terça-feira, 23 de novembro de 2010

TAM testa com sucesso 1º voo experimental com biocombustível

Um avião da TAM fez o primeiro teste de voo com combustível feito de pinhão. A economia foi de 2%, o que pode levar a empresa a deixar de queimar 44 milhões de litros de querosene de petróleo.

A companhia aérea TAM, a maior do Brasil, realizou com sucesso o voo experimental de um avião movido a biocombustível, o primeiro teste feito na América Latina, anunciou a empresa nesta terça-feira.

A aeronave, um Airbus A320 com capacidade para 174 passageiros que a companhia usa para voos internos, voou na segunda-feira durante 45 minutos sobre o Oceano Atlântico graças a um combustível vegetal baseado em pinhão manso ("Jatropha curcas").

O voo de teste, que decolou e aterrissou no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, foi autorizado pela Agência Europeia de Segurança na Aviação (Easa, na sigla em inglês) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O presidente da TAM, Líbano Barroso, declarou que o primeiro voo com biocombustível concretiza a vontade da companhia de participar de projetos ecológicos que permitam, no futuro, iniciar uma cadeia produtora de biodiesel que funcione de forma estável no Brasil.

Nesse sentido, na próxima fase do projeto será iniciada uma plantação de pinhão manso em pequena escala na qual se realizarão estudos da viabilidade, que servirão para definir a implantação de uma cadeia em grande escala no Brasil.

"A produção do biocombustível como matéria-prima brasileira trará grandes benefícios econômicos e sociais para o país, além de contribuir para a redução da emissão de gases poluentes derivados do setor da aviação", assegurou Barroso.

Segundo o comunicado, a biomassa utilizada para produzir o biocombustível é de produção brasileira, obtida em projetos de agricultura familiar e de grandes plantações do interior do país.

Após a colheita, as sementes de pinhão manso são tratadas para obter óleo semirrefinado, material que posteriormente é tratado, transformado em bioquerosene e misturado com querosene convencional em partes iguais.

Segundo estudos da Universidade Tecnológica de Michigan, nos Estados Unidos, os biocombustíveis produzidos com pinhão manso podem reduzir as emissões de carbono entre 65% e 80%.

No Brasil, um dos países incentivadores do biocombustível para o setor da aviação na América Latina, existem 60 mil hectares de cultivo de pinhão manso, de acordo com a associação de produtores.

Fontes: EFE via UOL Viagem / Jornal da Globo

Aeroviários ameaçam paralisação no fim do ano

Greve pode causar caos aéreo entre o Natal e o Ano Novo; categoria quer aumento salarial

Os trabalhadores do setor aéreo ameaçaram cruzar os braços no mês de dezembro caso as empresas não reajustem os salários. Manifestações ocorriam simultaneamente nos maiores aeroportos do país, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre, segundo o SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários).

Aeronautas e aeroviários iniciaram por volta das 9h desta terça-feira (23) uma manifestação no aeroporto Santos Dumont, na região central do Rio de Janeiro. No aeroporto Antônio Carlos Jobim também estava programado um ato a partir das 11h.

O sindicato ainda realiza atos no aeroporto de Congonhas (na zona sul de São Paulo), a partir das 10h; no Salgado Filho (em Porto Alegre), às 17h; e nos terminais aéreos de Recife, de Brasília e de Salvador devido ao Dia Nacional de Luta dos Aeroviários e Aeronautas.

A Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) diz que os atos não prejudicam os voos em nenhuma das cidades.

Os aeroviários e aeronautas reivindicam um reajuste de 30% para as categorias que já têm piso salarial: agentes de aeroporto, agentes de proteção de aviação civil, mecânicos e auxiliares de mecânico.

Outra exigência é para que as demais categorias tenham reajuste de 15%. Além disso, eles reivindicam que seja instituído um piso de R$ 1.200 para operadores de equipamentos e de R$ 1.500 para agentes de check-in.

A presidente do SNA, Selma Balbino, diz que a greve dos aeroviários irá depender de uma reunião agendada para o dia 1º de dezembro com o SNEA (sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias). Ela não descarta que uma greve pare os aeroportos nos dias de maior movimento no fim do ano.

- A Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] deu uma declaração ontem [segunda-feira, 22] que não é verdadeira. Nossas relações não estão harmoniosas. Este movimento está acontecendo em todo o Brasil e em dezembro poderemos ter uma paralisação.

Medidas anticaos

A manifestação e ameaça de greve da categoria ocorre no dia seguinte ao anúncio da Anac de que medidas seriam tomadas para evitar um possível caos aéreo no fim do ano. Uma das principais seria proibir férias dos funcionários entre 15 e 31 de dezembro.

Entre outras medidas adotadas ainda estão a proibição ao overbooking (quando a companhia vende mais passagens do que o número de lugares disponíveis no avião), endossar o passageiro caso ele perca o seu voo (ou seja, o cliente poderá procurar a companhia aérea e pedir um assento em outra empresa caso perca o voo).

As companhias terão também, obrigatoriamente, que divulgar aviso aos passageiros domésticos em voos internacionais (para que eles saibam o tipo de bagagem que podem levar e a antecedência no aeroporto para o destino desejado), tripular todas as posições de check-in nos horários de pico, além da obrigatoriedade da antecipação das manutenções de aeronaves e de apresentações dos planos de contingência entre os dias 1 e 31 de dezembro – período de pico no setor, em razão das festas de final de ano.

