segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

SP: Avião cor-de-rosa faz pouso em Viracopos nesta segunda-feira

Quem passar pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no começo da tarde desta segunda-feira pode se surpreender com uma aeronave diferente do padrão. O pouso de um avião cor-de-rosa da companhia aérea Azul está marcado para 12h40m. A novidade faz parte das ações de luta contra o câncer de mama, que mata 35 mulheres por dia no país. A ação surgiu de uma parceria da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) e da Embraer.Onze cidades brasileiras vão receber esses voos especiais. Os aviões pousam no Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Vitória, Campo Grande, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e São Luís até o dia 14 de dezembro.

A tripulação é formada apenas por mulheres e os seus uniformes também são da cor da campanha. Os passageiros do voo são empresários, convidados e jornalistas.

Em cada cidade, haverá ações de informação e conscientização, distribuição de folhetos explicativos e uma palestra aberta ao público ministrada por profissionais da Femama sobre a doença e sua prevenção. A aeronave cor-de-rosa da Azul poderá ser fotografada.

Segundo Maira Caleffi, presidente da Femama, essa ação contribuirá muito para a prevenção da doença, já que no Brasil, 50% dos casos são descobertos em estágio avançado quando as chances de cura são mínimas.

- É preciso atrair a atenção para a causa, despertar a consciência das pessoas e alertá-las para o fato de que esta doença não escolhe suas vítimas. Sem investimento, o câncer de mama não tem tratamento -disse.

Batizado como Rosa e Azul, o Embraer 195 foi pintado com a cor que representa a luta mundial contra o câncer de mama para simbolizar a parceria da companhia, com a Embraer e FEMAMA para o combate à doença.

Fonte: EPTV via O Globo - Imagem: Divulgação

Brasil recebe avião de patrulha marítima

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, participaram na sexta-feira, na base de Getafe, na Espanha, da cerimônia de inspeção do recebimento do primeiro avião de patrulha marítima P-3AM modernizado pela Airbus Military para a Força Aérea Brasileira (FAB). O pacote completo é composto por nove aeronaves P-3, fabricadas nos Estados Unidos, convertidas a partir de um lote de 12, ao custo de US$ 470,9 milhões.

O grupo especializado em aviação de patrulha da FAB vai levar a observação oceânica até o limite da África, expandindo consideravelmente a capacidade de busca e resgate. A área de cobertura de segurança sob responsabilidade do País é de cerca de 6 milhões de quilômetros quadrados sobre o Atlântico - 2 milhões de quilômetros quadrados além da área conhecida como Amazônia Azul.

Mais que isso, os grandes turboélices de quatro motores ganharam notável capacidade de combate. Podem lançar o míssil ar-superfície Harpoon, com alcance de 90 quilômetros, e despejar minas antinavio. A capacidade total de carga é de 9 toneladas, incluídos aí torpedos, bombas guiadas, cargas de profundidade e mísseis ar-ar de curto alcance da classe Piranha. O P-3AM é a versão militar do Electra, utilizado na ponte aérea entre Rio de Janeiro e São Paulo de 1975 a 1992.

As aeronaves vão ficar na base aérea de Salvador, agregadas ao 7.º Grupo de Aviação. Pesadas e de grande porte, podem permanecer em voo por 16 horas, com alcance de até 9 mil quilômetros em patrulha - ou metade disso em missão de ataque. O complexo sistema de procura e localização eletrônica é muito avançado, identifica objetos de 60 centímetros sobre a água e esquadrinha blocos de centenas de quilômetros simultaneamente. A capacidade de detecção submarina é informação sigilosa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Agência Estado - Foto: defensa.com

Tribunal francês culpa Continental por acidente com Concorde

Uma corte francesa condenou nesta segunda-feira a Continental Airlines e um de seus mecânicos por homicídio culposo pela participação no acidente com o avião Concorde, em 2000, que causou a morte de 113 pessoas e resultou no fim da carreira do supersônico.

O mecânico soldador John Taylor foi condenado a 15 meses de prisão, que não precisará ser cumprida, e a Continental Airlines terá de pagar multa de 200 mil euros pelo acidente ocorrido no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.

O veredicto expõe a Continental - agora United Continental Holdings, depois de uma fusão - e o grupo aeroespacial EADS ao pagamento de indenizações que poderiam chegar a dezenas de milhões de euros.

A Continental Airlines qualificou de "absurda" a decisão da corte e anunciou que irá entrar com recurso.

Os promotores responsabilizaram a companhia aérea por uma peça de metal que se soltou de um avião da Continental que levantara voo pouco antes do Concorde da Air France decolar. Essa peça causou furos nos pneus do Concorde, lançando fragmentos contra os tanques de combustível - a causa do incêndio fatal.

O encarregado de manutenção da Continental, Stanley Ford, foi inocentado.

"Concordamos com a decisão da corte de que Sanley Ford era inocente das acusações que enfrentava e compartilhamos seu alívio pelo fato de esse pesadelo de uma década ter acabado, mas nós discordamos fortemente do veredicto da corte em relação à Continental Airlines e a John Taylor, e evidentemente vamos apelar contra essa conclusão absurda", disse o porta-voz da empresa no Reino Unido, Nick Britton, em um comunicado por e-mail.

"Apontar um pedaço de metal como causa do acidente, e a Continental e um de seus empregados como únicas partes culpadas, mostra a determinação das autoridades francesas de desviar a atenção e a culpa da Air France, que era estatal na época e operava e fazia a manutenção do aparelho, bem como das autoridades francesas responsáveis pela navegabilidade aérea e segurança do Concorde", diz o texto.

O Concorde da Air France, que transportava em sua maioria turistas alemães para o Caribe, estava decolando de Paris no dia 25 de julho de 2000 quando um dos motores pegou fogo. A aeronave, totalmente em chamas, bateu em um hotel perto do aeroporto Charles de Gaulle.

As 109 pessoas a bordo e outras quatro que estavam na rua morreram.

A Continental passou a ser parte da United Continental Holdings, depois de uma fusão concluída em agosto.

Fonte: Thierry Lévèque (Reuters) via UOL Notícias - Foto: Reuters

domingo, 5 de dezembro de 2010

Na cobertura do conflito no Rio, helicópteros foram as estrelas

Relegados a coberturas de acidentes, trânsito e enchentes, os helicópteros passaram a peça-chave das TVs nas últimas semanas.

As cenas de traficantes fugindo da Vila Cruzeiro, captadas pelo helicóptero da Globo, tiveram tanta repercussão que, no dia seguinte, a polícia proibiu imagens aéreas na região.

O diferencial, no entanto, tem um (alto) custo. O modelo mais usado pelas emissoras é o Robinson RH 44, que não precisa ser adaptado e pode sair da fábrica já com as câmeras instaladas.

Com o preço médio de US$ 1,5 milhão (R$ 2,55 milhão), o helicóptero tem um custo operacional (combustível e manutenção) de R$ 1.500 por hora de voo.

A bordo, costumam ir piloto, cinegrafista e repórter.

Isso quando tudo não se concentra em um único profissional, como o famoso comandante Hamilton, hoje na Band. "Eu mesmo corro atrás da informação", diz ele.

No Rio, as imagens da Globo foram captadas por seus dois helicópteros, equipados com câmeras HD, cujas lentes têm capacidade de aumento de 800 vezes. E foi justamente esse poderoso zoom que permitiu o voo a 2,5 quilômetros do conflito, garantindo a segurança sem prejudicar a nitidez das imagens.

A Rede TV! possui um helicóptero próprio e a Record, dois. Já SBT e Band alugam o equipamento.

Fonte: Keila Jimenez e Samia Mazzucco (jornal Folha de S.Paulo) - Fotos: Reprodução

Aeronáutica sempre desejou americanos, mas escolha é política

Gostar por gostar, os pilotos da FAB sempre preferiram os aviões norte-americanos, considerados os melhores do mundo.

Mas o F-18 da Boeing ficou espremido entre a preferência política pelo Rafale francês e a opção técnica da própria Aeronáutica pelo Gripen NG sueco.

Essas posições tornaram-se claras desde o início do programa FX-2, para a compra de 36 novos caças da FAB. Na primeira viagem exploratória, a Paris, em fevereiro de 2008, o ministro Nelson Jobim (Defesa) já admitia publicamente a preferência pelo Rafale.

Na ida a Washington, no mês seguinte, ele também já praticamente descartava os caças norte-americanos, enquanto o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, admitia estar deslumbrado com os modelos de última geração, o F-35 e o F-22. Por isso, passou por um leve constrangimento.

Ao alegar a incompatibilidade desses aviões americanos com as necessidades brasileiras, o ministro dirigiu-se a Saito, buscando uma concordância: "Não é, Saito?" Desconfortável, o brigadeiro deixou transparecer que discordava: "Bem... o Brasil teria uma capacidade dissuasória maravilhosa..."

Depois disso, a escolha afunilou para o francês, o americano e o sueco, com a área política sempre apontando para o Rafale. Argumento recorrente: os EUA não transfeririam tecnologia, e o Gripen NG sueco não passava de um protótipo.

Washington contra-atacou enviando em agosto de 2009 uma carta da secretária de Estado, Hillary Clinton, em que ela assumia o compromisso de transferir tecnologia.

Não foi suficiente. Nos Estados Unidos, o feito pelo governo pode ser desfeito pelo Congresso.

Veio o 7 de Setembro, no mês seguinte, e Lula se atrapalhou ao anunciar a compra dos Rafale antes da conclusão do relatório da FAB.

O governo teve de dar o dito pelo não dito. Os governos dos três países assumiram então a liderança das pressões, enquanto as cúpulas das companhias faziam filas em Brasília.

Foi quando os EUA passaram a divulgar discretamente notas mostrando que o Rafale não era só francês e continha componentes americanos também sujeitos a veto.

O que paralisou o cronograma foi a divulgação pela Folha, em janeiro deste ano, do ranking da FAB: Gripen NG em primeiro, F-18 em segundo e Rafale em terceiro e último. Coube a Jobim arranjar um discurso e argumentos em sentido contrário.

O relatório tem 27 mil páginas, considerou sete critérios e o Gripen venceu justamente por ter o melhor preço e as melhores condições de transferência de tecnologia.

A 26 dias do final dos oito anos dos dois governos de Lula, porém, a Aeronáutica e o próprio Saito deixaram de ter preferências. O que interessa agora é ter um caça novo, qualquer caça.

Como já disse o chanceler Celso Amorim, "a decisão é política". Se é assim, dificilmente será pró-americanos.

