quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Confira dicas para reduzir o desconforto em viagens de avião

Inchaço nas pernas e ressecamento de pele e olhos são comuns.

Cuidados para diminuir incômodos começam antes da decolagem.

Corredor de avião - Foto: Creative Commons/Uggboy

Inchaço nas pernas, barriga estufada, pressão no ouvido, ressecamento dos olhos e da pele... Incômodos como esses são comuns durante viagens de avião, principalmente nas de longa duração, mas podem ser evitados ou, ao menos, reduzidos.

Confira a seguir dicas elaboradas a partir da sugestões da presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial, Vânia Melhado, e da “Cartilha de Medicina Aeroespacial”, do Conselho Federal de Medicina:

1) Alimentação

Os cuidados devem começar antes do voo. A partir do dia anterior ao embarque, evite bebidas gasosas, comidas ricas em fibras e que fermentem (como feijão, repolho e pepino), pois isso vai piorar a sensação de inchaço na barriga, comum entre os passageiros. Evite, também, bebidas alcoólicas, pois o álcool diminui a capacidade de as células cerebrais utilizarem o oxigênio –que está diminuído a bordo da aeronave. As mesmas recomendações alimentares valem durante o voo. Evite os alimentos acima e prefira comer massas e beber água e sucos de frutas. Para manter a hidratação, recomenda-se beber um copo de água ou suco a cada duas horas de voo.

2) Enjoos

Quem costuma ter enjoos durante a viagem deve tentar se sentar em uma poltrona na janela, preferencialmente perto da asa. Também vale evitar a ingestão excessiva de líquidos, comida gordurosa, condimentos e refrigerantes.

3) Inchaço nas pernas

É um dos sintomas mais comuns durante o voo, e surge devido ao grande tempo sentado. É possível evitar o problema mesmo sem sair da poltrona: movimente a batata da perna e faça exercícios de rotação com os pés. Quem costuma sentir mais desconforto pode também usar meias elásticas em viagens acima de quatro horas, o que reduz bastante o problema.

4) Alergia

Pessoas com rinite ou outro tipo de alergia devem levar soro ou hidratante para o nariz, além de medicamentos específicos, caso estejam usando. Antes do pouso, vale usar descongestionante nasal para evitar a dor causada pelo aumento da pressão no interior da orelha média. Quem estiver em fase de crise deve conversar com o médico para obter orientações antes de viajar.

5) Olhos e pele

Leve na bagagem de mão um hidratante e passe nas mãos, no rosto e em outros áreas do corpo que fiquem ressecadas. O ideal é viajar sem lentes de contato, para evitar um ressecamento ainda maior do que ocorre normalmente com os olhos durante o voo. Se o passageiro estiver de lente durante a viagem, deve levar uma solução para umedecê-la durante o voo.

6) Incômodo no ouvido

Na hora do pouso, ocorre um aumento da pressão na região da orelha média, e é por isso que se sente uma sensação de semi-surdez no ouvido. Mascar chicletes ou apertar o nariz e depois soprar são dois truques para reduzir essa sensação. No caso de bebês ou crianças muito pequenas, dê mamadeira ou chupeta um pouco antes do pouso. Isso também ajuda a reduzir essa pressão.

7) Remédios

Não se esqueça de levar na bagagem de mão medicamentos de uso contínuo. Tomar remédios para dormir não é recomendado e pode ser perigoso. Se houver qualquer intercorrência e for necessário desembarcar rapidamente, o passageiro ficará prejudicado.

8) Doenças pré-existentes

Pessoas com doença cardíaca ou pulmonar crônica, mesmo que estiverem com o problema controlado, devem consultar o médico antes de viajar, para ver se é necessário fazer algum ajuste no tratamento.

9) "Jet lag"

A diferença de fuso-horário pode causar, ao chegar ao destino, cansaço, dificuldade para dormir, irritabilidade e incompatibilidade entre a fome e os horários das refeições. Segundo um cálculo básico, para cada hora de fuso-horário a mais ou a menos, é necessário um dia para se adaptar. Se sua viagem for durar poucos dias, o ideal é começar essa adaptação quatro ou cinco dias antes de embarcar. A recomendação dos médicos é tentar se aproximar o máximo possível do horário do destino. Se a diferença for de duas horas a mais, por exemplo, tente dormir e comer duas horas mais tarde do que está habituado. Se não for possível seguir exatamente o fuso, aproximar-se mais dele já ajuda.

Fonte: G1

Saiba mais


Embraer decidirá sobre avião maior em 2013


A Embraer esclarece que a decisão a ser tomada no próximo ano a respeito do desenvolvimento de um avião maior se refere à possibilidade de ampliar ligeiramente sua maior aeronave atual, o E-195, que tem capacidade para até 124 assentos.

Se a ideia for aprovada, essa versão ampliada, provavelmente de cerca de 130 lugares, começará a ser vendida no segundo semestre do próximo ano, com entrega prevista a partir de 2018. O cronograma é o mesmo das versões remotorizadas dos E-Jets, cuja decisão a respeito também será tomada nos próximos meses.

Já a decisão com relação a um avião maior completamente novo, com capacidade entre 130 e 150 assentos, deve ser tomada apenas no final da década, quando a Boeing e a Airbus devem decidir se continuam ou não nesse segmento de mercado. Se a Embraer optar por desenvolver essa nova aeronave, as primeiras unidades serão entregues apenas a partir de 2025.

Fonte: Silvana Mautone (Agência Estado) - Imagem via voovirtual.com

Ministra diz que reforma de aeroportos é um desafio para antes da Copa

A reforma dos aeroportos brasileiros é um 'desafio' que não pode esperar a Copa do Mundo 2014, disse nesta quarta-feira a ministra de Planejamento, Miriam Belchior. 'Nosso desafio não é a Copa, é hoje, é atender nossa demanda atual', disse a ministra em entrevista coletiva com jornalistas estrangeiros.

A ministra explicou que o número de passageiros em voos internos cresce a um ritmo de 12 % ao ano, o que obriga o governo a 'resolver o problema agora'.

'Neste processo de redução de desigualdades, a população pobre está começando a mudar do ônibus para o avião', disse a ministra, que garantiu que já estão sendo tomadas 'grandes medidas' para otimizar as infraestruturas atuais.

O governo está investindo na 'profissionalização' da mão-de-obra da Infraero, a empresa operadora aeroportuária, e além disso, está tomando medidas para melhorar os processos de embarque, desembarque e check in, segundo a ministra.

'Temos gordura para queimar com a atual estrutura, que pode ser potencilizada para seu uso imediato', afirmou Belchior.

Na mesma entrevista coletiva, o vice-ministro de Esportes, Luis Fernandes, disse que durante a Copa serão realizadas operações especiais e além disso, os dias em que o Brasil entrar em campo serão decretados feriados para contribuir na melhoria do transporte de passageiros.

Fonte: EFE via G1

Avianca Airlines encomenda três aviões à Boeing


A Avianca Airlines, companhia aérea da Colômbia, encomendou três aviões 787 Dreamliner à Boeing. O pedido vale US$ 620 milhões, segundo os preços atuais. A Avianca encomendou outros 12 aviões 787 em 2007. O valor total do pedido, que agora é de 15 aeronaves, é de US$ 3,1 bilhões.

'A adição dos aviões 787 está em linha com nossos planos de expansão e melhora do serviço da linha aérea', disse Fabio Villegas, presidente-executivo da Avianca.