Segundo a presidente da Agência, Solange Vieira, tradicionalmente dezembro é um mês que aumenta o número de passageiros. Desde julho deste ano já se verifica um padrão de crescimento no número de embarques.

- O setor já está chegando em dezembro bem estruturado. Esperamos 14 milhões de embarques e desembarques, dentro do padrão de crescimento verificado desde julho.

Fonte: Evelyn Moraes (R7) - Foto (no Aeroporto Santos Dumont): André Muzell/R7

Helicóptero cai em Goiânia e duas pessoas ficam feridas

Um helicóptero modelo Robinson R-22 de propriedade particular, e arrendado pelo Aeroclube de Goiânia, caiu na tarde desta terça-feira (23), deixando o piloto e um passageiro feridos. A queda foi próxima ao Residencial Solar Ville, em Goiânia.

O piloto identificado como Cristiano Felipe Rocha tentou fazer um pouso de emergência, mas a aeronave ficou sem controle. Após a queda, foi o próprio piloto quem pediu socorro ao aeroclube e acabou sendo resgatado por outro helicóptero.

Ele foi levado para o Hospital de Urgências e, posteriormente, encaminhado ao Hospital Neurológico, onde passou por exames. Segundo o Corpo de Bombeiros, o outro passageiro, que ainda não teve a identidade divulgada, também não se feriu com gravidade. Ainda não se sabe o que provocou o acidente.

Uma equipe da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) vai avaliar o que será feito com os destroços da aeronave, já que a cabine e a hélice do aparelho ficaram completamente destruídas. A perícia que deve investigar as causa da queda deve ser concluída em 90 dias.

Fonte: CBN Goiânia via O Globo - Foto: Ricardo Rafael

Helicóptero do Exército de Camarões cai e deixa 9 mortos

Um helicóptero do Exército camaronês que levava a bordo nove pessoas, caiu nesta segunda-feira (22) entre Douala (Sul, capital petrolífera e econômica) e Yaoundé, nos Camarões, informou a AFP, tendo causado nove mortes.

Anunciado à AFP por duas fontes próximas das forças de defesa camaronesas, o acidente foi confirmado por um oficial do exército que declarou "a queda está confirmada. Estamos no local para recolher informações sobre o concretamente se passou", recusando-se entretanto entrar em mais detalhes.

Segundo uma primeira fonte próxima das forças de defesa que pediu anonimato, o aparelho, um helicóptero Bell 412, teria partido de uma base militar em Limbo (60 quilômetros a oeste de Douala) levando à bordo cinco pessoas.

Uma outra fonte próxima das forças de defesa camaronesas, também falou do acidente: indicando que nove pessoas se encontravam a bordo da aeronave, o que já foi confirmado.

As duas fontes concordavam numa coisa: a presença no helicóptero do comandante do Batalhão de intervenção rápida (BIR, unidade de elite do exército camaronês), Avraham Avir Silvan, de nacionalidade israelita.

De acordo uma das fontes, o comandante do BIR ocupava-se igualmente de todo que se tratava com a segurança do presidente camaronês Paul Biya.

Um dos contingentes, o BIR-Delta, está desdobrado desde 2009 na península de Bakassi (sudeste) para a segurança dessa região pantanosa de 1. 000 km2, difícil acesso mais rico em petróleo e gás, onde se multiplicaram os ataques no mar e raptados atribuídos pelas autoridades aos "piratas".

O último ataque, na noite de 16 a 17 de Novembro, visou uma plataforma petrolífera onde opera um grupo franco-britânico Pereco, segundo fontes próximas dos serviços camaroneses da segurança e de Perenco O Governo camaronês evocou como alvo um navio de Perenco afecto ao transporte de produtos petrolíferos para Moudi (golfo da Guiné, perto das fronteiras da Nigéria e da Guiné - Equatorial).

Fontes: Angola Press / ynetnews.com - Mapa: AFP

Empresa privada recebe autorização pra realizar reentrada na atmosfera

A SpaceX pretende lançar sua cápsula Dragon em dezembro, e recuperá-la no Oceano Pacífico

A Administração Federal de Aviação dos EUA, a FAA, concedeu na segunda-feira, 22, a primeira autorização para que uma empresa privada faça a reentrada de uma nave na atmosfera da Terra.

O receptor foi a companhia SpaceX, uma das empresas que disputam para fornecer voos orbitais à Nasa depois da aposentadoria dos ônibus espaciais, prevista para 2011.

A SpaceX pretende lançar sua cápsula Dragon em dezembro. No voo de teste, a Dragon - projetada para transportar astronautas - será lançada em órbita baixa e fará uma reentrada, pousando no Oceano Pacífico.

Se for bem-sucedida, a empresa será a primeira entidade privada a recuperar uma nave enviada ao espaço.

Fonte: estadão.com.br - Ilustração da cápsula Dragon: SpaceX/Divulgação

Avião está abandonado há mais de 20 anos no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre

Bimotor Cessna 310 de 1978 teria dívida acumulada no valor de cerca de R$ 100 mil

Um avião abandonado desde 1989 no pátio do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, acumula dívidas e histórias sobre a sua verdadeira procedência. O modelo Cessna 310 teria sido trazido dos EUA por um gaúcho que morava em Miami e morreu recentemente. Fabricada em 1978, a aeronave foi adquirida por um americano, que teria pago as primeiras parcelas mas não chegou a levar a aquisição de volta para os EUA.

