quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Avião cai na capital do Congo e mata ao menos 23

Ao menos 23 pessoas morreram quando um avião cargueiro de fabricação russa caiu e explodiu na quinta-feira em um bairro populoso de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, afirmaram autoridades.

No total, os 18 passageiros e tripulantes presentes no Antonov 26 de propriedade da companhia aérea congolesa Africa 1 foram mortos quando o aparelho caiu sobre várias casas do bairro de Kingasani, pouco depois de levantar vôo do aeroporto internacional Ndjili.

"Eram cinco tripulantes e 13 passageiros no avião. Ninguém escapou vivo: todos foram carbonizados", informou o ministro dos Transportes, Remy Henri Kuseyo, à Reuters. Pelo menos três pessoas da tripulação eram ucranianas, de acordo com a lista do avião.

O ministro disse que pelo duas mulheres e um homem morreram no solo quando o avião caiu em uma populosa área e pegou fogo.

Um pai encontrou os corpos de seu filho e de sua filha esmagados por um muro. Escombros em chamas do acidente encontravam-se espalhados pelas ruas e algumas casas estavam completamente destruídas. Um cheiro dos destroços queimados e de combustível de avião espalhava-se pelo ar.

Com corpos ainda sendo retirados e os sobreviventes seriamente feridos sendo levados para hospitais da cidade, é provável que o número de mortos aumente.

O ministro da Informação, Toussaint Tshilombo, afirmou que viu quatro moradores sendo tratados com queimaduras de terceiro grau no Hospital Geral da cidade. Outras duas crianças estavam na UTI, disse.

Trabalhadores de resgate retiraram pelo menos seis corpos carbonizados dos destroços do avião, enquanto familiares das vítimas se reuniam nos arredores da devastação.

Uma autoridade do setor de segurança aeroportuária que chegou rapidamente ao local do acidente disse que os bombeiros haviam demorado para atingir os destroços em meio ao bairro pobre e superpovoado.

"Há muita fumaça e chamas, todo as pessoas nas casas devem ter morrido", afirmou.

ACIDENTES

Viajar de avião sempre se mostrou uma empreitada arriscada no Congo. Em 1996, ao menos 350 pessoas morreram quando um avião cargueiro de fabricação russa Antonov-32 caiu em cima de um mercado lotado da região central de Kinshasa, fazendo desse o pior desastre aéreo da história da ex-colônia belga.

Os aviões envelhecidos usados no Congo não contam com manutenção regular e nem com a reposição de peças, mas, frequentemente, apresentam-se como único meio de transporte para pessoas e mercadorias atravessarem o vasto país da região central da África, que se recupera pouco a pouco de uma guerra civil recente (1998-2003).

O país, do tamanho da Europa Ocidental, mas que dispõe apenas de alguns quilômetros de estradas pavimentadas, apresenta um dos piores históricos de acidentes aéreos da África e foi descrito como um "estorvo" pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), no ano passado.

A Africa 1 consta da lista negra da União Européia (UE) com empresas aéreas de qualidade duvidosa. Todas as companhias aéreas autorizadas a operar pelas autoridades da República Democrática do Congo — com exceção da Hewa Bora Airways — foram banidas da UE.

(Reportagem adicional de Lubunga Bya''Ombe e Monulphe Bosso Kulgu em Kinshasa e Finbarr O''Reilly em Dacar)

Fonte: Reuters

Avião de carga que sobrevoava território somali é sequestrado

Um grupo armado seqüestrou hoje um avião de carga que sobrevoava território somali, e ordenou ao piloto que aterrissasse no povoado de Lasqorey, informaram fontes oficiais.

O avião transportava "khat", um estimulante muito usado no leste da África, e fazia a rota entre o Quênia e o nordeste da Somália, segundo disseram à Efe fontes dos serviços de migração da cidade somali de Bosaso.

As fontes disseram desconhecer a razão do seqüestro da aeronave, mas moradores de Bosaso acreditam que possa se dever ao conflito entre as regiões autônomas somalis da Somalilândia e Puntland por disputas de seus limites fronteiriços. Ambas as regiões reivindicam sua independência da Somália.

Ao contrário do que ocorre no sul da Somália, cenário de contínuos enfrentamentos entre soldados do Governo e grupos de milicianos, a situação em Somalilândia e Puntland é relativamente tranqüila.

Após aterrissar em Bosaso, a aeronave deveria dirigir-se a Erigavo, no extremo nordeste da Somália, mas foi seqüestrada em pleno vôo e o piloto foi forçado a aterrissar em Lasqorey, na mesma comarca.

As autoridades de Puntland se recusaram a comentar este seqüestro. A companhia que fretou a aeronave disse que o avião pertence a uma empresa russa, e foi alugado por comerciantes que importam "khat" do Quênia para a Somália.

As fontes não puderam dar detalhes sobre o modelo da aeronave e os ocupantes que levava a bordo.

As autoridades de Puntland e Somalilândia mantêm diferenças sobre o controle de zonas fronteiriças entre as duas regiões, e especialmente sobre a cidade de Lasanod, agora controlada por forças militares de Puntland.

As disputas causaram nos últimos dias seis mortos, em consequência dos combates entre militares das duas regiões autônomas da Somália, o que elevou a tensão na região.

Fonte: Terra

Galeão: governo quer atrair vôos com redução de tarifas

O governo vai reduzir as taxas aeroportuárias do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, para diminuir o tráfego aéreo em São Paulo. A idéia é tornar o aeroporto carioca mais atrativo para as empresas aéreas, incentivando-as a usar menos o Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, para conexões e escalas.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta quarta-feira que prepara um pacote de medidas para transformar o Galeão no mais importante aeroporto internacional do País.

"Vamos entrar em um processo de desconcentração da malha aérea brasileira. Acertamos um aumento no número de passageiros na utilização do Galeão, para que volte a ser o grande aeroporto do País", afirmou o ministro após reunião para tratar do assunto.

De acordo com a Infraero, o Galeão é a porta de entrada de 40% dos turistas estrangeiros no Brasil. Com a maior pista de pouso do País (4,2 km de extensão), tem capacidade para atender até 15 milhões de usuários por ano.

O plano será divulgado no próximo dia 23, quando se comemora o Dia da Força Aérea Brasileira e o Dia do Aviador. A primeira medida será a mudança nas tarifas. O secretário de Transporte do Rio de Janeiro, Julio Lopes, veio a Brasília para pedir ao ministro que as tarifas sejam reduzidas. "O conjunto dessas taxas pode ser muito representativo na decisão de migrar de aeroporto", afirmou. O secretário pede redução de 40%. Todo serviço do aeroporto que as empresas aéreas utilizam, como pouso, decolagem, abastecimento e armazenagem, são pagos. O valor é o mesmo em todos os aeroportos. Assim, se o governo diminuir a cobrança no Galeão, ele se tornará o mais barato do país.