O Boeing 787 Dreamliner é o primeiro avião de médio porte a voar rotas de longa distância. Em tempos de elevados custos para o setor, um de seus maiores atrativos é a economia de combustível.

A Avianca é parte da holding AviancaTaca, que opera mais de 140 aeronaves e atende a mais de 100 destinos nos continentes americano e europeu.

Fonte: Tatiane Bortolozi (Valor On Line) via G1 - Imagem: Divulgação

Avião chinês sobrevoa ilhas em disputa e agrava crise com Japão

Tóquio protestou contra o voo, que considerou 'extremamente lamentável'.

Agravamento do conflito territorial ocorreu há 3 meses.

A crise criada entre o Japão e a China por causa da disputa pelo controle das ilhas Senkaku teve um novo capítulo nesta quinta-feira (13) com o sobrevoo do arquipélago por um avião chinês, denunciado pelo Japão como a primeira violação de seu espaço aéreo após o agravamento do conflito territorial em setembro. 

Tóquio protestou contra o sobrevoo, que considerou "extremamente lamentável" enquanto que Pequim o qualifica como "perfeitamente normal". O arquipélago do mar da China oriental é administrado pelo Japão e reivindicado pelo governo chinês.

O incidente foi revelado pelo governo japonês que explicou que um avião de vigilância marítima chinês, um bimotor Harbin Y-12, entrou no espaço aéreo perto da ilha de Uotsuri aproximadamente às 11h locais (0h de Brasília).

Avião chinês foi visto sobrevoando ilhas em disputa com o Japão nesta quinta-feira (13)
Foto: Guarda Costeira do Japão/AFP 

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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Helicóptero de empresa do senador Wilder Morais cai em Goiânia

Acidente aconteceu na tarde desta terça-feira (11), na capital.

Caseiro conta que aeronave fez várias manobras antes de cair.



Um helicóptero Esquilo caiu na tarde desta terça-feira (11), no Setor Chácara Recreio São Joaquim, em Goiânia. Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave modelo esquilo pertence à Orca Construtora, do senador Wilder Pedro de Morais (DEM-GO), que assumiu a vaga do senador cassado Demóstenes Torres (Sem partido-GO).

A assessoria de imprensa do senador Wilder Morais informou ao G1 que o helicóptero estava passando por manutenção nesta terça e caiu, por volta das 13h20, ao se deslocar de um hangar para o outro. À bordo, de acordo com a assessoria, estavam o piloto e o mecânico que prestava o serviço para a empresa. Eles não tiveram ferimentos.

Por telefone, o advogado da construtora, Brandão de Souza Passos, disse ao G1 que o helicóptero pertence à Orca há cerca de cinco anos e que passava por manutenção regularmente. Ele afirmou que iria para o local do acidente se informar sobre as possíveis causas da queda.

Até as 16h desta terça, equipes do Corpo de Bombeiros e Grupamento Aéreo (Graer) da Polícia Militar de Goiás aguardavam no local a chegada de técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) que vão investigar as causas do acidente.

Barulho forte

O caseiro José Valeriano da Silva, de 36 anos, que trabalha em uma chácara ao lado do local do acidente, contou que a aeronave fez várias manobras, por cerca de 20 minutos, antes de cair. "Eu ouvi um barulho muito forte e já sai correndo. Acho que a hélice quebrou", acredita. 


Fonte: G1 GO - Fotos: Humberta Carvalho/G1

Helicóptero médico cai e mata três pessoas nos EUA

Acidente nas proximidades de Chicago.

Não havia pacientes na aeronave.





O helicóptero MBB BK 117A-3, prefixo N911BK, pertencente ao Rockford Memorial Hospital que fazia uma viagem entre dois hospitais do estado de Illinois, nos Estados Unidos, caiu nesta terça-feira (11) causando a morte do piloto e duas enfermeiras.

O acidente aconteceu em Rochelle, perto de Chicago. Não havia nenhum paciente na aeronave no momento do acidente. Segundo um porta-voz do hospital Rockford Memorial, o helicóptero seguia para buscar um paciente no hospital Mendota.

Fontes: AP via G1 / ASN - Fotos: Reprodução

Mala pega fogo dentro de avião no aeroporto de Vitória (ES)

PF informou que lata de solvente provocou incêndio.

Aeronave estava vindo de Guarulhos, em São Paulo.


Uma mala pegou fogo ao ser retirada de um avião da companhia GOL no Aeroporto de Vitória (foto acima), às 23h11, desta terça-feira (11), segundo a Polícia Federal (PF). A perícia da PF esteve no local e constatou que uma lata de solvente se abriu dentro da mala e o líquido se espalhou pela bagagem. Durante a retirada da mala, funcionários do aeroporto viram fumaça no porão e o atrito com o fundo da aeronave fez com que a bagagem pegasse fogo, informou a Polícia Federal. O passageiro responsável pela mala foi detido pelos policiais federais, prestou depoimento e foi liberado. Ninguém ficou ferido.

O avião tinha como origem a cidade de Guarulhos (SP). De acordo com a Polícia Federal, os funcionários do aeroporto retiravam as malas dos passageiros de dentro do bagageiro do avião quando perceberam que havia fumaça saindo da mala. Ao ser retirada de dentro do compartimento de cargas, a mala explodiu. A perícia da Polícia Federal foi acionada e fez análises do local. Em nota, a Gol disse que todos os passageiros desembarcaram normalmente e que, após inspeção e limpeza, o avião voltou a operar.

Foi constatado, segundo a Polícia Federal, que dentro da mala havia materiais de pintura. Um dos produtos transportados, era uma lata com solvente. Ela já havia sido utilizada e o fechamento manual acabou se abrindo durante o voo. O atrito com o fundo do avião produzi faíscas que culminaram na explosão da bagagem.

A mala foi completamente queimada. Porém, nenhuma outra bagagem foi danificada e ninguém ficou ferido.

Os policiais federais conduziram o passageiro que despachou a mala para a Superintendência da Polícia Federal, em São Torquato, Vila Velha, na região Metropolitana. Ele alegou que o solvente e os demais materiais que estavam dentro da mala era de uso profissional. O passageiro prestou depoimento, assinou um termo circunstanciado e foi liberado.

A Infraero informou que foi verificada, após o pouso, a suspeita de incêndio no porão do avião. Fumaça foi vista por funcionários. Segundo a empresa, o incêndio foi controlado pelo Corpo de Bombeiros e não houve impacto em outros voos.

Fonte: Glacieri Carraretto (G1 ES) - Fotos: Arquivo/ Infraero / Canindé Soares

Imagem de panda viajando de avião era "pegadinha"

Foto foi divulgada por milhares de internautas desavisados

A imagem de um filhote de panda sentado ao lado de um homem viajando na primeira classe de um avião bombou na internet e nas redes sociais, tendo sido rapidamente compartilhada por milhares de internautas com mensagens carinhosas para o bichinho.

O que essas pessoas não perceberam, era que tudo não passava de uma brincadeira, e o filhote de panda, que supostamente se chamava Squee Squee, era um boneco.

 O texto que acompanhava a image já dava pistas suficientes de que se tratava de uma piada: 

"Estamos felizes de informar que Squee Squee chegou descansado e relaxado após 14 horas de vôo, e já está bem acomodado em sua nova casa. Informamos que durante o voo, ele não assistiu nenhum dos filmes, já que não pudemos encontrar um fone de ouvido grande o suficiente. Ele se alimentou de bambu do cardápio do vôo, e comeu mousse de bambu na sobremesa."

