quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Acidente com avião das Forças Armadas do Equador mata seis militares

Na foto, uma aeronave das Forças Armadas do Equador

Seis militares equatorianos morreram nesta quarta-feira (6) na queda de um avião do Exército na Amazônia, informou à AFP um porta-voz da instituição.

O acidente ocorreu quando o avião, um Cessna 206 das Forças Armadas equatorianas, voava entre os povoados de Taisha e Shell, esta última a 135 km a sudeste de Quito, em uma missão de abastecimento.

A queda, que ocorreu às 16h53 local (19H53 Brasília), matou dois suboficiais, o piloto e o copiloto, e quatro soldados que prestavam o serviço militar obrigatório.

Os pilotos, tenentes Edison Narváez e Raúl Cadena, tentaram fazer manobras para aterrissar de emergência numa pista do setor de Mamayak, na provincia de Pastazapero, mas não obtiveram êxito. Os outros falecidos são os soldados Moreno, Ortíz, Analuisa e Guanotaxi.

Este foi o terceiro acidente aéreo envolvendo as Forças Armadas do Equador nos últimos três meses, após a queda de um helicóptero Dhruv, em 27 de outubro, durante uma cerimônia militar em Quito, com dois tripulantes feridos, e a queda no mar de um helicóptero Bell 230, também em outubro, sem vítimas.

Fontes: iG / El Universo / Ecuavisa

Eslováquia desculpa-se com Irlanda por deixar passar explosivo no aeroporto

A polícia eslovaca pediu desculpas nesta quarta-feira por uma falha em um teste de segurança no aeroporto de Poprad (nordeste), que levou um eslovaco, totalmente alheio à operação, a introduzir sem saber um explosivo na Irlanda.

"Foi um erro de um policial que se esqueceu de retirar o explosivo depois de descoberto por um cão treinado, durante um exercício de segurança no aeroporto de Poprad, sábado", afirmou Tibor Mako, diretor da polícia de fronteiras eslovaco.

"O explosivo ficou acidentalmente na mochila de um cidadão eslovaco, que o levou sem saber para seu apartamento em Dublin", informou Poprad em entrevista à imprensa.

A polícia irlandesa apreendeu o material em casa do eslovaco. Eram 90 gramas de RDX, explosivo militar muito potente.

A intervenção se fez depois que as autoridades de Bratislava contactaram a polícia do aeroporto de Dublin.

O passageiro, um eletricista eslovaco de 49 anos que trabalha na Irlanda há três anos, foi detido, primeiro, em virtude da lei antiterrorista, sendo depois liberado sem acusação, após um interrogatório de três horas.

"Lamentamos absolutamente ver nossos esforços para controlar a segurança do transporte aéreo civil fracassar de maneira tão negativa", disse Mako, acrescentando que a polícia eslovaca vai desistir de exercícios desse tipo.

Fonte: AFP via G1 - Foto: Bill Pugliano

Irlanda abre investigação sobre explosivos colocados em bagagem por autoridades eslovacas

O ministro da Justiça da Irlanda pediu uma investigação, na terça-feira, sobre explosivos que teriam sido colocados inadvertidamente por autoridades da Eslováquia na mala de nove passageiros, como parte de um exercício de segurança aeroportuária. O episódio acontece duas semanas depois de um nigeriano, suspeito de manter laços com militantes no Iêmen, tentar explodir um avião de passageiros com explosivos escondidos em suas roupas íntimas.

"Após o contato das autoridades eslovacas com a polícia do aeroporto de Dublin, membros da Guarda Nacional Irlandesa recuperaram uma quantidade de material explosivo da bagagem de um passageiro que desembarcou em Dublin no sábado", disse um comunicado do Departamento de Justiça.

Segundo autoridades eslovacas, os explosivos foram colocados nas bagagens sem que os passageiros tivessem conhecimento. Oito deles foram pegos no raio-x. Mas a mala de um eletricista eslovaco de 49 anos que trabalha na Irlanda, e voou de Bratislava a Dublin no sábado, depois dos feriados de fim de ano, não teria sido interceptada pela segurança do aeroporto irlandês.

O homem chegou a levar os 90 gramas de explosivos para casa, sem saber. Só dois dias depois, quando o governo eslovaco revelou às autoridades irlandesas detalhes sobre o polêmico exercício de segurança, a polícia irlandesa recuperou as substâncias. Um setor do centro de Dublin chegou a ser isolado pelo esquadrão antibombas para a operação.

A polícia irlandesa chegou a deter o eletricista, mas ele foi libertado depois que as autoridades eslovacas esclareceram que ele não tinha qualquer conhecimento sobre o que transportava. O ministro do Interior eslovaco, Robert Kalinak, declarou profundo arrependimento por parte de seu governo e disse que pretende cooperar com as investigações irlandesas.

"O ministro do Interior eslovaco transmitiu ao ministro da Justiça Dermot Ahern o profundo pesar de seu governo por esse incidente", disse o governo irlandês em um comunicado.

Mas nenhuma explicação sobre o atraso - de dois dias - na divulgação do teste de segurança foi dada por parte das autoridades eslovacas.

- Esse tipo de explosivo precisa ser misturado com outros elementos para se fazer uma bomba, mas obviamente é um explosivo extremamente perigoso - disse o comandante irlandês Gavin Young.

Fontes: O Globo

Venezuela diz ter provas de incursão aérea norte-americano

O governo da Venezuela assegurou ter provas para embasar a denúncia de que seu espaço aéreo foi violado por forças norte-americanas que operam na região do Caribe a partir das Antilhas Holandesas.