O relato é de Orivaldo Beloto Martins, 45 anos, que é auxiliar de pista da Transul, empresa que faz manutenção de aeronaves. Segundo ele, em boas condições o avião chegaria a custar US$ 90 mil.

— É um dinheiro jogado no tempo. Várias pessoas ficam impressionadas com esse avião parado aqui. É uma pena. Ele é muito bom para voos executivos. Tem capacidade para até cinco passageiros, autonomia de cinco horas e velocidade média de 300 km/h — explica Martins.

O modelo, que seria o primeiro bimotor desenhado pela empresa norte-americana após a 2ª Guerra Mundial, é encarado como uma relíquia por Martins. O problema é que, ao ficar ao relento e sem manutenção, o avião sofreu danos que reduziram seu preço pela metade, acredita ele:

— O avião precisaria de uma inspeção geral para voltar a funcionar. Ele ficou muito tempo sem óleo de conservação e foi danificado pela corrosão. Seria um investimento alto, mas o avião está em condições de ser recuperado. Ele poderia ser transferido para um museu ou uma escola de aviação já que o painel está inteiro.

O superintendente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Jorge Herdina, confirma que a dívida do avião com tarifa aeroportuária e estadia chegaria a cerca de R$ 100 mil. Segundo Herdina, em 2008, a Infraero avisou o dono por e-mail e ele informou que não tem mais interesse no avião.

O superintendente explica que a responsabilidade sobre a área onde está a aeronave é discutida na Justiça entre Transul e Infraero. De acordo com ele, uma audiência marcada para o próximo dia 25 pode definir a questão.

— Esse avião ficou no limbo. Virou uma história de empurra daqui e dali, com muito folclore e pouca verdade. Esperamos que se encerre o processo e que, definitivamente, a área retorne para a administração do aeroporto. O equipamento deve ser incorporado pela União, que vai decidir o destino que será dado. É o que determina o Código Brasileiro de Aeronáutica — diz Herdina, que não dá prazos para o término do processo.

Fonte: Matheus Beust (Zero Hora) - Foto: Ronaldo Bernardi

Novo rigor em controle de aeroportos irrita americanos

Medida recente obriga passageiro que não se exponha a raio-x de corpo inteiro a submeter-se às inspeções manuais

Resignados a tirar sapatos, cintos e casacos nos aeroportos, os americanos começam a se revoltar contra inspeções manuais nas suas partes íntimas. A medida foi adotada este mês pela Administração da Segurança nos Transportes (TSA, na sigla em inglês) como prevenção de casos como o do nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, em dezembro de 2009, que embarcou num voo para os EUA com uma cueca com explosivos. Nesta semana de feriado de Ação de Graças, cerca de 24 milhões de viajantes nos EUA estarão sujeitos a tal constrangimento.

No sábado, durante a reunião da Otan, em Lisboa, o presidente dos EUA, Barack Obama, deu seu apoio à iniciativa. No domingo, a secretária de Estado, Hillary Clinton, afirmou que o governo estuda um meio de aliviar a avaliação manual. Mas reconheceu que, se pudesse, evitaria passar por essa situação. O chefe da TSA, John Pistole, confirmou a orientação para minimizar o procedimento e lembrou ser este um programa de segurança sujeito a adaptações.

"Agradecemos imensamente a cooperação e a compreensão do povo americano. Não podemos nos esquecer, que há menos de um ano, um suicida com explosivos na roupa íntima tentou derrubar um avião sobre Detroit", insistiu, referindo-se a Abdulmutallab.

A inspeção manual vem sendo aplicada nos 450 aeroportos do país. Somente escaparão do constrangimento os passageiros que embarcarem nos 70 aeroportos munidos de raio-x de corpo inteiro. Mesmo assim, os que não quiserem ou não puderem se expor à radiação, terão de se sujeitar à revista completa. A resistência pode custar um interrogatório por funcionários da TSA, pagamento de uma multa de US$ 11 mil e possível prisão.

Alguns casos abusivos foram abordados em reportagens da rede americana WBTV.

A comissária de bordo Cathy Bossy (foto) relatou ter se esquivado do raio-x de corpo inteiro, em um aeroporto da Carolina do Norte, por ter sofrido recente mastectomia e por não poder sofrer radiações adicionais aos do tratamento contra o câncer. Na inspeção manual, a segurança exigiu que ela retirasse a prótese presa ao sutiã. Outro caso abusivo deu-se com Thomas Sawyer, de 61 anos, no aeroporto de Orlando, na Flórida. Sobrevivente de um câncer na bexiga, Sawyer pediu uma inspeção em local reservado porque carrega uma bolsa para a drenagem da urina, conectada por um cateter a seu abdômen. Vencida a resistência dos seguranças, ele foi levado a uma sala onde a inspeção foi tão indelicada que a bolsa se rompeu.

Fonte: Denise Chrispim Marin (O Estado de S.Paulo)- Fotos: Reprodução/WBTV

Qantas anuncia que voltará a voar com aviões A380

Turbinas dos Airbus da Qantas são da britânica Rolls-Royce

A empresa aérea australiana Qantas anunciou nesta terça-feira (horário local) que voltará a voar com os aviões Airbus 380 a partir de sábado, mas com apenas duas das seis aeronaves desse modelo que tem em sua frota.

O executivo-chefe Alan Joyce disse que os outros quatro A380 ainda não voltarão a operar, já que algumas de suas turbinas (da marca Rolls-Royce) estão em manutenção.