Destaque em sites BuzzFeed e Jalopnik, a foto do filhote provocou milhares de comentários, a maioria elogiando a sua fofura, enquanto alguns outros apenas questionavam: — A China Airlines tem Business Class?  

Fonte: R7 - Foto: Reprodução/Mail Online

Japoneses querem bater recorde com "avião" movido à força humana

Responsáveis pelo projeto trabalham para a Yamaha e pretendem voar mais de 120 quilômetros.


Como você já deve ter visto aqui no Tecmundo, várias equipes estão trabalhando para bater o recorde de voo movido com força humana. Para isso, foram desenvolvidos vários projetos diferentes, sendo que algumas das invenções se parecem com aviões e outras com helicópteros — e todas elas são bem estranhas.

Apesar de não fazer parte dessa competição específica, uma equipe do Japão está obtendo bons resultados com os seus estudos. O time é composto por engenheiros que trabalham para a Yamaha e eles têm um projeto de uma espécie de avião que é feito de fibra de carbono e poliestireno. Por conta do material usado e da estrutura bastante básica, o veículo pesa um pouco mais de 36 quilos.

O objetivo da equipe é o de voar por 120 quilômetros, de modo que eles batam o recorde mundial atual, que é de praticamente 115 quilômetros. Para isso, um ciclista profissional vai ter que pedalar e suar muito para que essa marca possa ser alcançada — contudo, não há informações sobre quem vá fazer isso ou sobre a trajetória a ser seguida.


Fontes: PhysOrg, PopSci via Rafael Gazzarrini (Tecmundo) - Imagem: Reprodução/PopSci

Estados Unidos lança avião futurista sem piloto ao espaço




Os Estados Unidos lançou na última terça-feira (11) pela terceira vez ao espaço seu avião futurista X-37B, um pequeno dispositivo teleguiado que os especialistas pensam que poderá dar início a uma nova era de espionagem.

O longo veículo, de 8,9 metros, foi lançado por um foguete Atlas V à 01h03 local (16h03 de Brasília) de Cabo Cañaveral, na Flórida, em uma missão sobre a qual a força aérea americana deu pouquíssimos detalhes.

A United Launch Alliance, uma empresa conjunta entre a Boeing e a Lockheed Martin, ofereceu em troca ao vivo e em streaming imagens da decolagem em sua página na internet e afirmou que a missão apoiaria "a experimentação espacial".


O exército americano descreveu o programa X-37 B (foto acima) como uma forma de por à prova "tecnologias para uma plataforma de testes espaciais confiável, reutilizável e não tripulada", depois da retirada do programa de ônibus espaciais da Nasa.

A natureza secreta do equipamento do X-37B levou à especulação na mídia sobre os objetivos da missão, com alguns especialistas apontando que a Força Aérea americana está buscando novas formas de espionagem.

Especialistas em temas espaciais acreditam que o pequeno veículo, com capacidade para voltar à Terra e retornar mais uma vez ao espaço, poderia ser o último grito em programas de espionagem e ser usado potencialmente para interferir com satélites de países rivais.

A China mostrou recentemente grande interesse no espaço, tornando-se a terceira nação depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética a enviar seus próprios satélites em uma prova interpretada por Washington como uma advertência.

Esta é a segunda missão do X-37 B original, que foi lançado ao espaço em 2010 no programa inaugural de voo e permaneceu em órbita durante mais de meio ano.

Um segundo X-37B retornou à Terra em junho após orbitar durante 469 dias em um teste que foi além da intenção inicial de voo da nave, estimada em 270 dias.

O projeto X-37 B foi lançado pela agência espacial da Nasa em 1999 e adotado pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançados do Pentágono, que projeta novas tecnologias militares para os Estados Unidos. 


Fonte: AFP via UOL Notícias - Fotos: Reprodução

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A farra da FAB

Ministério Público investiga fraude na folha de pagamento da Aeronáutica depois de descobrir que oito mil militares demitidos nos últimos dez anos permanecem ativos em cadastro interno

ROMBO
Fraudes na FAB podem chegar a R$ 3 bilhões, valor correspondente 
a 70% do investimento previsto para o setor em 2012

O Ministério Público Federal está debruçado no que pode ser um dos maiores escândalos de desvio de verbas já descobertos envolvendo a Força Aérea Brasileira. Cerca de oito mil militares que foram demitidos nos últimos dez anos continuam ativos no cadastro interno da FAB e de órgãos federais, como o Ministério do Trabalho e da Previdência. Na enorme lista de soldados fantasmas – que corresponde a 12% do efetivo da Aeronáutica – constam até mortos, segundo documentos obtidos com exclusividade por ISTOÉ e que estão sendo analisados pelo procurador da República Valtan Timbó Furtado, do 7º Ofício Criminal, de Brasília. Depois de analisar os papéis, que incluem laudos internos da Aeronáutica e do Ministério da Defesa, o procurador encontrou elementos suficientes para investigar a FAB por crime contra o patrimônio e estelionato. “Vou pedir à Polícia Federal que instaure o inquérito”, disse Furtado à ISTOÉ. O rombo pode alcançar R$ 3 bilhões, valor equivalente a 70% de todo o investimento da Força Aérea previsto para 2012 e 20% do orçamento da Defesa. Na mira do procurador estão chefes de bases aéreas, comandantes do Estado-Maior da Aeronáutica e dos departamentos e diretorias de pessoal a eles subordinados.

Informada do caso em abril, a presidenta da República, Dilma Rousseff, ordenou uma devassa nas contas da Aeronáutica. Mas pediu sigilo para evitar ferir suscetibilidades. A suspeita da fraude aconteceu quando um grupo de ex-soldados decidiu recorrer à Justiça para tentar reingressar na FAB. Eles são parte de um contingente de 12 mil homens que entraram na Força Aérea entre 1994 e 2001, por meio de concurso público para o cargo de soldado especializado. A função fazia parte do Programa de Modernização da Administração de Pessoal, idealizado pelo brigadeiro José Elislande Bayo, que mais tarde seria secretário de Finanças da Aeronáutica. Em documento interno, classificado como reservado, Bayo atacou a “cultura viciada de improviso” e “métodos ultrapassados”. Para combater esses problemas, propôs a reestruturação de quadros e a criação da “figura do soldado especializado”, que poderia “dispensar o recrutamento para o serviço militar obrigatório”.

A ideia parecia boa, mas por algum motivo não funcionou. Dos 12 mil soldados especializados que prestaram concurso, apenas quatro mil foram aproveitados. Os demais acabaram desligados da FAB sem nenhuma justificativa, ao término de seis anos engajados. Como o edital não previa temporalidade, cerca de três mil desses soldados reuniram-se numa associação, a Anese, Associação Nacional dos Ex-Soldados Especializados, e passaram a cobrar o direito de reingresso. Foi quando descobriram que seus cadastros continuavam ativos, apesar da demissão. Luiz Carlos Oliveira Ferreira, por exemplo, trabalhou no Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos até 2001. Seu desligamento foi publicado em boletim interno, mas a FAB não comunicou a dispensa ao TCU, ao Ministério do Trabalho ou à Previdência. Quem consulta a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), o CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) e o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) verifica que Ferreira e tantos outros, como os ex-soldados Williams de Souza, André Miguel Braga Longo, Alexandre Gregório, Edmilson Brasil e Anviel Rodrigues, nunca foram demitidos de fato. “A FAB cometeu todo tipo de fraude cadastral”, acusou o ex-soldado Marcelo Lopes, que integra a direção da Anese em Brasília.