O vice-presidente do país, Ramón Carrizález, relatou nesta terça-feira (4) que, "no dia 17 de maio de 2009, um avião de guerra norte-americano partiu de Curaçao, violou nosso espaço aéreo e uma zona exclusiva de voo, como é a Base Aérea de La Orchila", no Caribe.

"Temos os registros dos diálogos da torre de controle com o avião, em que se perguntou se tinham autorização para sobrevoar a área e os motivos da incursão", disse. "Temos também as trajetórias do voo e as colocamos à disposição para demonstrar que Curaçao é usada para violar a soberania nacional", complementou.

A afirmação de Carrizález contraria o Comando Sul dos Estados Unidos, que havia negado qualquer invasão do espaço aéreo venezuelano e reiterou que as operações no Caribe fazem parte somente da estratégia do país para combater o narcotráfico na região.

"Todas as operações contra o narcotráfico são feitas de acordo com o Direito Internacional e os tratados assinados", enfatizou o porta-voz do Comando Sul, Stephen Lucas. "Quando realizamos incursões em espaço aéreo alheio, fazemos isso apenas com o consentimento e a aprovação do governo que controla tal espaço aéreo", afirmou.

Para Caracas, porém, Washington planeja um ataque à Venezuela, no qual teria o apoio da vizinha Colômbia, que recentemente assinou um acordo para ceder bases militares a oficiais norte-americanos.

Carrizález, que participou nesta terça-feira de uma cerimônia com oficiais da Marinha, disse que a Venezuela tem uma tradição de paz, mas isso "não quer dizer que vamos permitir que nossa soberania e nosso território sejam atingidos com impunidade". "Nosso país não vai permitir uma agressão sem uma resposta contundente", ressaltou.

Fonte: DCI

Sobrevivente das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki morre no Japão

A única pessoa oficialmente reconhecida como sobrevivente das duas bombas atômicas lançados pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão, ao final da 2.ª Guerra Mundial, morreu na segunda-feira aos 93 anos, de câncer no estômago, informou-se nesta quarta-feira.

Por muito tempo Tsutomu Yamaguchi (foto) foi certificado como um "hibakusha," ou sobrevivente de radiação, do bombardeio de Nagasaki, em 9 de agosto de 1945. Em março do ano passado, o governo japonês confirmou que ele também sobreviveu ao bombardeio de Hiroshima três dias antes, em 6 de agosto de 1945.

Nesse dia, o bombardeio americano U.S. B-29 Enola Gay lançou uma bomba atômica que explodiu em Hiroshima às 8h15 (horário local). Yamaguchi estava na cidade em uma viagem de negócios para a firma em que trabalhava, no setor naval da Mitsubishi.

Cerca de 140 mil pessoas foram mortas, muitas instantaneamente, enquanto outras milhares ficaram gravemente feridas.

"Enquanto caminhava, ouvi o som de um único avião. Olhei para o céu e vi o B-29, e ele lançou dois paraquedas. De repente, vi um grande clarão e eu desfaleci", relembrou anos depois em uma entrevista ao jornal britânico The Times.

Apesar de ter sofrido queimaduras graves, Yamaguchi conseguiu no dia seguinte retornar à sua casa, na cidade de Nagasaki. Ele estava lá quando a cidade também foi bombardeada pelos Estados Unidos. Cerca de 70 mil morreram, mas Yamaguchi sobreviveu novamente.

"Minha exposição dupla à radiação é agora oficialmente reconhecida pelo governo", afirmou Yamaguchi no ano passado. "Isso deixará claro às gerações mais jovens a história de horror das bombas atômicas mesmo depois de minha morte."

Muitos dos que sobreviveram as bombardeios sofreram uma vida de problemas de saúde relacionados à radição, incluindo cânceres. Yamaguchi perdeu a audição no ouvido esquerdo e sofreu de leucemia aguda, catarata e outras doenças relacionadas às bombas em anos subsequentes.

Yamaguchi se tornou conhecido no Japão por suas frequentes palestras sobre os horrores da guerra e como ativista pelo desarmamento nuclear.

O prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, lamentou sua morte e afirmou que "um excelente contador de histórias" desapareceu.

Reconhecimento oficial

Acredita-se que um pequeno número de japoneses tenha sobrevivido a ambos os bombardeios, mas Yamaguchi era o único sobrevivente das duas bombas oficialmente reconhecido pelo governo japonês.

Fonte: iG (com informações da BBC) - Foto: AFP

Anac quer proibir taxa adicional no transporte de carga

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) quer proibir as empresas aéreas que fazem transporte internacional de carga de cobrarem uma taxa adicional relativa ao custo do combustível usado nos aviões. "Achávamos que, com a liberdade tarifária, não faria mais sentido cobrar isso. Mas elas continuam cobrando. Estamos em fase final de elaboração de uma resolução proibindo esta cobrança", disse à Agência Estado o superintendente de Regulação Econômica e Acompanhamento de Mercado da Anac, Juliano Noman.

Ele disse que a área técnica deverá concluir, nas próximas semanas, a proposta para então ser encaminhada para aprovação da diretoria da agência. Segundo o superintendente, com a abolição do adicional, haverá mais transparência para os usuários com relação ao preço do frete, já que hoje a tarifa cobrada normalmente pelo serviço se soma ao adicional do combustível.

O adicional do combustível começou a ser cobrado depois da Guerra do Golfo em diversos países pelas empresas aéreas transportadoras de cargas. Isso acontecia porque, com a volatilidade dos preços do petróleo, o adicional foi uma solução que as empresas encontraram para reajustar, quase diariamente, as variações do preço do combustível, sem ter que alterar toda a tabela de preços dos serviços. Assim, para facilitar, elas só mudavam o preço do adicional, cobrado à parte.