A Qantas havia suspendido os voos com os A380 após um incidente em 4 de novembro, quando um avião desse modelo com 430 passageiros e 26 tripulantes a bordo teve que fazer um pouso forçado em Cingapura por causa da explosão de uma de suas turbinas.

Ninguém se feriu, mas foi o mais grave incidente envolvendo o A380. Dias depois, a Qantas disse ter identificado vazamentos nas turbinas do avião.

"Estamos completamente confortáveis com a (volta de) operação da aeronave", disse nesta terça Joyce, explicando que os aviões passaram por inspeções da Airbus e da Rolls-Royce, segundo o site News.com.au. "Estamos trabalhando com as empresas no que é necessário para (restaurar) as outras (quatro) aeronaves".

O executivo disse que o público pode "ter confiança que todo o possível está sendo feito para entender o que aconteceu com a turbina do A380 e para prevenir que isso se repita".

Também segundo o site News.com.au, a agência estatal de aviação civil australiana concordou com os regresso dos A380.

Componente

No dia 12 de novembro, a britânica Rolls-Royce afirmou ter identificado o componente da turbina que apresentou problemas.

Segundo a empresa, as investigações mostraram que o problema iniciou um incêndio no óleo que vazou, um disco da turbina então se soltou e a turbina desintegrou.

A companhia britânica informou que vai substituir o componente em outras turbinas do mesmo tipo.

Fonte: BBC Brasil via O Globo

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Companhias se comprometem a não fazer overbooking

Medida consta do plano de ação da Anac para evitar caos nos aeroportos no fim do ano

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou nesta segunda-feira uma série de medidas que serão adotadas pela Infraero, Polícia Federal, Receita Federal, Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e companhias aéreas para enfrentar o aumento de movimento nos aeroportos no final do ano. Entre elas, está a proibição da prática de overbooking pelas companhias. Mais cedo, TAM e Gol já haviam anunciado que estavam preparadas para atender a um aumento de 20% na demanda, em relação ao mesmo mês de 2009.

Os agentes do setor se reuniram na manhã de hoje para consolidar um plano de ação do setor. Participaram, além da Anac, as seis maiores companhias aéreas brasileiras (TAM/Pantanal, Gol/Varig, Azul, Webjet, Avianca e Trip), a Infraero (que administra os principais aeroportos), a Polícia Federal, a Receita Federal e o Decea (responsável pelo controle do tráfego aéreo), da Aeronáutica.

Segundo o informe divulgado há pouco, entre as providências estão a disponibilização de aeronaves reserva; o aumento das equipes de atendimento e equipamentos da Infraero; a ocupação de todas as posições de check-in das companhias nos horários de pico; o incentivo ao check-in pela internet ou totens nos aeroportos e o endosso de passagens entre as empresas, além da proibição de overbooking.

A presidente da Anac, Solange Vieira, afirmou que as empresas que praticarem overbooking poderão ser punidas com restrição da autorização de novos voos e fretamentos. "Pode-se congelar autorizações de voo e não permitir fretamentos", disse. Segundo ela, se verificado overbooking, a agência decidirá qual destas medidas será tomada. Ela afirmou que também há a possibilidade de multa para esta prática, mas considera as restrições punições mais fortes.

A Anac se comprometu a aumentar a fiscalização, em especial sobre os direitos dos passageiros. O Decea, por sua vez, terá um aumento de 14% nas posições de controle de tráfego e vai realizar monitoramento especial dos aeroportos de Porto Seguro, Salvador, Fortaleza e Florianópolis. A Anac acrescentou que também manterá inspetores durante 24 horas nos centros de operações das empresas aéreas e no Decea.

Também estão incluídas recomendações para tratamento de viagens internacionais. No caso dos voos internacionais, a Polícia Federal concordou em manter tripuladas todas as posições de controle de migração (checagem de passaportes) nos horários de maior movimentação. Ainda segundo a Anac, como alguns voos internacionais incluem escalas domésticas, as companhias aéreas terão de informar os passageiros que farão exclusivamente os trechos dentro do Brasil para chegarem antecipadamente ao aeroporto, bem com sobre as restrições sobre a presença de líquidos na bagagem de mão.

Ocupação máxima

A presidente da Anac, Solange Vieira, estimou hoje que a taxa de ocupação dos voos na segunda quinzena de dezembro será de entre 90% e 95%. A agência estima em 14 milhões o número de embarques. "É diferente de outras épocas em que se a pessoa perde o voo, se consegue realocar. Neste período, a taxa de ocupação vai para o máximo e quase não sobra espaço. Isso gera problemas porque os voos saem praticamente cheios", disse Solange.

A Agência informou ainda que de 17 de dezembro de 2010 até 3 de janeiro de 2011, a Anac terá uma equipe de 120 pessoas, entre inspetores, diretores e pessoal de apoio, nos períodos de manhã, tarde e noite, em 11 aeroportos de todas as regiões do País: Galeão (RJ), Guarulhos e Congonhas (SP), Brasília (DF), Confins (MG), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Vitória (ES) e Manaus (AM). O objetivo das equipes será o de fiscalizar o atendimento e as providências tomadas pelas companhias aéreas, assim como o cumprimento da Resolução nº 141, em vigor desde junho deste ano, que determina os direitos dos passageiros nas viagens aéreas. Em seu comunicado, a Anac acrescentou também que nos principais aeroportos brasileiros estarão disponíveis aos passageiros cartilhas informativas.

