto de caças, diz que seu sonho sempre foi "voar como um pássaro".


Fontes: G1 / ABC News - Foto: Reprodução

Avião elétrico vence desafio da Nasa e do Google e leva US$ 1,35 milhão

Aeronave percorreu 320 km a cerca de 160 km/h em prova final.

Modelo Pipistrel Taurus G4 gastou o equivalente a 2 litros de combustível.

O Taurus G4, avião elétrico da Pipistrel,
durante voo na Califórnia - Foto: Reprodução
Uma susidiária americana de uma empresa eslovena ganhou um incentivo de US$ 1,35 milhão da Nasa, a agência espacial dos EUA, e do Google, pelo desenvolvimento de um avião elétrico.

O desafio proposto pela Nasa era criar uma aeronave com alta eficiência energética, capaz de voar 320 km utilizando energia equivalente a 3,8 litros de combustível por passageiro. O Pipistrel Taurus G4 superou a meta e conseguiu percorrer o trajeto gastando o equivalente a pouco menos de 2 litros de combustível.

O estranho formato do Pipistreal Taurus G4, com cabines separadas,
deu ao avião uma sustentação excepcional - Imagens: NASA
A equipe vencedora foi uma das 14 inscritas no desafio da Nasa e do Google, que começou há 2 anos. No total, os concorrentes investiram cerca de US$ 4 milhões no desenvolvimento de novas tecnologias verdes, segundo a agência americana. Apenas três das aeronaves inscritas, no entanto, conseguiram decolar no dia do teste final, no aeroporto Charles M Schulz, em Sonoma, na Califórnia.

"Há dois anos, voar 320 km a 160 km/h em um avião elétrico era coisa de ficção científica", afirmou o líder da equipe de desenvolvimento da Pipistrel nos EUA, Jack Langelaan. "Agora, estamos de olho no futuro da aviação elétrica".

O eGenius foi o segundo colocado na competição, cumprindo todas as etapas do concurso,
inicialmente consideradas exigentes demais - Imagem: NASA
O segundo prêmio, de US$ 120 mil, foi para a equipe eGenius (foto acima), da Califórnia.

Fontes: G1 / Site Inovação Tecnológica


domingo, 2 de outubro de 2011

Avião iemenita bombardeia base por engano e mata 30 soldados

Autoridades médicas e militares iemenitas dizem que um avião do governo bombardeou por engano uma base do exército no sul do país, matando pelo menos 30 soldados.

O atentado ocorreu na noite de sábado na província de Abyan. Os soldados da brigada 119 do exército do Iêmen estavam posicionados em uma escola abandonada nos arredores da capital quando foram atingidos.

Segundo a agência de notícias AP, as fontes falaram sob a condição de anonimato, porque não foram autorizadas a liberar a informação.

Fonte: Terra

Piloto que evitou atentado a Sarney: 'Nunca me dirigiu a palavra'

Há pouco mais de 23 anos, o comandante Fernando Murilo de Lima e Silva arriscava manobras pioneiras em um Boeing 737-300 e impedia o sequestrador do voo Vasp 375 de consumar o intuito de atirar a aeronave contra o Palácio do Planalto, onde José Sarney exercia a Presidência do País.

Impondo ao presidente da República a culpa por seu desemprego, o maranhense Raimundo Nonato Alves da Conceição, então com 28 anos, queria punir o peemedebista hoje presidente do Senado, homem que, segundo o comandante Murilo, nunca lhe demonstrou qualquer reconhecimento.

"O ex-presidente Sarney, sem comentários, nunca me dirigiu a palavra", afirma o piloto, atualmente com 60 anos e ainda na ativa, voando em um Boeing 767 na Rio Linhas Aéreas, companhia de transporte de cargas de Curitiba.

Naquele 29 de setembro de 1988, Murilo seguia de Porto Velho para o Rio de Janeiro e, após escala em Belo Horizonte, teve o avião sequestrado. "Ele entrou no avião com cem balas dentro do casaco jeans e um revólver. Deu, com certeza, mais de 20 tiros dentro do avião", lembra o comandante, cujo copiloto naquela manhã, Salvador Evangelista, foi morto a sangue frio por Nonato, que estava "muito nervoso e arisco". Um tripulante em treinamento já havia sido baleado na perna durante as tentativas do sequestrador de invadir a cabine.