NA JUSTIÇA
Cerca de 3 mil soldados reuniram-se numa associação, a Anese, 
e passaram a cobrar o direito de reingresso à FAB

Robson Sampaio, da Anese do Rio, cita o caso de Alexandre Gregório, que após deixar a Aeronáutica prestou concurso para a Prefeitura do Rio e se surpreendeu ao descobrir que suas guias do CNIS, da Rais e do Caged estavam em nome de Denílson Nogueira, que consta como ativo no Parque de Material Bélico de São Paulo. Outro caso é o de Edmilson Brasil, que constam no Caged como aposentado, embora tenha sido demitido da FAB e hoje trabalhe na empresa Tecnoval Laminados. “Isso é caso de polícia. É preciso investigar a fundo essa fraude bilionária”, afirma Sampaio. As fraudes, segundo ele, também envolvem duplicidade de certificado de reservista de milhares de militares, como os ex-soldados especializados Teodoro dos Santos Gomes, Sandro Roberto de Souza, Nuil Benigno Andrade Ferreira e Alessandro Baptista. Eles descobriram que foram emitidos certificados em seus nomes tanto pelo Exército como pela Aeronáutica. Até mortos figuram como ativos na FAB, como Paulo Fabrício Cavalcante Vieira, morto em outubro de 2000 numa troca de tiros.

Questionada por ISTOÉ, a FAB negou o desvio de recursos e garantiu que os soldados especializados foram desligados da folha de pagamento da Aeronáutica. Em nota, a assessoria de imprensa alegou que os militares deixaram de constar da RAIS “desde quando deixaram de receber remunerações pela Aeronáutica”, o que não é verdade. Da mesma forma, a FAB alega que o fato de os soldados desligados estarem “ativos” no CNIS, no Caged e no CBO “não implica o pagamento de benefício pecuniário e tampouco recebimento de qualquer dotação orçamentária”. A justificativa não explica, por exemplo, o caso de Paulo André Schinaider da Silva. ISTOÉ obteve uma cópia da ficha interna do banco de dados da FAB, chamada SGIPES (Sistema de Informações Gerenciais de Pessoal). O soldado, admitido em 1998 e desligado em 2004, consta no cadastro sigiloso como “militar inativo”. Ou seja, aposentado. Portanto, beneficiário da previdência militar. Schinaider, porém, garante que não recebe o dinheiro. “Quero saber para onde está indo minha aposentadoria como militar. Para a minha conta é que não é!”, diz Schinaider. Ao procurar a FAB, o ex-soldado gravou com uma câmera escondida um funcionário informando que houve uma reunião para discutir sobre como desligar os soldados do sistema da FAB. “Ele disse que não havia como e que uma tenente ficou responsável por enviar ao Ministério do Trabalho e à Previdência pedidos de retificação da RAIS. Mas isso não muda nada lá dentro”, afirma Schinaider.

Uma análise da assessoria jurídica, mantida a sete chaves pelo comando, também atestou a falha no cadastro de soldados e alunos das escolas de formação de oficiais e sargentos, recomendando à FAB que passe a comunicar “os ingressos e saídas de praças e alunos” ao Tribunal de Contas. Descobriu-se que, embora os desligamentos dos soldados constem de boletim interno da FAB, os mesmos não foram informados aos órgãos de controle, nem ao Ministério do Trabalho ou à Previdência Social. Destacado para cuidar do assunto, o ex-deputado José Genoino, assessor especial do ministro Celso Amorim, admitiu em reunião com ex-soldados o “nó jurídico e material”. Resta saber se esse nó pode ser desatado e a quem beneficia. Em 2004, o TCU condenou Jayro José da Silva, ex-gestor de finanças da Subdiretoria de Pagamento de Pessoal, a devolver quase R$ 4,6 milhões em decorrência de uma fraude no cadastro. Ouvido por ISTOÉ, o coronel, que foi expulso da FAB, diz que assumiu a responsabilidade sozinho. “Perdi minha carreira, meu emprego e minha honra. Aguentei tudo para proteger muita gente”, disse. Questionado sobre quem seriam esses oficiais, Silva foi lacônico. “Melhor não mexer nisso.”

PROVA DO DESCONTROLE
Foram emitidos certificados de reservista, em nome do militar Alessandro Baptista, tanto pela Aeronáutica quanto pela Marinha, o que aumenta as suspeitas de irregularidades

Documento da Previdência (acima) mostra que, embora tenha sido demitido da FAB, o militar André Longo continua com cadastro ativo na Aeronáutica. O MP, em ofício encaminhado ao Departamento de Ensino da Aeronáutica (abaixo), alerta para as irregularidades na dispensa de soldados


Fonte: Claudio Dantas Sequeira - Imagens via IstoÉ

Anac divulga medidas para evitar colapso de aeroportos no fim do ano

Fiscalização será ampliada em 12 terminais, com reforço de 290 agentes


A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou nesta segunda-feira o planejamento para a operação dos aeroportos brasileiros durante o período de final de ano. De acordo com a agência, 17,4 milhões de pessoas devem passar pelos terminais este mês - um aumento de 8% em relação a 2011. A fiscalização será ampliada em 12 aeroportos, com reforço de 290 agentes da Anac - até o ano passado apenas seis aeroportos eram fiscalizados pela agência.

A Anac também apresentou medidas acordadas com as companhias aéreas para evitar o caos de filas e atrasos nos aeroportos. Todos os guichês das companhias aéreas devem estar funcionando, de acordo com o planejamento. A expectativa é de um aumento de 10% no número de funcionários das companhias trabalhando no período. As companhias se comprometeram a evitar overbooking nos voos do período e a ampliar o número de aviões reservas - no total serão 11 para as quatro principais empresas nos dias de maior movimento.

"O transporte aéreo já é um transporte de massa, superando desde o ano passado o movimento das rodoviárias para destinos interestaduais", afirmou o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt. "O grande truque para fazer os aeroportos funcionarem durante o período é o trabalho em equipe, conjunto entre todos os setores envolvidos."

A Infraero e as concessionárias dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, e Brasília, também adotaram medidas para evitar tumulto nos saguões. O número de funcionários da Polícia Federal e da Receita Federal também será ampliado nestes terminais no período.

A expectativa é de que o movimento no aeroporto de Guarulhos aumente em 10% em relação ao ano passado. A projeção é de 2,8 milhões de passageiros em dezembro. Já Brasília deve receber 1,4 milhão de passageiros. Os terminais também receberam investimentos de infraestrutura em sanitários, elevadores, escadas rolantes e assentos para melhorar o conforto dos passageiros. Viracopos também terá novos ônibus para o transporte de passageiros entre o terminal e as aeronaves.

Fonte: AE via IstoÉ - Foto via IstoÉ

Corpo 'que caiu do céu' intriga polícia britânica

Investigadores tentam há mais de três meses solucionar mistério envolvendo identidade de um homem que morreu ao cair de um avião em pleno voo no Reino Unido

Investigadores tentam, há mais de três meses, solucionar o mistério envolvendo a identidade de um homem que, aparentando ter 20 anos, morreu ao cair de um avião em pleno voo no Reino Unido.

Até agora, a polícia sabe muito pouco sobre o caso e acredita que o jovem seria um imigrante ilegal de Angola. Ele teria embarcado na aeronave na capital angolana, Luanda, ao entrar sem ser percebido no minúsculo compartimento do trem de pouso.