Essa cobrança separada também foi autorizada no Brasil, na época, pelo Departamento de Aviação Civil (DAC). Essa taxa, porém, passou a ser alvo de polêmica. Hoje mesmo a Secretaria de Direito Econômico (SDE) divulgou que vai recomendar ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que puna sete companhias aéreas por combinar preços relativos a esse adicional. São elas: Air France, American Airlines, KLM, ABSA, VarigLog, Alitalia e United Airlines.

Noman explicou que a acusação principal da SDE é de que uma vez autorizado o teto desses reajustes do adicional, as empresas teriam combinado de aplicar o limite máximo e no mesmo dia.

Fonte: Leonardo Goy (Agência Estado)

Regras para viagens de crianças em voos internacionais ainda são desconhecidas pelos pais

Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de abril de 2009, modificou as regras para autorização de viagens para crianças em voos internacionais. A medida prevê a elaboração de uma autorização com foto recente da criança e a autenticação desse documento em cartório pelo pai, mãe e/ou responsável legal. A autorização é necessária nos casos em que a criança viaje sozinha ou desacompanhada de um dos pais.

De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Notários e Registradores (Anoreg), Alan Guerra, a medida visa melhorar a segurança dos voos às crianças desacompanhadas.

“A resolução 74 age em favor da segurança da criança e do adolescente, já que o pai, mãe ou responsável, além de redigir o documento, precisa, ele mesmo - e não mais terceiros, como antigamente - se dirigir ao cartório e autenticar”, afirma o presidente da associação.

Muitos pais, entretanto, criticam a pouca divulgação dessas medidas. “Esse tipo de informação não é acessível. Ficamos sabendo no check in e saímos correndo para conseguir a autorização”, explica o administrador Abilio Sarmento que estava na manhã de hoje (5) na Vara de Infância do aeroporto de Brasília tentando conseguir uma autorização para que sua filha pudesse viajar sozinha aos Estados Unidos.

De acordo com o Comissário da Vara da Infância e Juventude, Jamil Santos, a emissão de autorizações às pressas para voos internacionais são procedimentos corriqueiros no Juizado.

“A maioria dos passageiros deixa para última hora e vem para o juizado pedir a autorização, salvo os casos em que as viagens são programadas com certa antecedência é que esses documentos são autenticados no cartório.”

Embora as companhias aéreas sejam obrigadas a cumprir as determinações da resolução, os pais reclamam que não há esse esclarecimento no momento da compra das passagens.

O presidente da Anoreg afirma que que os cartórios deverão realizar uma ampla divulgação e promover um trabalho educativo que ajude pais e responsáveis a adotar as novas medidas de segurança para voos internacionais de crianças desacompanhadas.

Mais informações sobre viagens internacionais de crianças podem ser encontradas no site da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) no endereço: www.infraero.com.br/horadeviajar.

Fonte: Agência Brasil via Pernambuco.com - Foto: viajeaqui.abril.com.br

Aeronáutica inicia a avaliação para instalar o ILS no aeroporto de Joinville

Valor aproximado do aparelho é de R$ 2,1 milhões

A cada dez minutos que o aeroporto fica fechado, um voo é inviabilizado

O início da vistoria no Aeroporto de Joinville que será feita pelos técnicos do Instituto de Cartografia da Aeronáutica (ICA) está previsto para a manhã desta quarta. Alguns membros da equipe, que vai avaliar a necessidade de instalação de um ILS (sistema de pouso por instrumento), que facilita os pousos com tempo ruim, não chegaram a tempo e por isso o trabalho que iria começar na terça foi transferido.

Critérios técnicos que incluem a parte estrutural da pista do aeroporto e medições das distâncias de onde será instalado o aparelho serão avaliados até sábado. Só depois dos estudos concluídos o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) vai dar um parecer sobre a necessidade de instalação do ILS e qual tipo de equipamento se ajusta ao terminal.

O valor aproximado do aparelho é de R$ 2,1 milhões. Esta é a primeira vez que Joinville recebe uma comitiva da Aeronáutica para avaliar a necessidade de instalação do equipamento. O pedido da visita foi encaminhado pela Prefeitura ao Decea em novembro do ano passado.

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) reiterou a necessidade emitindo um documento que comprova o alto número de fechamento do terminal por conta de mau tempo e de operações por instrumento. A cada dez minutos que o aeroporto fica fechado, um voo é inviabilizado. A média joinvilense é alta e no ano passado superou as 373 horas sem operações.

A expectativa é de que Joinville consiga a instalação do ILS, pois preenche alguns pré-requisitos como importância estratégica. Em Santa Catarina, o equipamento só existe em Florianópolis.

Fonte: Diário Catarinense - Foto: Rogerio da Silva

As turbulências do presidente (Editorial)

A incontinência verbal do presidente Lula - que fala duas vezes antes de pensar nos efeitos de suas palavras - acaba de criar um problema político para o seu governo e um potencial problema diplomático para o Brasil.

Numa atitude inconcebível para qualquer governante que se paute, como é devido, pelo princípio da precaução ao se manifestar sobre decisões de Estado a respeito da defesa nacional, Lula não esperou o parecer da Aeronáutica sobre as alternativas para a renovação da frota da Força Aérea Brasileira, com a compra de 36 caças de última geração.