Por: Eliane Cantanhêde (jornal Folha de S.Paulo)

Os negócios em voo

O governo Lula quer fazer a compra de caças com base em propostas caducadas para comparações caducas

Já vendedor de armamentos bem antes de chegar a presidente da França, o marido de Carla Bruni, Nicolas Sarkozy, cria um insulto original para os jornalistas com assuntos desagradáveis: "Pedófilos!", berrou irado, em resposta aos repórteres que voltaram à corrupção de um negócio de armas entre Sarkozy e o governo do Paquistão, anos 90. Por aparente acaso, o escândalo foi remexido na França quando Lula e Nelson Jobim estão na iminência de assinar, com Sarkosy, a compra dos caças franceses Rafale, já agendada conforme publicação na Folha.

Embora a ressalva "se for escolhido o Rafale", em seguida, na sua coluna de terça passada, Eliane Cantanhêde informa que amanhã Jobim "bate o martelo numa reunião com com Dilma e Paulo Bernardo (Planejamento)", e "depois é convocar o conselho de defesa para o dia 10 e reservar o dia 15 para Lula tirar fotos e assinar os atos correspondentes com o presidente Sarkozy".

Há, nessa agenda de uma escolha feita e acabada, uma originalidade brasileira para acompanhar a do presidente francês: o governo Lula quer fazer a compra da ordem de U$ 6 bilhões com base em propostas caducadas, como lhe denunciou um competidor, para comparações também caducas.

Complemento perfeito, portanto, para uma concorrência em que o terceiro colocado entre os três selecionados, nos estudos da FAB, tem a inexplicada preferência de Lula e do seu ministro -apesar de cada Rafale custar o equivalente a duas unidades de um dos concorrentes e sua hora de voo custar o triplo.

É nas sinuosidades dessa transação que os pedófilos sem altar podem incluir mais um negócio: a compra de novo avião presidencial, coisa de meio bilhão, claro que compra de um Airbus francês dos interesses de Sarkozy. A menos que a Boeing americana satisfaça-se com o presente de consolação, para ser derrotada pelos Rafale e não criar caso, que seria a compra de um grande jato seu.

Para tal fim, afinal de contas, foi inventada a necessidade de outro avião presidencial, proposta por Lula com o argumento -de lucidez e decência que não se deve pôr à prova- de que, assim, Dilma não passará pela "humilhação de fazer um reabastecimento" quando, e se, for à Ásia.

O outro lado

Além dos roubos, há violências físicas de improvável apuração nas investigações de abusos policiais na ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. As investigações são da própria polícia e há o justo temor das vítimas, que conhecem tudo em se tratando de represália e autoridade. Esse é um problema.

Outro é o ressarcimento. Não é justo que as vítimas de policiais precisem percorrer as tramitações de praxe, o empurra-empurra sem fim, para tentar obter a reposição financeira de parte do que perderam. São muitos os casos até de roubo e depredação evidentes, como os da sistemática maneira de inutilizar telas de TV, com uma perfuração central.

A simplificação das verificações e das reposições é complemento necessário e adequado para as tantas providências positivas com que o governo do estado e a Prefeitura do Rio mudam as faces das duas favelas. O lado urbanístico só tem sentido onde há o lado humano.

Onde a polícia vai, é conveniente que seja seguida por assistentes sociais e por promotores e defensores públicos, em socorro às vítimas dos abusos. Isso não impedirá os meios de comunicação de apresentarem, à sua maneira, a polícia como salvadora da liberdade e da democracia.

Por Janio de Freitas (jornal Folha de S.Paulo)

FAB disse preferir F-18, relatam EUA; leia íntegra dos telegramas em português


Telegrama afirma que, para comandante da FAB, caça americano "era o melhor'; preferência do Brasil é por francês

Documentos vazados pelo WikiLeaks revelam bastidores do lobby norte-americano em concorrência bilionária

O comandante da Força Aérea Brasileira, brigadeiro Juniti Saito, aparece em um despacho secreto da diplomacia norte-americana afirmando dar preferência aos F-18, aviões caça dos EUA.

Trata-se de referência a uma das maiores licitações da história da Aeronáutica, que pretende adquirir 36 aviões por um valor aproximado de R$ 15 bilhões.

A preferência do Palácio do Planalto é pelos equipamentos oferecidos pela empresa francesa Dassault, que fabrica o Rafale.

Em 31 de julho de 2009, o telegrama secreto assinado pelo então embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel, dizia que Saito tomou a iniciativa de ter uma conversa reservada em jantar no dia anterior com o general Doug Fraser, comandante do Comando Sul.

Na conversa, Saito disse que "não existia dúvida, do ponto de vista técnico, de que o F-18 era o melhor avião". Esse caça é produzido pela Boeing.

"Voamos no equipamento norte-americano há décadas", relatou o brasileiro, segundo frase colocada entre aspas no despacho diplomático de Clifford Sobel.

"E sabemos que [o F-18] é confiável e que sua manutenção é simples e oferece bom custo/benefício por meio do sistema de vendas militares externas", continua o texto.

Como já se sabia naquela época da predileção do presidente Lula pelo Rafale, Saito se antecipou e fez um comentário. "Ele disse que os franceses não poderiam se queixar porque acabaram de assinar um contrato de US$ 14 bilhões com o Brasil (para submarinos e helicópteros)."

A única ressalva apresentada por Saito foi a respeito da transferência de tecnologia por parte dos americanos. Informou precisar de carta dos EUA se comprometendo com essa política.

Sobel afirmou acreditar que o documento estivesse em estágio final de aprovação. "Aliviado, Saito disse que precisava ter a carta em mãos até o dia 6 de agosto", descreve o telegrama.

Esse despacho diplomático ao qual a Folha teve acesso é um entre milhares obtidos pela organização não governamental WikiLeaks (http://cablegate.wikileaks.org/).

Além desse telegrama, a Folha teve acesso a vários outros que tratam da compra dos caças pelo Brasil.

Há grande volume de telegramas relatando o esforço dos EUA a favor dos caças F-18, da Boeing.

Nesse documento no qual aparece Saito, ele conta que Barack Obama tratou do assunto diretamente com Lula numa reunião de cúpula do G8 na Itália, em julho de 2009. Esse lobby de Obama não ficou conhecido à época.

As manifestações de Saito foram consideradas pela diplomacia dos EUA "a mais clara expressão" de que o brigadeiro pretenderia "recomendar o F-18".

Mas, no final do ano passado, não foi o que se passou, pois a FAB classificou em primeiro lugar o caça Gripen, da Suécia, deixando o F-18 em segundo lugar na disputa.

Em maio do ano passado, segundo um telegrama do dia 19 daquele mês, os americanos decidiram passar a fazer lobby intenso a favor da Boeing porque "contatos brasileiros dizem não acreditar que o governo dos Estados Unidos esteja apoiando a venda fortemente".

"O esforço francês está sendo administrado diretamente pelo gabinete do presidente Sarkozy" e "o envolvimento sueco" é "em nível ministerial".

Relações pessoais

O governo dos EUA "é percebido pela maioria dos brasileiros como no máximo medianamente interessado em apoiar a venda. Essa é uma desvantagem crítica em uma sociedade como a brasileira, na qual os relacionamentos pessoais servem de fundação para os negócios", dizia o telegrama confidencial.

Embora tenham assinado vários documentos se comprometendo a transferir tecnologia, os norte-americanos se diziam intrigados. No Brasil, autoridades sempre propagavam a ideia de que isso não iria acontecer.

"Pode bem ser que os brasileiros desejem manter vivas as dúvidas sobre a transferência de tecnologia a fim de contarem com uma desculpa automática para a compra de um avião inferior, caso os líderes políticos assim decidam", dizia o despacho.

Em um item chamado "ataque à proposta francesa", os diplomatas dos Estados Unidos argumentam ser necessário "lembrar aos brasileiros" que "o esforço francês de vendas vem se baseando em alegações enganosas, se não fraudulentas".

É que parte dos equipamentos do Rafale tem "alta presença de conteúdo norte-americano, o que inclui sistemas de mira, componentes de radar e sistemas de segurança que requererão licenças norte-americanas".

Jobim

Já em um telegrama confidencial mais recente, de 5 de janeiro deste ano, a diplomacia dos EUA fala sobre usar o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para convencer Lula.

"Nós sabemos que o Super Hornet [F-18] recebeu a avaliação técnica mais favorável da FAB e é a escolha dos pilotos", afirma o despacho, para então concluir:
"Mas permanece, porém, o formidável obstáculo de convencer Lula. Nosso objetivo agora deve ser garantir que Jobim tenha argumentos reforçados ao máximo possível para ir a Lula em janeiro".

Leia íntegra dos telegramas em português:

19/05/2009 16h39

VZCZCXRO8264RR RUEHRGDE RUEHBR #0634 / 01 1391639ZNY SSSSS ZZHR 191639Z MAY 09FM AMEMBASSY BRASILIATO RUEHC / SECSTATE WASHDC 4328RUEKJCS / SECDEF WASHDCRHEHNSC/NSC WASHDCINFO RUEHFR / AMEMBASSY PARIS 0490RUEHSM / AMEMBASSY STOCKHOLM 0075RUEHRG / AMCONSUL RECIFE 9551RUEHRI / AMCONSUL RIO DE JANEIRO 7753RUEHSO/AMCONSUL SAO PAULO 4071RUCPDOC / DEPT OF COMMERCE WASHDCRUEKJCS / JOINT STAFF WASHDCRHMFISS / CDR USSOUTHCOM MIAMI FL

S E C R E T O

SECTION 01 OF 03 BRASILIA 000634 NOFORN SIPDIS STATE FOR WHA AND PM E.O. 12958: DECL: 05/19/2019 TAGS: PREL, MASS, ETTC, BR

ASSUNTO: AQUISIÇÃO DE CAÇAS PELO BRASIL: ESTRATÉGIA PARA FINAL DE PROCESSO REF: A. BRASILIA 216 B. BRASILIA 41

Classificado pela encarregada de negócios Lisa Kubiske. Razão: 1.4 1. (S/NF)

SUMÁRIO E PEDIDO DE AÇÃO. Restando dois meses para que o governo do Brasil [GOB] decida quanto a um caça de próxima geração, o concorrente norte-americano, o Boeing F-18 Super Hornet, continua a ser percebido por muitos brasileiros, do GOB e fora dele, como provável segundo ou até mesmo terceiro colocado no processo, apesar de ser o melhor avião e oferecer o melhor pacote compensatório. A maioria dos nossos contatos brasileiros nos dizem não acreditar que o governo dos Estados Unidos [USG] esteja apoiando a venda fortemente, o que desperta dúvidas em suas mentes sobre nossa confiabilidade como parceiros em longo prazo. Daqui até julho, haverá diversas oportunidades para assegurar aos brasileiros nos mais altos escalões que o USG apoia a venda. Os parágrafos 3-7, abaixo, contêm medidas propostas para minimizar as principais preocupações brasileiras e maximizar a chance de seleção do concorrente norte-americano. Entre essas medidas, contatos de alto nível, pelo presidente e secretário, serão críticos para superar a percepção de falta de apoio pelos Estados Unidos. Precisamos também enfatizar nossas garantias de que transferência de tecnologia foi aprovada e destacar a superioridade da proposta da Boeing com relação à de sua concorrente francesa. Como apontam os reftels, a embaixada acredita que o [Departamento de] Estado possa desempenhar papel crítico em fornecer garantias que serão essenciais para a vitória na concorrência. FIM DO SUMÁRIO.