Como proteção à baixa temperatura e à alta pressão, o jovem teria tomado uma única precaução. Segundo os investigadores, ele encheu os ouvidos com pedaços de lenços de papel. Porém, oito horas depois, quando o avião já se aproximava da cidade de Mortlake, no sudoeste de Londres, para pousar no Aeroporto Internacional de Heathrow, o homem "caiu do céu", segundo relatos de moradores da região. 


"Eram 7h42. Acordamos com um barulho infernal", afirmou Lizzie Calfe. O corpo do homem foi encontrado próximo à casa da britânica, com graves ferimentos. Apesar de o incidente ter acontecido três meses atrás, ela, como muitos de seus vizinhos, quer descobrir a verdadeira história do homem - e por que ele decidiu por uma jornada tão desesperadora e sem volta.

"É difícil esquecer (...) quando começo a me lembrar do episódio, penso: ele tinha uma família", lamenta Calfe.

Tatuagem


A polícia metropolitana londrina ainda tentar juntar, em vão, as peças do quebra-cabeça. "Pode ser que seus parentes não saibam que ele está desaparecido e estão desesperados para encontrá-lo", disse o sargento Jeremy Allsup, que ainda não conseguiu descobrir a identidade do homem.

O "passageiro ilegal" carregava algumas cédulas da moeda de Angola e caiu em um ponto quando o avião, da companhia aérea British Airways, sobrevoava uma das principais avenidas de Mortlake. A polícia, porém, já divulgou pistas que podem levar à sua real identidade.

O rosto do homem, que ficou destruído com o impacto, foi reconstruído para ajudar os detetives a solucionar o caso. O que se sabe, de fato, é que ele tinha uma tatuagem em seu braço esquerdo com as iniciais ZG. "Se essa imagem for divulgada para um familiar ou amigo da vítima, possivelmente eles conseguirão identificá-lo", disse Allsup.


Mas a pista mais importante parece ter sido encontrada nos bolsos do jovem. Ele carregava um celular que contém números de sua família e amigos e possivelmente os contactaria em poucas horas, tão logo o avião aterrissasse no Reino Unido.

O telefone, no entanto, está bloqueado. Detalhes do chip foram encaminhados às autoridades angolas que, de posse do DNA do homem, sua arcada dentária e fotos, também tenta descobrir sua identidade, até agora, sem sucesso.

Para o sargento Allsup, a polícia angolana tem concentrado poucos esforços na solução da morte, uma vez que, apesar de ter recebido indicações da vítima, ainda não deu sinais de que investigará o caso. A Embaixada da Angola em Londres não fez comentários sobre o incidente.

Quebra-cabeça

Enquanto isso, outros ainda tentam descobrir informações sobre a identidade do homem. Gama Mossi, um angolano que recebeu asilo político do Reino Unido em 2000, organizou reuniões com outros exilados de seu país perto do local onde o imigrante ilegal caiu.

"É crucial para nós fazermos pressão sobre o governo de Angola para liberar informações à imprensa do meu país", afirma.

Para Mossi, crítico do governo, provavelmente o homem fugiu do país porque "não tinha emprego, era um nada na sociedade angolana. Não tinha nada a perder, como milhões de angolanos. A nossa voz não tem peso", critica.

Segundo o sargento Allsup, "ainda não sabemos como vamos resolver esse caso. Se não conseguirmos identificá-lo, teremos de enterrá-lo no Reino Unido".

Mas, para o angolano Mossi, o pior ainda está por vir. "É muito importante em nossa cultura sabermos de quem se trata, uma vez que, pelas nossas tradições, uma pessoa só está morta quando ela é enterrada da maneira tradicional. Se ele for enterrado aqui, sem nome nem sobrenome, é como se ele ainda estivesse vivo. Uma alma em trânsito", afirma.


Fonte: BBC Brasil via G1

Anac manda fiscal que só conhece Boeing avaliar novo piloto de Airbus

Agência diz seguir normas internacionais e não vê perigo à aviação do país.

Inspetor vê risco e recusa trabalho; órgão mundial recomenda rever prática.

Brasil conta com 71 inspetores civis e 56 militares para checar 14 mil pilotos a cada ano;
demanda só aumenta - Foto: EJ Escola de Aviação/Divulgação

Inspetores responsáveis por avaliar pilotos que pretendem tirar a licença para pilotar aviões - documento conhecido como "brevê" - e comandar voos de companhias aéreas brasileiras estão sendo convocados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para realizar os testes em aeronaves nas quais não são habilitados.

Em um dos casos, um checador que só conhece o sistema da Boeing foi convocado para testar pilotos que irão comandar voos de Airbus. O exame seria, inclusive, na sede da Airbus, em Miami. Alegando perigo de acidentes aéreos, o inspetor recursou o trabalho.

A Anac confirma a situação, mas garante que o procedimento não traz riscos e segue normas da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, da sigla em inglês). O órgão internacional diz que apenas prevê procedimentos e não tem poder de punição, mas recomendou à agência brasileira rever a prática.

A Boeing disse que não iria se manifestar sobre o assunto. A Airbus fez alguns questionamentos ao G1 sobre o tema, mas até a divulgação desta reportagem, não se posicionou sobre o caso.

Convocação por similaridade

Segundo a Anac, os avaliadores são convocados por similaridade com o grupo de aeronaves. "Inspetores de aeronaves como Airbus podem checar aeronaves como Boeing, pois tratam-se de aeronaves de grande porte/similares", diz a nota da agência.

Os sistemas das aeronaves das duas fabricantes atuam de forma diferente.

Carlos Montino de Oliveira, presidente da Associação de Servidores da Anac, no entanto, diz que a prática é frequente e gera riscos para a segurança aérea. "O manual que regula as normas para cheques na Anac é confuso. A situação da escala de inspetores vai contra os princípios da administração pública, especialmente os de publicidade e direito à informação".

A Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (APPA) também critica o procedimento adotado e reclama ainda da demora de até três meses para a liberação de licenças e da falta de transparência no processo de habilitações.

O Brasil conta com 71 inspetores civis e outros 56 militares, cedidos pela Aeronáutica, para realizar cheques anuais de 14,3 mil pilotos comerciais. Só em 2010, mais 2.693 licenças para novos pilotos privados, comerciais e de linhas aéreas foram expedidas. O número de novos contratados pelas companhias brasileiras cresceu 23% no mesmo ano.

'Medo de errar'

Um inspetor civil que é piloto de Boeing e checador de novos comandantes de aeronaves da mesma construtora foi chamado pela Anac para avaliar, na sede de treinamentos da Airbus, em Miami, nos Estados Unidos, se dois novos pilotos de Airbus A-320 da Avianca poderiam receber o brevê para realizar voos no Brasil. O servidor, que pediu para não ser identificado pela reportagem, recusou o trabalho.

Ele afirma ter alertado a Superintendência de Segurança Operacional (SSO) e ao Diretor de Operações de Aeronaves, Carlos Pellegrino, que o procedimento de convocar profissionais sem conhecimentos técnicos adequados para realizar exames de novos pilotos colocaria em risco a aviação e infringiria normas da Organização da Aviação Civil Internacional. Procurada para comentar o episódio, a Avianca não se manifestou.

Ao decidir não avaliar pilotos de aeronave diferente da que costuma pilotar, o inspetor diz que relembrou acidentes aéreos recentes com modelos Airbus, como tragédias de voos da TAM, que deixou 199 mortos no Aeroporto de Congonhas em 2007, e da Air France, que resultou na morte de 228 pessoas em 2009, ao cair no Oceano Atlântico. Ele afirma que teve medo de errar.

