sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pilotos de avião nos EUA poderão tomar antidepressivos e voar

Sob uma nova política do governo dos Estados Unidos que entra em vigor na próxima segunda-feira, pilotos de aviões serão autorizados a voar mesmo que estiverem tomando medicamentos antidepressivos.

A Administração Federal da Aviação (FAA, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira que está revogando a proibição de uso de antidepressivos por pilotos que sofrem de depressão leve a moderada.

Para ser liberados para voar, os pilotos que usam a medicação precisarão passar por exames para comprovar que vêm sendo tratados com sucesso há pelo menos um ano.

As autoridades disseram acreditar que a proibição de uso dos medicamentos tinha levado pilotos a deixar de se tratar ou a ocultar o fato de estarem tomando medicamentos contra depressão.

A FAA está oferecendo aos pilotos o prazo de seis meses isentos de penalidade para que informem se estão sofrendo de depressão atualmente ou se estão sendo tratados para depressão.

"Precisamos modificar a cultura e acabar com o estigma associados à depressão. Os pilotos devem poder receber o tratamento médico que necessitam para que possam desempenhar seu trabalho em segurança", disse o administrador do FAA, Randy Babbitt.

As autoridades disseram não saber quantos pilotos serão afetados pela nova medida, mas observaram que cerca de 10 por cento da população sofre de depressão.

De acordo com a FAA, os pilotos que tomam antidepressivos serão monitorados ao longo de toda sua carreira.

A política anunciada abrange quatro antidepressivos: o Prozac, da Eli Lilly & Co, o Zoloft, da Pfizer, e o Celexa e o Lexapro, da Forest Laboratories.

O diretor-médico da FAA para a aviação, Dr. Fred Tilton, disse que outros medicamentos poderão ser autorizados se pilotos estiverem sendo tratados com eles com eficácia.

Tilton disse que a proibição original aos antidepressivos se deveu ao fato de medicamentos mais antigos causarem riscos, como a sedação, vistos como inaceitáveis para pilotos. Mas, segundo ele, os medicamentos mais novos têm efeitos colaterais que podem ser administrados.

Fonte: Lisa Richwine (Reuters) via O Globo - Imagens: Arquivo/Blog

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