Ele não apenas declarou a sua preferência pelo Rafale, da francesa Dassault, em detrimento do Gripen NG, da sueca Saab, e do F-18, da Boeing americana, como assinou com o presidente Nicolas Sarkozy, em visita ao País no 7 de Setembro do ano passado, uma nota conjunta sobre a abertura de tratativas com a empresa fabricante para a consumação de um negócio da ordem de R$ 10 bilhões.

Lula, portanto, comprometeu o Brasil com a França, a partir de uma escolha pessoal cujos motivos se prestam a toda sorte de indagações. Faltou combinar com os militares.

Ontem, a Folha de S.Paulo revelou que, em relatório técnico com mais de 30 mil páginas de dados, ratificado pelo Alto Comando da Força, a Aeronáutica apontou o Gripen como o avião mais vantajoso, seguido do F-18.

O Rafale foi considerado a opção menos interessante. O fator preço foi crucial: o caça da Saab custa a metade do modelo francês. Quando esteve no Brasil, Sarkozy prometeu reduzir o valor do aparelho, como se fosse o CEO da Dassault e não o presidente da França - uma diferença essencial que Lula aparentemente achou que não precisava levar em conta.

Agora a FAB o contrariou de duas maneiras. Primeiro, com as conclusões em si. Segundo, ao ordenar as suas preferências. Instado pelo presidente, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, levara aos militares o pedido absurdo para que não fizessem um ranking dos aviões.

Por definição, chefes de governo têm a última palavra em matérias dessa natureza - pelas óbvias implicações políticas internas e externas de cada uma das opções em jogo. Mas quando as Forças Armadas do país em questão apresentam um parecer taxativo, só excepcionalmente o governante deixa de adotá-lo. Faz sentido.

Ao chefe de Estado cabe definir a política de defesa nacional. Aos militares cabe escolher os instrumentos para executá-la. Lula, no entanto, quis impor a sua vontade em relação aos meios a serem adotados por uma delas.

E o pior é que, antes mesmo de subir a rampa do Planalto pela primeira vez, ele tomou a si o processo de modernização da FAB, o chamado projeto FX-2, pressionando o ainda presidente Fernando Henrique a adiá-lo sob a alegação de que estava em final de mandato.

Agora, ou Lula se rende à análise profissional, que virtualmente o desmoralizou, ou empurra o assunto para as calendas: este, afinal, é o derradeiro ano de seu segundo período.

A primeira hipótese é improvável - não menos do que a de obrigar a Aeronáutica a aceitar o Rafale. Bater o martelo em favor do Gripen deixaria Lula perder a face diante de um país cujo presidente - ele sim, trabalhando pelo interesse nacional - se comporta como o grande paparicador de Lula nos foros internacionais - como ocorreu na conferência do clima em Copenhague.

De todo modo, a ideia de que a aquisição do Rafale é indispensável à parceria estratégica entre o Brasil e a França não se sustenta. Essa parceria já foi estabelecida no caso da fantástica compra de submarinos - inclusive o que seria o casco de um submarino nuclear - com tecnologia francesa.

Deixar o assunto em banho-maria pode ser, para Lula, a escolha menos onerosa, embora signifique deixar o País, sabe-se lá por quanto tempo, à mercê de uma frota obsoleta de combate aéreo. Decerto ele fará o mesmo em relação a outro problema relacionado aos militares, no qual também meteu os pés pelas mãos.

Trata-se do decreto que cria o Programa Nacional de Direitos Humanos - e que ele admitiu ter assinado sem ler.

Contrariando um acordo arduamente negociado entre a Defesa, as Três Forças e o Ministério da Justiça, endossado por Lula, o texto abre caminho para a revisão da Lei de Anistia, a partir das ações de uma Comissão da Verdade que já está sendo equiparada a uma "CPI da ditadura".

Este é o presidente cujos adoradores não sabem nem querem saber como se conduz.

Fonte: jornal O Estado de S.Paulo - Foto: Imageshack (sem vínculo com o "Estado de S.Paulo)

Caças: “Decisão será política”, diz Amorim

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deu sinais quarta-feira de que o relatório técnico da Aeronáutica sobre o projeto FX-2 de renovação da frota da Aeronáutica que apontou o caça sueco da empresa Saab como o mais vantajoso para o Brasil deve ser mesmo deixado de lado pelo governo:

– A decisão será sempre política – resumiu Amorim ao participar de uma conferência de imprensa em Genebra (Suíça). – Evidentemente, vamos estudar, levando em conta as questões técnicas, mas a decisão final cabe ao ministro da Defesa e ao presidente da República.

A preferência dos militares brasileiros pelos caças suecos também não abalou o ministro da Defesa francês, Hervé Morin, que, em entrevista à rede de TV francesa BMF, lembrou que a França estabeleceu uma aliança estratégica para o Brasil traduzida na venda, no ano passado, de helicópteros militares e submarinos no valor de 4,5 bilhões de euros.

Segundo Morin, a oferta francesa inclui a transferência tecnológica ao Brasil, que passaria então a ter uma plataforma industrial para a América Latina. Perguntado sobre o preço do caça Rafale, que é considerado muito alto em relação a seus concorrentes, Morin respondeu com uma interrogação provocativa:

– É possível comparar uma Ferrari, que é o Rafale, com um Volvo, que é o Grippen? – ironizou. De acordo com Morin, o Rafale é um avião de missões múltiplas que utiliza as tecnologias mais modernas.

O ministro francês considerou normal que o Brasil não tenha anunciado ainda com qual aparelho ficará porque “adquirir um avião de combate é adquirir um conjunto de sistema de armamento, ou seja, uma decisão para 40 anos, na qual influenciam muitos parâmetros”. Durante a entrevista ele insistiu para que a Suíça, que pretende renovar sua frota de aviões de combate, também escolha o Rafale.