2. (S/NF) À medida que a concorrência FX2 se aproxima de seus estágios finais, os Estados Unidos têm uma forte oferta da Boeing para o seu F18 Super Hornet, acompanhado por um grande pacote de cooperação industrial e custo geral competitivo. Embora possamos confiar em que o Super Hornet seria a escolha brasileira com base em suas capacidades superiores e atraente pacote compensatório, ainda assim ele não tem chance de vitória superior a 50%, devido ao apoio político de que desfruta seu concorrente francês e da persistente crença entre os brasileiros de que um relacionamento estreito com os Estados Unidos pode não ser vantajoso para o país. Para vencer a fase final da disputa pelo contrato FX2, portanto, dependemos de uma estratégia efetiva para superar nossas desvantagens políticas e permitir que a superioridade do Super Hornet seja o fator decisivo. Uma estratégia como essa precisa resolver diversas questões importantes:

Percepção de falta de apoio pelo USG

3. (S/NF) Porque o esforço francês está sendo administrado diretamente pelo gabinete do presidente Sarkozy, e dado o envolvimento sueco corrente em nível ministerial, o USG é percebido pela maioria dos brasileiros como no máximo medianamente interessado em apoiar a venda do FX2. Essa é uma desvantagem crítica em uma sociedade brasileira na qual os relacionamentos pessoais servem de fundação para os negócios. A dificuldade é exacerbada pela separação entre governo e indústria nos Estados Unidos. Não podemos, por exemplo, oferecer financiamento governamental em apoio a uma empresa estatal, como podem os nossos concorrentes. Para enfrentar esse problema, contatos de alto nível serão essenciais, especialmente por parte do Departamento de Estado, que a força aérea brasileira vê como restritivo quanto à cooperação militar. Nesses contatos, será preciso que as autoridades norte-americanas destaquem a parceria cada vez mais forte entre Brasil e Estados Unidos e a maneira pela qual a cooperação com os Estados Unidos, na expansão das obsoletas forças armadas brasileiras, oferecerá não só as melhores capacidades operacionais mas um reforço do nível mais amplo de cooperação entre os dois países. É por isso que assumimos posição favorável à aprovação de transferências de tecnologia, em apoio a essa venda. Além de tirar vantagem das oportunidades de curto prazo para contatos de alto nível oferecidas pela viagem do ministro da Defesa [MOD] Jobim a Washington em 20 maio e pela possível visita da secretária Clinton ao Brasil no final de maio, a embaixada acredita que os telefonemas entre os presidentes Obama e Lula, entre a Agência de Segurança Nacional (NSA) e o assessor presidencial Marco Aurélio Garcia e entre o secretário da Defesa Gates e o MOD Jobim podem reforçar significativamente os nossos argumentos.

Transferência de tecnologia

4. (S/NF) Ainda que as decisões mais importantes para aprovar a BRASILIA 00000634 002 OF 003 transferência de tecnologia como parte da venda do FX2 tenham sido tomadas, os líderes brasileiros continuam a duvidar da capacidade norte-americana de cumprir o prometido. Embora o problema tenha sido mitigado por meio de uma estratégia efetiva de assuntos públicos, continuamos a ouvir que, na ausência de garantias específicas pelo primeiro escalão do Departamento de Estado, os brasileiros não se sentem seguros. Pode bem ser que os brasileiros desejem manter vivas as dúvidas sobre a transferência de tecnologia a fim de contarem com uma desculpa automática para a compra de um avião inferior, caso os líderes políticos assim decidam. As repetidas preocupações quanto a códigos-fonte intransferíveis podem ter base semelhante. Por fim, ouvimos que existem preocupações no Congresso quanto a uma possível corrida armamentista na América do Sul. Caso isso chegue aos ouvidos dos brasileiros, haverá novas preocupações quanto à possibilidade de que o Congresso intervenha para bloquear a venda. A embaixada recomenda o seguinte, como próximos passos a fim de reforçar nossos argumentos no que tange à transferência de tecnologia: --uma carta do presidente Obama ao presidente Lula defendendo a causa - uma carta da secretária Clinton ao MOD Jobim afirmando que o USG aprovou a transferência de toda a tecnologia apropriada. - A orientação interagências quanto ao código-fonte (liberada para um artigo publicado em abril pela Revista Força Aérea) deveria ser disseminada para uso. - Todos os contatos de alto nível, entre os quais pelos secretários de Estado e da Defesa e pelo presidente dos Estados Unidos (POTUS), devem incluir garantias de que a transferência de tecnologia foi aprovada. - As agências de Washington devem iniciar consultas com assessores apropriados no Congresso o mais cedo possível a fim de superar a percepção equivocada de que vendas de armas ao Brasil causariam desestabilização.

Financiamento

5. (S/NF) A incapacidade dos Estados Unidos de oferecer financiamento ou garantias [de crédito] coloca o Super Hornet em desvantagem significativa diante de seus concorrentes. O Export-Import Bank [EXIM] dos Estados Unidos está proibido de se envolver em vendas de produtos de defesa, o que faz com que o Brasil dependa de financiamento comercial, com juros mais altos. De acordo com agências de Washington, seria possível solicitar uma dispensa do Congresso para que o EXIM pudesse apoiar a venda. Isso foi realizado, no passado, em raras ocasiões. O escritório de financiamento da força aérea brasileira nos disse que até mesmo um comunicado no sentido de que estamos dispostos a solicitar essa medida legislativa seria considerado como sinal positivo. A embaixada recomenda que Washington explore a possibilidade de ação legislativa para permitir financiamento pelo EXIM e que responda dentro do prazo de 29 de maio à solicitação de informações sobre opções de financiamento governamental encaminhada pelo GOB.

Defendendo nossa posição

6. (S/NF) Obtivemos sucesso em comunicar o ponto de que o Super Hornet é um avião de alta capacidade, e agora precisamos nos concentrar no quadro mais amplo -como a parceria na venda do caça resultará em benefícios para ambos os lados, em termos militares, e também em benefícios econômicos. Como maior companhia aerospacial do mundo, a Boeing tem a capacidade de oferecer gama maior de oportunidades à indústria brasileira, entre as quais algumas que não se relacionam ao programa compensatório do FX2. A visita de legisladores brasileiros a Washington no começo de junho será uma oportunidade de transmitir essa mensagem a líderes políticos. Concentrando as atenções em senadores importantes, temos a oportunidade de conquistar o apoio de indivíduos que podem influenciar os responsáveis pela decisão e garantir que as pessoas que terão de aprovar os dispêndios do governo brasileiro compreendam que o F-18 lhes oferece mais valor. A embaixada continuará a destacar a transferência de tecnologia e expandir nossa mensagem de maneira a incluir os benefícios econômicos da proposta da Boeing para o Brasil. Também recomendamos o seguinte: -- Usar a visita do Congresso brasileiro para enfatizar a mensagem de que uma parceria com os Estados Unidos acarreta benefícios para ambos os lados que vão bem além do programa compensatório. Garantir que os senadores brasileiros compreendam os custos significativamente inferiores do Super Hornet em seu ciclo de vida. BRASILIA 00000634 003 OF 003 - Marcar uma entrevista do secretário de Defesa, ou outro representante importante do governo, com um jornalista brasileiro conhecido, a fim de sublinhar a importância da parceria entre Estados Unidos e Brasil e como a venda do FX2 ajudaria.

Ataque à proposta francesa

7. (S/NF) Ainda que os franceses ofereçam um caça menos capaz a custo mais alto, o Rafale vem sendo considerado vencedor desde o início da concorrência FX2. Embora as avaliações técnicas dos aviões devam resultar em vantagem significativa para o Super Hornet, precisamos tomar medidas para erodir a vantagem política francesa. Embora um elemento importante disso seja enfatizar o custo mais baixo da Boeing, há diversas outras medidas que podem oferecer argumentos contra os franceses. O primeiro passo será lembrar os brasileiros de que seu interesse pelo Rafale foi causado pela suposição de que os Estados Unidos não liberariam tecnologia. Já que aprovamos a liberação da tecnologia relevante, deveríamos perguntar se os brasileiros ainda precisam dos franceses como segurança. Nos últimos meses, o esforço francês de vendas vem se baseando em alegações enganosas, se não fraudulentas, de que seu caça envolve apenas conteúdo francês (o que o isentaria dos incômodos controles de exportação dos Estados Unidos). Mas isso não precede. Uma análise da Administração de Segurança da Tecnologia de Defesa (DTSA) encontrou alta presença de conteúdo norte-americano, o que inclui sistemas de mira, componentes de radar e sistemas de segurança que requererão licenças norte-americanas. Próximos passos: -- Ainda que não pareça que os dados tecnológicos oferecidos na proposta francesa violem os regulamentos da Regulamentação Internacional de Comércio de Armas (ITAR), o PM/DTCC [departamento de controle do comércio de defesa, na divisão de assuntos político-militares do Departamento de Estado] e a DTSA devem continuar a monitorar o marketing francês para garantir que a Dassault não contorne as restrições do ITAR. - Investigar a decisão indiana de excluir o Rafale em sua concorrência para caças e determinar se existiu algum motivo que torne o avião menos atraente para o Brasil. - Garantir que os brasileiros estejam cientes de que esperamos conceder licenças de retransferência para os componentes de origem norte-americana no avião francês, e que já aprovamos a transferência de alguns dados técnicos. KUBISKE

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

31/07/2009 20h42

VZCZCXRO1680OO RUEHRGDE RUEHBR #0952 2122042ZNY SSSSS ZZHO 312042Z JUL 09FM AMEMBASSY BRASILIATO RUEHC/SECSTATE WASHDC IMMEDIATE 4792INFO RUEHRG/AMCONSUL RECIFE 9789RUEHRI/AMCONSUL RIO DE JANEIRO 8046RUEHSO/AMCONSUL SAO PAULO 4373RHEHNSC/NSC WASHDCRUEKJCS/SECDEF WASHDC