Fonte: Veja.com (com Agência Estado) - Foto: Agência Estado

Com aeroportos e aviões saturados, Infraero tenta fazer passageiro andar mais rápido

Cartilha com informações básicas e filme para explicar procedimentos no raio-x estão entre as ações para acelerar embarque e desembarque

Com aeroportos saturados e aeronaves lotadas, empresas e órgãos ligados à aviação comercial vão tentar acelerar uma outra ponta do ‘sistema’: o passageiro. Uma série de campanhas informativas e ações nos aeroportos visam a dar agilidade aos procedimentos de embarque e desembarque, para evitar que passageiros ‘inexperientes’ – dada a popularização das passagens aéreas – emperrem as filas. A Infraero estima em 20% o aumento na movimentação de passageiros durante a alta temporada. Historicamente, em dezembro, o número de passageiros supera em cerca de 11% o mesmo período do ano anterior. A previsão da Anac é que, em dezembro desse ano, ocorram cerca de 14 milhões de operações de embarque e desembarque, e boa parte delas com estreantes: segundo o instituto Datapopular, mais de 8 milhões de brasileiros terão viajado pela primeira vez de avião em 2010.

Como os principais aeroportos brasileiros operando acima de suas capacidades, evitar a lentidão ‘passageiro por passageiro’ é o que resta para dar vazão a este aumento de demanda. Um estudo divulgado em maio deste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) identificou que 10 dos mais importantes aeroportos brasileiros operam acima do limite para o qual foram projetados. Guarulhos, por exemplo, tem 65 pedidos de pousos e decolagens por hora, mas tem capacidade para apenas 53 movimentações. Em Brasília, são 45 pedidos para uma capacidade de 36 poucos e decolagens.

A Infraero aprimorou o conteúdo da campanha ‘Fique por Dentro’, criada em 2009. Uma das novidades deste ano é a exibição de um filme com esclarecimentos sobre a passagem de bagagens de mão pelo raio-x das salas de embarque. O material será permanentemente exibido em totens com monitores de LCD instalados na área de inspeção. Inicialmente, só Rio, São Paulo e Brasília terão os vídeos.

A campanha também conta com a distribuição de uma cartilha – o Guia do Passageiro - com explicações simples, como a obrigatoriedade de passagem pelos detectores de metais, restrição de acesso às salas de embarque e documentos para check-in.

Para as empresas, apelar para o marketing – seja o informativo ou o estratégico – é vital. Quando a coisa vai mal nos aeroportos, os danos à imagem das companhias é. A crise causada pela TAM, em 2006, os cancelamentos de voo da Gol, este ano, são bons exemplos de como uma marca pode ser afetada pela crise que, em última análise, não é só de responsabilidade do transportador.

A estratégia, este ano, é chegar ao passageiro insatisfeito antes que ele chegue ao horário nobre da TV. Juizados especiais, ouvidoria, balcões de informações e reforço nas equipes de atendimento ao público em dezembro estão na pauta da Infraero e das seis maiores empresas do setor.

Fonte: Rafael Lemos (Veja.com)

Avião desaparecido há 4 dias é encontrado em MT; piloto morre

Os destroços de um avião agrícola que estava desaparecido desde a última quinta-feira foram encontrados nesta segunda-feira em uma zona de mata fechada no município de Tapurah (MT), a 445 km de Cuiabá. O piloto e único ocupante da aeronave, Vandiclei Bispo de Souza (foto), 29 anos, morreu na queda e seu corpo já foi resgatado, segundo informações da Aeronáutica.

O avião agrícola fazia a pulverização de uma fazenda quando desapareceu, entre 13h e 15h do dia 18. A Força Aérea Brasileira (FAB) fez buscas com uma aeronave Amazonas e um helicóptero H1H. Os destroços foram achados às 12h54 de hoje, no mesmo município.

Ainda não há informações sobre as causas da queda. A Aeronáutica informou que vai investigar o acidente e que o trabalho não tem um prazo determinado para ser concluído.

Fonte: Terra - Foto: Reprodução/Só Notícias

Avião fora da rota provoca alerta na Casa Branca

Dois caças F-16 interceptaram nesta segunda-feira (22) um avião monomotor que invadiu o espaço aéreo restrito na região de Washington, provocando um breve alerta na Casa Branca, informaram fontes da segurança local.

Um Cessna 172 foi interceptado às 14H19 local (17H19 Brasília), informou o comandamente americano do sistema de defesa aéreo da América do Norte (Norad).

"Os dois caças escoltaram o avião ao aeroporto de Manassas" (Virgínia), onde pousou às 14H32 (17H32), disse à AFP a porta-voz do Norad Stacey Knott.

Manassas está situada a cerca de 50 km de Washington. A porta-voz não revelou quantas pessoas estavam a bordo do Cessna.

A presença do avião no espaço aéreo restrito levou o Serviço Secreto, órgão encarregado da proteção do presidente americano, a acionar o alerta na Casa Branca, por um breve período.

Agentes do Serviço Secreto foram ao aeroporto de Manassas para interrogar o piloto do Cessna.

Fonte: AFP - Foto: Getty Images

Ferramenta solta causou fogo em Boeing 787, diz jornal

O incêndio ocorrido há duas semanas durante um teste do jato 787 Dreamliner da Boeing foi provocado por um curto circuito, causado por uma ferramenta esquecida num quadro elétrico, segundo o jornal francês La Tribune.