Outros colegas responsáveis pela avaliação de pilotos também questionaram procedimento adotado pela Anac e apontaram falta de inspetores para dar conta da demanda. "Isso não acontecia até este ano. É decorrente da escassez de profissionais", diz um checador. A Anac contava com quatro grupos diferentes de inspetores para avaliar os pilotos de linha aérea de aeronaves Boeing, Airbus, Embraer e ATR. Segundo servidor ouvido pelo G1, as escalas da agência começaram a misturar os grupos.

Organização recomenda rever procedimentos

Documento nº 8335 da Organização da Aviação Civil Internacional, manual de procedimentos para inspeções e certificações de pilotos e aviões, informa que o inspetor "deve ter pelo menos a mesma qualificação" que o piloto que será submetido à avaliação. O texto aponta ainda que, para inspeções em voo, o fiscal deve saber operar a mesma aeronave ou um avião com características operacionais semelhantes.

Inspetores convocados para checar aeronaves que não conhecem dizem que há risco, 
mas Anac não vê problemas no procedimento - Foto: Rede Globo

Procurada pelo G1, a organização afirma que os "seus documentos preveem procedimentos internacionais de atuação, mas que cabe a cada país decidir como as recomendações devem ser incorporadas internamente de acordo com a legislação local". A ICAO diz não ter poder de punição, pois "não é uma agência reguladora ou uma autoridade".

Mesmo assim, a diferença de visão entre os checadores em relação às normas internacionais e os procedimentos adotados é algo que "a Anac deve rever e decidir o que deve ser feito", recomenda a organização.

Associação pede maior lisura

George Sucupira, presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (APPA), critica a Anac. "Há um conflito de informações dentro da Anac que, muitas vezes, impede que os processos de habilitações e cheques andem com rapidez", afirma. "Isso é perigoso e gera desconfiança. Cada avião que cai é uma pedra no meu caixão, um dia de luto para toda a comunidade da aviação".

Preocupada com a situação, a APPA enviou uma carta à Anac pedindo maior lisura nos processos de renovações e primeiras licenças. "Há mais de sete mil processos parados, e o tempo médio de espera é de três meses. Ficamos numa encruzilhada de ações judiciais", diz Sucupira.

Em nota, a Anac confirmou que recebeu a carta e está realizando reuniões com a APPA sobre as demandas. Depois da greve dos servidores, entre julho e agosto, a agência disse que traçou projetos internos para gerenciar o grande número de processos e que indefere muitas requisições devido à não apresentação de documentos corretos.

A Anac afirma que "as habilitação possuem sua situação divulgada para seus usuários diretamente no portal de licenças e as decisões são enviadas aos usuários via mensagem eletrônica" e salienta que "a aviação trabalha dentro de um sistema" e que o exame "não pode ser visto como atividade isolada", pois os pilotos passam por centros de instrução e trabalham em empresas que possuem programas de treinamento autorizados.


Fonte: Tahiane Stochero (G1)

Avião não tripulado dispara mísseis com precisão cirúrgica

A Força Aérea norte-americana aprimorou uma aeronave não tripulada de capacidades que podem impressionar. O Reaper pode voar por 14 horas ininterruptas (42 com uso de tanques extras de combustível), disparar mísseis Hellfire em alvos terrestres, atingir velocidades de 370 km/h e seu teto operacional pode alcançar 15 quilômetros. Novos aprimoramentos permitirão que a aeronave pouse sozinha e dispare mísseis em aviões inimigos, tripulados ou não.


Até aqui, aeronaves não tripuladas tinham limitações operacionais que as faziam ideais apenas para atividades de reconhecimento, coleta de informações sobre o inimigo e vigilância. Com o Reaper, o paradigma muda: agora, aviões não tripulados podem ser desenvolvidos especificamente para uso em operações de ataque.

O Reaper é controlado via terra por uma estação que conta sempre com uma equipe de três pessoas. O avião transmite, constantemente, suas leituras e dados para o time, que é composto por um piloto, responsável pela navegação do aparelho, operador, que se encarrega das leituras dos sensores e monitoramento do comportamento do avião e um coordenador de missão, que tem a função de gerenciar todo o andamento da missão.

A aposta no modelo de aeronave não tripulada para operações de ataque é tão grande que as forças norte-americanas já investem US$ 87 milhões (cerca de R$ 175 milhões segundo a tocação atual) em operações de upgrade nos 80 Reapers que já estão a seu serviço. Cada uma dessas aeronaves custou US$ 36 milhões (R$ 72 milhões), quando foram compradas, há menos de dois anos. Com esta atualização, os Reapers terão mais mobilidade, capacidade de defesa diante de outros aviões e conseguirão pousar sozinhos, independentemente das condições climáticas e de combate.

Fonte: Gizmodo via Filipe Garrett (TechTudo) - Foto: Reprodução

Avião agrícola cai no interior do RS e piloto é resgatada com vida

Mulher guiava aeronave, que caiu em lavoura de Santa Vitória do Palmar.

Vítima teve fratura na perna direita e foi encaminha ao hospital da cidade.


Um avião agrícola caiu em Santa Vitória do Palmar, no Sul do Rio Grande do Sul, por volta das 9h desta segunda-feira (10). Segundo o Corpo de Bombeiros, o acidente ocorreu durante o procedimento de dedetização de uma lavoura de arroz na localidade de Mirim. Na aeronave estava apenas a piloto, de 27 anos, que foi resgatada no local.

Ainda de acordo com os bombeiros, o local onde o avião caiu era de difícil acesso e atrasou o resgate. No entanto, a piloto foi retirada ainda consciente dos destroços. O avião ficou parcialmente destruído, mas a polícia ainda não sabe precisar as causas do acidente.

No primeiro momento, a piloto foi encaminhada para a Santa Casa de Santa Vitória do Palmar em estado regular. Natural de Guaporé, ela fazia o primeiro voo em um avião agrícola e havia passado uma semana em treinamento. Daniela Petuco foi transferida durante a tarde para a traumatologia da Santa Casa de Rio Grande. Ela sofreu fraturas na mão, mandíbula, clavícula e tornozelo, além de diversos cortes.

Fonte: G1 - Foto: SAMU/Santa Vitória do Palmar

Avião em que cantora mexicana viajava é encontrado 'destruído'

As autoridades do México encontraram neste domingo (9) 'totalmente destruído' o avião particular no qual viajavam a cantora mexicano-americana Jenni Rivera (foto ao lado) e seis pessoas mais, que não sobreviveram ao choque, informaram fontes oficiais.

'A informação que temos é essa: não há um só sobrevivente', disse à rede 'Televisa' o diretor-geral da Aeronáutica Civil do país, Alejandro Argundín.

O alto funcionário mexicano explicou que a aeronave foi achada no rancho conhecido como El Tejocote, na comunidade conhecida como La Colorada, do município de Iturbide, no estado de Nuevo León (norte).


A aeronave, modelo Learjet 25, prefixo N345MC, registrado para a empresa Starwood Management LLC, ficou 'destroçada, totalmente fragmentada' e seus restos espalhados por uma região de '250 ou 300 metros quadrados'.

'Estamos iniciando o protocolo de coleta das peças, dos fragmentos que ficaram na região, que é muito complicada, muito ampla', acrescentou Argudín.