S E C R E T O

BRASILIA 000952 NOFORN SIPDIS STATE FOR D, P, T, AND WHA E.O. 12958: DECL: 07/31/2019 TAGS: MASS, PREL, BR

SUBJECT: COMANDANTE DA FORÇA AÉREA DO BRASIL PEDE GARANTIAS DE ESTADO QUANTO A TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA ATÉ 6 DE AGOSTO REF: BRASILIA 888

Classificado por: VICE-CHEFE DE MISSÃO LISA KUBISKE, RAZÃO 1.4 (b) e (d) 1. (S/NF)

Em jantar em 30 de julho para o general Doug Fraser, comandante do Comando Sul, o comandante da força aérea brasileira (BRAF), brigadeiro Juniti Saito (protect) conversou reservadamente com o embaixador Sobel e seu conselheiro político sobre a compra do caça FX2. Ele afirmou que não existia dúvida, do ponto de vista técnico, que o F-18 era o melhor avião. "Voamos equipamento norte-americano há décadas", ele disse, "e sabemos que é confiável e que sua manutenção é simples e oferece bom custo/benefício por meio do sistema de vendas militares externas (FMS)". Isso precisa ser incorporado ao custo do novo caça, disse, porque a BRAF provavelmente utilizará o aparelho por 30 ou 40 anos. Seria a melhor decisão, ele disse, e os franceses não poderiam se queixar porque acabaram de assinar um contrato de US$ 14 bilhões com o Brasil (para submarinos e helicópteros).

2. (S/NF) Saito enfatizou, no entanto, que a questão quanto ao compromisso do governo dos Estados Unidos (USG) para com a transferência de tecnologia continua a ser "uma significativa barreira política" e que transpô-la é extremamente importante. Saito perguntou se a carta que havia solicitado e garante a transferência de tecnologia (reftel) estava a caminho. O embaixador assegurou a ele que compreendíamos a importância de superar o problema, e disse acreditar que o documento estivesse em estágio final de aprovação. Aliviado, Saito disse que precisava ter a carta em mãos até o dia 6 de agosto. Acrescentou, no entanto, que a decisão não seria anunciada "até depois do 7 de setembro". (Nota: o presidente francês Sarkozy visitará o Brasil no mês que vem e participará das festividades do dia nacional, em 7 de setembro, como parte das atividades do "ano da França no Brasil". Fim da nota.)

3. (S/NF) Saito reiterou o quanto a conversa do presidente Obama com o presidente Lula sobre o FX2, em Aquila, havia sido importante, e disse que "ela abriu as portas para que eu pudesse procurar o embaixador, como fiz". Ele disse que o presidente Lula havia instruído o ministro da Defesa Jobim e o brigadeiro Saito a conversar com o general Jones durante a visita deste, e solicitou que o general Jones o visitasse em seu escritório.

4. (S/NF) Comentário: Essa foi a mais clara expressão, da parte de Saito, de que pretende recomendar o F-18. O posto está trabalhando para marcar uma reunião entre o general Jones e o brigadeiro Saito em 4 de agosto. O posto assume, adicionalmente, que o subsecretário Tauscher esteja se preparando para entregar a carta solicitada por Saito ao ministro da Defesa Jobim e ao ministro do Exterior Amorim, durante a visita, e acredita que isso será visto como sinal significativo de apoio do USG à oferta da Boeing. SOBEL

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

05/01/2010 19h40

CONFIDENCIAL
ASSUNTO: FX2 no final de 2009
CLASSIFICADO POR: Lisa Kubiske, vice-embaixadora a.i.; RAZÃO: 1.4 (D)

1.(C) Enquanto 2009 chega ao fim, a competição do FX2 no Brasil continua sem uma decisão. Esperava-se que o presidente Lula tomasse uma decisão antes do fim do ano, para que fosse possível completar a venda durante seu governo. Concretamente falando, porém, mesmo que uma decisão presidencial fosse tomada imediatamente, o tempo necessário para negociar o contrato e reservar a verba significa que a decisão final de adquirir os aviões caberá ao próximo presidente, em 2011. Contatos da embaixada no Ministério das Relações Exteriores e no Ministério da Defesa acreditam que o ministro da Defesa, Jobim, vai se reunir com Lula ainda em janeiro para tentar tomar uma decisão.

SETEMBRO: PREFERÊNCIA É DADA AO RAFALE

2.(C) Lula não tem feito segredo de sua preferência pelo Rafale da Dassault, tendo anunciado durante a visita do presidente Sarkozy em 7 de setembro (ref a) que pretendia negociar a aquisição com a França, antes mesmo de ler a avaliação técnica da Força Aérea Brasileira (FAB). Nos três meses seguintes, ficou claro que Lula tinha instruído seu governo, incluindo Jobim, a concentrar sua atenção em fazer o negócio com a França funcionar. Em setembro, Lula disse à imprensa brasileira que as negociações com a França focariam o esforço para fazer o preço dos aviões ser semelhante aos que a Boeing e a Saab estavam pedindo (consta que a melhor oferta da Dassault teria sido 40% mais alta). A despeito de outra visita de Sarkozy ao Brasil em novembro e da escala posterior de Jobim em Paris, os franceses não conseguiram atender ao pedido dos brasileiros por um preço mais baixo, mas sua falta de receptividade (ref b) aparentemente não afetou a preferência brasileira. Declarações iniciais dadas em setembro por Lula e pelo chanceler Amorim procuraram dar a entender que os franceses, de alguma maneira, estariam oferecendo um nível superior de transferência de tecnologia, o que seria uma justificativa do preço mais alto, mas, à medida que foram emergindo detalhes do processo de avaliação técnica, ficou claro que os três concorrentes estavam atendendo, de modo geral, às exigências de transferência de tecnologia feitas pela FAB.

DEZEMBRO: MINISTÉRIO DA DEFESA VOLTA A EXPRESSAR INTERESSE PELO BOEING; SAAB AINDA É CONCORRENTE

3.(C) Durante outubro e novembro, contatos com funcionários da embaixada e representantes da Boeing foram recebidos com cortesia, mas com pouco interesse real, já que a atenção continuava voltada aos franceses. Nas últimas semanas, contudo, houve uma mudança notável por parte do ministro da Defesa. Começando pela reunião do A/S Valenzuela com Jobim em 14 de dezembro (relatada em telegrama separado), houve interesse renovado pela proposta USG (Governo dos EUA/Boeing. Enquanto Jobim reiterava preocupações com "precedentes negativos" de políticas relativas à transferência de tecnologia de origem americana (na realidade, queixas sobre procedimentos de licenciamento de exportações), ele disse entender que o USG tinha uma abordagem nova e que estava interessado na oferta de cooperação industrial feita pela Boeing. A Boeing fortaleceu seus argumentos, promovendo sua nova iniciativa "Super Hornet Global", pela qual elementos importantes de produção de todos os aviões F/A 18 (incluindo os destinados às Forças Armadas dos EUA) seriam transferidos ao Brasil. Ao globalizar a produção do Super Hornet e incluir o Brasil no processo, a Boeing está em condições não apenas de gerar e manter mais empregos no Brasil, como poderá acalmar a paranoia brasileira com relação teóricas suspensões pelo USG do suprimento de caças, mostrando que qualquer suspensão desse tipo afetaria a Marinha dos EUA também. Em entrevista recente ao jornal Folha de S. Paulo, Jobim tomou o cuidado de não se comprometer, mencionando a "aliança estratégica" com a França mas também observando que custo, transferência de tecnologia e capacidade geral dos aviões são importantes.

4.(C) Ao lado do ressuscitamento das esperanças da Boeing, o Gripen sueco continua a ser um concorrente forte. Conforme notado na ref b, muitos brasileiros o enxergam como alternativa atraente ao Rafale, pelo fato de ter o preço mais baixo. O plano da Saab de co-desenvolver o Gripen de nova geração com o Brasil também lhe valeu apoio na indústria brasileira da aviação, entre aqueles que acreditam que tal desenvolvimento vá reforçar as capacidades locais de design de aeronaves. Jobim, contudo, se mostrou abertamente pouco interessado nos suecos, supostamente em função da capacidade inferior do Gripen e porque a variante "Nova Geração" oferecida ao Brasil ainda não existe. Uma matéria recente na revista Isto É, atribuída a uma fonte da FAB, observou que os programas de desenvolvimento de aeronaves militares geralmente ultrapassam seus prazos e orçamentos, negando a suposta vantagem de preço do Gripen.

5.(C) COMENTÁRIO. Embora o preço alto do Rafale e dúvidas quanto ao desenvolvimento do Gripen possam fazer com que o Super Hornet pareça a escolha óbvia, o fato é que Lula reluta em comprar uma aeronave americana. É possível que o interesse renovado pela oferta do USG não passe de uma artimanha para ganhar alavancagem sobre os franceses ou que a demora em tomar a decisão vise dar tempo à Dassault de encontrar uma maneira de reduzir seu preço. Na visão da Missão, a chance de vencer a concorrência pelo FX2 é real. Sabemos que o Super Hornet recebeu a avaliação técnica mais favorável da FAB e é a opção preferida dos operadores. Conseguimos responder com sucesso à maioria das dúvidas levantadas quanto às políticas de transferência de tecnologia do USG, em especial com a equipe de avaliação técnica. Resta, contudo, o obstáculo temível de convencer Lula. Nossa meta agora deve ser garantir que Jobim tenha um argumento mais forte possível para levar a Lula em janeiro. A Missão recomenda os seguintes passos: B7 Continuar a ressaltar o apoio total do USG em todos os contatos de alto nível com o Brasil. Como a Missão já observou anteriormente, garantias repetidas feitas pelo presidente Obama a Lula no decorrer de seus contatos normais constituem a maneira isolada mais eficaz de transmitir nosso argumento. B7 Usar os contatos iniciais com o embaixador indicado Shannon com a liderança brasileira para argumentar que temos trabalhado arduamente para assegurar que tenhamos a melhor oferta a apresentar. B7 Manter nossa campanha de assuntos públicos, para destacar que não apenas o USG completou sua aprovação da transferência de tecnologia, como a Boeing tem suficiente confiança na oferta para estar preparada para transferir parte da produção (incluindo centenas de empregos) ao Brasil. B7 Coordenar nossas ações com a Boeing de modo a assegurar que as vantagens do programa Super Hornet Global sejam levadas ao conhecimento do Congresso e da mídia brasileiros. KUBISKE

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

09/02/2010 10h47

CONFIDENCIAL
ASSUNTO: BRASIL: REUNIÃO DO EMBAIXADOR COM O SECRETÁRIO-GERAL DO MRE, PATRIOTA
CLASSIFICADO POR: Thomas A. Shannon, Embaixador, Estado, Embaixada em Brasília; RAZÃO: 1.4 (B), (D)

1.(SBU) Sumário. Depois de apresentar suas credenciais ao presidente brasileiro Lula (telegrama em separado), o embaixador Shannon se reuniu por mais de uma hora em 4 de fevereiro com o secretário-geral (vice-ministro das Relações Exteriores) Antonio Patriota, tratando do trabalho pela frente no Haiti, o status da compra pelo Brasil do caça FX2, as negociações sobre mudanças climáticas e os esforços do Brasil relativos ao Irã e ao Oriente médio. Fim do sumário.