"Vamos trabalhar na manipulação, ou seja, na calibração das tarifas para induzir a demanda pelo aeroporto do Galeão. Fazer com que se torne atrativo pousar no Rio de Janeiro. Há disposição do governo do Rio de criar atrativos, inclusive de turismo, para a cidade", adianta o ministro.

Não está previsto que a redução de tarifa cause diminuição no preço da passagem. De acordo com o secretário Julio Lopes, outras ações podem ser feitas para atrair o turista, como uma diária gratuita em um hotel.

Fonte: Agência Brasil

ITA tem 77,2 candidatos por vaga em Aeronáutica

O Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, no interior de São Paulo, divulgou nesta quarta-feira a concorrência parcial para o vestibular 2008. O curso que recebeu mais inscrições foi o de Engenharia Aeronáutica, com 2.472 candidatos para 32 vagas, gerando uma concorrência de 77,2.

Na segunda colocação, está o curso de Computação, que registrou 1.382 candidatos para 25 vagas (55,2). O curso de Mecânica foi o terceiro mais disputado, com 1.444 candidatos para 28 vagas (51,5).

O curso de Infra-Estrutura Aeronáutica é o menos concorrido, com 574 inscritos para 15 vagas (38,2).

A instituição confirmou até esta quarta-feira a inscrição de 7.010 candidatos. Outros 105 formulários, enviados pelos Correios, possuem documentação insuficiente. As inscrições serão canceladas para estes candidatos, caso as informações não sejam esclarecidas.

O ITA também oferece cursos de Engenharia da Computação, Engenharia Eletrônica e Engenharia Mecânica-Aeronáutica.

As provas serão realizadas em 25 cidades do País nos dias 10, 11, 12 e 13 de dezembro. Os resultados devem ser divulgados no dia 28 de dezembro. Outras informações podem ser obtidas no site do Vestibular do ITA (www.ita.br/vestibular) ou pelo telefone (12) 3947-5813.

Fonte: Terra/ITA

Avião cai em bairro residencial do Congo

Segundo a rede 'CNN', o acidente matou 30 pessoas.
Oito das vítimas estavam em terra, e 22 dentro do avião.



Um avião de carga caiu em um bairro populoso de Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo (ex-Zaire), nesta quinta-feira (4).

O porta-voz da ONU para a República Democratica do Congo, Gabriel De Brosses, disse que há "muitos mortos". Ele acrescentou que a ONU mandará uma equipe de resgate e bombeiros para o local.

Segundo a rede de TV norte-americana "CNN", o acidente matou 30 pessoas -oito delas estavam em terra, além dos 22 tripulantes do avião.


O avião, um Antonov 26, pertencente à companhia congolesa Africa 1, caiu em meio a casas no bairro residencial de Kingasani, perto do aeroporto internacional de Ndili, disseram fontes. Segundo a agência de notícias "Efe", a queda ocorreu na área de um mercado, entre 10h e 11h (6h e 7h pelo horário de Brasília).

O oficial do aeroporto Jean-Claude Bakongo disse que viu o avião cair entre as casas. Outro oficial disse à agência de notícias "Reuters" que pelo menos quatro casas pegaram fogo e que "há muita fumaça" na região. Em setembro deste ano oito pessoas morreram quando um avião de carga ultrapassou a pista e pegou fogo ao aterrissar na cidade congolesa de Goma.

Veja abaixo uma foto do modelo do avião que caiu da República Democrática do Congo:

Fonte: G1

'Novo acidente aéreo no Brasil é questão de tempo', diz entidade internacional

O presidente da Federação Internacional de Controladores de Tráfego Aéreo (Ifatca), Marc Baumgartner, afirma que ''é uma questão de tempo para que um novo acidente aéreo volte a acontecer no Brasil''. Sua opinião é compartilhada por outros dirigentes da entidade.

"A FAB (Força Aérea Brasileira) investiu muita energia para prender e perseguir os seus próprios funcionários. Mas nenhuma energia para corrigir as falhas que possui em seu sistema (aéreo)", diz Baumgartner.

Os membros da diretoria da organização estão participando de uma semana de reuniões em Washington, onde conversaram com a reportagem da BBC Brasil. A situação dos controladores e os problemas do setor aéreo brasileiro deverão estar entre os temas debatidos pelos executivos.

De acordo com o suíço Baumgartner, a Força Aérea Brasileira (FAB) está atribuindo aos controladores toda a responsabilidade pelo acidente com o Boeing da Gol, que caiu em Mato Grosso em setembro do ano passado, matando 154 pessoas, depois de se chocar com um jato Legacy.

Ele afirma que, além de agir dessa forma de modo a se eximir de sua própria responsabilidade, as autoridades brasileiras priorizaram a punição dos controladores em detrimento das ações que poderiam prevenir novos acidentes.

Inquérito

Um Inquérito Policial Militar (IPM), instaurado pela FAB na semana passada, indiciou cinco controladores, todos eles militares, por supostos erros que teriam levado ao desastre. O relatório aponta 11 erros dos controladores e falhas nos equipamentos que levaram, juntos, ao desastre.

Além da autorização incompleta para a decolagem do Legacy, os operadores teriam cometido uma série de falhas de comunicação. Entre elas, teriam trocado informações incorretas a respeito da altitude em que o Legacy voava e deixado de trocar comunicação com os pilotos do Legacy por um longo período, no qual nem os controladores nem os pilotos observaram os procedimentos necessários.

"Ter a polícia militar investigando um acidente tão complexo como esse é como ir ao cabeleireiro para comprar carne. Não é sério. É absolutamente ultrajante. Se você conta com um sistema militar legal paralelo, a situação só se agrava, porque as regras são diferentes", afirma o presidente da Ifatca.

O dirigente da entidade de controladores aéreos acrescenta que a gravidade das acusações lançadas no IPM, de que os operadores teriam cometido homicídio culposo, é ''vergonhosa'' e que só está ocorrendo "porque este não é um setor que seja da competência de um promotor militar".

O IPM foi acolhido como denúncia pelo Ministério Público Militar, rejeitada pela juíza Zilah Maria Petersen, da 11ª Circunscrição Judiciária Militar, em Brasília, que a considerou "inepta", por não especificar as regras de conduta militar violadas pelos controladores.