Em reportagem publicada na segunda-feira, citando "fontes do setor", o jornal diz que os engenheiros estão buscando formas de evitar que o problema se repita.

A Boeing não quis comentar a reportagem, alegando que a investigação ainda não está completa. "Qualquer coisa indicando as causas ou os próximos passos é apenas especulação a esta altura", disse uma porta-voz.

A reportagem afirma que a Hamilton Sundstrand, subsidiária da United Technologies que fornece componentes elétricos, provavelmente é uma das várias fábricas envolvidas na investigação. A empresa disse estar colaborando com a apuração do acidente.

A Boeing, segunda maior fabricante mundial de aviões, atrás da Airbus, suspendeu os testes com o 787 Dreamliner depois do incêndio de 9 de novembro, que provocou um pouso de emergência em Laredo, no Texas.

A empresa não disse se o incidente irá atrasar a primeira entrega desse avião leve, feito de compostos de carbono, que está prevista para o primeiro trimestre de 2011.

O lançamento do avião já está quase três anos atrasado. Alguns especialistas acham que ainda pode haver adiamentos de meses ou anos.

"Achamos que é provavelmente positivo se a fonte do incêndio puder ser atribuída a uma ferramenta esquecida, e não a uma questão de projeto", disse em nota Robert Stallard, analista da RBC Capital Markets.

As ações da Boeing já caíram mais de 7 por cento desde 9 de novembro, mas na segunda-feira fecharam em alta de 0,44 dólar, cotadas a 64,03 dólares na Bolsa de Nova York.

Fonte: Kyle Peterson e Karen Jacobs (Reuters) via O Globo - Imagens: Boeing / AFP

domingo, 21 de novembro de 2010

Avião da FAB bate em cerca de proteção no Santos Dumont

Acidente provocou danos materiais na aeronave; ninguém se feriu.

Aeroporto ficou fechado por pelo menos 30 minutos.

Um avião Bandeirante 2325 da Força Aérea Brasileira (FAB), que estava chegando ao Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, saiu da pista e bateu numa cerca de proteção, no início da noite deste domingo (21). Ninguém ficou ferido.

A aeronave chegava de São José dos Campos, em São Paulo, com 18 pessoas a bordo, entre civis e militares. Eles fazem parte de uma comitiva do Departamento de Ciência e Tecnologia Espacial. O grupo veio para um curso no Rio.

Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de acidentes da Aeronáutica o avião sofreu danos materiais que ainda serão avaliados.

Por causa do acidente, o Santos Dumont ficou fechado por 24 minutos, entre 19h06 e 19h30. Logo em seguida, os voos passaram a chegar e sair pela pista auxiliar.

De acordo com a assessoria do aeroporto houve um atraso médio de 30 minutos nos voos, tanto nas partidas quanto nas chegadas. O tráfego foi totalmente liberado às 19h51. O movimento já foi normalizado.

Fonte: G1/Globo News

Avião com suspeita de incêndio pousa com segurança em NY

A aeronave envolvida no incidente é a quarta, com a cauda azul e vermelha iluminada

O voo DL-30 da companhia aérea Delta com rumo a Moscou aterrissou neste domingo (21) - sem problemas - no Aeroporto Internacional JFK, em Nova York, após dados que apontavam para um possível incêndio na aeronave.

A Direção da Agência Federal de Aviação afirmou que uma das asas da aeronave, o Boeing 767-332/ER, prefixo N1200K, estavam em chamas são incorretos e indicou que nenhum dos passageiros está ferido.

A agência indicou que os pilotos informaram de problemas em um dos motores, o que os obrigou a retornar ao aeroporto JFK, situado no bairro nova-iorquino de Queens.

O voo tinha saído de Nova York minutos antes das 17h (horário local, 20h de Brasília) com cerca de 200 passageiros a bordo e aterrissou ao redor das 17h45 local (20h45 de Brasília). O Departamento de Bombeiros de Nova York tinha deslocado mais de 100 homens para o aeroporto, situado no bairro nova-iorquino do Queens.

A rede de televisão CNN informa que os passageiros estão sendo redirecionados para outro voo com destino a Moscou.

Fontes: EFE/Band News/Terra/ASN - Foto: New York Daily News

Aeroporto no Brasil é "desastre", diz associação mundial de aéreas

A principal associação mundial de companhias aéreas censurou ontem o Brasil por deficiências de infraestrutura que ameaçam o fluxo de passageiros na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016.

Impostos e taxas no país e na região também foram questionados como um obstáculo à operação, assim como riscos à segurança.

"O Brasil é a maior economia da América Latina e a que cresce mais rápido, mas sua infraestrutura é um desastre crescente", afirmou o presidente da Iata, Giovanni Bisignani, em discurso distribuído à imprensa.

Bisignani, que falou no fórum da Associação de Transporte Aéreo da América Latina e do Caribe, no Panamá, alertou para a demanda que virá com os megaeventos esportivos e exortou autoridades e empresas nacionais a prepararem um plano "se quiserem evitar vexame".

"O relógio está correndo e eu não vejo muito progresso", afirmou. "Dos 20 maiores aeroportos domésticos do Brasil, 13 não conseguem acomodar as demandas em seus terminais. E a situação em São Paulo é crítica."

A maior preocupação da Iata é o Aeroporto Internacional de Guarulhos. A associação criticou a decisão da Infraero, depois revertida, de fechar uma das pistas no próximo ano. A capacidade atual do aeroporto é insuficiente para o crescimento da demanda.