2.(C) Patriota, que havia solicitado o encontro com o embaixador na noite anterior e tinha assistido à cerimônia de credenciamento do embaixador na condição de vice-chanceler em exercício, parabenizou o embaixador por seu novo posto e ficou satisfeito em ouvir sobre as visitas próximas do secretário da Justiça Holder, da secretária de Estado Clinton e do vice-diretor do NSC Michael Froman. Patriota fez uma revisão das questões bilaterais que aguardam a aprovação de alto nível, incluindo o Acordo de Cooperação na Defesa e os MOUs de gênero, clima e cooperação trilateral propostos pelo GOB (governo brasileiro). Ele fez um apanhado geral da programação ativa de viagens do presidente Lula para os próximos meses, que vai incluir viagens a Cancun, San Salvador, Havana e Porto Príncipe na semana de 22 de fevereiro; para Israel, Palestina e Jordânia em março 15-18, e para o Irã em maio 16-17. Lula também vai em breve reunir ministros da Agricultura africanos, com o objetivo de levar uma mensagem ao G20 em maio.

Haiti: Uma Grande Oportunidade

3.(C) Dando seguimento a uma das declarações feitas pelo presidente Lula anteriormente nesse dia (telegrama em separado), Patriota descreveu o esforço de reconstrução do Haiti como "uma grande oportunidade" para o Brasil e os Estados Unidos. Observando que o presidente Lula passou dez minutos discutindo o Haiti em sua primeira reunião com o presidente Obama no Gabinete Oval, ele disse que os telefonemas trocados pelos dois líderes têm sido úteis para assegurar uma boa comunicação e coordenação. Patriota descreveu o engajamento do presidente Obama com o Haiti como "necessário e importante", acrescentando que "se os Estados Unidos e o Brasil liderarem, outros seguirão". É desnecessário dizer, disse ele, que Estados Unidos e Brasil precisam colaborar estreitamente sobre o Haiti no Conselho de Segurança da ONU, acrescentando que o Brasil concorda que o Minustah trabalhe sob seu mandato atual, por enquanto, e que novas recomendações sejam estudadas à medida que forem apresentadas.

4.(C) Patriota ressaltou que o Haiti está recebendo atenção extraordinária do presidente Lula e de vários outros funcionários seniores do GOB (governo brasileiro), chamando a atenção para a viagem planejada de Lula em 25 de fevereiro. Patriota disse estar satisfeito pelo fato de o ex-presidente Clinton ter sido escolhido pela ONU para liderar a reconstrução e achou que seria positivo ter o envolvimento da presidente chilena Bachelet, depois que ela deixar o cargo. Levando adiante o comentário feito por Lula anteriormente no mesmo dia de que precisamos encontrar uma maneira de evitar ter que escolher entre um governo haitiano corrupto e colocar tanto dinheiro nas mãos de ONGs não haitianas, Patriota falou que Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas e de Administração (Ipea) fez pesquisas recentes sobre o efeito das ONGs sobre o desenvolvimento, pesquisas essas que podem ser úteis para definir uma nova abordagem à reconstrução do Haiti.

FX2: Nenhuma Decisão Tomada

5.(C/NF) Patriota disse que Lula falou ao embaixador francês (que também apresentara suas credenciais) que nenhuma decisão tinha sido tomada sobre a compra dos caças, mas que Lula faria isso "nos próximos meses", depois de convocar uma reunião do Conselho Nacional de Segurança (um organismo que inclui ministros chaves e os presidentes das duas casas do Congresso). O embaixador destacou que a decisão de abrir o acesso do Brasil a todas as tecnologias necessárias reflete uma mudança de paradigma da parte dos Estados Unidos --reflete não apenas confiança no produto da Boeing, mas também confiança no Brasil.

Mudanças Climáticas: Precisamos Avançar

6.(C) Aludindo à ênfase do presidente Lula sobre a necessidade de uma coordenação estreita entre EUA e Brasil na fase que antecede o COP-16 da UNFCCC, Patriota disse que espera que o SECC Todd Stern possa vir ao Brasil em breve. Ele disse que Lula está engajado em levar adiante o que foi feito no comunicado de Copenhague e que, diferentemente de outros países BASIC, ele não vai dar para trás. "Precisamos avançar", disse ele, sugerindo que o vice-presidente do NSC Froman possa reservar tempo para discussões sobre as mudanças climáticas em sua visita próxima.

Irã e Oriente Médio: Uma Agenda de Paz

7.(C) Com relação ao engajamento do Brasil com o Irã, Patriota disse que, sobretudo, o Brasil deseja "evitar um replay do Iraque". Uma desestabilização do Irã seria desastrosa, disse ele, e, enquanto existir uma possibilidade de engajamento diplomático, a comunidade internacional deve tentá-la. Ele disse que o chanceler iraniano Mottaki procurara o chanceler Amorim em Genebra em 29 de janeiro, dizendo que notara flexibilidade por parte da França e dos Estados Unidos. O embaixador disse que o Irã precisa ser tema de um diálogo contínuo entre os Estados Unidos e o Brasil, para evitar mal-entendidos e assegurar a coordenação das mensagens. O embaixador exortou o GOB a agir com grande cautela com relação ao Irã. Disse que atos recentes de repressão, incluindo a execução de manifestantes, são um sinal de coisas que estão por vir e levantou dúvidas quanto à capacidade do governo iraniano de tratar com a comunidade internacional. "A desconfiança é grande", disse Patriota, "e nunca sabemos até que ponto são sinceros" os iranianos, mas "pretendemos continuar a tentar" chegar a uma solução negociada. Patriota observou que Lula pagou um preço político internamente por seu engajamento com o Irã. Ele disse que as críticas feitas a Lula, especialmente por parte de líderes da comunidade judaica do Brasil, atingiram Lula fortemente. Contudo, a mensagem constante de Lula relativa à necessidade de reconhecer o Holocausto conquistou a adesão de alguns dos críticos mais acirrados da visita do presidente iraniano Ahmadinejad, incluindo Claudio Luiz Lottenberg, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, a quem Lula convidou para acompanhá-lo em sua visita a Israel em março. Nessa visita, a primeira de um presidente brasileiro em décadas, Patriota disse que Lula terá "uma agenda de paz".

8.(U) Considerou-se minimizar. SHANNON

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

18/02/2010 13h08

CONFIDENCIAL
ASSUNTO: Reunião do embaixador Shannon com ministro da Defesa Jobim
CLASSIFICADO POR: Thomas Shannon, embaixador; RAZÃO: 1.4 1.(C)

1.(C) Durante a visita introdutória do embaixador Shannon, em 5 de fevereiro, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, descreveu o relacionamento bilateral geral de segurança como sendo forte e transparente. Jobim disse que é a favor de ampliar esse relacionamento este ano, primeiro por meio de um Acordo de Cooperação em Defesa (DCA) e depois por meio de um acordo de informação sobre segurança. Ele espera firmar o DCA durante sua viagem proposta a Washington em 23 de fevereiro, se o Ministério das Relações Exteriores o aprovar em tempo.

2.(C) Jobim elogiou a parceria EUA-Brasil no Haiti, particularmente a forte relação de trabalho entre os generais Keen e Peixoto. Ele relatou a visita que fizera ao Haiti duas semanas antes e descreveu a situação como "extremamente frágil". Jobim fez pouco caso dos temores expressos pela Venezuela de uma "invasão americana" do Haiti, dizendo que a proximidade dos Estados Unidos e sua capacidade de transportar grandes volumes de materiais tornam natural que o USG (governo dos EUA) exerça um papel de liderança nos esforços de ajuda emergencial. Em vista da extensão das operações americana e brasileira, Jobim achou que haveria potencial para uma troca de lições aprendidas. Ele destacou a importância de a ONU abordar o futuro do Haiti desde o ponto de vista de "construir" o país, e não simplesmente de fornecer segurança, e disse que a Minustah vai precisar de um mandato aprimorado do Conselho de Segurança da ONU para poder ser eficaz nesse papel. De acordo com Jobim, o Brasil vai fazer mais investimentos no futuro do Haiti, projetos que o embaixador Shannon observou que oferecerão oportunidades adicionais para cooperação.

3.(C) O embaixador Shannon disse que viu a negativa do presidente Lula (e de Jobim) de que uma decisão final tivesse sido tomada na concorrência pelo FX2. Embora a venda tenha sido conduzida como transação comercial, não se deve deixar de levar em conta seu significado para o relacionamento bilateral. As decisões sem precedentes relativas à transferência de tecnologia dos EUA em apoio ao Super Hornet demonstram o alto nível de confiança que o USG deposita em sua parceria com o Brasil. O Brasil, quando tomar sua decisão, deve procurar consolidar e proteger esse avanço importante.

4.(C) O MOD (Ministério da Defesa) apresentou um resumo de questões de segurança na região da América Latina, enfatizando a importância de construir instituições regionais para reduzir os riscos de conflito. Jobim falou de seus esforços para acalmar as tensões entre Colômbia e Equador após o bombardeio pela Colômbia de uma instalação das Farc em território do Equador, em 2008. Contatos entre ministros da Defesa, através do Conselho Sul-Americano de Defesa (SADC), disse ele, tinham sido cruciais para administrar os efeitos colaterais do ataque, servindo como bom teste concreto do valor do SADC. Jobim disse ao embaixador Shannon que o Brasil se ofereceu para monitorar a fronteira entre Colômbia e Equador, como medida para construção de confiança. Ele foi menos otimista quanto à capacidade do Brasil de lidar com a Venezuela e expressou preocupação com a situação doméstica cada vez mais complicada de Chavez. Preocupou-se em voz alta sobre o impacto na Venezuela no caso de Chavez recorrer à repressão violenta de manifestantes. SHANNON

Tradução de Clara Allain

Fontes: Fernando Rodrigues (jornal Folha de S.Paulo) / Folha.com

Satélites russos caem sobre o Oceano Pacífico, diz agência

Três satélites teriam caído em região próxima ao Havaí, informou a Ria.