Sistema falho

De acordo com Baumgartner, o sistema aéreo em vigor no Brasil possui falhas técnicas. "E isso ficará claro nas conclusões do relatório sobre o acidente. A tecnologia usada em vôos no Brasil conta com uma função técnica que 'decide' em que altura uma aeronave se encontra, mas o sistema não sabe se de fato a aeronave se encontra naquela altura."

"A área em que o radar vê o avião não é constante. Isso é algo que tem a ver com o tamanho do Brasil, que é um país muito grande, mas também com o tipo de tecnologia utilizada. Tudo isso leva a crer que os controladores aéreos não tinham chance. Eles perderam contato com a aeronave (o jato Legacy) devido a esses problemas sistêmicos. O avião desapareceu do radar. E isso levou à tragédia."

O presidente da Ifatca diz que estes são elementos que precisam ser alterados e que a investigação "precisa aprender com os acidentes".

No entender dos representantes da entidade, outro problema que o Brasil enfrenta é o fato de que os controladores estão sujeitos à Força Aérea. A entidade afirma que a militarização do setor de tráfego aéreo é um anacronismo que vem perdendo adeptos em diferentes partes do mundo. "Na América do Sul, a Argentina vem debatendo o fim desse sistema, e está em transição para um controle aéreo feito por civis", diz o presidente.

"O comandante da Força Aérea é, ao mesmo tempo, o controlador do sistema de tráfego aéreo e o responsável por sua auditoria. Se algo dá errado, é ele que irá receber o relatório sobre as falhas que causaram o acidente."

Conduta

O dirigente acusa ainda a FAB de adotar uma conduta perigosa. "Eles não fizeram nada para modificar o atual sistema. Pelo contrário, os militares brasileiros agora estão treinando pessoas que não deveriam estar trabalhando como controladores. Eles dizem que pretendem treinar 600 novos operadores e que já contratam 70. É o que nos preocupa. Eles estão pegando controladores militares que não têm as qualificações necessárias."

Doug Churchill, o vice-presidente da Ifatca e o responsável por temas jurídicos da entidade, diz que a organização fez uma série de recomendações à FAB, mas que os militares brasileiros vêm ignorando quaisquer contatos.

"No Brasil, eles estão buscando um conserto rápido. Querem usar um 'band-aid' para conter um ferimento grave. Avisos de que outros acidentes iriam acontecer foram dados às autoridades brasileiras e, de fato, um aconteceu", afirma Churchill, em referência ao desastre com o vôo 3054 da TAM, ocorrido no dia 17 de julho e que provocou 199 mortes.

Segundo Baumgartner, o fato de que as autoridades tomaram uma série de medidas de segurança após o acidente e reduziram as funções destinadas aos controladores só prova que as normas de segurança apropriadas não estavam em vigor quando ocorreu o desastre que vitimou 199 pessoas.

O presidente da Ifatca afirma que os membros de sua organização estão dispostos a discutir esses temas com as autoridades brasileiras, mas dificilmente isso aconteceria no Brasil.

"Se as falhas sistêmicas forem corrigidas, nós poderemos voar para o Brasil. Caso contrário, não iremos. Não é seguro ir de avião para lá. É o que recomendo a todos os meus amigos e familiares, que não viajem de avião para o Brasil."

Fonte: BBC Brasil

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Pilotos do Legacy declaram que não voltarão ao Brasil

Os pilotos do jato Legacy, Joe Lepore e Jan Paldino, declararam nesta terça-feira, dia 02, à Justiça de Nova York, por meio de seu advogado, que não voltarão ao Brasil para responder a qualquer processo pelo acidente com o avião da Gol. Lepore e Paldino pilotavam o jato que se chocou com o Boeing da Gol e provocou o acidente que resultou na morte de 154 pessoas, em setembro de 2006. A declaração ocorreu durante uma audiência nesta terça-feira na Corte Federal de Nova York.

A informação foi repassada ao Conversa Afiada pelo advogado dos familiares do acidente da Gol, Leonardo Amarante (clique aqui para ouvir o áudio). Ele participou da audiência desta terça-feira em que a Justiça americana marcou para março de 2008 uma decisão sobre o acidente.

“O advogado dos pilotos instado pelo juiz a dizer se eles iriam comparecer ao Brasil fisicamente, textualmente ele disse que eles não vão comparecer no Brasil fisicamente, seja no processo criminal, seja num eventual processo civil. Então, hoje foi definido objetivamente que eles não vão jamais voltar ao Brasil”, disse Amarante.

Segundo o advogado Leonardo Amarante, a decisão dos pilotos de não voltarem ao Brasil torna o processo que corre na Justiça de Nova York o único meio possível de condenação de Joe Lepore e Jan Paldino, caso eles sejam considerados culpados pelo acidente.

Os pilotos do jato Legacy já são réus no processo que investiga o acidente da Gol.

Leia a íntegra da entrevista com o advogado Leonardo Amarante:

Conversa Afiada – Eu vou conversar agora com o doutor Leonardo Amarante, que é o advogado que representa 120 familiares das vítimas do acidente da Gol. doutor Leonardo, tudo bem?

Leonardo Amarante – Tudo bem.

Conversa Afiada – Em primeiro lugar, o senhor está nos Estados Unidos, é isso?

Leonardo Amarante – Sim, estou em Nova York, estava presente na audiência que aconteceu há pouco lá na Corte Federal do Brooklyn.

Conversa Afiada – E a notícia que nós temos aqui no Brasil é que a Justiça dos Estados Unidos marcou para março de 2008 a decisão sobre caso Gol. É isso? é verdade?

Leonardo Amarante – É, exatamente. Na verdade, o que aconteceu? Hoje foi uma audiência para organizar o processo, da concentração, da consolidação de todas as ações de todas as vítimas perante o mesmo juiz e também da existência de outros réus que foram apontados no processo. Então, essa consolidação dos processos foi muito positiva. O processo está agora organizado e foi estabelecido esse prazo final até março de 2008 para a decisão do foro, se esse processo permanecerá ou não nos Estados Unidos.

Conversa Afiada – Por que esse processo corre aí nos Estados Unidos?