Outro ponto levantado foi o aumento tributário. A Iata relata este como um problema da região, mas destaca o Brasil, o Chile e o Peru ao falar de países cuja competitividade no setor é fortemente afetada pelos impostos.

"É por causa dos altos impostos que esses países são listados, respectivamente, como 45º, 57º e 74º no índice de viagem e turismo do Fórum Econômico Mundial." A lista é liderada pela Suíça.

Grandes expectativas

Apesar das críticas, a Iata festejou a fusão da TAM com a LAN Chile, um negócio estimado em US$ 14 bilhões em capitalização de mercado, quase o triplo do que é estimado para outra megafusão, a da British Airways com a espanhola Iberia.

A associação está aumentando seu investimento no Brasil e nomeou Carlos Ebner, ex-presidente da OceanAir (hoje Avianca) e ex-diretor financeiro da Varig, como diretor para o Brasil a partir de dezembro.

O movimento aéreo na América Latina (número de voos) deve crescer acima da média global: 15,2% no ano e 6,1% no ano que vem, após fechar 2009 no zero a zero. Em receita, a alta estimada é de 5% e 3,2%, também acima da média do resto do mundo.

Fonte: Luciana Coelho (Folha.com)

Procura-se: testador de cabine de avião

Se você é uma daquelas pessoas que se sentem como uma pedrinha de jogo de Tetris quando anda de avião, esta é sua chance de fazer a sua experiência de voo um pouco mais agradável.

Isso porque a Universidade de São Paulo e a Embraer estão convidando pessoas que já tenham viajado de avião a colaborar no desenvolvimento de cabines mais confortáveis.

Batizado de “Conforto e Design de Cabine” esse projeto é uma parceria entre a Embraer, Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e utilizará um simulador especialmente construído para esse fim que reproduz as condições de um voo real (pressão, temperatura, ruído e vibração), construído nas dependências da USP.

Além disso esta fase do projeto visa aprofundar o conhecimento sobre o comportamento dos passageiros ao embarcarem na aeronave, ao longo da viagem e também ao desembarcarem cuja avaliação será feita por meio de questionários respondidos pelos voluntários. Os selecionados receberão uma ajuda de custo.

Os ensaios ocorrerão de fevereiro a junho de 2011 nas dependências da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e os interessados em participar podem se cadastrar no site da iniciativa.

Leia mais AQUI.

Fonte: Mário Nagano (zumo.uol.com.br)

O silêncio do terror suicida

No fim da 2.ª Guerra, o Ocidente suspirou aliviado: o conflito havia sido feroz, mas a humanidade conseguira se livrar do nazismo e da tirania de Hitler. O mundo aprenderia a lição, países não se deixariam seduzir por caudilhos fanáticos e renunciariam a ideologias aberrantes, como nacionalismo e racismo, as quais haviam provocado a recente catástrofe. Abria-se um período de paz e convivência no qual a democracia e a cultura da liberdade prosperariam.

Mas o otimismo era precipitado. Entre os vencedores estava a URSS, e Stalin não tinha a menor intenção de renunciar à sua versão do totalitarismo e de conquistar o mundo.

Imediatamente começou a Guerra Fria que, por quarenta anos, manteria o planeta numa situação de instabilidade, sob a ameaça de um confronto atômico que acabaria com a civilização e, talvez, com toda forma de vida na terra.

A derrocada da URSS por putrefação interna e a transformação da China em um país capitalista (mas vertical e autoritário) despertaram, no fim dos anos 80, um novo entusiasmo em todos os amantes da liberdade.

O inimigo mais ferrenho da liberdade, juntamente com o fascismo, desmoronava por seu fracasso econômico e social. Uma vez mais, a democracia parecia o único modelo capaz de produzir a coexistência na diversidade e de produzir oportunidades em um sistema de respeito aos direitos humanos. Francis Fukuyama encarnou esse espírito falando em "fim da História", uma etapa na qual, superadas contradições entre países e ideologias, se estabeleceria um consenso em favor da democracia.

Mais uma vez, era pecar por excessivo otimismo. Ao mesmo tempo que essa profecia irreal provocava uma polêmica internacional, no Oriente Médio e no Extremo Oriente surgia um novo desafio implacável contra a cultura da liberdade, encarnado no integrismo islâmico que levaria sua mensagem de ódio ao próprio coração dos EUA, Londres e Madri e outras cidades europeias, enchendo as ruas de milhares de inocentes vítimas e inaugurando um período de terrorismo internacional que pegou de surpresa todo o Ocidente. Os atentados estenderam-se logo à África, ao Oriente Médio e à Ásia, deixando em cidades como Nairóbi, Dar-es-Salaam, Djerba, Mombasa, Casablanca, Sham el-Sheikh, Dahab, Kampala, Bali, Islamabad e praticamente todas as cidades do Iraque e do Afeganistão, montanhas de cadáveres. (É preciso notar que o número de vítimas do integrismo islâmico tem sido muito maior entre os muçulmanos do que entre os praticantes de outras religiões e os não crentes.)

Logo o mundo livre descobriria que os tentáculos da Al-Qaeda e de grupelhos afins tinham membros infiltrados em suas comunidades e contavam com cúmplices no seio de famílias imigrantes, por vezes da segunda e até terceira geração. Os antigos monstros estavam vivos e ativos, embora agora não dispusessem de grandes exércitos. Nem precisariam deles. Sua estratégia de assédio e eliminação da democracia contava com uma arma nova e muito difícil de combater: o terrorista suicida.