Por sua vez, em entrevista à mesma rede de televisão o secretário de Transportes e Comunicações (SCT), Gerardo Ruiz Esparza, disse que as evidências encontradas 'fazem supor que se trata do avião no qual viajava a cantora Jenni Rivera'.

O ministro explicou que 'o golpe foi tão forte que praticamente o avião não está reconhecível'.

O ministro assinalou não ter por enquanto o detalhe da matrícula do aparelho para sua plena identificação, mas admitiu que 'pelo lugar no qual caiu, pelas condições em que se encontram os destroços que se trata da aeronave na qual a artista viajava.

O titular da SCT remeteu à investigação aberta do caso 'para credenciar com provas totalmente evidentes' que é a aeronave das sete pessoas.

'Tudo está totalmente destruído, é muito lamentável dizer isso', acrescentou.


Além da artista, estavam na aeronave Arturo Rivera, representante da artista, seu advogado, Mario Macias, o maquiador Jacob Llenares, uma pessoa identificada como 'Gerardo N.', e os pilotos, Miguel Pérez e Alejandro Torres.

A aeronave pertencia à empresa americana Starwood Management. O avião saiu do aeroporto internacional de Monterrey às 3h15 (horário local, 7h15 de Brasília) e tinha como destino o aeroporto de Toluca, mas perdeu contato a uma distância de 61,8 milhas de Monterrey.

Na noite de sábado a artista Jenni Rivera fez um grande show na Arena Monterrey, após o qual pegou o avião no qual perdeu a vida.


Rivera era considerada uma das mais importantes artistas femininas da música regional mexicana, vendeu mais de 22 milhões de discos e recebeu seis prêmios Billboard de música Latina.

Fontes: EFE via G1 - Imagens: Reprodução

Aeronave faz pouso forçado e PM prende piloto com mandado de prisão

Piloto tem passagens por tráfico de drogas e estelionato em vários estados.

Aeronave caiu na zona rural de Ibiá, em Minas Gerais.


Uma aeronave fez um pouso forçado na tarde desta segunda-feira (10), em uma fazenda na zona rural de Ibiá, no Alto Paranaíba. Segundo o piloto, o fato provavelmente ocorreu após um curto-circuito na parte elétrica. Os dois ocupantes, o piloto de 67 anos e um passageiro de 23, conseguiram sair antes que ela pegasse fogo e não se feriram.

Com a chegada da polícia, o piloto foi preso após a PM verificar que a licença para pilotar estava vencida desde 1995, e ainda por não apresentar documentação de propriedade do avião, o Cessna 182 Skyline, prefixo PT-IMJ. Além disso, a polícia constatou que ele tem passagens por tráfico, roubo e estelionato em vários estados e um mandado de prisão contra ele. O suspeito foi encaminhado para a delegacia e segue preso na cadeia da cidade.

A Polícia Militar (PM) informou, ainda, que o piloto seguia de Matupá, no Mato Grosso, para Jaboticabal, no estado de São Paulo para fazer exames para renovar a licença. O jovem que o acompanhava foi liberado e a Polícia Federal (PF) de Uberaba, no Triângulo Mineiro, irá até o município nesta terça-feira (11) para investigar o caso. Ainda de acordo com a PM, o piloto era de Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, e o passageiro de Cuiabá, no Mato Grosso.

Fonte: G1 - Foto: Polícia Militar/Divulgação

Acidente com um Boeing 767 no Zimbabue fazia parte de uma simulação

O suposto acidente que um Boeing 767 proveniente de Londres sofreu ao aterrissar no aeroporto internacional de Harare não passou de uma simulação planejada para testar as respostas a situações de emergência, indicou um funcionário da Aeronáutica Civil do Zimbábue.

Uma hora e meia antes, o diretor da Aeronáutica Civil, David Chawota, havia anunciado que o Boeing 767 da Air Zimbabwe havia sofrido um acidente ao aterrissar em Harare.

Fonte: AFP

Dois ficam feridos após queda de monomotor em Oliveira, MG

Segundo PM, piloto tentou fazer um pouso forçado em uma fazenda.

Vítimas foram levadas para o Pronto Atendimento da cidade.

Monomotor saiu de São João del Rei com destino a Divinópolis, diz polícia 

Duas pessoas ficaram feridas após a queda de um avião monomotor em uma comunidade rural em Oliveira, no Centro-Oeste do estado, na tarde desta segunda-feira (10). Segundo as primeiras informações da Polícia Militar (PM), o piloto tentou fazer um pouso forçado em uma fazenda, mas o avião caiu.

A PM disse que o avião tinha como rota Pará de Minas, Piedade dos Gerais e Oliveira. Segundo testemunhas, o monomotor Cessna 150M, de prefixo PR-RIG, tentou fazer um pouso forçado em uma plantação de milho em uma fazenda na Comunidade do Fundão, na zona rural de Oliveira.

Ainda de acordo com a PM, o piloto, de 55 anos, e o passageiro, de 29 anos, foram socorridos e levados para o Pronto Atendimento de Oliveira onde receberam os primeiros socorros. Os dois foram transferidos para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, e passam por exames na manhã desta terça-feira (11). 



Fonte: G1 - Foto: Sérgio Henrique Dinis/Jornal UAI! / TV Alterosa

Avião da Ryanair esteve prestes a cair em setembro

A revista alemã "Der Spiegel" revela que o avião que cobria a rota Manchester-Memmingen, com 141 pessoas a bordo, teve sérias dificuldades para aterrar, no passado dia 23 de setembro.


O painel de controlo da cabine ficou repentinamente vermelho, e os sinais de alarme começaram a aparecer, conta a publicação alemã, sobre o que parece ter sido um atribulado voo da companhia low cost Ryanair. Ao que parece, o avião terá estado prestes a chocar com a pista de aterragem. Tudo aconteceu porque os pilotos tentaram respeitar a hora de aterragem, realizando uma manobra perigosa na fase de aproximação à pista, que esteve a ponto de lhes custar a vida.

O voo partia de Manchester e levava 141 pessoas a bordo, escapando "milagrosamente" do desastre durante uma tentativa quase falhada de aterragem no aeroporto de Memmingen, na Alemanha. A apenas 140 metros do solo, o avião começou a descer "com uma velocidade excessiva", de acordo com uma reconstituição realizada pela revista "Der Spiegel". Terá sido apenas no último momento antes do embate no chão que os pilotos conseguiram levantar a parte dianteira do avião. No cockpit viveram-se momentos de pânico.

Já há vários meses que a Ryanair está no centro de diversas polémicas por questões de segurança. No passado mês de julho, três aviões da companhia low cost, que partiram de Madrid, tiveram de realizar uma aterragem em Valência por falta de combustível. Outro problema aconteceu em setembro, quando um voo teve de voltar para trás devido a problemas com a pressurizarão da cabina.

Fonte: Graciosa Silva (DN Globo) - Foto: dpa

Angolano cai de avião e morre junto a aeroporto em Londres

Não é a primeira vez que acontece, mas dá sempre arrepios. Um homem - trata-se quase invariavelmente de um corpo masculino - aparece morto no pavimento de uma vila ou aldeia próxima de um aeroporto. O instinto é pensar que foi crime, mas depressa se compreende a verdade. O corpo tombou de um avião. 

Retrato computadorizado, elaborado pela polícia, do homem que caiu em Mortlake

Um caso recente teve lugar em Mortlake, zona residencial próxima do aeroporto de Heathrow, em Londres. Em Setembro, numa ensolarada manhã de domingo, um ruído surdo anunciou a queda de um corpo num passeio, entre carros e casas ("Deve ter caído mesmo a direito", observou um residente. O passeio não é largo).