Leonardo Amarante – Porque nós entendemos que o fato de as empresas americanas terem sido as causadoras principais do acidente, no caso, os pilotos americanos – que moram aqui em Nova York –, a empresa Excel Air – que é proprietária do Legacy – e a própria Honeywell – que é fabricante do transponder, porque houve um problema nesse transponder, um problema de alerta mal feito. Por serem essas empresas americanas situadas e operantes aqui em Nova York, isso estabelece um vínculo muito forte aqui nos Estados Unidos. Então, na verdade, essa é a razão pela qual nós agilizamos esse processo aqui em Nova York e também pelo fato de serem as indenizações aqui nos Estados Unidos mais justas, mais corretas. Nós entendemos que aqui há um sistema mais favorável às pretensões das vítimas.

Conversa Afiada – Os pilotos do jato Legacy já são réus nesse processo?

Leonardo Amarante – Sim, eles são réus. E ontem até aconteceu uma coisa interessante: o advogado dos pilotos, instado pelo juiz a dizer se eles iriam comparecer ao Brasil fisicamente, textualmente disse que eles não vão comparecer ao Brasil fisicamente, seja no processo criminal, seja em eventual processo cívil. Então, hoje foi definido objetivamente que eles não vão jamais voltar ao Brasil.

Conversa Afiada – Mas então eles podem ser condenados por esse processo que corre nos Estados Unidos.

Leonardo Amarante – Exatamente. Então, o que se assegura, a conseqüência disso é que, a única forma de puni-los será com esse processo nos Estados Unidos. Essa é a outra razão que as pessoas entendem que esse processo aqui também tenha essa finalidade: punir os pilotos. Porque no Brasil eles não serão punidos, lamentavelmente.

Conversa Afiada – O senhor pede alguma indenização às famílias as vítimas?
Leonardo Amarante – Pede-se uma indenização, um pedido genérico, porque cada caso é um caso. Cada pessoa vai ter a sua indenização específica. Sabe-se que as indenizações aqui são mais elevadas. Mas é impossível se quantificar o valor. Porque cada vítima tem uma situação distinta, diferenciada.

Conversa Afiada – E a Gol, está arrolada nesse processo aí nos Estados Unidos também?

Leonardo Amarante – Não, ela não participa desse processo porque a Gol não tem nenhuma atividade comercial aqui neste país. Então, ela não faz parte desse processo, embora a gente entenda que nada impede que ela também participe, num eventual acordo – se isso chegar a acontecer –, porque ela tem a obrigação de indenizar, pela lei brasileira, em razão do contrato de transporte que havia com as vítimas.

Conversa Afiada – Foi essa audiência de hoje que decidiu que os pilotos do Legacy são réus ou eles já eram considerados réus?

Leonardo Amarante – Não, eles já eram considerados réus desde a primeira audiência que foi realizada em 18 de dezembro. Eles já estão arrolados como réus no processo.

Conversa Afiada – Uma outra notícia que tem aqui no Brasil, não sei se o senhor está acompanhando daí dos Estados Unidos, é que a FAB indiciou cinco controladores pelo acidente da Gol. Isso de alguma forma interfere no processo, ou aí nos Estados Unidos ou aqui no Brasil?

Leonardo Amarante – Na verdade, não houve resultado oficial. Houve apenas a divulgação de algumas recomendações, que a Cenipa, a Comissão de Investigação de Acidente Aeronáutico, divulgou no seu site. Mas na verdade, a gente entende que essa contribuição dos controladores de vôo para o acidente foi muito pequena comparado com a gravidade da culpa e a responsabilidade dos pilotos (do Legacy). Então, esse ato, essa falha dos controladores de apequena em face da gigantesca, da gravíssima culpa dos pilotos americanos.

MPF denuncia rádio que interferiu em aviões

O Ministério Público Federal em Campinas denunciou o representante da rádio Novo Tempo FM, que teria operado uma rádio clandestina, sem autorização da Anatel, a uma distância de 8 km da pista do Aeroporto Internacional de Viracopos. A denúncia foi feita na última quinta-feira, e será apreciada pela 1ª Vara Federal de Campinas.

Nos meses de abril e maio deste ano, as transmissões da rádio interferiram nas comunicações de 29 aeronaves. Os equipamentos de transmissão foram apreendidos e o representante da rádio foi denunciado pelos crimes de operação de rádio clandestina e atentado contra a segurança de transporte aéreo.

Fonte: Terra

Justiça militar rejeita denúncia contra controladores de vôo

Ministério Público Militar denunciou 5 controladores pelo acidente com o avião da Gol. Para juíza, promotores não especificaram normas supostamente violadas.

A 11ª Circunscrição Judiciária Militar, em Brasília, não aceitou a denúncia do Ministério Público Militar (MPM) contra cinco controladores de vôo investigados por causa do acidente com o vôo 1907 da Gol, em 29 de setembro, que causou a morte de 154 pessoas. A informação foi confirmada pela assessoria do Superior Tribunal Militar (STM).

Em seu despacho, a juíza Zilah Maria Calado Fadul Petersen afirmou que rejeitou a denúncia porque ela seria “inepta” por não estar de acordo com o Código de Processo Penal Militar. Segundo a juíza, não estavam especificadas as normas de instrução de comando da Aeronáutica que os militares teriam violado. Isso, na avaliação dela, poderia prejudicar a defesa dos investigados. A decisão foi tomada na última sexta-feira (28). O Ministério Público pode recorrer ao STM.

Foram denunciados pelo MPM João Batista da Silva, Felipe Santos dos Reis, Jomarcelo Fernandes dos Santos, Leandro José Santos de Barros e Lucivando Tibúrcio de Alencar. Todos, com exceção de João Batista, respondem a processo na Justiça Federal.

Crimes

O suboficial João Batista da Silva, o terceiro sargento Felipe Santos, o terceiro sargento Lucivando Tibúrcio e Leandro Santos, também terceiro sargento, foram denunciados pelo crime de inobservância da lei, regulamento ou instrução, previsto pelo artigo 324 do Código Penal Militar. A pena é de até seis meses de detenção se o fato foi praticado por tolerância. E de três meses a um ano por suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função.

Já o terceiro sargento Jomarcelo Fernandes foi denunciado pelo crime de homicídio culposo (sem intenção), previsto pelo artigo 206 do Código. A pena é de detenção de um a quatro anos, podendo ser agravada se o crime resultar de inobservância de regra técnica da profissão ou se, em conseqüência, ocorrer a morte de mais de uma pessoa ou lesões corporais em outras pessoas. Neste último caso, a pena pode ser aumentada de 1/6 até a metade.

Em sua decisão, a magistrada ressaltou que, apesar de a denúncia do MPM detalhar os fatos ocorridos no dia do acidente, não fez o mesmo com relação à conduta do sargento Jomarcelo. E lembrou que o Ministério Púbico acusou o militar de homicídio culposo, concluindo que ele “ignorou todas as normas de segurança de vôo, deixando de cumprir as determinações da Instrução do Comando da Aeronáutica – ICA 100-12”.