Ele existe desde sempre, mas, incluindo no Japão, onde morrer matando em honra do imperador foi uma prática muito difundida durante a 2.ª Guerra, em geral tratava-se de casos isolados, que não poderiam, sozinhos, influir no curso de uma guerra. O terrorismo suicida moderno, como vimos em ação no Iraque na invasão que derrubou o regime de Saddam Hussein e vemos agora no Paquistão e no Afeganistão, é algo sem precedentes: um instrumento fundamental da estratégia planejada por Bin Laden e seus aliados. Não consiste em infligir uma derrota militar ao Grande Satã (os EUA), mas em enfraquecê-lo mediante atentados contra vítimas inocentes e civis locais, que levam os governos a tomar medidas de segurança que às vezes contradizem os mais acalentados princípios democráticos e violam uma das maiores conquistas da cultura da liberdade que são os direitos humanos.

O que aconteceu em Guantánamo ou no cárcere de Abu Ghraib, no Iraque, com prisioneiros suspeitos de colaborar com o terror são apenas dois exemplos abomináveis, entre muitos outros, de como a estratégia de Bin Laden dá resultados.

Terror e tecnologia. O terrorista suicida é uma arma muito difícil de combater em uma sociedade aberta, onde leis devem ser respeitadas, assim como as garantias individuais e os direitos humanos, e onde críticas, doutrinas e ideias são expressas livremente. Pode permanecer despercebido, infiltrar-se e desaparecer entre pessoas comuns, preparar atentados com uma infraestrutura mínima e escolher com calma o alvo e o momento.

A capacidade de destruição de quem não tem medo de morrer matando é imensa. Por enquanto, ele pode mover-se com facilidade pelos lugares onde cometerá sua imolação, lugares que jamais poderiam ser protegidos em sua totalidade. Não há como um governo estabelecer uma vigilância rigorosa em todos os lugares públicos de um país ou de toda uma cidade.

Por outro lado, o desenvolvimento espetacular da tecnologia bélica, que nos nossos dias permite que artefatos pequenos e de fácil manuseio causem mais estragos do que antigamente toda uma unidade de artilharia, facilita enormemente a tarefa do terrorista. Vimos casos surpreendentes, como materiais inflamáveis que podem incendiar um avião, escondidos no pó dos sapatos de um suicida potencial. Na tresloucada corrida da espécie humana para a morte não será impossível que, em breve, cheguemos à fabricação de armas atômicas portáteis.

Para as instituições públicas e companhias privadas, isso significou uma multiplicação vertiginosa de gastos e pessoal em sistemas de detecção de armas e metais, em lugares de trabalho e reunião, depósitos, bibliotecas, estádios, lugares de entretenimento, dificultando o transporte e perturbando a vida cotidiana. Chegou-se a extremos de pesadelo para a maioria da população.

A consequência mais grave da ameaça do terrorismo suicida que paira hoje sobre o Ocidente democrático e liberal é que ele, em seus esforços para defender-se contra a repetição de matanças como as das Torres Gêmeas de Manhattan ou a da estação de Atocha em Madri, vai renunciando às grandes conquistas da cultura da liberdade, reduzindo ou abolindo os direitos que garantem a privacidade e conferindo aos organismos militares e policiais um poder que escapa parcial ou totalmente do controle. Pressionam-se autoridades e imprensa para que desistam de sua liberdade de informação e crítica, e às vezes da simples verdade, para não serem vítimas de represálias, como vimos no episódio das caricaturas de Maomé publicadas na Dinamarca.

Que extraordinária vitória para os extremistas, que lançam seus fanáticos cobertos de explosivos contra multidões inermes, ver as democracias deixarem de ser democráticas, com o argumento de que a única maneira de defender a liberdade é violando-a e dando passos que as aproximam cada dia mais aos regimes autoritários!

Por Mario Vargas Llosa para 'O Estado de S.Paulo' - Tradução: Anna Capovilla

Avião aterrissa de 'barriga' em aeroporto francês

A aeronave Lockheed C-130H-30 Hercules (L382), prefixo 7T-WHA, fretado pela companhia argelina Al Quwwat al-Jawwiya al-Jaza'eriya, se acidentou durante a decolagem no Aeroporto Le Bourget, em Paris, na França, por volta das 9:00 (hora local) de sexta-feira (19), sem deixar feridos.

O avião aterrissou de 'barriga' (foto acima). O aeroporto, localizado a 7 km de Paris, teve que ser fechado por 15 minutos, confirmou o serviço de imprensa do aeroporto. Um problema técnico foi a causa do acidente.

Fontes: ASN / TF1 - Foto: DR/Internaute TF1 News

Doze mortos em acidente de helicóptero na Índia

Um helicóptero da Força Aérea índia com 12 pessoas a bordo explodiu na sexta-feira (19) no nordeste do país e não houve sobreviventes.

O coronel Rajesh Kalia declarou à agência PTI que o aparelho, um Mil Mi-17 de fabricação russa, se precipitou a terra em de o meio dia da sexta-feira, após decolar do heliporto de Tawang, no estado de Arunachal Pradesh, extremo oriente da Índia.

Ainda que versões preliminares atribuíssem o acidente ao denso nevoeiro reinante. O porta-voz do ministério de Defesa apontou que teve uma explosão a bordo da aeronave, na qual viajavam dois pilotos e dez aprendizes.


Fontes: lac/nm/vo via Prensa Latina - Foto: PTI