Relatório

Para o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), o pedido do presidente Lula para que a Força Aérea Brasileira retire a classificação dos caças do relatório, segundo divulgou o jornal O Estado de S.Paulo, não é correto, uma vez que a classificação “é inevitável”.

Na opinião de Jungmann, a possível opção pelos caças suecos não arranharia de forma alguma as relações políticas e diplomáticas do Brasil com a França porque os dois países tem sido parceiros e a recente compra de 50 helicópteros franceses pelo Brasil respalda esta parceria:

– A decisão sempre será política. Cabe ao presidente decidir. A aliança política estratégica entre os dois países existe. A França tem apoiado o Brasil e defendido uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, mas temos margem de manobra para não optar pelos caças franceses e não arranhar as relações.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), confirmou que convidará o ministro Jobim para ir à comissão falar sobre os critérios que vão nortear a decisão brasileira. Na opinião do senador, a escolha deveria se basear no relatório técnico e econômico porque o montante de recursos envolvidos na operação é muito alto:

– Ao contrário do que disse o Vacarezza (deputado Cândido Vacarezza), a diferença financeira não é uma mesquinharia. A diferença é considerável porque são 36 aviões. O governo se precipitou ao anunciar a preferência pelos caças francesas.

Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Soberania, o deputado Wilson Picler (PDT-PR), disse que caso a decisão brasileira se baseie apenas em critérios políticos mobilizará o Congresso Nacional para que os parlamentares votem com dedicação a legislação de segurança nacional quando ela estiver na pauta.

–Não podemos censurar o presidente, mas caso a decisão do presidente nos cause estranheza, vamos nos empenhar em votar uma legislação de segurança nacional que impeça a concentração de poder as mãos do presidente, como já ocorre nos Estados Unidos – alertou.

Já o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) acredita que toda a polêmica gerada em torno da questão fará que a decisão fique para o próximo presidente.

– Não há iminência de guerra. Então é natural deixar a decisão para o sucessor, assim como ocorreu no governo FHC – completou.

Jobim e comandantes recebem apoio de militares

A decisão do governo de ignorar o relatório da Força Aérea Brasileira que aponta o caça sueco Gripen, da empresa Saab, como o mais adequado para ser adquirido pelo Brasil, não é o único ponto de tensão entre militares e governo. Em nota divulgada quarta-feira, os presidentes dos clubes Naval, Militar e da Aeronáutica prestaram solidariedade ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, e aos comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, que ameaçaram pedir demissão caso fosse instalada a “Comissão da Verdade”, instância que teria, entre outras atribuições, poderes para apurar torturas e desaparecimentos durante o regime militar (1964-1985)

No texto, os militares perguntam a quem pode interessar reabrir um tema pacificado com a Lei da Anistia, vigente há mais de 20 anos. Na opinião dos militares, a consequência da comissão seria a divisão dos brasileiros, sendo que muitos nem haviam nascido em 1964. “As sequelas deixadas em ambos os lados certamente viriam à tona, quando vivemos presentemente em clima de entendimento e plena convivência democrática”, diz a nota.

Segundo os militares, se o governo quiser efetivamente reviver a verdade deste passado, teria que examinar não só os atos praticados pelos militares da época, mas também dos militantes que protagonizaram “cenas cruéis de terrorismo, sequestros, assassinatos, assaltos a bancos, etc, crimes hoje classificados como hediondos e dos quais alguns dos autores ainda se vangloriam”.

A nota ressalta que o Brasil vive hoje em regime de ampla democracia e que os militares desejam que o Brasil seja um país para todos, sem revanchismos contra qualquer facção.

Fonte: Jornal do Brasil

Boeing diz esperar que escolha brasileira seja técnica

A Boeing divulgou comunicado ontem dizendo esperar "que a decisão final seja tomada com base nas propostas técnicas e estratégias prioritárias do governo brasileiro". "Acreditamos firmemente que o Programa Super Hornet oferece ao Brasil segurança garantida, a expansão da indústria aeroespacial e valores estratégicos de longo prazo", disse a empresa.

"Ademais, a Força Aérea Brasileira publicou nota em seu website na qual confirma que o relatório final ainda não foi entregue ao Ministério da Defesa."

Na avaliação técnica feita pela Aeronáutica, o Gripen NG, da sueca Saab, foi o mais bem avaliado e o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, ficou em segundo. O Rafale, da francesa Dassault, ficou em terceiro e último lugar.

O "sumário executivo" do relatório da FAB, com as conclusões finais das mais de 30 mil páginas de dados, apontou o fator financeiro como decisivo para a classificação do caça sueco: o Gripen NG, até por ser monomotor e ainda em fase de projeto, é o mais barato dos três concorrentes finais.

Fonte: Agência Estado via iG

Rafale é Ferrari e Gripen é Volvo, diz ministro francês

O sueco Gripen (acima) e o francês Rafale

O ministro francês da Defesa, Hervé Morin, comparou nesta quarta-feira o caça francês Rafale a uma Ferrari e qualificou de "rumores" as informações sobre a preferência da Força Aérea Brasileira (FAB) pelo Gripen NG sueco, que comparou a um Volvo.

"Não se pode comparar uma Ferrari a um Volvo", afirmou o ministro à rádio RMC, defendendo o aparelho francês, que nunca foi exportado e pela compra do qual o presidente da França, Nicolas Sarkozy, obteve em setembro passado em Brasília um acordo de princípio de seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

"O Rafale é o único avião multimissões do mundo, ou seja, o único que pode cumprir ao mesmo tempo missões de defesa, de ataque e de reconhecimento", prosseguiu Morin.