Agência espacial russa confirma 'situação não planejada'.

Três satélites russos, enviados à órbita para completar o sistema de navegação GLONASS, saíram de curso e caíram sobre o Oceano Pacífico neste domingo (5), informou a agência Ria. O local da queda é próximo ao Havaí.

Os satélites estavam sendo levados pelo foguete "Proton-M", lançado no sábado (4) do centro espacial Baikonur, no Cazaquistão.

Um porta-voz da agência espacial russa Roscosmos disse que os satélites saíram de curso e causaram uma "situação não planejada". Ele não confirmou sua queda.

O sistema GLONASS é semelhante ao GPS dos Estados Unidos. Ele começou a operar em 1999, mas só agora terá cobertura global. Em sua composição definitiva, contará com 24 satélites.

Veja imagens do foguete antes da partida:

Fonte: G1 (com agências internacionais)

Nem avião escapa da falta de vagas de estacionamento

Relatório da Aeronáutica mostra que hoje já falta espaço em pátios de praticamente todos os grandes terminais de aeroportos do País

Não são só os motoristas que sofrem para encontrar vagas para seus carros nos estacionamentos de aeroportos. Falta espaço também para os aviões. Relatório reservado do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) aponta escassez de vagas para aeronaves em praticamente todos os grandes terminais do País.

A radiografia elaborada pelos militares esmiúça as condições de infraestrutura de 20 aeroportos. O Estado selecionou dez deles, conforme a importância no cenário nacional e o aumento da demanda nas férias. Só nesses terminais, o déficit é de 141 vagas para a aviação regular.

Para se ter uma ideia da dimensão do problema, a necessidade de vagas equivale a 52% do total de 267 posições existentes hoje nesses aeroportos. A maioria das obras previstas no cronograma da Infraero para a Copa de 2014 contempla a ampliação dos pátios e a readequação de pistas problemáticas.

Enquanto isso, pilotos dizem conviver com congestionamentos diários. Nos horários de pico, a espera por uma vaga nas pontes de embarque (finger, no jargão em inglês) e nas posições remotas (áreas distantes do terminal de passageiros, onde embarque desembarque são feitos com escadas) não é diferente da enfrentada no estacionamento de shopping lotado, por exemplo.

Mais do que as empresas aéreas, que em geral conseguem tirar o atraso ao longo do percurso, os grandes prejudicados por esse gargalo de infraestrutura são os passageiros. A falta de espaço nos pátios é um dos fatores apontados por experts do setor para explicar atrasos em voos.

A situação torna-se ainda mais crítica quando um aeroporto tem de ser fechado por causa de condições meteorológicas adversas. Como a maioria dos terminais trabalha no limite, já houve casos em que um voo previsto para pousar em Congonhas acabou desviado para Uberlândia (MG) por falta de vaga nos aeroportos paulistas. "A capacidade de pista tem de ser condizente com a do pátio, caso contrário, você não consegue dar fluidez ao tráfego aéreo", explica o engenheiro Jorge Leal Medeiros, professor da Escola Politécnica (Poli) da USP.

O Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, sintetiza o cenário descrito por ele. Desde o acidente da TAM, em 2007, as operações ali estão limitadas a 36 pousos e decolagens por hora - na prática, porém, só 34 movimentos são autorizados. Ainda assim, as vagas no pátio são insuficientes. Pelo relatório da Aeronáutica, as 23 posições existentes para a aviação regular comportariam 28 movimentos por hora. Para acomodar 30 operações por hora, seria necessária a criação de mais oito vagas.

Fonte: Bruno Tavares (O Estado de S.Paulo)

Acidente com Tupolev-154 na Rússia aumenta dúvidas sobre segurança aérea

As autoridades russas começaram a analisar o conteúdo das caixas negras do avião Tupolev-154, que aterrou este sábado de emergência em Moscou, no aeroporto de Domodedovo.

Pelo menos duas pessoas morreram e 86 ficaram feridas, depois do aparelho sair da pista de aterragem, acabando por se desfazer em três partes.

A bordo viajavam 163 passageiros, quando os motores do avião deixaram de funcionar e o sistema de navegação falhou.

O Tupolev 154, o mesmo modelo onde o presidente polaco e outras 90 pessoas perderam a vida em Abril, tinha acabado de sair do aeroporto de Vnukovo, na capital russa, mas teve de voltar ao aeroporto de Domodedovo. Um corte na electricidade causou problemas no sistema de travagem e o aparelho acabou por embater em várias árvores antes de ficar imobilizado.

O avião, pertencente às Linhas Aéreas Daguestanesas, viajava rumo a Makhatckala, capital do Daguestão.

A empresa Daguintaiskie Avialinii excluiu a possibilidade de o desastre se dever a um atentado terrorista.

Uma fonte da agência Ria-Novosti considera que esta catástrofe se deve ao parque antiquado de aviões da companhia.

Fonte: euronews - Foto: EPA

Cumbica recebe voos de Madri após caos no espaço aéreo da Espanha

Voos para a América Latina partiram com normalidade durante madrugada.

Segundo Infraero, há outros dois pousos e três decolagens previstos.

O Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, recebeu na manhã deste domingo (5) voos provenientes de Madri após a pane provocada pela paralisação de controladores de voo da Espanha no sábado (4).

De acordo com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), um voo da TAM que estava previsto para as 4h55 pousou com atraso, às 7h02. Outro voo da Iberia, previsto para as 9h20, pousou por volta das 9h30.

Para este domingo, estão previstas ainda a chegada de outro voo da companhia Iberia às 20h05. Ainda segundo a Infraero, de São Paulo para Madri devem partir três voos, dois da Ibéria, às 17h55 e às 21h35 e um da TAM, às 20h55.

A TAM informou em nota que, após a reabertura do espaço aéreo espanhol, seus voos de e para Madri voltaram à normalidade.

Segundo a TAM, o voo JJ 8065 que decolou de Madri no sábado às 22h57 (horário local), pousou em Guarulhos neste domingo às 7h02. Já o voo JJ 9764, que estava em Lisboa, decolou da capital portuguesa às 3h00 (horário local). A chegada em Guarulhos está prevista para às 13h20 (horario de Brasilia).

O aviao que deixou Guarulhos na noite de sábado tambem chegou a Madri dentro do previsto. E o voo que parte neste domingo de Guarulhos com destino a Madri está confirmado para às 20h55 (horário de Brasília).

O espaço aéreo da Espanha foi reaberto na tarde de sábado após mais de 18 horas de paralisação dos controladores, mas a expectativa era de que o tráfego aéreo só voltasse à normalidade entre 24 e 48 horas. O governo chegou a declarar estado de alerta diante da paralisação, que afetou cerca de 600 mil passageiros em todo país.

Os voos para a América Latina da companhia aérea Iberia decolaram com normalidade da Espanha na madrugada deste domingo (5). Na sexta-feira, dos 5.032 voos programados apenas 3.346 operaram. Para sábado estavam previstos 4.307 e, por enquanto, 1.316 deixaram de voar.

Fonte: G1/Globo News

Wikileaks: França disposta a passar a tecnologia do Rafale ao Brasil

A França está disposta a fornecer ao Brasil os códigos informáticos do avião de combate Rafale se este for comprado pelos brasileiros, afirma uma mensagem diplomática americana de novembro de 2009 divulgada pelo site WikiLeaks e citada neste domingo pelo jornal francês Le Monde.

Com o Rafale, jamais vendido até agora para ao estrangeiro, a França espera descartar os aviões americano F/A-18 Super Hornet e o sueco Grippen, que também disputam o mercado brasileiro, afirma a mensagem.

"Os franceses garantiram aos brasileiros que entregarão os códigos informáticos do Rafale, que são o coração digital do aparelho, um gesto que os demais concorrentes estão reticentes em realizar", acrescenta a embaixada neste documento.

"Quando (o presidente) Lula se queixou com (o presidente francês Nicolas) Sarkozy sobre o 'preço absurdo' dos Rafale, 80 milhões de dólares cada um, o presidente francês enviou a ele, segundo fontes do ministério das Relações Exteriores, uma carta pessoal enfatizando que a França estaria disposta a proceder a uma 'transferência sem restrições' das informações tecnológicas", assegura.

"Se a venda do Rafale for realizada, a Dassault (sua montadora) poderá pedir aos Estados Unidos licenças de controle de exportação para as partes do avião construídas com tecnologia americana", destaca a mensagem dos diplomatas americanos.

Segundo o texto divulgado, que cita fontes militares em Brasília, o Brasil "não apenas quer comprar os Rafales, como também produzir o avião em seu território e, eventualmente, vendê-lo na América Latina até 2030".

O negócio que a França aspirar fazer com o Brasil supõe a venda de 36 aviões de combate, o que supõe um contrato multimilionário.

A decisão do governo Lula ainda não foi anunciada, e não há prazo para que isso ocorra.

Em outra mensagem divulgada pelo Wikileaks há alguns dias, o rei do Bahrein teria afirmado há um ano que o caça francês tem "tecnologia ultrapassada".

Assim afirmou o soberano do Bahrein durante uma reunião realizada no dia 1o. de novembro de 2009 com o general americano David Petraeus para discutir a cooperação regional em matéria de defesa.

"O rei Hamad bin Issa al Khalifa pediu apoio ao general Petraeus (então comandante do exército americano encarregado do Oriente Médio) para que fabricantes de aeronaves dos EUA participassem do Salão Aeronáutico do Bahrein, previsto para janeiro de 2010", segundo a carta escrita pela embaixada dos EUA em Manama.

"Disse que a França estava dando o seu total apoio a que o Rafale estivesse lá, mas concordou com Petraeus que o caça francês era de tecnologia ultrapassada", segundo o informe diplomático.

Fonte: AFP

sábado, 4 de dezembro de 2010

EUA relatam que FAB disse preferir caça F-18

O comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), brigadeiro Juniti Saito, aparece em um despacho secreto da diplomacia norte-americana afirmando dar preferência aos F-18, aviões caça dos Estados Unidos, informa reportagem de Fernando Rodrigues, publicada na edição deste domingo da Folha.

Trata-se de referência a uma das maiores licitações da história da Aeronáutica, que pretende adquirir 36 aviões por um valor aproximado de R$ 15 bilhões. A preferência do Palácio do Planalto é pelos equipamentos oferecidos pela empresa francesa Dassault, que fabrica o Rafale.