A juíza acrescentou que, nas acusações feitas aos demais controladores, o MPM também referiu-se de forma genérica ao descumprimento das normas contidas no ICA. De acordo com o despacho, a denúncia não atende aos artigo 77 do Código de Processo Penal Militar, segundo o qual ela deve ter “a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias”.

11 fatores proponderantes

Segundo reportagem do jornal "Folha de São Paulo" desta terça, o Inquérito Policial Militar, em que o MPM baseou as denúncias, encontrou 11 "fatores preponderantes" para o acidente, desencadeados pelos controladores ou pelos pilotos do jato Legacy, que se chocou com o Boeing da Gol.

O documento, de 77 páginas, foi encaminhado à Justiça Militar pelo comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, no dia 19 de julho.
A atuação dos controladores no dia da queda é classificada com termos como "displicência", "relaxamento", "falta de diligência" e "demora excessiva" nas tentativas de comunicação.

Justiça Federal

Os controladores Felipe Santos dos Reis, Jomarcelo Fernandes dos Santos, Lucivando Tibúrcio de Alencar e Leandro José Santos de Barros e os dois pilotos do jato Legacy, os americanos Joe Lepore e Jan Paladino, são acusados de "atentado contra a segurança de transporte aéreo", com agravante pelas mortes, conforme denúncia do Ministério Público aceita pela Justiça.

Jomarcelo Fernandes dos Santos é o único acusado na modalidade dolosa - o procurador Thiago Lemos de Andrade diz que ele tinha ciência do risco de colisão das aeronaves. Os outros são acusados na modalidade culposa.

O fato de alguns controladores já estarem sendo acusados na Justiça Federal pode acabar sendo outra dificuldade para o pedido do MPM, já que pode haver confilto de competência no caso.

Acidente

O Boeing da Gol, que fazia o vôo 1907, de Manaus para Brasília, se chocou em pleno ar com um jato Legacy que seguia de São Paulo rumo aos Estados Unidos.

O Boeing caiu em uma região de mata fechada no Norte de Mato Grosso. O acidente deixou 154 mortos - incluindo passageiros e tripulantes da aeronave. O Legacy conseguiu pousar na base aérea da Serra do Cachimbo. Os sete ocupantes do jato sobreviveram.

Fonte: G1

Conexão proibida; Mas se faz

Fui hoje cedo de Londrina para Florianópolis, com passagem obrigatória por Congonhas. Com as novas regras para a malha aérea, pelas quais Congonhas não pode mais ser um ponto de conexão, eis o que aconteceu: check-in em Londrina, desembarca em Congonhas, apanha as malas, volta ao saguão central para um novo check-in, volta para a área de embarque e desembarque, de onde havia acabado de sair, e embarca para Floripa.

Vários outros passageiros, a caminho de Brasília ou Rio, por exemplo, fizeram o mesmo circuito.

Se a conexão fosse possível, os passageiros fariam um só check-in, em Londrina, descendo em Congonhas por um portão e passando direto para a ala de embarque. Despachariam a mala uma só vez, com ganho de tempo para todos, passageiros, empresas, sistemas de apoio dos aeroportos.

Sim, já me explicaram: o objetivo é impedir que Congonhas volte a ser um hub, aeroporto de distribuição de vôos. Mas ocorre que é impossível ir de Londrina para Brasília sem passar por Congonhas. Isso vale para inúmeros outros vôos, de modo que há aí uma idéia de jerico: para impedir a formação do hub, estão impondo um custo inútil para todos os usuários e prestadores de serviços.

Fonte: Coluna do Carlos Sardenberg

Justiça dos EUA amplia número de réus no processo da Gol

Juiz ouviu nesta terça advogados das famílias das vítimas e de empresas envolvidas. Expectativa é que, em março, seja decidido se o caso será julgado nos EUA.

A Justiça norte-americana decidiu nesta terça-feira (2) ampliar o número de réus no processo do acidente do vôo 1907 da Gol, ocorrido no ano passado no Brasil. A expectativa de advogados é que, a partir de março de 2008, a Justiça diga se aceitará julgar o caso nos EUA.

Em audiência realizada nesta manhã, o juiz Brian Cogan ouviu o advogado Leonardo Amarante, que representa 58 famílias de parentes de vítimas, e os advogados dos pilotos do Legacy e da empresa fabricante do sistema anti-colisão. No acidente em 29 de setembro do ano passado, um Boeing 737-800 da Gol colidiu com um jato Legacy, fabricado pela brasileira Embraer, de propriedade da empresa norte-americana ExcelAire. Morreram as 154 pessoas a bordo do Boeing. Os ocupantes do jatinho sobreviveram.

Depois de ouvir os advogados, o juiz decidiu incluir como réus a Embraer; a Raytheon, que é responsável pela implantação dos radares na região da Amazônia; e a Lockheed Martin, que é responsável pelo software usado no controle aéreo.

O advogado dos pilotos do Legacy pediu para que o processo fosse desmembrado e cada um fosse, Joe Lepore a Jan Paladino, julgado separadamente. O juiz não aceitou o pedido.

Advogado está confiante

Para Amarante, advogado das vítimas, a audiência foi bastante positiva. Ele disse estar bastante confiante na permanência do processo nos Estados Unidos, onde, na avaliação dele, a tramitação é mais rápida e as indenizações são maiores.

Segundo Amarante, como o caso envolve pilotos americanos, é provável que o processo continue sendo julgado nos Estados Unidos. O advogado afirmou ainda que a audiência serviu para organizar a defesa das famílias. Será formado um comitê com os escritórios que representam 120 vítimas.

Fonte: G1

Audiência na Justiça americana decide processo de acidente da Gol

A Justiça americana decide nesta terça-feira os rumos do processo sobre o acidente com o Boeing da Gol que fazia o vôo 1907 e o jato Legacy da empresa ExcelAire, ocorrido há um ano e que deixou 154 mortos. A audiência ocorre em Nova York.

O advogado Leonardo Amarante, que representa parte das famílias, afirma que a Justiça irá definir se aceita ou não o processo cível. Os réus acionados são a empresa de táxi aéreo ExcelAire e a Honeywell, fabricante do transponder - sistema anticolisão - do Legacy, além dos dois pilotos americanos - Joe Lepore e Jan Paul Paladino. No total, advogados representam cerca de 120 famílias nos Estados Unidos.