"O Gripen não é um avião multimissões. O Gripen é um avião que não voa, que não existe e que ainda não saiu do papel", declarou.

A Folha de São Paulo afirmou na terça-feira que teve acesso às conclusões de um relatório de 30.000 páginas no qual a FAB expressa sua preferência pelo Gripen.

O caça sueco está em concorrência com o Rafale da Dassault e o F/A-18 SuperHornet, da Boeing, na licitação para fornecer ao Brasil 36 aviões de combate, num contrato que representa vários bilhões de dólares.

"São apenas rumores publicados por um jornal. É preciso saber que estamos numa competição acirrada, e numa competição como esta todos os rumores são colocados na mesa por uns e outros", explicou o ministro.

A presidência francesa se disse ontem tranquila com o resultado da licitação lançada por Brasília.

Fonte: AFP

Mais aberto, projeto escolhido é o que oferece mais risco

Possibilidade de usar fornecedores diversos pode dificultar cumprimento de prazos de entrega do pacote do Gripen NG

Diferenciais do avião sueco foram a inclusão do plano de montagem conjunta com a Embraer no preço final do pacote e valor mais barato

A escolha técnica da FAB pelo pacote do Gripen NG mostra que os militares priorizaram o avião mais barato e com projeto mais aberto do ponto de vista tecnológico e industrial, mas também o mais arriscado em termos de prazos para a entrega do produto final.

Saab, Boeing e Dassault entregaram três concepções diferentes em suas ofertas. O Gripen NG é uma versão de demonstração do desenvolvimento de um avião que já conta com duas gerações anteriores, mas não existe além do protótipo. Rafale é um produto pronto, embora a versão ofertada fosse aberta a alguns aprimoramentos conjuntos. Já o F/A-18 E/F, amplamente utilizado, é uma estrutura fechada.

Qualquer escolha é defensável. O debate acabou sendo qualificado com as audiências públicas e a exposição do tema pela imprensa. Ninguém mais fala em "transferência de tecnologia total".

Todos os aviões usam, em maior ou menor escala, peças de fabricantes diversos. O que torna o Rafale um avião caro é o fato de que sua produção é verticalizada principalmente entre fornecedores do seu consórcio francês. Com isso, há perda de ganho de escala: em vez de buscar a melhor peça pelo menor preço, a simbiose fabricante-fornecedor cria produtos únicos e mais caros.

O Gripen NG é o avesso disso, tendo buscado preservar com o fabricante sueco o conhecimento da integração de peças e a possibilidade de usar outros fornecedores caso algum deles caia sob um embargo político. Foi o comprometimento de entrega deste "know-how" que lhe deu pontos.

Além disso, usa produtos com escala, como o motor americano, que o deixa mais barato. Por ser monomotor, tem custo naturalmente mais baixo de operação e manutenção.

Por outro lado, essa filosofia encerra riscos. Há a questão da tecnologia embarcada. Quando visitou a fábrica do Gripen no ano passado, a Folha perguntou se não haveria dúvidas quanto a eventuais embargos pelo fato de o motor e o cérebro eletrônico do avião serem americanos. Ouviu um genérico "nós podemos substituir por outros fornecedores".

Pode até ser, mas qualquer mudança de peças fundamentais do avião ao longo dos anos representa um risco grande em termos de custos e prazos. Esse foi o principal ponto de venda dos franceses: podemos ser mais caros, sim, mas não haverá sobressaltos nas entregas.

Outro problema para o Gripen NG é ainda ser um protótipo. A Saab tem a seu favor o fato de ter feito a evolução da geração A/B do avião para a C/D dentro do prazo e do orçamento de 1 bilhão. Contra, o fato de que o NG tem mudanças muito mais profundas.

A Boeing, que só intensificou sua campanha de venda e de pressão diplomática nos últimos três meses, fez uma tentadora redução de preço e de oferta de tecnologias em compensação do fato de o F-18 ser um produto pronto.

Outro diferencial dos suecos foi a inclusão do plano de montagem conjunta com a Embraer no preço final do pacote -antes, era um opcional caro. A fabricante brasileira, segundo a Folha apurou, viu mais vantagens competitivas em associar-se à Saab, já que não competem em aviação civil como Boeing (jatos comerciais) e Dassault (aviação executiva).

Do ponto de vista militar, os três se qualificaram para servir à missão prevista: interceptação supersônica, combate ar-ar com capacidade além do campo visual e ataque a solo.

Fonte: Igor Gielow (jornal Folha de S.Paulo) - Imagens: Saab / Defesabr

Relatório expõe erro de Lula, diz oposição

O resultado do relatório técnico da FAB a favor dos caças suecos gerou críticas da oposição à atitude do presidente Lula, que prefere o acordo com os franceses. Já a base aliada ao governo diz defender uma posição mais política em detrimento de escolha baseada em quesitos técnicos e financeiros.

O relatório, dizem oposicionistas, comprova que Lula fez "trapalhada" ao anunciar o acordo com a França em setembro. "É preciso respeitar a análise técnica e econômica. A questão política tem que ter menos peso", diz o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) lembra ainda que o Brasil já fechou grandes negócios com a França e que a relação entre ambos não será estremecida caso Lula siga o relatório.