Segundo a reportagem, em 31 de julho do ano passado, o telegrama secreto assinado pelo então embaixador norte-americano em Brasília, Clifford Sobel, dizia que Saito tomou a iniciativa de ter uma conversa reservada em jantar no dia anterior para o general Doug Fraser, comandante do Comando Sul. Na conversa, Saito disse que "não existia dúvida, do ponto de vista técnico, que o F-18 era o melhor avião". Esse é o caça produzido pela empresa Boeing.

Esse despacho diplomático ao qual a Folha teve acesso é um entre milhares obtidos pela organização não governamental WikiLeaks. Além desse telegrama, a Folha teve acesso a vários outros que tratam da compra dos caças pelo Brasil.

Leia a reportagem completa na Folha deste domingo, que já está nas bancas ou, amanhã, aqui neste Blog.

Fonte: Folha.com

Parceria aeronáutica – prós e contras

Visão de um piloto vivido

No momento que o A-1 atinge a sua meia-vida operacional e a Força Aérea, sabidamente, promove sua modernização para aproveitar o restante da vida estrutural disponível, é oportuno recordar com ele foi desenvolvido.

O AMX, posteriormente denominado A-1, foi desenvolvido ao longo dos anos 80 tendo iniciado operação ao final daquela década.

As necessidades operacionais da FAB, no início dos anos 80, não eram muito diferentes das atuais, era claro que, como tanto o F-5 quanto o Mirage III estavam no ponto alto de sua vida operacional e era hora de programar sua substituição ou a sua evolução. Naquela época era impensável a aquisição de um avião para a FAB de um fabricante diferente da Embraer, afinal tratava-se de uma empresa brasileira e era consenso que qualquer avião para a Força Aérea Brasileira deveria sair de sua linha de montagem. Entretanto, assim como acontece hoje, era sabido que a melhor linha de ação seria procurar uma parceria para tal empreendimento, as exigências tanto técnicas quanto financeiras inviabilizavam um programa conduzido unicamente pela Embraer.

Como quase tudo na vida, o desenvolvimento de um avião em parceria apresenta vantagens e desvantagens e não há como generalizar, entretanto, se há mais de uma do que da outra. Na verdade cada caso é diferente, porém alguns aspectos gerais são comuns: (1) inexoravelmente, programas conjuntos tendem a extrapolar prazos e custos, principalmente quando os requisitos dos parceiros são diferentes e conflitantes; (2) os programas chegam ao final não importando os prazos e custos uma vez que as penalizações pela desistência de uma das partes são sempre extremamente pesadas.

Havia, naquela data, uma especificação preliminar para uma aeronave de ataque (A-X), porém tais especificações, ao serem avaliadas pela área técnica e operacional foram consideradas insuficientes. Uma grande parte das pessoas envolvidas no processo estava convencida de que era necessário que o avião fosse um avião de superioridade aérea e não um avião dedicado ao ataque ao solo. Como a maioria dos pilotos envolvidos na discussão e análise das especificações do A-X eram pilotos de caça a preferência por um avião de superioridade aérea era de se esperar. Os pilotos de caça sempre veem a capacidade de destruição da Força Aérea inimiga em agressivo combate aéreo como uma capacitação prioritária, o que sem dúvida é verdade. Além disso, o avião de superioridade aérea também é capaz de executar ataques ao solo com eficiência e o oposto não é verdadeiro.

Nessa altura dos acontecimentos os italianos surgiram com uma proposta de parceria. Entretanto, essa parceria impunha um fato consumado, eles já estavam engajados no desenvolvimento de um avião de ataque já praticamente definido.

Feliz ou infelizmente, dependendo da preferência de quem analise os fatos, o apelo técnico da participação no desenvolvimento de um novo avião de combate foi maior que o apelo operacional. Para fazer justiça, é necessário ressaltar que esse seria, de fato, o primeiro programa de elevado conteúdo técnico e de parceria com grandes empresas, que tanto a FAB quanto as empresas nacionais se envolveriam. Até então a FAB tinha sido apenas compradora e a Embraer, apesar da sua maturidade no desenvolvimento de aviões de transporte e de treinador militar, ainda não tinha participado no desenvolvimento de um avião de combate. Assim, apesar do avião italiano não ser exatamente o que a FAB necessitava era quase impossível não entrar no programa. Com a assinatura do Memorando de Entendimento (MOU) número 1 ficou estabelecido como as partes iriam interagir na execução do programa. Com uma participação de 30% o Brasil teria a Embraer juntando-se à Aeritalia e Macchi italianas para o projeto, desenvolvimento e fabricação do avião. No início das conversações os italianos indicavam ser possível a acomodação de novos requisitos, porém após a assinatura do MOU número 1 qualquer tentativa de mudar o avião era resistida ferozmente.

A campanha de ensaios de desenvolvimento do AMX transcorreu relativamente livre de problemas sérios e apesar das obstruções dos italianos, tentativas foram feitas, na Embraer, para melhorar a capacidade ar-ar do avião. Algumas modificações aerodinâmicas foram testadas, por exemplo: uma ponta da asa diferente, uma extensão no bordo de ataque do slat e uma extensão no bordo de ataque da asa junto à fuselagem, todas as mudanças resultaram em pequena melhoria na margem de manobra, mas nenhuma apresentou vantagem suficiente para incorporação definitiva no projeto. Vantagem significativa somente seria obtida se houvesse também um aumento na tração do motor, algo impossível de conseguir sem um novo motor. Assim sendo o AMX passou pela campanha de ensaios de desenvolvimento e entrou em produção praticamente sem modificação.

A perda da oportunidade de desenvolvermos um avião de superioridade aérea foi a primeira consequência de programa AMX. A segunda foi um insignificante avanço na nossa capacitação técnica, na FAB e na indústria, que nos possibilita hoje promover a modernização das nossas aeronaves em serviço e, se desejássemos o desenvolvimento do F-X. Aliás, se essa fosse a nossa determinação já estaríamos no quinto ano de desenvolvimento em lugar de estarmos ainda lutando para comprar um avião.

Em suma podemos afirmar com segurança que o programa AMX nos trouxe mais benefícios do que desvantagens e hoje estamos aproveitando esses benefícios.

Fonte: Revista Força Aérea, nº 66 via Adm. Vinicius Costa Formiga Cavaco (administradores.com.br)

Avião mexicano aterrissa de emergência nos Açores

Um avião que viajava entre o México e Espanha (voo AM-1) foi obrigado a aterrissar de emergência neste sábado (4) no aeroporto de Santa Maria, nos Açores, devido a um problema técnico.

A tripulação teve de desligar o motor direito do Boeing 777-2Q8/ER, prefixo N746AM, da AeroMexico quando sobroava os Açores.

Os 200 passageiros foram alojados em unidades hoteleiras locais e deverão seguir viagem esta madrugada num outro avião.

Fontes: RTP Açores / Aviation Herald

Espanha reabre espaço aéreo com fim da greve dos controladores

O espaço aéreo espanhol foi reaberto neste sábado na Espanha e os controladores aéreos retomaram suas atividades pondo fim a seu movimento de greve depois que o governo decretou estado de alerta pela paralisação do tráfego aéreo.

O anúncio foi feito pelo ministro de Infraestrutura e Transporte, José Blanco, que enfatizou, no entanto, que o funcionamento normal dos aeroportos ainda levará de 24 a 48 horas.

Os primeiros voos decolaram no início da tarde de vários aeroportos do país. O primeiro avião saiu do aeroporto da ilha de Grande Canária por volta das 16H00 local (13H00 de Brasília).

Do aeroporto de El Prat, em Barcelona, o segundo do país, saiu um avião com destino a Zurique com mais de nove horas de atraso, segundo a autoridade aeroportuária, AENA.

O espaço aéreo espanhol, que foi fechado na sexta-feira com o início da greve dos controladores, voltou a ser aberto no início da tarde de sábado, depois que o governo declarou estado de alerta e colocou o controle aéreo nas mãos dos militares.

Foi a primeira vez que se declara o estado de alerta na Espanha desde a volta à democracia após a morte do ditador Francisco Franco, em 1975.

"Os aeroportos permanecem praticamente todos paralisados, por isso o conselho de ministros aprovou um decreto que institui o estado de alerta, de acordo com a Constituição", segundo no início da manhã o primeiro vice-presidente do executivo, Alfredo Pérez Rubalcaba.

"Isso significa que os controladores passam a estar mobilizados e, no caso de não comparecerem ao trabalho, estarão incorrendo num delito de desobediência tipificado no código penal militar", explicou.

O estado de alerta é reconhecido pela Constituição e em uma lei de 1981 para eventualidades como "terremotos, inundações, incêndios ou acidentes de grande magnitude, crise sanitárias, paralisações de serviços públicos essenciais ou situações de desabastecimento de produtos de primeira necessidade".

A procuradoria de Madri abriu uma investigação por delito de perturbação da ordem pública, punível com penas de até oito anos.

Companhias aéreas como KLM, Air France, EasyJet e Ryanair chegaram a cancelar seus voos a partir de Madri em função da paralisação dos controladores. A companhia aérea espanhola Iberia também anunciou que suspenderia todos seus voos até domingo, às 06H00 (03H00 de Brasília).

Cerca de 250.000 passageiros estavam desde sexta-feira bloqueados pela greve, iniciada pelos controladores em protesto por suas condições de trabalho.

Este movimento obrigou às autoridades a fechar progressivamente quase todo o espaço aéreo espanhol e quase todos os aeroportos deixaram de operar.

O fechamento aeroportuário ocorreu no início de um feriado prolongado na Espanha até a próxima quarta-feira, quando eram previstas milhares de viagens, e "está provocando graves problemas no tráfego aéreo de toda a Espanha".

O movimento dos controladores aéreos aconteceu depois do governo espanhol aprovar, na manhã de sexta-feira, a privatização parcial da gestão dos aeroportos.

Essa decisão, segundo os controladores, o obrigavam a trabalhar mais horas, o que supõe uma situação insustentável.

"Vivemos denunciado há meses que estamos chegando a nosso máximo de horas, o e que isso ia acontecer no mês de dezembro", denunciou o porta-voz do sindicato dos controladores USCA, Daniel Zamit.

Segundo cifras do ministério dos Transportes, dos 2.300 controladores aéreos ativos na Espanha, 135 recebem mais de 600.000 euros anuais e 713, entre os 360.000 e 540.000 euros, cifra bem maior que seus colegas europeus, devido a um sistema muito vantajoso.

Fonte: AFP - Foto: Sky.com

Pouso de emergência na Rússia deixa dois mortos e 40 feridos

Um avião com 155 passageiros derrapou neste sábado (4) para fora da pista durante um pouso de emergência no aeroporto de Domodedovo, em Moscou, deixando dois mortos e 40 feridos.