Murilo conseguiu informar a torre de comando do sequestro e da mudança de rota para Brasília. Das 50 mil libras de combustível que enchem o tanque de um Being 737, ele se viu com 1,8 mil libras no céu de Goiânia. Foi quando um tonneau (giro completo sobre o eixo da aeronave) e um parafuso (trajetória vertical descendente e em espiral), os únicos registrados até hoje no modelo, derrubaram o sequestrador. "Fiz as manobras porque o combustível do avião já havia acabado e o motor esquerdo parou primeiro. Resolvi brigar antes de morrer. As únicas chances que tinha seriam com manobras com o avião, pois eu estava amarrado no assento da cabine."

Mesmo com as acrobacias, o aviador garante que os passageiros não entraram em pânico. "Os passageiros foram espetaculares, não me deram nenhum problema." Com Nonato desorientado, Murilo pôde aterrissar em segurança no aeroporto internacional Santa Genoveva, na capital goiana. A negociação no solo se estendeu até o início da noite, quando Nonato tentou descer do Boeing utilizando Murilo como escudo e foi baleado por policiais federais, morrendo três dias depois. A última bala disparada pelo tratorista desempregado atingiu a coxa de Murilo.

Embora não tenha percebido reconhecimento do principal alvo do atentado, Murilo diz que outras vidas salvas não lhe negaram homenagens. "Durante algum tempo, os passageiros alemães mantiveram contato e faziam festa todos os anos no dia 29 de setembro, mas, com o passar do tempo, alguns morreram e a animação foi acabando."

O comandante não se permite entusiasmo ao falar das medalhas do Mérito Santos-Dumont e da Ordem do Mérito Aeronáutico com que foi condecorado. "As mesmas medalhas foram dadas à esposa do ex-presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva), ao, na época, ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, e a muitos outros em quem não vejo mérito algum para as mesmas."

Comandante Murilo deixa hospital após ter sido baleado na perna no desfecho do sequestro
(Foto: José Paulo/AE)
Depois de lecionar na Faculdade de Ciências Aeronáuticas da Universidade do Tuiuti, no Paraná, o comandante Murilo voltou a ser piloto. Os 44 anos de profissão, que somam 25 mil horas de voo, diz ele, "não deixam espaço para medo, mesmo porque a aviação é muito segura".

De acordo com ele, a segurança aeroviária melhora "a cada dia, porém a passos curtos, que não acompanham o crescimento acelerado da aviação. A aviação precisa de um grande e rápido investimento, mais pistas, mais equipamentos eletrônicos de auxílio, mais treinamento para os controladores".

A preocupação aumenta com a iminência de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Segundo Murilo, os eventos "trazem riscos muito grandes, com o aumento do fluxo e com a falta de equipamentos mais modernos para o controle de tráfego, assim como a falta de mais pistas para pouso e espaço físico para embarque e desembarque de passageiros e para o estacionamento de aeronaves".

Entrevistado por diversos veículos de comunicação logo após o atentado de 11 de setembro de 2001 nas Torres Gêmeas e no Pentágono, Murilo viu o ato terrorista de Curitiba, quando ainda ministrava aulas na faculdade, 13 anos depois de garantir a continuidade de cerca de 100 vidas sob a sua responsabilidade e de outras tantas que, inabaladas, não fizeram questão de executar a simples manobra do agradecimento.

Fonte: Demétrio Rocha Pereira (Terra)

Sequestrador tentou jogar avião no Planalto 13 anos antes do 11/9

Maranhense havia perdido o emprego e culpava o presidente da República.

Para piloto de avião sequestrado em 1988, risco no Brasil 'ainda existe'.


Mais de uma década antes de terroristas da al-Qaeda usarem aviões como mísseis contra as torres gêmeas do World Trade Center, nos Estados Unidos, um brasileiro armado tomou um voo da Vasp com o objetivo de atingir o Palácio do Planalto, em Brasília. Desempregado, o maranhense Raimundo Nonato Alves da Conceição, de 28 anos, culpava o governo por sua situação e queria atingir o centro do poder político do país.

"O que ocorreu com o voo 375 da Vasp foi como os atentados a Nova York e Washington. O meu sequestrador tinha a mesma intenção que os terroristas, só que não conseguiu alcançar o seu objetivo. E o risco ainda existe, tanto que o 11 de Setembro ocorreu”, afirma o comandante Fernando Murilo de Lima e Silva, de 60 anos, em entrevista ao G1.

O piloto nunca vai esquecer o dia 29 de setembro de 1988, quando o Boeing 737-300 da Vasp que comandava foi sequestrado.