Já na opinião de governistas, o principal é respeitar a atitude política. "Ver simplesmente qual o caça mais barato é mesquinharia. Qualquer escolha será eminentemente política", diz o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Fonte: Maria Clara Cabral (jornal Folha de S.Paulo)

Jobim se irrita com vazamento sobre caças e decreta silêncio

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse ontem, por meio de sua assessoria, que mantém o que ele declarou em entrevista à Folha em dezembro sobre a renovação dos caças da Aeronáutica, no sentido de que "a FAB não fará ranking de proposta, analisará os critérios individualmente, e o presidente é quem fará juízo de valor sobre a relevância de cada um".

A manifestação foi feita por e-mail, usando o verbo assim, no futuro, para ratificar a versão oficial de que o relatório da Aeronáutica, concluído no dia 18 de dezembro, não foi entregue ao ministro até agora.

Em nota divulgada ontem, a Aeronáutica confirma que encerrou o relatório e ainda não o enviou à Defesa. Ressalta que o documento é "pautado na valorização dos aspectos comerciais, técnicos, operacionais, logísticos, industriais, de compensação comercial (offset) e transferência de tecnologia".

A seus assessores Jobim disse que se sentiu "pressionado" com a divulgação, na Folha de ontem, do resultado do relatório técnico da Aeronáutica sobre o programa F-X2 -no qual o francês Rafale, preferido da área política, ficou atrás do sueco Gripen e do americano F-18. Essa informação, sobre a ordem de preferência, não foi questionada pela nota da FAB.

Jobim determinou ontem tanto à Defesa como ao Comando da Aeronáutica que não houvesse declarações nem detalhes para a imprensa que possam aumentar a natural tensão para definir o vitorioso final. A decisão, formalmente, compete ao presidente Lula.

Na Aeronáutica, conforme a Folha apurou, o comandante Juniti Saito lamentou que a divulgação das conclusões da FAB tenha ocorrido menos de uma semana após o vazamento da informação de que os comandantes das Forças Armadas haviam cogitado pedir demissão por causa do novo Plano Nacional de Direitos Humanos.

O temor de Saito é que uma coisa contamine a outra, o que, a seu ver, seria não apenas inconveniente como injusto. O relatório da FAB, com cerca de 30 mil páginas, já tinha sido concluído pela comissão responsável e aprovado pelo Alto Comando da Força Aérea no dia 18. Antes, portanto, da divulgação do plano de direitos humanos, três dias depois, e da tensão na área militar.

Jobim e Saito conversaram anteontem à noite, na Base Aérea, e qualquer definição só ocorrerá a partir de segunda, quando Lula e Jobim voltam das férias. O anúncio do vencedor ficará a cargo da Defesa.

Fonte: Eliane Cantanhêde (jornal Folha de S.Paulo)

França se cala sobre parecer a favor de caça sueco

A informação de que a Força Aérea Brasileira (FAB) classificou o caça Rafale, da Dassault, em último lugar em seu parecer técnico - o sueco Gripen NG foi apontado como a melhor opção e o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, ficou em segundo - repercutiu na imprensa francesa, mas não quebrou o silêncio do governo de Nicolas Sarkozy. Contudo, a estratégia de atuar nos bastidores seguiria em curso: segundo o jornal "Libération", a Dassault estaria reduzindo seus preços para tentar conquistar o contrato.

A reportagem contatou o almirante Edouard Guillaud, porta-voz do tema no governo francês, em busca de uma reação sobre relatório, revelado pela revista "Veja" e pelo jornal "Folha de S.Paulo". Por meio de uma assessora, ele disse que não se manifestaria. O silêncio também foi a resposta de executivos da Dassault.

Enquanto a empresa francesa se calou, os suecos mantiveram o perfil discreto. "Se a informação for verdadeira, será uma notícia muito importante para a Saab. Mas não recebemos nenhum tipo de comunicado oficial", disse a diretora de Comunicação da Saab Brasil, Anne Lewis-Olsson.

A Boeing divulgou comunicado ontem dizendo esperar "que a decisão final seja tomada com base nas propostas técnicas e estratégias prioritárias do governo brasileiro". "Acreditamos firmemente que o Programa Super Hornet oferece ao Brasil segurança garantida, a expansão da indústria aeroespacial e valores estratégicos de longo prazo", disse a empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: G1

Lula tende a ignorar relatório da Aeronáutica

Presidente tem repetido que a decisão sobre a compra dos 36 aviões é “política e estratégica” para consolidar a parceria entre o Brasil e a França.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende ignorar relatório do comando da Aeronáutica que avaliou o caça Gripen NG, da empresa sueca Saab, como o melhor para o projeto de renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB).

Lula já manifestou sua preferência pelo caça francês Rafale e tem repetido que a decisão sobre a compra dos 36 aviões é “política e estratégica” para consolidar a parceria entre o Brasil e a França.

O vazamento do relatório da Aeronáutica – com a avaliação ainda parcial das propostas para o projeto FX-2, de renovação da frota da FAB – irritou Lula e provocou mal-estar no governo. Auxiliares do presidente disseram que o documento já foi modificado e não faz um ranking das melhores propostas, mas apenas avalia tecnicamente itens como transferência de tecnologia e aspectos comerciais e logísticos. Nota da Aeronáutica informou ontem que o relatório ainda não foi encaminhado ao Ministério da Defesa.

A compra dos caças é mais um capítulo da crise do governo com os militares. Na véspera de Natal, os comandantes das três Forças e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ameaçaram entregar os cargos em represália à criação da Comissão da Verdade, prevista no Programa Nacional de Direitos Humanos, que desagradou aos militares por abrir brechas para a revisão da Lei da Anistia. O impasse foi temporariamente contornado com a promessa de Lula de reexaminar os pontos de atrito.