Segundo o porta-voz da agência federal de aviação do país, Sergei Izvolsky, o Tupolev-154M, prefixo RA-85744, da Dagestan Airlines, apresentou problemas elétricos, mas as causas ainda são desconhecidas.

Izvolsky afirmou que o avião decolara do aeroporto de Vnukovo, também na capital russa, rumo a Makhachkala, no Daguestão. O piloto recebeu sinais de que os três motores pararam a cerca de 80 quilômetros do destino a uma altitude de 9.100 metros.

O aeroporto modificou a escala de voos para uma segunda pista e o serviço normal não foi afetado.

Recentemente, a empresa de transporte de aviões Aeroflot retirou todos os Tu-154 de circulação, depois de uma série de problemas que poderiam colocar a segurança em risco. Mas os Tupolev menores, que começara m a operar nos anos 1970, permanecem como principal suporte das companhias aéreas pequenas dentro da Rússia. Eles foram banidos da Europa por conta do barulho excessivo das turbinas.

Fontes: AP via O Globo / Aviation Herald - Fotos: AFP/Reuters

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Passageira diz que comeu lagarto durante refeição em avião da American Airlines

Monserrate Luna processou a American Airlines em mais de 15 milhões de dólares

Uma passageira da American Airlines alega que comeu um lagarto numa refeição de um avião que viajava de Nova Iorque, nos EUA, para San Juan, em Porto Rico, em 2003.

Segundo o "New York Post", Monserrate Luna processou - em janeiro de 2010 - a companhia em mais de 15 milhões de dólares e testemunhou em tribunal que "quis morrer" quando percebeu o que lhe tinha acontecido.

A passageira comia uma refeição de frango enquanto via um vídeo no voo quando sentiu algo de errado. Monserrate garante que cuspiu um bocado da "misteriosa" refeição e que lhe pareceu um lagarto.

O advogado da companhia aérea justificou que o que ela viu era pele de frango. "Podia haver algumas penas, ou o que parecia serem penas... mas nada de lagarto", disse Kenneth Gormley.

Fonte: IOL Diário

Militares assumem controle aéreo em Espanha

O primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, já assinou a ordem para que os militares tomem controlo das torres de controlo dos aeroportos espanhóis.

De acordo com o "site" do "El País", Zapatero esperou até à mudança de turno dos controladores aéreos (que teve lugar às 22h00, hora local) para saber se a greve terminava. Como a situação se manteve, o governo decidiu colocar os militares a controlar o espaço aéreo espanhol.

O Ministério da Defesa já anunciou três medidas urgentes com efeitos imediatos: em primeiro lugar, os efectivos militares vão ser transferidos para os aeroportos de Sevilha, Madrid, Barcelona e Canárias.

Em segundo, o Ministério da Defesa vai reforçar o pessoal civil e militar em outros 10 aeroportos. A terceira medida passa por enviar membros da Força Aérea para as torres de controlo de 10 aeroportos.

O "abandono maciço ou falta de controladores aéreos" começou às 17h00 (hora local) e levou ao encerramento de todo o espaço aéreo espanhol, informou a AENA - Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea, segundo o diário "El País".

A decisão do controladores ocorreu pouco tempo depois do Conselho de Ministros ter aprovado um decreto-Lei que regula a lei laboral. A nova lei impede que sejam incluídas nas horas de trabalho as baixas por doença.

Pelo menos 250 mil pessoas já foram afectadas pela greve dos controladores aéreos. Em consequência desta greve, os aviões que estavam próximos dos aeroportos ainda aterraram mas todos os outros tiveram que desviar a rota. Neste momento, nenhum avião pode levantar voo nos aeroportos espanhóis e todos os aviões que tenham como destino os aeroportos encerrados podem iniciar a viagem.

A greve afecta também as rotas que sobrevoam o espaço aéreo espanhol.

Fonte: Ana Luísa Marques (Jornal de Negócios - Portugal)

Paralisação de controladores afeta aviação na Espanha

Uma paralisação de controladores aéreos que reivindicam melhores salários interditou na sexta-feira o espaço aéreo em torno de Madri e das ilhas Baleares e Canárias, no início de um dos mais movimentados fins de semana do ano, disseram autoridades e empresas aéreas.

A estatal aeroportuária Aena e os controladores há meses travam uma disputa envolvendo salários e condições de trabalho. Os controladores não declararam greve oficialmente, mas vários deles se disseram doentes e começaram a abandonar seus postos por volta de 14h (hora de Brasília), segundo nota da Aena, que pede aos passageiros que evitem os aeroportos afetados.

"Acho que as pessoas já estão fartas", disse ao canal CNN+ Daniel Zamit, porta-voz da USCA, entidade que congrega os controladores. A USCA disse à Reuters que oficialmente não há greve.

Um passageiro que ficou retido num avião com escala em Palma, nas Canárias, disse à Rádio Nacional da Espanha que "o capitão veio dizer que o espaço aéreo espanhol fechou repentinamente, sem aviso prévio".

Fonte: Sonya Dowsett (Reuters) via O Globo

Marido da cantora Fergie é expulso de avião

Segundo o site TMZ, o ator Josh Duhamel (Juntos Pelo Acaso) estava em um avião que seguiria de Nova York para Kentucky quando um dos comissários de bordo pediu que o ator desligasse seu celular BlackBerry antes da decolagem, mas teve seu pedido negado.

Um dos passageiros presentes afirmou que o ator foi “muito rude” e estava “provocando o comissário”. Segundo o site, os atendentes pediram que Duhamel desligasse seu celular três vezes e, na terceira, o ator chegou a inclusive rir da cara da equipe.

Esta reação deixou os comissários de bordo enfurecidos e reforço acabou sendo chamado. O avião, que já estava na pista de decolagem, voltou ao portão para que dois oficiais acompanhassem Duhamel até o lado de fora do avião.

Os passageiros também ficaram muito bravos com a confusão, já que acabou atrasando ainda mais o voo. O representante oficial informou que Duhamel estava mandando mensagens sobre o atraso do voo e disse também que o ator "sente muito".

Fonte: Diário Gaúcho - Foto: Evan Agostini/AP

Nasa adia lançamento do Discovery para 2011

A Nasa desistiu de lançar o ônibus espacial Discovery este ano, e ainda investiga rachaduras descobertas em novembro do tanque de combustível da nave, disseram funcionários na sexta-feira.

A próxima oportunidade de decolar provavelmente será em fevereiro, segundo Bill Gerstenmaier, diretor de voos espaciais da Nasa.

Até lá, os engenheiros pretendem fazer testes para tentar replicar a rachadura surgida numa tentativa anterior de lançamento. Segundo John Shannon, gerente do programa de ônibus espaciais, "não há uma resposta óbvia para o que ocorreu".

Os testes serão feitos numa fábrica de peças espaciais em Nova Orleans e na plataforma de lançamento no Cabo Canaveral. "Tenho uma forte confiança de que seja um problema solúvel", disse Shannon.

Em seu voo -um dos últimos dos ônibus espaciais antes da aposentadoria da frota- o Discovery deve levar um módulo de armazenamento, peças de reposição e um robô à Estação Espacial Internacional.

Em fevereiro, está prevista também a decolagem do ônibus Endeavour, transportando um detector de partículas de 2 bilhões de dólares.

Fonte: Irene Klotz (Reuters) via O Globo - Foto: Stan Honda/AFP

Nave espacial robótica da Força Aérea dos EUA retorna à Terra

A Força Aérea não diz se o veículo carregava alguma coisa em seu compartimento de carga

O ônibus espacial teleguiado da Força Aérea dos Estados Unidos, o X-37B, retornou de uma missão espacial secreta de sete meses, informam autoridades.

O veículo alado, cujo design lembra uma versão em miniatura dos ônibus espaciais tripulados da Nasa, pousou na Base Aérea Vandenberg, na costa californiana, afirmou o porta-voz da base, Jeremy Eggers.

O X-37B havia sido lançado por um foguete Atlas 5, de Cabo Canaveral, em 22 de abril, com uma missão estimada para durar, no máximo, 270 dias.

Também conhecido como Veículo Orbital de Testes, o robô espacial, criado pela Boeing, era originalmente um projeto da Nasa, antes de ser encampado pelos militares.

A Força Aérea não diz se o veículo carregava alguma coisa em seu compartimento de carga, mas insiste que o objetivo principal do voo foi avaliar o funcionamento da nave em si.

"Estamos muito satisfeitos, pois o programa completou todos os objetivos orbitais da primeira missão", declarou o gerente do programa, tenente-coronel Troy Giese.

Autoridades divulgaram ao público apenas uma descrição geral dos objetivos da missão: testar controle, navegação e orientação, proteção térmica e operação autônoma no espaço, reentrada e pouso.

Mas o destino final da tecnologia X-37B e detalhes sobre a nave permanecem obscuros.

Fontes: Associated Press via Estadão / spaceflightnow - Fotos: NASA

Avião faz pouso forçado em fazenda do interior de SP

Segundo a polícia, aeronave sofreu pane elétrica e pousou em Altair.

Piloto tinha licença vencida; polícia investiga uso irregular da aeronave.

Um avião Embraer EMB-721D Sertanejo fez um pouso forçado numa fazenda de Altair, a 464 km de São Paulo, região de São José do Rio Preto, por volta das 11h desta sexta-feira (3). Segundo a polícia, o monomotor teve uma pane elétrica. Duas pessoas estavam dentro da aeronave e ninguém ficou ferido.

O piloto de 66 anos estava com a licença vencida e foi levado para a delegacia de Olímpia, também no interior do estado, para prestar depoimento. De acordo com a polícia, o avião sofreu adaptações. Com capacidade para seis pessoas, o monomotor estava apenas com o banco do piloto. A polícia investiga se ele era usado para transportar cargas ilegais.

O piloto disse que o trem de pouso quebrou enquanto o avião aterrissava e que ele perdeu o controle da direção da aeronave. O homem pousou em uma estrada de terra, mas o monomotor só parou dentro de um canavial. Segundo a polícia, o dono da aeronave tem uma propriedade na região.

Ainda segundo o piloto, a aeronave teria saído às 7h30 desta sexta do aeroporto de Frutal, em Minas Gerais, com destino a Campo Mourão, no Paraná. No plano de voo, estava previsto uma escala para abastecimento em Penápolis, no interior de São Paulo, mas com menos de 1h30 de voo a aeronave apresentou problemas técnicos.

Fonte: G1 (com informações da TV Tem) - Foto: Reprodução/TV Record