Durante o voo, ele viveu momentos de terror quando o maranhense, armado de um revólver calibre 32, matou seu copiloto, Salvador Evangelista. "Ele levou um tiro na cabeça quando pegou o rádio para responder a um chamado da torre de controle de Brasília", lembra Murilo. Outro copiloto, que estava na aeronave como passageiro, foi ferido ao tentar impedir a ação do criminoso.

“O meu sequestro foi um dos primeiros com aviões no país. Desde então, muita coisa mudou. Mas foi um processo lento de conscientização pela melhoria da segurança na aviação. Naquele tempo, não havia nem detectores de metais nos aeroportos”, relembra o comandante que, passados 23 anos da tragédia, continua voando como piloto de cargueiro no Rio de Janeiro.

O voo 375 da Vasp fazia o trajeto Porto Velho-Rio de Janeiro, com escala, dentre outros lugares, em Belo Horizonte, onde o maranhense entrou armado. Estavam a bordo 135 passageiros e oito tripulantes.

“A ação começou quando já estávamos sobrevoando os céus do Rio de Janeiro. Ele gritava: ‘eu quero matar o Sarney. Quero jogar o avião no Planalto!", diz o piloto. "Na época, eu não tinha ideia de que aquilo poderia ocorrer".

Após a ação, o piloto solicitou às companhias aéreas a instalação de portas blindadas na cabine de pilotagem dos aviões.

Cerco policial em Goiânia

Raimundo Nonato havia perdido o emprego em uma construtora devido à crise econômica que o país enfrentava e acreditava que a culpa era do presidente, na época José Sarney (PMDB), que governou o país entre 1985 e 1990.

Na ação, o sequestrador exigiu que o avião se dirigisse do Rio a Brasília. Como o combustível da aeronave estava acabando devido à mudança de rota, o comandante conseguiu convencer o sequestrador a pousar o Boeing em Goiânia.

“Podíamos despencar a qualquer momento. Mas ele não estava nem aí. Era doente, estava para o que desse”, acrescenta. Ao pousar em Goiânia, o avião foi cercado pela Polícia Federal, onde o sequestrador decidiu seguir para Brasília em uma aeronave de menor porte, levando o comandante como refém.

“Ele tentou subir em um Bandeirante que estava estacionado próximo ao Boeing para fugir. Foi nessa hora que eu corri. Um agente da PF conseguiu lhe acertar no quadril, mas o sequestrador ainda teve tempo de atirar, e me acertou na perna”, relembra. O sequestrador foi baleado no quadril pelos agentes da PF e morreu no hospital de infecção, dias depois.

“Hoje, é mais difícil ocorrer um sequestro como aquele no país, acho que pode se repetir apenas em aeronaves menores, ou em aeroclubes pequenos. Os aeroportos possuem detectores de metais, mas muita coisa ainda precisa melhorar até a Copa do Mundo de 2014 para não termos nenhum risco”, acrescenta.

Sequestros durante o regime militar

Pelo levantamento do historiador Ivan Sant'Anna, houve no Brasil pelo menos dez sequestros de aeronaves, a maioria durante o regime militar.

“Na época, criminosos costumavam sequestrar aviões para fugir para Cuba. Lá, recebiam asilo e depois o avião era devolvido ao país. Para os passageiros, era como um passeio a mais, porque nunca houve nenhum ato com agressão antes do sequestro do voo 735 da Vasp”, diz Sant'Anna, que é pesquisador na área de acidentes aéreos. (No vídeo acima, passageiro relembra a calma do comandante do voo)

Hoje, diz ele, são raros casos de sequestros de aeronaves no Brasil. “Sei de casos isolados de roubos de aviões pequenos, às vezes fazendo o piloto como refém, em aeroclubes de pequeno porte, em que não há tanta segurança ou detectores de metais. Normalmente, estes aviões são usados para tráfico ou comércio ilegal”, afirma.

O último caso de repercussão ocorreu em março de 2009, quando um homem roubou um monomotor no Aeroclube de Luziânia e acabou caindo sobre um shopping em Goiânia. O piloto, de 30 anos, e sua filha, de 5 anos, morreram.

Questionada sobre o que mudou em relação à segurança do transporte aéreo para impedir crimes e sequestros a bordo de aeronaves desde 1988, a Polícia Federal não se manifestou.

Fonte: Tahiane Stochero (G1)