Fonte: Zero Hora

FAB nega ter entregue relatório sobre caças ao Ministério da Defesa


A FAB desmentiu a imprensa e negou ontem que tenha entregue ao Ministério da Defesa um relatório técnico sobre a licitação para a compra de 36 aviões caça acompanhado de um parecer favorável à oferta apresentada pela Suécia, em detrimento das feitas por França e Estados Unidos.

O brigadeiro Antonio Carlos Bermudez, chefe do Centro de Comunicação Social de Aeronáutica, assina um comunicado que diz que o relatório está concluído. Porém, a nota ressalta que, "até o momento, (o documento) não foi enviado ao Ministério da Defesa".

Com este pronunciamento, a FAB desmentiu a informação publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo", que disse que a comissão técnica já comunicou ao ministério sua preferência pelo modelo sueco Gripen NG.

A "Folha" afirmou ter tido acesso ao relatório enviado ao ministério. O documento aponta o F-18 Super Hornet, da americana Boeing, como o segundo caça na preferência dos militares da Aeronáutica. Já o francês Rafale, o preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aparece em terceiro.

De acordo com a publicação, a preferência pelo Gripen NG foi influenciada, sobretudo, pelo preço, aparentemente muito inferior ao dos caças concorrentes. O custo de manutenção muito baixo também teve peso na decisão.

O relatório técnico da FAB é apenas consultivo. Por isso, quem terá a última palavra em relação à compra dos aviões é o presidente Lula.

Fonte: EFE via EPA

França propõe plataforma industrial ao Brasil se comprar caça "Rafale"

O ministro da Defesa francês, Hervé Morin, minimizou hoje a importância das informações de que os militares brasileiros preferem o caça sueco "Gripen" ao francês "Rafale", e disse que sua oferta inclui transferência tecnológica ao Brasil, que teria, assim, "uma plataforma industrial" para a América Latina.

"A decisão do Brasil será política", ressaltou Morin, em entrevista à rede de televisão francesa "BFM TV", onde lembrou que a França estabeleceu "uma aliança estratégica com o Brasil", que se traduziu na venda, no ano passado, de helicópteros militares e submarinos no valor de 4,5 bilhões de euros.

Assim, o ministro respondia a informações publicadas ontem na imprensa brasileira de que uma comissão técnica tinha comunicado ao Ministério da Defesa sua preferência pelo modelo de avião de combate sueco, frente às alternativas francesa ou americana.

Depois que a Força Aérea Brasileira (FAB) desmentiu ter entregue esse relatório técnico sobre a licitação para adquirir 36 caças, o ministro francês estimou que, neste assunto, "a imprensa brasileira não tem necessariamente a verdade".

Perguntado sobre o preço do "Rafale", que é considerado muito alto a respeito de seus concorrentes, Morin respondeu com uma interrogação retórica: "é possível comparar uma Ferrari, que é o 'Rafale', com um Volvo, que é o 'Grippen'?".

"O 'Rafale' é um avião de missões múltiplas", que já é uma realidade provada e utiliza "as tecnologias mais modernas", disse o ministro francês.

Morin insistiu em que, com a venda do "Rafale", se propõe uma transferência tecnológica que daria ao Brasil e à própria indústria francesa "uma plataforma industrial de primeiro plano para toda a América Latina", onde seria possível comercializar este aparelho.

Também insistiu em que Suíça, que pretende renovar sua frota de aviões de combate, colocou "em primeiro lugar" o "Rafale", na comparação técnica com seus concorrentes.

O ministro francês considerou normal que o Brasil não tenha anunciado ainda com que aparelho ficará, porque adquirir um avião de combate é adquirir um conjunto de sistema de armamento, ou seja, "uma decisão para 40 anos, na qual influeciam muitos parâmetros".

Fonte: EFE via G1

Aero Clube de Barretos comemora 71 anos e forma novos pilotos

O Aero Clube de Barretos, fundado no dia 7 de fevereiro de 1939, vem formando pilotos para Aviação Civil do Brasil desde a sua criação. No domingo, dia 3, o jovem Guilherme Ali de Oliveira, 19 anos, realizou seu vôo solo (sem a presença do instrutor dentro da aeronave), dando assim um passo importante para ingressar no mercado da aviação civil.

De acordo com as avaliações de especialistas, a formatura do jovem Guilherme Ali de Oliveira, está acontecendo em uma época muito boa para aviação brasileira, uma vez que o setor está em plena expansão no Brasil e as contratações estão crescendo no país, visando a Copa do Mundo no Brasil em 2014 e as Olimpíadas de 2016. O piloto Guilherme Ali poderá também conquistar no futuro, uma vaga neste crescente mercado de trabalho, principalmente pelo fato de estar hoje cursando o 3º ano do curso de Ciências Aeronáuticas na Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, na cidade de Londrina.

Além de Guilherme Ali de Oliveira, nos últimos anos, vários pilotos já foram formados no Aero Clube de Barretos, entre eles, os barretenses Fernando Cannas, Antenor Duarte Prata, André Bampa, Guilherme Rizzi, Fernando Barroso, Márcio Bampa, José Nelson Morconi, entre outros, que estão atuando na Aviação Civil e Comercial, no Brasil e no exterior.

Novas turmas

Por outro lado, o presidente Aero Clube de Barretos, Marcio Bampa, está informando que estão abertas as inscrições para novos alunos, interessados em se tornar piloto de avião. Os interessados devem procurar a secretaria do Aero Clube, no Aeroporto Municipal "Chafei Amsei", em horário comercial.

Fonte: Jornal de Barretos - Foto: Daesp