"Nos Estados Unidos os valores para a indenização são mais justos do que os praticados no Brasil e, afinal, os envolvidos são americanos", disse Amarante à Folha Online. Segundo ele, a expectativa é a de que a ação renda cerca de US$ 2 milhões (R$ 4,2 milhões) por família.

No Brasil, a Justiça do Rio condenou a Gol a pagar R$ 2,14 milhões para a família da metrologista Quézia Gonçalves Moreira, uma das vítimas, em agosto. A decisão do juiz Mauro Nicolau Junior, da 48ª Vara Cível, assegura indenização de R$ 1,14 milhão por danos morais aos familiares e pensões que somam R$ 999.426 ao pai, à mãe e ao irmão de Quézia. É a primeira decisão sobre indenizações envolvendo o acidente. A Gol recorreu.

Em fevereiro deste ano, a família da vítima já havia sido beneficiada com outra decisão, mas que obrigava a Gol apenas a pagar uma pensão de R$ 3.500 aos familiares.

Ainda no ano passado, a juíza Ione Pernes, da 27ª vara Cível do Rio, já havia estabelecido o pagamento de R$ 10 mil por mês aos parentes do engenheiro Kelison Castelo Branco. A decisão também era provisória e foi tomada antes do julgamento do mérito do caso.

A Folha revela que o IPM (Inquérito Policial Militar) encontrou 11 "fatores preponderantes" para o acidente, desencadeados pelos controladores ou pelos pilotos do jato Legacy - que colidiu com o Boeing da Gol. O documento, de 77 páginas, foi encaminhado à Justiça Militar pelo comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, no dia 19 de julho.

No documento, a atuação dos controladores no dia da queda é classificada com termos como "displicência", "relaxamento", "falta de diligência" e "demora excessiva" nas tentativas de comunicação.

Fonte: Folha Online

Aeronáutica aponta erros de controladores em acidente com o vôo 1907

Os quatro sargentos e um suboficial indiciados pela FAB poderão ser presos, suspensos ou até expulsos da carreira

IPM também aponta falhas de pilotos do Legacy, mas neste caso não há conseqüências legais, por se tratar de inquérito militar

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
Antes mesmo do anúncio do relatório técnico final das investigações sobre o choque entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, que matou 154 pessoas, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, encaminhou à Justiça Militar o IPM (Inquérito Policial Militar) indiciando cinco controladores de vôo por "materialidade e indícios de autoria de crime" no acidente.
O resultado do IPM, ao qual a Folha teve acesso, indica por que falharam as mais de 20 tentativas de comunicação entre o avião e o controle aéreo de Brasília: a freqüência que o Legacy usava, 125.05 MHz, não funcionava no setor aeronáutico em que o avião voava na região do acidente.
O IPM só indicia controladores e poderá influenciar o processo na Justiça comum que irá determinar as responsabilidades pelo acidente e a discussão sobre indenizações. O comportamento dos pilotos do Legacy, apontado até aqui como um dos fatores principais do acidente, é citado, mas sem conseqüências legais, pois trata-se de um inquérito militar.
O texto, confidencial, foi enviado por Saito à juíza auditora da 11ª Circunscrição Judiciária Militar, Zilah Petersen, em 19 de julho passado. O encarregado do IPM foi o coronel aviador Luiz Claudio Ribeiro da Silva.
Os cinco controladores indiciados estão sujeitos a enquadramento no Código Penal Militar e, portanto, a prisão, suspensão e expulsão da carreira.
São eles os sargentos Felipe dos Santos Reis, Jomarcelo Fernandes dos Santos, Lucivando Tibúrcio de Alencar e Leandro José dos Santos Barros, do Cindacta-1 (o controle aéreo de Brasília), além do suboficial João Batista da Silva, de São José dos Campos (SP), de onde decolou o Legacy.
O relatório, de 77 páginas, reproduz em detalhes e analisa todos os episódios que desembocaram no choque do Boeing com o Legacy em 29 de setembro de 2006, e usa termos como "displicência", "relaxamento", "falta de diligência" e "demora excessiva" para classificar a atuação de controladores.
Pilotos do Legacy
Nas conclusões, foram listados 11 "fatores preponderantes" desencadeados pelos controladores ou pelos pilotos norte-americanos do Legacy, Joe Lepore e Jan Paladino.
Há referências à "conduta omissiva" dos pilotos, além da citação de normas aeronáuticas para afirmar que o Legacy estava sob "vigilância radar", não sob "vetoração radar", e isso significa que "a responsabilidade de navegação é do piloto em comando da aeronave".
Ou seja: apesar dos erros dos operadores, deveriam corrigir altitude e freqüência, além de notificar a inoperância do transponder (equipamento que informa a posição do avião ao controle e a outros aviões, acionando sistemas anticolisão).
O primeiro erro é do sargento Felipe dos Santos Reis, de Brasília. Não conhecia o plano de vôo, que previa três altitudes até Manaus, e passou a orientação para a torre de São José sem dados importantes sobre rota e nível, dando só a primeira altitude (37 mil pés).
O suboficial João Batista, de São José, conhecia o plano, mas não questionou a orientação de Brasília e a repassou para os pilotos do Legacy citando apenas 37 mil pés e o aeroporto de Manaus. Ele havia sido convocado no IPM como testemunha, mas foi indiciado pois "foi verificado que contribuiu, sobremaneira, para o evento que culminou com a queda do Gol".
A autorização incompleta produziu nos pilotos a "compreensão de que estariam autorizados a voar em 37 mil pés até Manaus", mas eles erraram ao não questioná-la, já que divergia do plano de vôo. Ao passar por Brasília, quando o avião deveria ter baixado para 36 mil pés, porque a altitude na direção Manaus é obrigatoriamente par na chamada aerovia (o Boeing vinha na "contramão" ímpar), nem os pilotos desceram, nem o sargento Jomarcelo ordenou a descida.
Jomarcelo afiançou equivocadamente para seu substituto de turno, Lucivando, que o Legacy estava em 36 mil pés, como no plano de vôo, quando estava, de fato, em 37 mil e na "contramão". Segundo o IPM, ele "teve todas as condições de verificar que a aeronave voava em 37 mil, até que perdesse o sinal do transponder".
Registro alterado
Um dado considerado importante no relatório é que, às 16h26, o sargento Lucivando alterou o registro do nível de vôo autorizado a partir da posição Teres da carta aeronáutica: deveria ser de 38 mil pés, mas ele mudou para 36 mil.
O transponder não emitiu sinais por cerca de 55 minutos e não houve comunicação entre o controle e o Legacy entre 18h51 e 19h48, sem que nenhum dos lados observassem os procedimentos previstos.
Jomarcelo teve "um série de indicações" da inoperância do transponder, como o fim da circunferência que fica na tela do controle quando o aparelho está funcionando, variação de indicação de altitude e surgimento da letra Z entre a altitude real e a autorizada. Nada fez.
Também houve "excessiva demora" de Lucivando em tentar contato com o Legacy. Foram mais de 7 minutos até a 1ª tentativa e, mesmo diante de seis tentativas infrutíferas, levou "nada menos que 19 minutos" para fazer a sétima.
A transferência do controle de Brasília para Manaus, feita pelo sargento Barros, transcorreu "como se nenhuma anormalidade estivesse ocorrendo com a aeronave". Exemplo: disse que o Legacy iria chamar em seguida, quando sabidamente havia falha de comunicação.
Fonte: Folha de S.Paulo