Era o corpo de um africano. Apresentava-se deformado - a polícia não especificou - e tinha no bolso algumas moedas angolanas, o que leva a pensar ter vindo desse país.

Muitas formas de morrer

Todos os anos há dezenas de situações deste tipo. Pessoas desesperadas, a fugir de qualquer coisa ou a tentar emigrar para um país rico. Há dezenas de casos por ano, sobretudo oriundos de países africanos, cujos aeroportos controlam mal o acesso às aeronaves.

Uma vez mais, as autoridades explicaram os riscos extremos - outros tantos modos possíveis de perder a vida - inerentes a essa forma de viajar clandestinamente. Pode-se ser esmagado pelo trem de aterragem a recolher. Nos compartimentos de bagagens não há pressurização, oxigénio ou aquecimento. O normal é morrer logo durante a primeira hora de vôo, por hipotermia ou de outra forma.

Se por acaso o passageiro clandestino ainda se encontrar vivo quando a viagem se aproximar do fim, estará quase de certeza inconsciente. Quando o trem de aterragem começar a abrir, a probabilidade de ele tombar no vazio é alta.

Flores foram retiradas

Foi quase de certeza o que aconteceu ao pobre homem de Angola (ainda não identificado) cujo aparecimento parece ter constituído um trauma para os residentes de Mortlake.

Eles dizem que ainda não conseguem deixar de pensar no assunto. Mas quando alguns angolanos residentes em Londres foram pôr umas flores no local, as flores depressa foram retiradas.

Para que não se torne um local de peregrinação, explicam os residentes.

Fonte: Luis M. Faria (expresso.sapo.pt)

China condena à morte três acusados de tentar sequestrar avião


Um tribunal da região autônoma de Xinjiang, no noroeste da China, condenou nesta terça-feira à morte três pessoas que tentaram sequestrar um avião comercial no dia 29 de junho, e sentenciou outro acusado à prisão perpétua, anunciou a agência estatal de notícias "Xinhua".

O breve comunicado oficial não identificou nem deu detalhes sobre os condenados, que faziam parte de um grupo de seis pessoas que tentou assumir o controle de um voo da companhia Tianjin Airlines que tinha como destino a capital de Xinjiang, Urumqi. As autoridades então disseram que os sequestradores eram uigures (minoria muçulmana que vive em Xinjiang), mas este e outros dados foram postos em dúvida por grupos de exilados dessa etnia. Os outros dois envolvidos morreram na tentativa de sequestro, que foi abortado pela tripulação e os passageiros, segundo a imprensa oficial.


O governo chinês defende que na região de Xinjiang, povoada por uigures e outras etnias de etnia muçulmana há séculos, operam grupos separatistas e terroristas que reivindicam a independência da região. No entanto, uigures no exílio denunciam que Pequim utiliza a "desculpa do terrorismo" para reprimir a religião e cultura de seu povo.

Fonte: EFE via O Dia - Fotos: Reprodução

A escolha da FAB

Documentos obtidos por ISTOÉ revelam preferência da Aeronáutica pelo caça americano F-18. A tendência é de que Dilma Rousseff atenda aos anseios dos militares

CÉU DE BRIGADEIRO
O caça F-18 Super Hornet, além de ter um desempenho melhor, segundo a FAB, 
custa quase a metade do valor orçado pela Dassault

Um relatório de análise da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac) da Força Aérea Brasileira (FAB), obtido com exclusividade por ISTOÉ, deve provocar uma reviravolta na concorrência para a compra dos caças, que se arrasta desde o governo FHC. O documento mostra que, contrariando as especulações em torno do programa F-X2, a FAB optou pelo caça americano F-18 Super Hornet, produzido pela Boeing. Entre os concorrentes estão o modelo francês Rafale e o sueco Gripen NG. O relatório estava pronto havia dois anos, mas tinha sido engavetado pelo então ministro da Defesa, Nelson Jobim. Na ocasião, o ministro levou ao Palácio do Planalto a preferência pelo Rafale, uma opção política que não considerou as análises técnicas contidas no documento produzido pela Aeronáutica. O ex-presidente Lula chegou a tornar pública uma preferência pelos franceses e com frequência emitia sinais de exagerada proximidade com o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy. Diante da predileção da FAB pelo avião americano, resta saber agora qual será a decisão final da presidenta Dilma Rousseff. A tendência é acompanhar o relatório técnico. Dilma revelou a assessores que está disposta a bater o martelo sobre os caças antes do vencimento das propostas comerciais no próximo dia 31. O que lhe interessa, tem dito a presidenta, é saber qual negócio oferecerá mais vantagens ao desenvolvimento do País. E a FAB garante que a compra do modelo americano é a mais vantajosa.

PRÓ-RAFALE
O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim havia engavetado o relatório da FAB

Questões como preço, custo de manutenção, prazo de entrega e desempenho operacional são exploradas a fundo pelo relatório. O documento da FAB mostra, por exemplo, que o F-18 tem um custo de US$ 5,4 bilhões para o pacote de 36 aeronaves. É quase a metade dos US$ 8,2 bilhões orçados no Rafale. O Gripen NG, oferecido a US$ 4,3 bilhões, é o mais barato dos três, mas trata-se de um avião em desenvolvimento nunca testado em combate na versão oferecida, pondera a FAB. O caça francês, além de mais caro que os demais, possui valor de hora-voo de US$ 20 mil. O dobro do jato americano (US$ 10 mil) e três vezes o do sueco (US$ 7 mil). Para justificar a preferência pelos caças americanos, o relatório traz outro dado nunca mencionado nas discussões anteriores sobre o FX-2: o armamento empregado no Super Hornet é mais econômico e possui maior diversidade que o de seus concorrentes. No documento, a FAB alerta também para a necessidade de uma solução imediata sobre o programa de caças, em razão do risco de vulnerabilidade a que o Brasil estará exposto em breve. “A importância estratégica do F-X2 torna-se evidente diante de um quadro de obsolescência”, alerta a FAB.


Outro documento também obtido pela reportagem da ISTOÉ poderá pesar na decisão da presidenta. Trata-se de uma minuta de cooperação estratégica firmada em sigilo entre a Embraer e a Boeing, pela qual a companhia americana – maior fabricante mundial de aeronaves – se compromete a entregar o maior programa de off-set (contrapartida) já oferecido pelos EUA a qualquer país fora da Otan. O acordo estabelece, por exemplo, apoio à comercialização dos Super Tucanos A-29 e do avião de transporte KC-390 em mercados inacessíveis ao Brasil. Também está prevista a construção conjunta de um avião de treinamento para pilotos, que poderá ser vendido a países da América Latina, a integração de armamentos nos Super Tucanos e o desenvolvimento de um jato multiemprego de quinta geração para ser comercializado em nível mundial. Num gesto inédito, a Boeing se compromete ainda a abrir um centro tecnológico no Brasil. Oficialmente, a Embraer diz desconhecer o documento, mas garante que está capacitada para trabalhar em parceria com quaisquer dos fornecedores. Num encontro recente com o comandante da FAB, Juniti Saito, a presidenta Dilma foi enfática. “Precisamos ajudar a Embraer”, disse. Não ficou claro se ela já havia decidido pelo F-18, mas assessores garantem que a análise técnica nunca pesou tanto.

Fonte: Claudio Dantas Sequeira (Revista IstoÉ) - Fotos: MC3 Jason Johnston / Marcos de Paula/AE