FAB não teria uma apuração isenta, diz advogado

Ontem, o advogado Roberto Sobral, responsável pela defesa dos controaldores de tráfego aéreo nun outro Inquérito Policial Militar (IPM) que apura se houve crime de motim na greve de 30 de março passado, disse que "a FAB não é isenta para apurar, pois ela tem interesse em esconder os defeitos e falhas dela própria". Segundo ele, a intenção do Comando da Aeronáutica no indiciamento de controladores "é tentar jogar a culpa (dos seus próprios defeitos) nos outros", conforme publicação do jornal Folha de S.Paulo.

Por telefone, Sobral não quis responder à Folha sobre os itens do IPM referente ao acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy. "Temos todos os dados do outro inquérito, mas esse aí (do acidente) está cercado de pressões silenciosas, eles (a Aeronáutica) estão sonegando todas as informações, em nome de uma utópica segurança".

Ainda segundo a Folha de S.Paulo, ele reclamou que a FAB "trata desse inquérito como se fosse um segredo estratégico, como se o Brasil vivesse hoje numa guerra".

Fonte: Terra

Espera por jato da Embraer chega a 2012

A Embraer está com a capacidade de produção do jato executivo Phenom 100, de seis lugares, ocupada, o que faz com que a fila de espera pela aeronave chegue a até junho de 2012, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com o jornal, a situação para os jatos maiores, de 50 a 122 passageiros, também não é diferente. "A produção de 2008 também está vendida", explicou o presidente da Embraer, Frederico Curado, ao periódico.

As vendas contabilizadas pela Embraer chegam a US$ 15 bilhões, com previsão de produção de até 170 aeronaves em 2007.

Fonte: Invertia

Procon multa TAM em R$ 987 mil por falta de informação

O Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) de São Paulo multou a TAM em R$ 987 mil por omissão ao direito à informação e a de garantia de assistência adequada aos consumidores. O órgão afirma que não há mais para a empresa, já que todos os prazos para a defesa foram respeitados.

A decisão foi publicada no "Diário Oficial" do Estado de sábado (29). A punição foi aplicada em decorrência de um auto de infração lavrado em novembro de 2006 por fiscais do Procon e considera os transtornos causados aos consumidores que estavam em aeroportos do país entre outubro e novembro do ano passado.

Os longos atrasos e o maior volume de cancelamento nos todos nos aeroportos do país são decorrência de uma crise no setor aéreo desencadeada após o acidente com com o Boeing da Gol e o jato Legacy da empresa americana ExcelAire.

Os dois aviões bateram no ar, por volta das 17h do dia 29 de setembro do ano passado, causando a morte dos 154 ocupantes do Boeing.

De acordo com o Procon, apesar de existirem normas que regulam o setor aéreo, a aplicação do Código de Defesa do Consumidor é obrigatória sempre que há prestação de serviço aos consumidores.

Na ocasião, de acordo com o órgão, diversos passageiros foram submetidos a um regime de espera excessiva para embarcar, além do cancelamento dos vôos, e todos tinham o direito ao acesso à informação, o que não ocorreu. O Procon constatou a irregularidade na análise de reclamações dos consumidores e com operações de rotina realizadas pelo órgão e anexadas ao processo.

O Procon destacou que também aplicou multa à Gol por motivo semelhante. O órgão afirma que processos administrativos estão em fase de defesa e tratam da prática de sobrevenda de passagens - overbooking - e pelo não reembolso imediato dos valores pagos pelas passagens nos casos de vôos cancelados.

A fundação pede que os consumidores que enfrentarem problemas devido à crise aérea, consultem o site do onde encontraram orientações.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a TAM informou que vai recorrer da multa no âmbito da Justiça.

Fonte: Folha Online

Passageira que perdeu vôo morre após ser detida

Uma mulher de Nova York foi encontrada morta em cela da polícia no aeroporto de Phoenix, no Estado do Arizona. Ela foi detida após ter um ataque de raiva ao perder vôo. A polícia acredita que Carol Ann Gotbaum, 45 anos, morreu estrangulada acidentalmente ao tentar se livrar de algemas.

Segundo as autoridades do aeroporto de Phoenix, ela foi detida, no sábado dia 29, ao ameaçar verbalmente um funcionário da companhia aérea US Airways que a proibiu de embarcar em vôo a Tucson por ter chegado atrasada.

A companhia aérea a inlcuiu em um vôo seguinte, mas ela se descontrolou, gritando e correndo por todo o terminal, segundo o porta-voz do aeroporto. Os empregados da companhia aérea tentaram acalmar a passageira sem sucesso e chamaram policiais, que a levaram para a prisão da delegacia do aeroporto Sky Harbor Internacional.

Após um período, os policiais não ouviram mais os gritos da mulher. Ao irem à sua cela, descobriram Carol inconsciente. Tentaram reanimá-la sem sucesso.

Aparemente ela se estrangulou acidentalmente quando tentava tirar as algemas, informou o porta-voz do Departamento de Polícia de Phoenix Andy Hill. "Há muitas pessoas que conseguem movimentar algemas presas nas costas, passando-as por cima. Como as algemas foram parar no pescoço, nós não sabemos ainda", disse Hill, segundo a CNN.

Fonte: CNN/AP

Aéreas não operam mais escalas em Congonhas

A partir de 01 de outubro, as companhias aéreas não irão mais operar vôos de conexão no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A decisão foi tomada neste mês e divulgada pela Gol, TAM, e Varig depois que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou que preparava um novo modelo de malha aérea. A nova malha deve ser analisada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) até o dia 10.

A Gol havia anunciado no sábado o cancelamento de 47 vôos permanentes e alterações de horário e aeroporto para cerca de outros 30. A TAM havia divulgado no dia 20 nota em que transferia para Guarulhos os vôos para Norte, Nordeste e Cuiabá, em Mato Grosso.

Congonhas já vinha operando com restrições desde sexta-feira, por determinação da Justiça Federal. As empresas aéreas tiveram que remanejar e cancelar alguns vôos. Os reflexos foram sentidos ontem. Segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), até às 20h, 40 (21,1%) dos 190 vôos programados para Congonhas no domingo foram cancelado; 4 (2,1%) tiveram atrasos. Em todo o País, 93 (6,9%) dos 1.347 vôos da rede Infraero foram cancelados.

Congonhas continuará interligado a apenas 33 aeroportos das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Os vôos para o Norte, Nordeste e Cuiabá (MT) serão transferidos para outros terminais paulistas.

Por decisão do Conselho Nacional de Aviação Civil, o aeroporto de Congonhas só pode operar vôos de até mil km de distância e sem conexões. O movimento fica restrito a 33 pousos e decolagens por hora ¿ o movimento já foi de 48 operações por hora.

A Justiça Federal também estabeleceu limitações - os aviões que usam o aeroporto de Congonhas não podem levar mais de 130 passageiros e devem sempre estar com os dois reversores funcionando.

No último dia 17 de julho, um Airbus da TAM não conseguiu pousar em Congonhas, atravesou a avenida, atingiu o prédio da TAM Express e pegou fogo. O acidente, considerado o maior da história brasileira, matou 199 pessoas.

Fonte: Terra

Caças da FAB obrigam Boeing da Gol a arremeter em Porto Alegre

Fotógrafo testava lente e registrou aproximação dos três aviões (Foto: Wagner I. Cardoso/ Ag. RBS)


Um Boeing da Gol arremeteu por causa da aproximação de dois caças da Força Aérea Brasileira (FAB), no último dia 29, em Porto Alegre. As imagens da aeronave da Gol e dos dois caças T-27 Tucanos da FAB foram obtidas pelo fotógrafo Wagner Innocencio Cardoso. Ele estava no terraço da Usina do Gasômetro (a cinco quilômetros do Aeroporto Internacional Salgado Filho) para fotografar o pôr-do-sol do Guaíba, quando viu a aproximação dos três aviões e conseguiu as fotos.

"Fazia uns testes com uma lente que havia comprado, quando percebi que eles estavam próximos e os caças da FAB fizeram uma curva para a esquerda. No enquadramento com essa lente me pareceu que o Boeing e os dois Tucanos estavam a menos de 500 metros de distância". Tanto a Gol quanto V Comando Aéreo Regional da Aeronáutica confirmaram o ocorrido. Conforme o V Comar, a decisão de arremeter foi do piloto da Gol e os caças da FAB não representaram nenhum perigo ao espaço aéreo.

Fonte: G1

Novo terminal é esperança de aeroporto de Londres

Tanto a Britsh Airways quanto o aeroporto de Heathrow, em Londres, dependem muito do novo terminal 5, que será inaugurado em 27 de março de 2008.

O aeroporto, um dos mais movimentados do mundo, vem operando acima de sua capacidade teórica há anos. E os viajantes, irritados com as longas filas causadas pelas verificações de segurança, pelos atrasos nos vôos e pelos problemas com bagagens, têm optado cada vez mais por aeroportos regionais menores, como Stansted e Luton, e por linhas aéreas de baixo preço. Porque Heathrow serve como ponto central de operação para a British Airways, a companhia vem sendo a mais prejudicada pelas deficiências do aeroporto.

O terminal 5 não só deve aliviar muitos desses problemas como é um projeto limpo e arejado, com atrações como lojas sofisticadas - Prada e Tiffany's, por exemplo - e um restaurante dirigido por um cozinheiro estrelado pelo guia Michelin, e isso deve ajudar a atrair passageiros.

"Queremos recuperar parte do glamour das viagens aéreas, com a combinação de lojas e a arquitetura do terminal", disse Nick Ziebland, diretor de comércio do terminal 5 na BAA, a empresa que opera os maiores aeroportos britânicos, uma subsidiária da construtora espanhola Ferrovial.

Em uma visita ao terminal, a maior parte das obras pesadas já parece concluída, e os operários agora estão concentrados na instalação das lojas e restaurantes.

Inicialmente construído para atender a um máximo de 45 milhões de passageiros ao ano, os quatro terminais atuais de Heathrow estão atendendo 70 milhões, número que a BAA espera aumentar. A operação em capacidade superior à máxima causa dificuldades, e os passageiros votaram em Heathrow como pior aeroporto do mundo em uma pesquisa conduzida pela TripAdvisor em 2006. No mais recente incidente, milhares de malas deixaram de chegar aos seus proprietários, em agosto, devido a um defeito em uma correia transportadora e a cancelamentos de vôos em função da neblina que recobria a cidade.

O terminal 5 foi projetado para atender 30 milhões de passageiros ao ano. As fachadas de vidro oferecem vistas distantes para o novo estádio de Wembley e o castelo de Windsor. Em seus corredores pavimentados de granito claro, o terminal projetado pelo arquiteto Richard Rodgers oferece contraste com os corredores sem janelas e acarpetados dos demais terminais do aeroporto.

A construção do terminal está orçada em US$ 8,7 bilhões, e ele terá 112 lojas, uma proporção por passageiro superior à dos demais terminais, e oferecerá mais cafés, bares e restaurantes sofisticados. Gordon Ramsey, chef de cozinha e astro de um reality show britânico, operará um restaurante que vai oferecer um cardápio especial para uma refeição com duração de 60 minutos.

O objetivo geral, de acordo com Ziebland, é criar uma atmosfera que faça com que os passageiros desejem chegar mais cedo ao aeroporto para comprar e comer. A fim de atingir esse objetivo, a BAA selecionou lojas que prometeram conceitos inovadores. A Harrods criará um mini shopping center e o estilista britânico Paul Smith abrirá uma loja decorada com suas recordações de viagens.

Quando o terminal 5 estiver em plena operação, a BAA planeja demolir o terminal 2, o mais precário de todos, no ano que vem, e construir um novo terminal chamado Heathrow East no local. Assim que o projeto estiver concluído, ela expandirá o terminal 3 e fechará o 1, deixando o aeroporto uma vez mais com quatro terminais.

Fonte: The New York Times
Tradução: Paulo Eduardo Migliacci ME